Author: Paul Lima

  • Seu dinheiro, suas regras: como os consumidores estão ditando as regras do mercado

    Seu dinheiro, suas regras: como os consumidores estão ditando as regras do mercado

    O Dia do Consumidor não é apenas uma data comemorativa — é um campo de batalha, e cabe a cada um de nós decidir quais marcas merecem sair vitoriosas.

    Os hábitos de compra dos consumidores não se resumem a conseguir um bom desconto. Eles representam poder, influência e valores. Cada compra é um voto de confiança ou rejeição. As marcas que entendem isso lutam para conquistar sua lealdade, trabalham duro para superar suas expectativas e se esforçam para oferecer uma experiência impecável. As que não compreendem? Bem, essas ficam para trás.

    É curioso como algumas marcas parecem ler nossa mente, tornando a experiência de compra simples e intuitiva. Isso não acontece por acaso. É o resultado da pressão exercida pelos consumidores, cada vez mais exigentes e atentos à qualidade dos serviços e produtos.

    Toda escolha de compra é um posicionamento. Cada transação define quais empresas prosperam e quais desaparecem. E a melhor parte? A mudança está nas mãos dos consumidores, moldando o futuro da economia muitas vezes sem perceber.

    Empresas inteligentes ouvem os consumidores, demonstram empatia, antecipam necessidades  e eliminam problemas antes mesmo de surgirem. Naturalmente nos sentimos atraídos por essas experiências.  Afinal, quando algo simplesmente funciona, sabemos que alguém dedicou tempo e esforço para que isso acontecesse. 

    Mas simplicidade não é algo fácil de alcançar. E aqui está um exemplo perfeito: 

    Elitismo vs. empatia: como um simples porta-copos colocou o ‘The Ultimate Driving Machine” da BMW em conflito com a experiência do cliente

    Nas aulas de Marketing e Negócios é comum os estudantes aprenderem sobre o clássico caso Toyota vs. BMW uma história que ilustra perfeitamente a diferença entre duas abordagens empresariais:

    • Marcas com pensamento “de dentro para fora” criam produtos baseados em suas próprias convicções, assumindo que sabem o que é melhor para o consumidor.
    • Marcas com pensamento “de fora para dentro” começam pelo consumidor, ouvindo suas necessidades e se adaptando a elas.

    E um pequeno objeto simboliza essa diferença: o porta-copos.

    Na década de 90, o conceito de drive-thru era uma das grandes novidades nos EUA, o modelo de negócio estava no auge, impulsionado pelo crescimento da Starbucks, isso mudou os hábitos dos consumidores nos Estados Unidos. Motoristas começaram a comprar café no caminho para o trabalho e logo perceberam que os porta-copos de seus carros eram pequenos e nada práticos.

    Os fabricantes alemães de automóveis foram rápidos em responder. Como mestres na arte e na ciência do design automotivo, os engenheiros da BMW rejeitaram a ideia de redesenhar seu engenhoso porta-copos retrátil, embora frágil e pequeno —, classificando-o como uma “verruga no design elegante do cockpit”. Afinal, os engenheiros alemães têm a reputação de serem os melhores do mundo. Para eles, essa exigência era um ataque à cultura da BMW. Lembre-se de que os engenheiros são quem detém o poder dentro da BMW; são eles que são promovidos aos cargos de liderança. Os times de engenharia, guiados pelo elitismo, declararam: “Estamos projetando o carro dos sonhos não uma sala de estar!”.

    A Toyota, por outro lado, adotou o Design Thinking e o Design Centrado no Usuário. Demonstrou empatia e escutou. Identificou o perfil e começou a projetar minivans, SUVs, picapes e carros que atendessem às mudanças nos Estados Unidos. 

    O resultado? A Toyota cresceu de 6,1% para 16,1% do mercado entre 1988 e 2007, enquanto a BMW avançou timidamente de 0,5% para 1,9%. Esse episódio resume bem o que separa marcas bem-sucedidas daquelas que ficam para trás: ouvir ou ignorar seus consumidores.

    Hoje, esse princípio se aplica a todas as áreas. As melhores marcas não são as que acham que sabem o que é melhor para o cliente, mas sim aquelas que entendem e atendem suas necessidades antes mesmo que ele perceba. Empresas arrogantes decidem por conta própria o que os clientes devem querer, sem se importar com suas necessidades reais.

    O consumidor no controle: empresas que ouvem e atendem

    Se você se dá ao trabalho de compartilhar seus interesses e necessidades com uma empresa, não deveria esperar que ela escutasse e criasse conexões relevantes e significativas com você?

    Vamos ver o exemplo da Cogna: com 73 marcas educacionais, a empresa se posiciona como “a maior e mais completa empresa de educação do país”. Ela oferece milhares de cursos e trilhas de aprendizado, desde novos idiomas até Arquitetura. E, para facilitar sua vida, a empresa investiu em tecnologia para conhecê-lo melhor e fazer recomendações personalizadas com base em seus interesses, ambições e conquistas acadêmicas e profissionais.

    A maioria nem percebe, mas ao navegar pelos canais digitais da Cogna, ela sugere os melhores caminhos educacionais, oferece opções de financiamento compatíveis com sua realidade financeira e envia lembretes motivacionais para ajudá-lo a manter o ritmo. Sim, por trás disso tudo há inteligência artificial e modelos preditivos, mas o que realmente importa é que ela respeita seu tempo, entende sua trajetória e ajuda a impulsionar sua carreira.

    Por que você gosta disso? Porque a educação deve ser um mapa personalizado, não uma caça ao tesouro.

    Nos bastidores: para oferecer essa experiência, foram necessários modelos avançados de IA, milhares de testes e um fluxo de produção de conteúdo adaptado para criar jornadas personalizadas em larga escala.

    O atendimento ao cliente precisa se modernizar – e rápido

    É inaceitável que, em plena era digital, ainda existam empresas que tratam seus clientes como inconvenientes. Quem nunca ligou para um serviço de atendimento e ouviu a clássica frase: “Estamos enfrentando um volume anormal de chamadas”? Se o volume é tão “anormal”, por que já existe uma mensagem gravada para isso? A verdade é que o consumidor moderno não quer esperar, não quer burocracia, não quer frustração.

    Empresas que entendem essa realidade já estão se destacando:

    • Atendimento via WhatsApp – alteração de pedidos, reembolsos, remarcação de voos, tudo sem a necessidade de baixar um novo aplicativo.
    • Chatbots inteligentes – resolvem problemas comuns rapidamente, sem a necessidade de uma ligação.
    • Notificações proativas – atualizações em tempo real sobre entregas, mudanças de status e orientações personalizadas.

    Isso não é um luxo. É o mínimo que o consumidor merece. E as empresas que não entenderem isso correm o risco de perder clientes rapidamente.

    Os consumidores têm poder – está na hora de usá-lo

    Seu dinheiro é poder. Sua voz importa. Use-a com propósito. Gaste com princípios. Exija mais das marcas. O que você compra molda o mercado e o futuro. Cada transação é uma escolha.

    Imponha seus valores sobre as empresas. Invista no que faz sentido hoje e no que construirá um futuro melhor: um planeta mais sustentável, uma empresa que retribui à comunidade ou um negócio que respeita seu tempo e suas necessidades.

    Cada real que você gasta é um voto no mercado. Exija qualidade, desafie padrões, faça sua voz ser ouvida.

    Como em Jogos Vorazes: “Que as melhores marcas estejam sempre a seu favor.” Em outras palavras, que sobrevivam apenas as marcas que verdadeiramente trabalham para você — facilitando sua vida, entregando valor e respeitando o que você acredita. A decisão é sua e de mais ninguém.

    Cada escolha que você faz com seu dinheiro molda o mercado. Exija excelência, desafie limites e faça-se ouvir. Nesse jogo, não é a sorte que decide quem vence — é você. Cada compra é um voto, cada interação um julgamento. As marcas que não correspondem? Ficam para trás.

    Marcas que colocam você em primeiro lugar vencem por um motivo: elas se esforçam para tornar sua experiência mais simples, personalizada e sem atrito. E isso dá trabalho.

    O segredo de uma grande experiência do consumidor não é fazer a empresa parecer inteligente. É fazer você se sentir inteligente. Isso é empatia.

    Como um porta-copos, por exemplo.

    Da próxima vez que algo for fácil — seja o check-in do voo, a entrega de um pacote ou encontrar um produto perfeito —, saiba que não foi por acaso. Alguém pensou em você.

    E você está no comando de quem continua no jogo.

    Feliz Dia do Consumidor!

  • Brasil à frente dos EUA? Engajamento digital pode ser uma porta de entrada para marcas brasileiras no mercado norte americano

    Brasil à frente dos EUA? Engajamento digital pode ser uma porta de entrada para marcas brasileiras no mercado norte americano

    Enquanto os Estados Unidos ainda lidam com plataformas de comunicação fragmentadas, o Brasil se destaca pela adoção criativa e integrada do WhatsApp. As empresas brasileiras estão muito à frente no engajamento digital, e isso nos dá uma vantagem estratégica para competir e expandir no mercado americano, aproveitando nosso domínio das plataformas de mensagens, especialmente o WhatsApp.

    No Brasil, o WhatsApp foi adaptado de forma única. Com essa expertise, temos uma oportunidade real de crescimento global. Aprendi na pós-graduação que há duas formas principais de expandir um negócio: oferecendo novos produtos ou entrando em novos mercados. E o Brasil está excepcionalmente bem posicionado para fazer o segundo.

    O ecossistema digital do Brasil: onipresente e avançado

    Segundo a Statista, 93.4% dos usuários de internet no Brasil utilizam o WhatsApp, ele vai muito além de uma simples ferramenta de mensagens — é parte do dia a dia. Desde organizar um churrasco até abrir uma conta bancária, o WhatsApp é fundamental para a comunicação pessoal e profissional. Para pequenas e médias empresas, funciona como CRM, ferramenta de marketing e até plataforma de e-commerce.

    No setor financeiro, bancos como Banco do Brasil e Bradesco permitem consultas de saldo, transferências e até renegociação de dívidas via WhatsApp. Em 2023, o Banco Central autorizou pagamentos via WhatsApp, permitindo que usuários paguem produtos e serviços diretamente no chat, utilizando cartões Visa e Mastercard.

    Todas as indústrias no Brasil seguiram esse caminho, usando o WhatsApp para interagir de forma instantânea e eficiente com seus clientes. Aqui, estamos acostumados a respostas rápidas, seja de humanos ou máquinas. Para nós brasileiros, o WhatsApp é o coração do nosso ecossistema digital.

    As novas regras de engajamento: como as megatendências estão transformando as experiências digitais

    Tendências globais estão mudando a forma como os clientes interagem com as marcas. As empresas estão investindo cada vez mais em canais diretos de comunicação para coletar dados primários, já que a privacidade e a eliminação de cookies de terceiros estão dificultando o alcance de potenciais clientes.

    Dados recentes indicam que 22% dos usuários de internet em dispositivos móveis nos Estados Unidos utilizam bloqueadores de anúncio, enquanto no Brasil apenas 16% têm essa ferramenta. Isso mostra que o poder de escolha do consumidor sobre quando e onde se envolver com as marcas está aumentando.

    Além disso, os clientes esperam respostas cada vez mais rápidas e personalizadas. Curiosamente, pesquisas indicam que muitos consumidores preferem a velocidade de um chatbot a interações humanas demoradas. Nos EUA, segundo a Twilio 89% dos consumidores já preferem se comunicar via mensagens. Enquanto no Brasil o comércio conversacional já é uma realidade, nos EUA ele ainda está em fase de crescimento.

    Na década passada, todas as empresas queriam criar seus próprios aplicativos. Hoje, a prioridade é garantir presença no WhatsApp dos clientes. Enquanto as empresas americanas ainda não perceberam, já aprendemos que a fidelização dos clientes não depende de um aplicativo, mas sim de oferecer mensagens ágeis e relevantes nos canais que eles já utilizam.

    Surpresa! A maioria dos americanos podem usar  RCS – mas eles nem sabem o que é!

    As empresas brasileiras têm uma oportunidade única nos Estados Unidos, uma vez que dominamos a arte de criar experiências excepcionais com o Rich Communication Services (RCS). Embora o WhatsApp já conte com mais de 100 milhões de usuários mensais ativos no país, ele ainda não lidera o mercado. O RCS, por outro lado, tem se consolidado. Atualmente, a maioria dos smartphones vendidos nos Estados Unidos, tanto Android quanto iOS, são compatíveis com o RCS, desde que estejam atualizados e operem com operadoras que oferecem suporte a essa tecnologia.

    O Android representa cerca de 46% do mercado de smartphones nos EUA, conforme dados da Canalys, e a grande maioria dos dispositivos modernos com Android já possui suporte ao RCS desde 2017. O iPhone, que domina 54% do mercado, incorporou o RCS no iOS 18, lançado em setembro de 2024. Com isso, praticamente todos os americanos com celular já têm acesso ao RCS.

    Mas por que isso está acontecendo agora? Embora o RCS tenha sido desenvolvido em 2007, sua adoção foi lenta, principalmente devido à fragmentação entre as operadoras e à resistência da Apple. Esse cenário começou a mudar quando o Google padronizou o serviço, e a Apple finalmente cedeu à pressão do mercado em 2024. Além disso, as investigações antitruste tanto nos Estados Unidos quanto na Europa ajudaram a acelerar a adoção do RCS, ao promoverem a compatibilidade entre plataformas.

    Saltos tecnológicos e histórias de sucesso no Brasil

    O domínio brasileiro em plataformas digitais não se limita ao WhatsApp. O Pix, lançado pelo Banco Central, revolucionou os pagamentos instantâneos e superou alternativas americanas em velocidade, acessibilidade e abrangência. Enquanto o Pix é gratuito e universal, os sistemas americanos ainda são fragmentados e muitas vezes cobrados.

    Na minha atuação, tanto no Brasil quanto nos EUA, ainda vejo empresas americanas enviando cheques pelo correio mensalmente. O ecossistema digital brasileiro para pagamentos em restaurantes e empresas B2B está de três a cinco anos à frente do americano.

    O Paradoxo Brasileiro da Inovação

    Apesar do avanço em algumas áreas, o Brasil também tem seus desafios. O e-commerce, por exemplo, demorou para ganhar força devido a dificuldades logísticas e à infraestrutura limitada de internet no passado. Só quando o governo percebeu que podia impulsionar a adoção com iniciativas como o Pix, o cenário começou a mudar rapidamente.

    Serviços de streaming, como Globoplay e Netflix, enfrentaram barreiras semelhantes para alcançar o público brasileiro. No entanto, a criatividade e adaptabilidade dos brasileiros ajudaram a superar essas dificuldades, muitas vezes resultando em soluções mais inovadoras.

    Plataformas Globais de Comunicação: Uma Comparação

    A taxa de penetração do WhatsApp no Brasil, de 93,4%, supera a de qualquer outra plataforma similar no mundo. Na China, o WeChat possui cerca de 80% de penetração, conforme dados da Statista, e funciona como um ecossistema completo para comunicação e pagamentos. Na Austrália, um levantamento da Hootsuite e da We Are Social revela que o Facebook Messenger domina com 83% de adoção. No entanto, no Brasil, a centralização no WhatsApp criou um ambiente digital altamente eficiente e conectado.

    As Soluções de RCS (Rich Communications Service) que Dominam os Mercados Globais: Uma Análise Visual das Preferências Regionais

    Com o avanço do RCS nos EUA, as empresas brasileiras têm uma oportunidade única de aplicar seu conhecimento em um mercado em ascensão. Esse movimento não só impulsiona a inovação global, mas também fortalece nossa posição como referência em engajamento digital. O futuro da comunicação empresarial será moldado por quem souber aproveitar essa transição e oferecer experiências que atendam às novas expectativas dos consumidores.

  • 3 principais tendências que os profissionais de CX precisam saber para 2025

    3 principais tendências que os profissionais de CX precisam saber para 2025

    Se você é responsável pela experiência do cliente em uma empresa, sabe como é desafiador montar um plano anual repleto de estratégias eficazes. É necessário considerar uma série de fatores: incertezas, novos marcos regulatórios, mudanças nos dados demográficos dos clientes, aceleração da inovação, volumes crescentes de dados, infraestrutura fragmentada e expectativas variáveis. Todos esses elementos precisam ser cuidadosamente analisados e integrados no planejamento

    À medida que as tecnologias de marketing evoluem e se expandem para além do departamento de marketing, o desafio de construir consenso interno se intensifica para os profissionais de Customer Experience (Experiência do Cliente). Agora, é essencial elaborar planos cada vez mais robustos e abrangentes, que envolvam diversas áreas do negócio.

    Além disso, é essencial possuir habilidades interpessoais para garantir que todas as partes da empresas interessadas estejam alinhadas com os objetivos e estratégias de experiência do cliente. Dentro das empresas, há muitas opiniões sobre como interpretar os dados analíticos e o que fazer com esses insights. Um cliente recentemente comentou que, quanto mais dados têm, mais incertos se sentem sobre o que fazer. Que paradoxo!

    Então, o que os líderes de CX estão pensando para se preparar melhor para 2025? 

    Aqui está a minha opinião:

    • Liberar  o valor dos dados para clientes internos e externos
    • Dê prioridade à IA nas áreas que estão sob seu controle
    • Preparar-se para a incerteza regulatória em todo o mundo

    Liberar o valor dos dados para clientes internos e externos

    O volume de dados global está crescendo exponencialmente, num fenômeno chamado de “dataverso”. De acordo com a Statista a quantidade total de dados criados, capturados, copiados e consumidos globalmente vai alcançar mais de 394 zettabytes até 2028.

    Existem inúmeras novas fontes de dados sendo coletadas em todo o mundo, provenientes de diversos dispositivos de IoT. Os profissionais de marketing estão literalmente se afogando em dados, e a grande questão é como fazer essas novas fontes de dados trabalharem juntas para criar uma visão holística e de 360. Proponho que os dados sejam pensados como a moeda para os relacionamentos da empresa.  A tendência de nos tornarmos mais “client-centric” significa que precisamos quebrar os silos de dados e criar uma visão 360 de cada pessoa. 

    Isso é válido tanto para aqueles em um modelo de negócios B2B quanto para os que atuam no espaço B2C, permitindo cercar os registros de contato com dados enriquecidos de parceiros externos.

    Quebrar silos é como tentar ferver o oceano – uma tarefa gigantesca. Mas já sabemos o segredo: os dados são valiosos. Todos, desde vendas, finanças, operações, até o atendimento ao cliente, essas áreas sempre estão buscando insights e pedindo ajuda para ativar experiências do cliente.

    Para alcançar o sucesso em iniciativas complexas de marketing e experiência do cliente, é fundamental adotar abordagens estruturadas e bem planejadas como:

    • Simplifique os processos internos: Crie sistemas de admissão que permitam às partes interessadas internas aproveitar os recursos de sua equipe. Estruture a abordagem em algumas “peças” (por exemplo, “Envolva-se com nosso conteúdo”, “Envolva-se com nosso evento”, “Envolva-se com nossas soluções”). Desenvolva modelos e planos de projeto para facilitar a execução.
    • Diversificação de casos de uso: Construa um portfólio diversificado de casos de uso e organize-os dentro de uma matriz de esforços mapeada contra o valor (em consultoria, essa ferramenta é chamada de “Matriz de Esforços para Impacto”). Isso ajudará a identificar tarefas e facilitará a ordem de execução. Essa abordagem ajuda a gerenciar expectativas e a equilibrar as demandas das partes interessadas. Considere contratar uma empresa de consultoria para navegar em áreas sensíveis.
    • Aplicação do design thinking: Utilize o design thinking para criar uma maneira repetível e escalável de construir jornadas de clientes e envolver os stakeholders. Esse método promove a colaboração e minimiza a resistência. A longo prazo, economiza tempo, pois todos se sentirão ouvidos durante o processo criativo.
    • Documentar as tarefas antes de digitalizar: Documentar antes de digitalizar é crucial para que os criadores entendam os fluxos de dados e a jornada dos clientes antes do início do desenvolvimento. Mesmo em processos ágeis, um planejamento e documentação cuidadosos geram dividendos a longo prazo.

    Ao adotar essas estratégias, as empresas podem criar processos mais robustos e integrados, proporcionando uma experiência superior aos clientes e otimizando o desempenho organizacional.

    Dê prioridade à IA nas áreas que estão sob seu controle

    Para criar experiências de cliente envolventes em diversos canais, é essencial focar no uso de IA e tecnologias emergentes, como o comércio conversacional. LLMs (Modelos de Linguagem de Longo Prazo) e RAGs (Geradores de Respostas Automatizadas) estão surgindo com interfaces “Low Code”, facilitando a implementação dessas soluções inovadoras.

    Esses recursos permitem que os profissionais de CX criem interações deslumbrantes em plataformas como WhatsApp, chatbots, web, aplicativos e e-mails. Além disso, as experiências omnichannel podem ser administradas de forma centralizada e distribuídas em todos os canais, garantindo uma abordagem coesa e integrada.

    Recomendo que os profissionais de CX voltem ao básico e concentrem-se no que podem controlar. Isso inclui segmentar e analisar os clientes profundamente, coletar dados sobre eles e utilizar ferramentas de terceiros para enriquecer esse conhecimento. Centralizar esses dados em um repositório com padrões claros para entrada de informações é crucial para se tornar a única fonte de dados para cada relacionamento com o cliente.

    Simplifique as comunicações omnichannel utilizando plataformas que permitam a criação e a publicação de uma vez só. Para acelerar a cadeia de suprimentos de conteúdo, utilize plataformas que otimizem esse processo, especialmente considerando as tendências em hiperpersonalização. Ferramentas de IA, como o Adobe Firefly, podem ajudar a gerar conteúdo inicial e depois produzir variações para diferentes canais, integrando essas ferramentas com um gerenciador de ativos digitais adequado evitando o uso de servidores compartilhados.

    Combine seus esforços de hiperpersonalização com a prontidão dos seus dados. Para garantir a eficácia, selecione casos de uso baseados no impacto que eles podem ter nos negócios e na qualidade da preparação dos dados. Essa integração contínua entre tecnologia, dados e estratégias de conteúdo, garantirá a utilização eficiente de recursos e maximizando o ROI sem investir demais em dados subutilizados. 

    Preparar-se para a incerteza regulatória em todo o mundo

    Departamento de Justiça dos EUA está pressionando o Google a vender o Chrome e desmembrar os negócios do Android, propondo a venda do navegador Chrome como parte de uma reforma para acabar com o monopólio nas buscas. Simultaneamente, a Microsoft enfrenta litígios antitruste, sendo investigada por abusar do poder de mercado em softwares de produtividade. Se as pressões regulatórias não forem suficientes para mudar a gestão dos negócios de busca do Google, a migração massiva de usuários para o SearchGPT demonstra que a natureza da busca paga está mudando.

    Reguladores europeus também estão ativamente acompanhando casos contra Google, Apple e Meta, com o “Digital Markets Act” impondo mais restrições aos gatekeepers e exigindo mais transparência. Mesmo para empresas locais, o que acontece globalmente afetará os contratos com plataformas. 

    Mesmo sendo uma empresa local, o que acontece no mundo pode impactar seus contratos com as plataformas que você utiliza. Por isso, é essencial prestar atenção às tendências globais, pensar de forma ampla e agir localmente.

    Tenha controle sobre os seus dados: A melhor forma de se preparar para incertezas regulatórias é possuir os dados de seus clientes e armazená-los em plataformas confiáveis e pelas quais você paga.

    Inove nos modelos de negócios: A incerteza não se restringe ao ambiente regulatório. Muitas empresas podem explorar novas formas de gerar receita utilizando os dados de seus clientes. Inovar nos modelos de negócios não é exclusividade das grandes corporações. Aposte em abordagens criativas de monetização. Por exemplo, a Starbucks transformou-se, na prática, em um banco não regulamentado, acumulando US$1,8 bilhão em depósitos de dinheiro não utilizados. Já a assinatura de café da Panera e o programa de influenciadores pagos da Red Bull são exemplos de inovações em menor escala.

    Amplie os limites da sua indústria: Avalie parcerias ou plataformas que possibilitem a adoção de novos modelos de negócios. As fronteiras entre fabricantes, empresas de mídia e instituições financeiras estão cada vez mais difusas, criando oportunidades para que até mesmo pequenos negócios possam inovar.

    Em um cenário de constantes mudanças globais e incertezas, é fundamental que as empresas, independentemente do tamanho, sejam proativas. Controlar seus próprios dados, inovar nos modelos de negócios e explorar parcerias estratégicas são passos essenciais para as empresas se manterem competitivas e resilientes.

    A democratização da inovação

    Uma tendência bônus, que talvez seja a maior tendência para 2025 é a democratização da inovação.  Todos os avanços em dados, plataformas de software e modelos de negócios agora estão acessíveis para empresas de todos os tamanhos para permitir que os visionários de hoje criem as experiências do cliente de amanhã.

    A inovação não é exclusividade das grandes empresas de tecnologia; pequenas empresas também podem e devem inovar, para isso é necessário pensar globalmente e agir localmente. As linhas entre diferentes setores estão se tornando cada vez mais indistintas. Considere parcerias ou plataformas que possibilitem a adoção de novos modelos de negócios. As fronteiras entre fabricantes, empresas de mídia e instituições financeiras são cada vez mais fluidas, criando oportunidades para todos.

    Em resumo, a preparação para a incerteza regulatória global e a adaptação a novas tendências tecnológicas são essenciais para qualquer empresa que deseja prosperar. Manter o controle sobre os dados dos clientes, inovar nos modelos de negócios e estar atento às mudanças regulatórias são passos cruciais. Adaptar-se rapidamente às novas realidades do mercado permitirá que as empresas mantenham sua relevância e competitividade. Portanto, investir em soluções que garantam a segurança dos dados e a inovação contínua é uma necessidade no cenário dinâmico dos  negócios.

  • Se o Conteúdo é Rei, então o que faz um Criador de Reis?

    Se o Conteúdo é Rei, então o que faz um Criador de Reis?

    Nos últimos dois anos desde que o mundo começou a adotar ferramentas poderosas como o ChatGPT, o mercado de criação de experiências digitais personalizadas em marketing mudou completamente. Quero dizer, completamente. Depois de 20 anos liderando uma consultoria multinacional, percebo que a ideia de que “o conteúdo é rei” já não é suficiente para explicar as mudanças no setor. Criadores de conteúdo e escritores precisam reaprender, requalificar e reimaginar o futuro digital a partir deste momento.

    Acredite em mim, falo isso por experiência própria. Comandei uma das primeiras unidades de guerra cibernética do Departamento de Defesa dos Estados Unidos, e o poder computacional disponível hoje para marqueteiros comuns é maior do que o que as superpotências mundiais tinham há alguns anos.

    Esse avanço se reflete claramente nos dados de consumo, segundo relatório anual da Adobe Analytics de 2023, os compradores da Black Friday, por exemplo, gastaram um recorde de US$9,8 bilhões em vendas online nos EUA, um aumento de 7,5% em relação ao ano anterior. Desse valor, US$5,3 bilhões foram em compras por dispositivos móveis. No Brasil, espera-se que esse número cresça para cerca de US$1,4 bilhão em 2024.

    E em períodos como esse, que mexe com o comportamento do público,  saber usar os novos recursos é fundamental para atrair novos clientes, gerar mais vendas e obter sucesso nos negócios.  As preferências dos clientes estão mudando mais rápido do que nunca, e suas expectativas sobre o que constitui uma excelente experiência do cliente é uma expectativa que eles levam consigo em cada interação que têm. E com cada marca com a qual se envolvem.

    O que está causando essa mudança no mercado? 

    As barreiras para utilizar o poder computacional de hardware, software, dados e IA estão desaparecendo mais rapidamente do que o esperado. Até recentemente, apenas as maiores empresas podiam pagar pela tecnologia e pelos cientistas de dados necessários para fornecer personalização em escala de forma eficaz.

    Hoje, com oportunidades de alavancagem nos negócios, principalmente no varejo, em datas como a Black Friday, saber usar os recursos tecnológicos com sabedoria e estratégia é fundamental, mesmo para aqueles que ainda não se consideram prontos para a IA e as novas ferramentas. Dessa forma, há quatro dores principais que atingem muitos marqueteiros por conta dessas mudanças e que precisam ser superadas para terem sucesso. 

    4 mitos da IA e por que eles estão errados

    Então, aqui estão as coisas que mudaram e o que isso significa para os profissionais de marketing em todo o mundo e por que esses mitos estão errados..

    1. Não temos dados suficientes
    2. Não temos conteúdo suficiente
    3. Os dados que temos são uma bagunça
    4. Nunca seremos capazes de compartilhar nossos dados
    1. Minha empresa não tem dados suficientes

    Mesmo com conjuntos de dados limitados, podemos usar a IA para preencher lacunas e obter estimativas mais precisas sobre os clientes. Isso significa que empresas de médio porte e B2B podem oferecer experiências personalizadas com base nos dados de perfil dos clientes. Especificamente, se aprofundar no deep learning, que utiliza uma técnica avançada de machine learning e redes neurais para modelar padrões complexos e fazer previsões com alta precisão, permite identificar padrões dentro da base de dados. Já o  transfer learning também pode ser explorado como uma técnica que reutiliza os insights de conjuntos de dados gerados em uma determinada tarefa para melhorar o desempenho em outra atividade relacionada, permitindo previsões precisas e fornecendo experiências personalizadas, mesmo quando os dados são escassos.

    A IA pode ajudar você a preparar e limpar seus dados, enriquecê-los e, em alguns casos, até mesmo preencher lacunas se você não tiver dados suficientes.

    1. Minha empresa não tem conteúdo suficiente 

    Com tantas ferramentas de IA atualmente, criativos e escritores podem criar conteúdo na velocidade do pensamento.  Se você já usou o ChatGPT, sabe que é possível escrever um prompt e obter uma resposta, mas com a IA multimodal é diferente. Nela, os criadores podem fornecer um prompt de texto e pedir à IA para produzir uma imagem ou até mesmo um vídeo. E é isso que ferramentas como DALL-E, Midjourney e Stable Diffusion fazem.

    Ferramentas como o Adobe Experience Cloud oferecem recursos movidos por IA, como o Adobe Sensei, que automatizam grande parte do processo de personalização sem exigir conhecimento técnico profundo. Ele utiliza IA para análises preditivas, personalização e insights de dados. E com o Adobe Firefly, você pode criar vídeos de pessoas falando qualquer idioma do planeta simplesmente fornecendo um roteiro e um vídeo de 3 minutos da pessoa falando sua língua nativa.  Com a versão mais recente do Google Analytics (GA4) também usa machine learning para fornecer insights sobre o comportamento do cliente e possui modelos integrados de clustering e predição fáceis de usar.

    A IA não substituirá os profissionais de marketing, mas os profissionais de marketing que sabem usar IA substituirão aqueles que não sabem.

    1. Os dados da empresa estão desordenados

    Um dos maiores desafios para as empresas é fazer com que os dados sejam úteis tanto para humanos quanto para máquinas. Com a tendência crescente do mercado de se tornar mais orientado por dados e permitir que ambos melhorem suas decisões, o ritmo está acelerado. No entanto, quando bancos de dados são implementados ao longo dos anos, cada equipe configura o sistema para suas necessidades específicas: sistemas de automação de marketing para os marqueteiros, sistemas financeiros para as equipes de negócios e financeiras, e CRM para os vendedores.Como uma máquina esses sistemas muitas vezes quebram e vazam nas articulações.

    A nova categoria de software chamada Customer Data Platform (CDP) conecta os silos de dados dos clientes, criando uma visão única e acionável de cada cliente. Isso permite marketing personalizado, segmentação precisa e tomada de decisões em tempo real. Ao conectar essas ferramentas a plataformas de mensagem como WhatsApp, e-mail e SMS, os clientes respondem. 

    A McKinsey relata que empresas que se destacam na personalização geram 40% mais receita em comparação aos seus pares. Um estudo do Boston Consulting Group (BCG) descobriu que marcas que implementaram personalização em escala alcançaram aumentos de receita de seis a dez por cento.  

    E como um navio, esses sistemas quebram e vazam nas juntas. As empresas que quebram os silos e criam experiências conectadas para o cliente superam aquelas que não o fazem.

    1. Não podemos compartilhar nossos dados

    Com regulamentações globais como o GDPR e a LGPD no Brasil, muitas empresas sentem que a capacidade de coletar e compartilhar dados dos clientes está cada vez mais restrita. Porém, uma nova categoria de software chamada Data Clean Room permite compartilhar dados com parcerias comerciais de maneira responsável e ética, cerca de um terço das organizações de marketing nos EUA já adotaram essa tecnologia, segundo um estudo do Internet Advertising Bureau e MarTech.

    Por exemplo, imagine que um fabricante queira se associar a lojas de varejo e distribuidores que revendem seus produtos. Ambas as partes entram em um acordo legal, estabelecem regras sobre quem pode ver os dados, e colocam subconjuntos selecionados de seus dados na sala limpa de dados. Nenhuma das empresas pode ver todos os dados da outra, mas podem visualizar as sobreposições. Frequentemente, esses dados são anonimizados.

    O que fazem com esses insights? Podemos criar públicos para promoções, marketing por e-mail ou campanhas offline. Além disso, é possível entender melhor a eficiência dos esforços de marketing e enriquecer as informações que ambas as partes conhecem sobre cada cliente.

    O que os dados têm a ver com conteúdo? Os dados têm o poder de nos ajudar a criar histórias, e histórias têm o poder de nos inspirar. Por isso, os marqueteiros dizem que “o conteúdo é rei”, mas as marcas que conhecem e interagem significativamente com os clientes são as que vencem.

    Hoje, o marketing moderno permite que as empresas conheçam cada cliente e interajam no momento e lugar certos, com o conteúdo certo. Muitas marcas estão aproveitando a convergência entre tecnologia, hardware, software, dados e IA. Por exemplo, a Starbucks usa a plataforma de IA Deep Brew para analisar dados de compras e personalizar ofertas e recomendações, considerando fatores como clima e hora do dia.

    Essa abordagem funciona tanto para B2B quanto para B2C. O conhecimento íntimo sobre cada cliente e a capacidade de usar esse conhecimento para interagir de maneira relevante são fundamentais. Portanto, se o conteúdo é rei, a relevância é quem o faz reinar.

    Neste novo cenário do marketing digital, fica claro que a integração de tecnologia, IA e dados é fundamental para criar experiências personalizadas e impactantes. Marcas que conseguem entender e engajar seus clientes de maneira significativa estarão na vanguarda, aproveitando datas comerciais como a Black Friday para fortalecer suas estratégias. O futuro do marketing depende de nossa capacidade de inovar e se adaptar rapidamente, utilizando todas as ferramentas disponíveis para transformar dados em histórias relevantes e atraentes. 

    Assim, se o conteúdo é rei, a relevância é quem garante seu reinado.