Author: Renato Avelar

  • Por que o uso de dados vai redefinir a jornada do consumidor?

    Por que o uso de dados vai redefinir a jornada do consumidor?

    A transformação digital tem se configurado como um dos principais motores do varejo atualmente, exigindo que empresas e marcas invistam em soluções visando uma atuação eficaz no ambiente virtual. A digitalização, além de fortalecer e ampliar a visibilidade dos produtos e serviços, cria oportunidades para a inovação na experiência de compra, contribuindo para uma projeção de mais de US$100 trilhões para a economia global em 2025, segundo dados do Fórum Econômico Mundial,

    O avanço de Big Data é um exemplo claro dessa transformação, permitindo a identificação de padrões de comportamento e preferências dos consumidores. A partir do cruzamento e análise massiva de dados, passou-se a tornar possível personalizar ofertas e direcionar campanhas de forma individualizada, proporcionando uma experiência de compra mais relevante e atraente. Vale destacar que um importante divisor de águas entre utilização de dados de business intelligence e big data, além do volume de dados, é a possibilidade de tomada de decisão com base em dados do presente e não somente do passado, dado o alto poder de processamento de tecnologias utilizadas em Big Data. 

    Um dos exemplos mais notáveis de utilização desse recurso é a Amazon, que aplica algoritmos para sugerir produtos com base em compras anteriores e no perfil de cada usuário – às vezes, até mesmo elaborando indicações de acordo com produtos que já estão no seu carrinho. Não à toa, segundo a analista Mordor Intelligence, o mercado de Big Data no setor comercial esteve estimado em US$6,38 bilhões no ano passado e tem a projeção de atingir US$16,68 bilhões até 2029. Se confirmado o cenário, o montante representaria um crescimento anual médio de 21,2%.

    A eficiência operacional também é fortemente beneficiada pelo gerenciamento inteligente de dados. Ferramentas que otimizam o controle de estoque, as previsões de demanda e a logística são fundamentais para antecipar tendências de consumo e manter níveis ideais de operação, evitando excessos ou falta de insumos. Além disso, é necessário destacarmos ainda a integração de diversos canais de vendas – ou em outras palavras, a tão discutida omnicanalidade – no qual permite que o consumidor transite de uma loja online para uma física ou mobile sem interrupções. Assim, é possível consolidar uma jornada de compra fluida e facilitar para que a operação seja concluída ou até mesmo repetida. 

    Alguns dos maiores varejistas do mundo têm um algoritmo preditivo para logística que cruza os dados de localização do usuário, volume de acesso em página de determinados produtos, dados de carrinho e conversão estimada para adiantar o processo de fulfillment (ou seja, um conjunto de operações logísticas que envolve o pedido de um cliente até a entrega do produto). Assim, é possível separar os produtos no galpão logístico antes mesmo de os itens serem efetivamente comprados.

    Mas além dos impactos na operação, como aumentar também a fidelidade dos clientes por meio de dados? Primeiramente, captando clientes que têm tendência a serem mais fiéis. É possível analisar a base histórica de pedidos de uma companhia e entender quais itens trouxeram os clientes com maior recorrência de compras e realizar uma estratégia de elasticidade de preços nestes itens, entendendo qual a precificação ideal versus a concorrência existente para aumentar a conversão desses consumidores leais. 

    Um segundo ponto é entender o que motiva o cliente através dos dados, o que pode ser feito ao realizar pesquisas com a base de clientes e utilizar soluções gamificadas com ofertas baseadas nos resultados deste estudo. O método mais recomendado para utilização desse levantamento é o Octalysis, com questões como: Quais os propósitos do meu cliente? O que realiza o meu cliente? O que empodera meu cliente? O que gera sentimento de posse? O que é uma influência para o meu cliente? O que desperta curiosidade? Quais benefícios e vantagens meu cliente nunca gostaria de perder? Coletando esses dados e construindo uma estratégia de retenção, os resultados de fidelização certamente irão aumentar.  

    No entanto, a Big Data não gera essa revolução sozinha ou de forma isolada. Outros recursos – e aqui, claro que precisamos reforçar o protagonismo da inteligência artificial (IA) – assumem o papel como um diferencial competitivo fundamental para as marcas. A otimização gerada pela IA pode representar a redução de custos, a melhora na eficiência operacional e mais uma série de benefícios, porém  é a otimização  digital impulsionada por assistentes mais sofisticados que realmente tem o potencial de revolucionar os modelos de negócios. 

    Neste ponto, é importante diferenciarmos o que chamamos de otimização por IA e transformação digital. O primeiro foca no aumento de eficiência operacional, reduzindo custos e maximizando receita por meio de escala, mas sem afetar o centro da operação. Agora a transformação digital implica uma mudança total no modelo de negócio da empresa, impactando produtos e o core business da companhia. Ou seja, quando falamos de varejo, é necessário entender que a tecnologia, especialmente a IA, tem um poder revolucionário. Portanto, para aproveitá-lo da melhor forma, é necessário ir além e buscar ferramentas mais interativas e personalizadas.

    Contudo, o avanço tecnológico deve caminhar lado a lado com investimentos em segurança e privacidade de dados. A proteção de informações sensíveis por meio de autenticação biométrica, criptografia e sistemas automatizados de detecção de fraudes será essencial para manter a confiança e dados dos consumidores, além de resguardar a reputação das marcas.

    Fato é que, empresas que souberem integrar de forma eficaz a pesquisa contínua, o Big Data e os recursos tecnológicos mais atuais estarão melhor posicionadas para atender às elevadas expectativas dos consumidores. Em um mercado em constante movimentação, a digitalização é o caminho mais indicado para transformar desafios em oportunidades para os negócios.

  • Varejo e rentabilidade: como otimizar o bottom line?

    Varejo e rentabilidade: como otimizar o bottom line?

    O custo de aquisição de clientes (CAC) tornou-se um dos maiores desafios do varejo. Com a concorrência cada vez mais acirrada, a saturação do mercado e as mudanças nos algoritmos das plataformas de anúncios têm encarecido a captação de novos consumidores, o que exige estratégias mais eficazes para otimizar o retorno sobre o investimento (ROI) a longo prazo.

    A ascensão do comércio digital intensificou essa disputa por atenção e espaço publicitário. Hoje, lojistas competem não só com grandes players do varejo tradicional, mas também com marketplaces como Amazon e Mercado Livre, que impõem taxas altas para vendas nas plataformas e investem pesado em marketing. Somado a isso, o custo das ferramentas digitais, essenciais para conversão e personalização, também impactam o orçamento das empresas, deixando a conjuntura ainda mais desafiadora.

    Qual é o resultado de uma equação tão complexa como essa? A margem de lucro final — o chamado bottom line — tem sido cada vez mais pressionada no varejo, à medida que gestores buscam equilibrar investimentos em crescimento com eficiência operacional. Logo, as marcas enfrentam custos operacionais elevados, maior concorrência e um consumidor em constante transformação, o que dificulta a manutenção de operações viáveis. 

    No entanto, é possível obter margens mais lucrativas com estratégias que aumentem a conversão e reduzam o custo de aquisição de clientes. Um dos caminhos mais eficazes para isso é a combinação inteligente de mídia paga e estratégias orgânicas, como SEO e marketing de conteúdo. Mas nesse ponto é preciso atenção: a forma como essas abordagens são utilizadas faz toda a diferença nos resultados. A mídia paga, quando mal direcionada, pode se tornar um investimento caro e pouco sustentável.

    Gosto de trazer uma analogia do mundo fitness: a dependência exclusiva de anúncios pagos é como um atleta que usa anabolizantes sem uma rotina adequada de treino e alimentação.O crescimento pode ser rápido, mas não sustentável, e o custo no final é bem alto. No varejo, isso se traduz em investimentos excessivos em Google Ads e patrocínios nas redes sociais, sem um controle eficiente, resultando em um CAC elevado e comprometendo a rentabilidade, tanto a curto como longo prazo. 

    Por outro lado, o marketing orgânico é uma estratégia de longo prazo que visa crescimento sólido, eficiente e sustentável. Investir em SEO, conteúdo relevante e ranqueamento orgânico permite atrair clientes qualificados sem os custos elevados da mídia paga, reduzindo o CAC e gerando um fluxo contínuo de leads, o que resulta em uma conversão mais eficiente – como aquela pessoa que resolve mudar seu estilo de vida e adota uma rotina constante de exercícios e uma dieta saudável.

    Em suma, quando falamos de um mercado tão competitivo como o varejo, um modelo de investimento focado na eficiência e sustentabilidade é a chave para um crescimento constante e lucrativo. Para isso, os gestores devem  estar cientes que comunicação personalizada, uso de dados e automação para otimizar a jornada do consumidor, além de estratégias de retenção, como programas de fidelidade são essenciais para reduzir desperdícios em campanhas publicitárias e maximizar o bottom line de forma equilibrada. A busca por rentabilidade pode ser desafiadora, mas com os métodos certos é possível de ser alcançada e ampliada. 

  • Soluções end-to-end são alavancas para otimização de negócios

    Soluções end-to-end são alavancas para otimização de negócios

    Em um mercado cada vez mais competitivo, empresas têm buscado maneiras de reduzir a complexidade operacional à medida que também aumentem a eficiência. Nesse contexto, o termo end-to-end vem ganhando força no mundo corporativo. Com a promessa de integrar de ponta a ponta todos os processos de um negócio, do início até o fim da cadeia, o conceito se populariza devido à possibilidade de unificação e otimização do gerenciamento e execução das atividades empresariais. 

    Mas o que realmente significa implementar uma solução que cobre tudo? E como tal abordagem pode transformar o modo como as companhias operam, gerando resultados mais ágeis e precisos? O grande segredo está na eliminação da necessidade de várias integrações com terceiros. Isso porque, a adoção de um ecossistema único por uma instituição significa que ela precisará de menos parceiros para realizar serviços ou fornecer produtos, já que ela terá “tudo em um”. 

    Ou seja, empresas que aderem às soluções end-to-end unificam diversas funções fundamentais para o funcionamento, como gestão de vendas, logística, contabilidade e atendimento ao cliente, em uma única plataforma. Estamos falando de uma vantagem estratégica crucial: maior controle e visibilidade sobre processos, o que, consequentemente, gera maior eficiência e redução de custos.

    Benefícios de ponta a ponta

    Segundo a Deloitte, uma abordagem desenvolvida a partir de um ecossistema integrado simplifica processos e também contribui para a melhora da compatibilidade de dados e a automação dos mesmos. Isso torna o fluxo de informações mais eficiente e reduz drasticamente a possibilidade de erros manuais. Além disso, soluções end-to-end contribuem para a inovação ao oferecer as tecnologias mais modernas do mercado.

    Com relação à questão econômica, ao reduzir a dependência de múltiplos fornecedores e plataformas, as companhias conseguem cortar taxas relacionadas à integração, suporte técnico e licenciamento das diferentes soluções. Para se ter uma ideia do impacto, um estudo da empresa de desenvolvimento web OSDB revela que soluções end-to-end permitem uma economia de até 70% nos custos de implementação e manutenção de sistemas quando comparadas com a utilização fragmentada de fornecedores.

    Avaliando no quesito operacional, plataformas end-to-end representam uma alavanca para otimização dos processos. Um exemplo prático disso pode ser dado diante da transformação de cadeias de suprimentos, onde a simples adoção de aplicações integradas já possibilita uma melhor gestão do fluxo de produtos. Com uma visualização mais abrangente proporcionada pela tecnologia, a empresa assegura uma maior agilidade e capacidade de resposta às mudanças nas demandas. 

    A compreensão desse cenário ajuda a entender a popularização do conceito end-to-end no mundo corporativo. A tendência se apoia numa visão holística capaz de atender a necessidade estratégica por agilidade, eficiência e competitividade. Adotar o conceito é a garantia de que cada parte do ecossistema empresarial está alinhado ao sucesso do negócio. Afinal, por que se contentar apenas com partes fragmentadas quando você pode ter o todo e de forma 100% integrada?