Author: Filippo Di Cesare

  • DeepSeek e o futuro da IA no Brasil: inovação ou risco para as empresas?

    DeepSeek e o futuro da IA no Brasil: inovação ou risco para as empresas?

    Impulsionada por avanços tecnológicos e uma crescente aceitação no mercado, a inteligência artificial tem se consolidado como um elemento estratégico para empresas no Brasil. Segundo uma pesquisa da IPSOS e Google, 54% dos brasileiros utilizaram IA generativa em 2024, superando a média global de 48%. No entanto, esse crescimento acelerado também traz desafios, principalmente no que diz respeito à segurança e governança dos dados corporativos. 

    A chegada do DeepSeek, um chatbot chinês de IA com código aberto, intensificou esse debate. Lançada discretamente no Brasil em janeiro de 2025, a plataforma rapidamente ganhou popularidade e se tornou uma concorrente promissora para o ChatGPT, da OpenAI, e o Gemini, do Google. Até porque, enquanto esses gigantes exigiram investimentos bilionários, o DeepSeek foi criado com um orçamento significativamente mais enxuto, gerando dúvidas sobre a real necessidade desses superinvestimentos.  

    A suposta eficiência e o desempenho do modelo chinês sugerem que, talvez, o mercado de IA possa estar avançando por um caminho mais econômico, levando à reflexão sobre a viabilidade de investimentos tão vultosos em empresas ocidentais, cujos modelos de negócios agora parecem ser superados por alternativas mais acessíveis e igualmente eficientes. 

    Entretanto, o Deepseek levanta questionamentos críticos, além das diferentes sensibilidades éticas. A natureza aberta da plataforma levanta questionamentos em relação à segurança, logo, empresas que usam IA de código aberto precisam ficar atentas à preservação de suas informações. 

    Recentemente, uma falha do Deepseek expôs prompts de usuários e chaves de API, aumentando os receios sobre a privacidade no sistema. Além disso, diversos países, como Austrália, Coreia do Sul, Taiwan, Holanda e Itália, têm restringido seu uso devido ao risco de compartilhamento de informações com servidores chineses. 

    IA no mundo corporativo: como equilibrar inovação e segurança
    Enquanto algumas nações adotam uma postura mais cautelosa, o Brasil avança rapidamente na adoção da inteligência artificial. O estudo da IPSOS e do Google ainda mostra que 65% dos brasileiros enxergam a tecnologia como promissora, e 60% acreditam que ela criará mais empregos. A confiança na transformação do mercado de trabalho pela IA cresceu de 62% para 68% em um ano, enquanto o receio de perda de empregos caiu de 20% para 15%. 

    Para as empresas, essa realidade representa tanto uma oportunidade quanto um desafio. O crescimento do uso de IA exige um equilíbrio entre inovação e segurança, com diretrizes que incluam uma avaliação criteriosa de riscos, implementação de transparência e governança, capacitação de equipes e parcerias com fornecedores confiáveis. Adotar tecnologias como o DeepSeek sem uma estratégia sólida pode expor negócios a riscos regulatórios, vazamento de informações e instabilidades operacionais.  

    Além disso, a falta de conformidade com normas locais de proteção de dados e a vulnerabilidade a ciberataques podem comprometer a integridade da empresa, prejudicando sua reputação e a confiança do cliente. Portanto, é essencial que as organizações realizem uma avaliação cuidadosa antes de implementar essas tecnologias, garantindo que suas escolhas estejam alinhadas com as regulamentações e com a proteção de dados sensíveis, minimizando potenciais prejuízos a longo prazo.  

    Uma estratégia que ajuda as empresas a manter sua segurança cibernética sempre atualizada e eficiente, por exemplo, é a Security Lifecycle Management (SLM). Ela garante que todas as etapas da proteção da informação – desde a identificação de riscos até a resposta a incidentes – sejam monitoradas e aprimoradas constantemente. 

    Na prática, isso significa que a segurança não é tratada como algo estático, mas sim como um processo contínuo. Novas ameaças surgem o tempo todo, e, por isso, é imprescindível revisar, ajustar e fortalecer as medidas de proteção regularmente. O SLM permite que as organizações se antecipem a possíveis problemas e mantenham seus dados e sistemas sempre protegidos. Ou seja, a adoção da IA deve ser acompanhada de políticas claras de compliance e segurança, garantindo que seu uso esteja alinhado com os objetivos corporativos e com a proteção dos dados sensíveis. 

    A inteligência artificial generativa já faz parte da realidade empresarial brasileira e continuará a se expandir nos próximos anos. O caso do DeepSeek evidencia a necessidade de um olhar crítico sobre segurança e governança, mas também reforça o potencial transformador da IA no mundo corporativo. Empresas que souberem integrar essa tecnologia de forma responsável e estratégica terão vantagem competitiva, impulsionando inovação e crescimento sem comprometer a proteção de dados e a confiança dos clientes. 

  • Desafios e oportunidades: o que 2025 reserva para os CEOS de tecnologia

    Desafios e oportunidades: o que 2025 reserva para os CEOS de tecnologia

    Os gastos mundiais com TI devem atingir US$ 5,74 bilhões em 2025, um aumento projetado de 9,3% em relação a 2024, segundo a Gartner. Esse crescimento reforça o papel da tecnologia como um pilar essencial para a inovação e a competitividade empresarial, especialmente em um mercado global extremamente volátil, marcado por instabilidades econômicas e sociais.

    Portanto, em 2025, os CEOs de tecnologia terão um papel importante na liderança de processos de transformação, enfrentando desafios complexos e aproveitando novas oportunidades para impulsionar suas organizações. 

    Nesse cenário, onde a pressão por resultados rápidos é constante, será fundamental que esses executivos adotem uma postura ágil e adaptativa, enxergando a inovação como uma oportunidade e investindo em soluções tecnológicas e estratégias de longo prazo para otimizar processos e garantir a relevância no mercado competitivo.

    Transformação tecnológica e cibersegurançaEm um panorama de constante transformação, a rápida evolução de tecnologias como inteligência artificial, Big Data, computação em nuvem e APIs demandará que os CEOs integrem essas inovações de maneira estratégica e eficiente. A IA generativa, por exemplo, mostrou um potencial transformador em várias áreas, mas, para alcançar todo o seu potencial, ela precisa ser complementada por APIs que possibilitem a interação com outros sistemas e a execução de tarefas no mundo real. Esse entrelaçamento entre IA e APIs não é mais uma opção, mas uma necessidade para otimizar a eficiência operacional, criar experiências personalizadas e automatizar processos em 2025.

    Nesse sentido, os líderes precisarão encontrar um equilíbrio entre inovação e segurança, especialmente no que tange à cibersegurança, dado o aumento da digitalização. A adoção de modelos como o zero trust, que prioriza a verificação contínua e a proteção dos sistemas contra acessos não autorizados, será essencial ao longo do ano. Além disso, a gestão eficaz das APIs, garantindo que sua utilização seja monitorada e escalável, será indispensável para evitar custos excessivos, riscos de segurança e falhas no desempenho dos sistemas.

    Gestão de talentos e sustentabilidade no futuro dos negóciosOutro desafio de 2025 será a gestão de talentos e a adaptação às crescentes exigências de sustentabilidade, com práticas ESG (ambientais, sociais e de governança) ganhando cada vez mais relevância. Nesse cenário, as tecnologias de IA podem desempenhar um papel chave não só na otimização de processos internos, mas também no apoio a iniciativas sustentáveis, como a redução de emissões e a utilização eficiente dos recursos. Além disso, o uso de APIs facilitará a integração de soluções inovadoras, ajudando as empresas a atingir suas metas de sustentabilidade e a se posicionarem como líderes em responsabilidade social em 2025.

    Em relação à gestão de talentos, criar ambientes de trabalho que incentivem a criatividade, colaboração e o aprendizado contínuo será essencial ao longo do ano. A valorização da diversidade, o bem-estar dos funcionários e a personalização de programas de desenvolvimento serão diferenciais na atração e retenção dos melhores profissionais, muito disputados no mercado. 

    Em 2025, os CEOs de tecnologia precisarão de uma visão estratégica para integrar IA e APIs de forma eficaz, ao mesmo tempo em que priorizam a sustentabilidade e o capital humano. A liderança resiliente e adaptável será fundamental para transformar desafios em oportunidades. Nesse ambiente dinâmico, a implementação e gestão adequadas de tecnologias como IA e APIs serão decisivas para a inovação contínua, mantendo as empresas alinhadas com as tendências do mercado e assegurando sua competitividade no cenário global.