Category: Dicas

  • Reflexões para o Dia do Consumidor

    Reflexões para o Dia do Consumidor

    Há poucos anos, os consumidores tinham por hábito comprar por impulso, sem muita pesquisa, confiando cegamente na propaganda. Agora, pense nesse mesmo consumidor em 2025. Ele compara preços em tempo real, lê avaliações, exige entrega rápida e, mais do que nunca, quer saber o impacto socioambiental daquilo que está comprando. Pois é, o jogo virou. E o mercado está se adaptando – ou ficando para trás.

    O Dia do Consumidor, celebrado em 15 de março, não é mais apenas um pretexto para promoções e campanhas de marketing. Ele se tornou um termômetro das relações de consumo, evidenciando um cenário em constante mutação. Segundo a Confederação Nacional do Comércio (CNC), as vendas no varejo digital cresceram 12% em 2024, enquanto o varejo físico avançou apenas 3%. Isso reforça o que já sabíamos: quem não está no digital, está perdendo espaço.

    Outro dado interessante vem da Associação Brasileira de Comércio Eletrônico (ABComm). Cerca de 78% dos consumidores abandonam o carrinho de compras antes de finalizar a transação (2023). O motivo? Experiência ruim, prazos longos de entrega e preços incompatíveis com o mercado. Ou seja, conquistar um cliente nunca foi tão difícil, e perdê-lo nunca foi tão fácil.

    E existe um fenômeno ainda mais relevante: a ascensão do consumidor consciente. Um estudo da Nielsen (2024) indica que 73% dos brasileiros preferem marcas com compromissos ambientais e sociais claros. O rótulo “sustentável” deixou de ser diferencial e virou exigência. Empresas que não demonstram práticas responsáveis correm o risco de serem descartadas sem hesitação.

    O que isso significa para o mercado? Simples, ou se adapta ou se torna irrelevante. Quem investe em tecnologia, logística eficiente e práticas sustentáveis está surfando nessa onda. Um bom exemplo é o avanço dos marketplaces, que oferecem múltiplas opções em um único ambiente e desafiam o varejo tradicional a elevar seu nível de serviço. Enquanto isso, empresas que ignoram essas mudanças ficam reféns de um modelo de negócio cada vez menos viável.

    A experiência do consumidor também está sendo redefinida. Se antes as marcas ditavam as regras, agora são os consumidores que comandam a narrativa. Chatbots com inteligência artificial, programas de fidelidade personalizados e entregas ultrarrápidas estão moldando essa nova realidade. Mas é importante ter atenção, pois tecnologia sem humanização pode gerar desconfiança. A personalização deve ir além de recomendações baseadas em algoritmos – precisa criar conexão genuína.

    No fim das contas, o Dia do Consumidor de 2025 não deve ser lembrado apenas sob o aspecto do consumo. Devemos refletir sobre um mercado que precisa evoluir para acompanhar um cliente cada vez mais exigente, informado e consciente. O jogo mudou, e só quem entender essa nova dinâmica vai continuar no tabuleiro.

  • Reflexões para o Dia do Consumidor

    Reflexões para o Dia do Consumidor

    Há poucos anos, os consumidores tinham por hábito comprar por impulso, sem muita pesquisa, confiando cegamente na propaganda. Agora, pense nesse mesmo consumidor em 2025. Ele compara preços em tempo real, lê avaliações, exige entrega rápida e, mais do que nunca, quer saber o impacto socioambiental daquilo que está comprando. Pois é, o jogo virou. E o mercado está se adaptando – ou ficando para trás.

    O Dia do Consumidor, celebrado em 15 de março, não é mais apenas um pretexto para promoções e campanhas de marketing. Ele se tornou um termômetro das relações de consumo, evidenciando um cenário em constante mutação. Segundo a Confederação Nacional do Comércio (CNC), as vendas no varejo digital cresceram 12% em 2024, enquanto o varejo físico avançou apenas 3%. Isso reforça o que já sabíamos: quem não está no digital, está perdendo espaço.

    Outro dado interessante vem da Associação Brasileira de Comércio Eletrônico (ABComm). Cerca de 78% dos consumidores abandonam o carrinho de compras antes de finalizar a transação (2023). O motivo? Experiência ruim, prazos longos de entrega e preços incompatíveis com o mercado. Ou seja, conquistar um cliente nunca foi tão difícil, e perdê-lo nunca foi tão fácil.

    E existe um fenômeno ainda mais relevante: a ascensão do consumidor consciente. Um estudo da Nielsen (2024) indica que 73% dos brasileiros preferem marcas com compromissos ambientais e sociais claros. O rótulo “sustentável” deixou de ser diferencial e virou exigência. Empresas que não demonstram práticas responsáveis correm o risco de serem descartadas sem hesitação.

    O que isso significa para o mercado? Simples, ou se adapta ou se torna irrelevante. Quem investe em tecnologia, logística eficiente e práticas sustentáveis está surfando nessa onda. Um bom exemplo é o avanço dos marketplaces, que oferecem múltiplas opções em um único ambiente e desafiam o varejo tradicional a elevar seu nível de serviço. Enquanto isso, empresas que ignoram essas mudanças ficam reféns de um modelo de negócio cada vez menos viável.

    A experiência do consumidor também está sendo redefinida. Se antes as marcas ditavam as regras, agora são os consumidores que comandam a narrativa. Chatbots com inteligência artificial, programas de fidelidade personalizados e entregas ultrarrápidas estão moldando essa nova realidade. Mas é importante ter atenção, pois tecnologia sem humanização pode gerar desconfiança. A personalização deve ir além de recomendações baseadas em algoritmos – precisa criar conexão genuína.

    No fim das contas, o Dia do Consumidor de 2025 não deve ser lembrado apenas sob o aspecto do consumo. Devemos refletir sobre um mercado que precisa evoluir para acompanhar um cliente cada vez mais exigente, informado e consciente. O jogo mudou, e só quem entender essa nova dinâmica vai continuar no tabuleiro.

  • Tallis Gomes está errado: Trabalho remoto não é coisa de vagabundo

    Tallis Gomes está errado: Trabalho remoto não é coisa de vagabundo

    Foi chocante, para não dizer outra coisa, o que o executivo Tallis Gomes disse sobre o trabalho remoto há um tempo: “(…) é impossível construir qualquer coisa nesse modelo. Não seja refém de vagabundo que quer ficar enrolando em casa”. Infelizmente, pensamentos como esses refletem um grande preconceito que parte do mercado ainda carrega. Para quem desempenha suas atividades dessa forma, é comum ouvir gracejos insinuando que não fazemos nada ou então que somos enroladores profissionais. Quem pensa assim está enganado e vou te provar o porquê.

    Um primeiro ponto a ser considerado é o quanto o trabalho remoto faz bem para as pessoas. Estudo conduzido pela Universidade de São Paulo e FIA Business School aponta que 94% dos profissionais que desempenham suas atividades dessa forma dizem que sua qualidade de vida melhorou. Isso acontece porque alguns entraves acabam de fora, como as longas horas de deslocamento de casa até a empresa, uma realidade muito cruel principalmente em companhias localizadas em grandes cidades como São Paulo e Rio de Janeiro. Equilíbrio e qualidade de vida não significam “enrolação” e sim motivação. 

    Além disso, dar expediente direto do lar ainda possibilita mais tempo com a família, promovendo uma autonomia maior para equilibrar as vidas profissional e pessoal. Por esse motivo, trabalhando sem o cansaço físico e com mais tempo para se dedicar a projetos pessoais, os colaboradores acabam mais motivados e dispostos a darem o seu melhor na empresa. E como concluiu uma pesquisa feita pela consultoria Right Management, após consultar 30 mil pessoas de 15 países, pessoas motivadas produzem 50% mais.

    E isso é corroborado também pelas empresas, já que um estudo realizado pela EY, mostrou que 74% dos empregadores também notaram uma eficiência maior nos últimos anos. Indo mais além, o Brasil é um dos líderes no índice mundial de turnover, com dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (CAGED) apontando que a taxa nacional chega a 56%. Com a adoção do trabalho remoto, esse número tende a despencar, já que uma pesquisa da Robert Half mostra que 80% dos brasileiros desejam justamente um melhor equilíbrio entre vida pessoal e profissional para se sentirem mais felizes em suas carreiras. 

    Dados do relatório de transformação digital da América Latina apontam que empresas adeptas do trabalho remoto enxergam um aumento de produtividade 41% maior do que aquelas que mal permitem as atividades em casa. Isso acontece porque, no lar, as pessoas tendem a trabalhar mais, o que beneficia as companhias. Isso é o que mostra estudo do Departamento Nacional de Pesquisas Econômicas dos Estados Unidos, que atestou que os colaboradores que desempenham suas funções de casa acabam trabalhando, em média, 48 minutos a mais.

    Outro ponto que vale a pena ser trazido para a discussão é a questão da diversidade e o aumento de oportunidades de emprego a pessoas que vivem longe dos grandes centros. Quando o presencial ainda era a tônica, uma empresa de São Paulo, por exemplo, só contava com colaboradores que residiam na mesma cidade por conta da logística. Com o trabalho remoto, pessoas de regiões distantes têm chances iguais de trabalho em grandes companhias sem, para isso, precisarem encarar uma mudança não programada de município. 

    Com isso, aumenta-se o intercâmbio de ideias entre pessoas de diferentes regiões do Brasil, possibilitando o acesso a culturas distintas que, de quebra, colaboram para que o ambiente corporativo seja mais inclusivo. Segundo um levantamento da Mckinsey mostra que times diversos étnica, regional e culturalmente tem 33% a mais de chance de terem maiores resultados, justamente por aumentar a criatividade e a capacidade de resolução de problemas das companhias. Principalmente em tecnologia, times diversos trazem mais inovação e disrupção.

    Em relação à cultura organizacional, que muitos alegam ser algo impossível de se construir no trabalho remoto, eu também discordo. A Impulso é o maior exemplo disso. Nascemos há 14 anos e sempre fomos 100% remotos. Temos uma cultura extremamente forte baseada em liberdade com responsabilidade. É possível, sim, construir cultura no remoto desde que o remoto seja a cultura. 

    Ir contra o trabalho remoto é um retrocesso. Lideranças, como o Tallis Gomes, aplicam o modelo que acreditarem ser o melhor modelo para os seus negócios, porém isto não quer dizer que o remoto não funciona. Está mais do que provado que funciona. Vide quase 2 anos de pandemia. Muitas vezes tendemos a culpabilizar o “o que” e não o “como”. A produtividade ter caído enquanto a empresa estava operando remotamente também não quer dizer que o modelo é ruim. A própria Meta nos mostra isso. 

    Mark Zuckerberg, em setembro de 2023, anunciou que funcionários da Meta teriam que dar adeus ao home office para retornar ao escritório. O que alegou? Problemas de produtividade, afirmando que 2024 seria o “Ano da Eficiência”. Agora, em janeiro deste ano, o executivo vai a público novamente, desta vez para comunicar que a gigante de tecnologia fará provavelmente a maior onda de demissão em massa da sua história. Quase 4 mil funcionários serão cortados. Praticamente 5% da sua força de trabalho global. E qual é a justificativa dada? “Mau desempenho”. Ou seja, o problema não era o remoto.

    O problema geralmente está na gestão. É preciso entender que modelos diferentes requerem formatos de gestão diferentes. O maior erro está em tentar aplicar a mesma maneira em que se fazia a gestão do time no presencial para o modelo remoto. As rotinas, processos, fluxos, a comunicação, e até mesmo o ferramental, tem que ser diferentes. A Impulso não saiu de zero para mais de R$ 50 milhões de faturamento apesar do remoto e sim por conta de gestão e cultura fortes proporcionadas justamente pelo remoto.

  • Tallis Gomes está errado: Trabalho remoto não é coisa de vagabundo

    Tallis Gomes está errado: Trabalho remoto não é coisa de vagabundo

    Foi chocante, para não dizer outra coisa, o que o executivo Tallis Gomes disse sobre o trabalho remoto há um tempo: “(…) é impossível construir qualquer coisa nesse modelo. Não seja refém de vagabundo que quer ficar enrolando em casa”. Infelizmente, pensamentos como esses refletem um grande preconceito que parte do mercado ainda carrega. Para quem desempenha suas atividades dessa forma, é comum ouvir gracejos insinuando que não fazemos nada ou então que somos enroladores profissionais. Quem pensa assim está enganado e vou te provar o porquê.

    Um primeiro ponto a ser considerado é o quanto o trabalho remoto faz bem para as pessoas. Estudo conduzido pela Universidade de São Paulo e FIA Business School aponta que 94% dos profissionais que desempenham suas atividades dessa forma dizem que sua qualidade de vida melhorou. Isso acontece porque alguns entraves acabam de fora, como as longas horas de deslocamento de casa até a empresa, uma realidade muito cruel principalmente em companhias localizadas em grandes cidades como São Paulo e Rio de Janeiro. Equilíbrio e qualidade de vida não significam “enrolação” e sim motivação. 

    Além disso, dar expediente direto do lar ainda possibilita mais tempo com a família, promovendo uma autonomia maior para equilibrar as vidas profissional e pessoal. Por esse motivo, trabalhando sem o cansaço físico e com mais tempo para se dedicar a projetos pessoais, os colaboradores acabam mais motivados e dispostos a darem o seu melhor na empresa. E como concluiu uma pesquisa feita pela consultoria Right Management, após consultar 30 mil pessoas de 15 países, pessoas motivadas produzem 50% mais.

    E isso é corroborado também pelas empresas, já que um estudo realizado pela EY, mostrou que 74% dos empregadores também notaram uma eficiência maior nos últimos anos. Indo mais além, o Brasil é um dos líderes no índice mundial de turnover, com dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (CAGED) apontando que a taxa nacional chega a 56%. Com a adoção do trabalho remoto, esse número tende a despencar, já que uma pesquisa da Robert Half mostra que 80% dos brasileiros desejam justamente um melhor equilíbrio entre vida pessoal e profissional para se sentirem mais felizes em suas carreiras. 

    Dados do relatório de transformação digital da América Latina apontam que empresas adeptas do trabalho remoto enxergam um aumento de produtividade 41% maior do que aquelas que mal permitem as atividades em casa. Isso acontece porque, no lar, as pessoas tendem a trabalhar mais, o que beneficia as companhias. Isso é o que mostra estudo do Departamento Nacional de Pesquisas Econômicas dos Estados Unidos, que atestou que os colaboradores que desempenham suas funções de casa acabam trabalhando, em média, 48 minutos a mais.

    Outro ponto que vale a pena ser trazido para a discussão é a questão da diversidade e o aumento de oportunidades de emprego a pessoas que vivem longe dos grandes centros. Quando o presencial ainda era a tônica, uma empresa de São Paulo, por exemplo, só contava com colaboradores que residiam na mesma cidade por conta da logística. Com o trabalho remoto, pessoas de regiões distantes têm chances iguais de trabalho em grandes companhias sem, para isso, precisarem encarar uma mudança não programada de município. 

    Com isso, aumenta-se o intercâmbio de ideias entre pessoas de diferentes regiões do Brasil, possibilitando o acesso a culturas distintas que, de quebra, colaboram para que o ambiente corporativo seja mais inclusivo. Segundo um levantamento da Mckinsey mostra que times diversos étnica, regional e culturalmente tem 33% a mais de chance de terem maiores resultados, justamente por aumentar a criatividade e a capacidade de resolução de problemas das companhias. Principalmente em tecnologia, times diversos trazem mais inovação e disrupção.

    Em relação à cultura organizacional, que muitos alegam ser algo impossível de se construir no trabalho remoto, eu também discordo. A Impulso é o maior exemplo disso. Nascemos há 14 anos e sempre fomos 100% remotos. Temos uma cultura extremamente forte baseada em liberdade com responsabilidade. É possível, sim, construir cultura no remoto desde que o remoto seja a cultura. 

    Ir contra o trabalho remoto é um retrocesso. Lideranças, como o Tallis Gomes, aplicam o modelo que acreditarem ser o melhor modelo para os seus negócios, porém isto não quer dizer que o remoto não funciona. Está mais do que provado que funciona. Vide quase 2 anos de pandemia. Muitas vezes tendemos a culpabilizar o “o que” e não o “como”. A produtividade ter caído enquanto a empresa estava operando remotamente também não quer dizer que o modelo é ruim. A própria Meta nos mostra isso. 

    Mark Zuckerberg, em setembro de 2023, anunciou que funcionários da Meta teriam que dar adeus ao home office para retornar ao escritório. O que alegou? Problemas de produtividade, afirmando que 2024 seria o “Ano da Eficiência”. Agora, em janeiro deste ano, o executivo vai a público novamente, desta vez para comunicar que a gigante de tecnologia fará provavelmente a maior onda de demissão em massa da sua história. Quase 4 mil funcionários serão cortados. Praticamente 5% da sua força de trabalho global. E qual é a justificativa dada? “Mau desempenho”. Ou seja, o problema não era o remoto.

    O problema geralmente está na gestão. É preciso entender que modelos diferentes requerem formatos de gestão diferentes. O maior erro está em tentar aplicar a mesma maneira em que se fazia a gestão do time no presencial para o modelo remoto. As rotinas, processos, fluxos, a comunicação, e até mesmo o ferramental, tem que ser diferentes. A Impulso não saiu de zero para mais de R$ 50 milhões de faturamento apesar do remoto e sim por conta de gestão e cultura fortes proporcionadas justamente pelo remoto.

  • Aumento da fiscalização da ANPD coloca empresas na parede

    Aumento da fiscalização da ANPD coloca empresas na parede

    Mesmo após tantos anos desde a implementação da Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) no Brasil, muitas empresas continuam descumprindo a norma. A LGPD, que entrou em vigor em setembro de 2020, foi criada com o objetivo de proteger os dados pessoais dos cidadãos brasileiros, estabelecendo regras claras sobre como as empresas devem coletar, armazenar e tratar essas informações. No entanto, apesar do tempo decorrido, muitas empresas avançaram pouco na implementação da norma.

    Recentemente, a Autoridade Nacional de Proteção de Dados (ANPD) intensificou a fiscalização sobre as empresas que não possuem um encarregado de dados, também conhecido como Data Protection Officer (DPO). A falta de um DPO é uma das principais infrações identificadas, já que este profissional é essencial para garantir que a empresa esteja em conformidade com a LGPD. O DPO atua como um intermediário entre a empresa, os titulares dos dados e a ANPD, sendo responsável por monitorar o cumprimento das políticas de proteção de dados e por orientar a organização sobre as melhores práticas.

    E esses dados podem ser apenas a “ponta do iceberg”. Na realidade, ninguém sabe qual é o número de empresas que ainda não aderiram à norma. Não há um levantamento oficial único que consolide os números exatos de todas as empresas não aderentes à LGPD Pesquisas independentes apontam que, em termos gerais, o percentual pode variar entre 60% e 70% das empresas brasileiras, especialmente entre as de pequeno e médio porte. No caso das grandes, o número é ainda maior, podendo chegar a 80%.  

    Por que a falta de um DPO faz diferença

    Em 2024, seguramente o Brasil ultrapassou o número de 700 milhões de ataques de cibercriminosos. Estima-se que ocorram quase 1.400 golpes por minuto e, claro, as empresas são os principais alvos dos criminosos. Crimes como o ransomware – no qual geralmente os dados se tornam “reféns” e que, para que não sejam publicados online, as empresas precisam pagar uma enorme soma financeira, se tornaram corriqueiros. Mas até quando o sistema – as vítimas e as seguradoras – vão suportar tamanho volume de ataques?

    Não há como responder essa pergunta de maneira apropriada, ainda mais quando as próprias vítimas deixam de tomar as ações necessárias para a proteção das informações. A falta de um profissional focado na proteção de dados ou, em algumas situações, quando o suposto responsável pela área acumula tantas funções que não consegue desempenhar essa atividade de forma satisfatória, agrava ainda mais essa situação.  

    É claro que a designação de um encarregado, por si só, não resolve todos os desafios de adequação, mas mostra que a empresa está empenhada em estruturar um conjunto de práticas coerentes com a LGPD. Entretanto, essa falta de priorização não reflete apenas em possibilidade de sanções, mas também em riscos reais de incidentes de segurança, que vão gerar um prejuízo considerável. As multas aplicáveis pela ANPD são apenas uma parte do problema, pois as perdas intangíveis, como a confiança do mercado, podem ser ainda mais dolorosas. Nesse panorama, a fiscalização mais intensa é vista como uma ação necessária para reforçar os mecanismos de cumprimento da legislação e incentivar as organizações a colocarem a privacidade dos titulares em pauta.  

    Contratar um DPO ou terceirizar?

    Contratar um DPO em tempo integral pode ser uma tarefa complicada, pois nem sempre há a demanda ou interesse em se alocar recursos internos para essa demanda.  

    Neste sentido, a terceirização vem sendo apontada como uma solução para empresas que desejam cumprir a legislação de forma efetiva, mas não dispõem de uma grande estrutura ou de recursos para manter um time multidisciplinar voltado à proteção de dados. Quando se recorre a um prestador de serviços especializado, a empresa ganha acesso a profissionais que têm mais experiência para lidar com os requisitos da LGPD em diferentes setores do mercado. Além disso, com um responsável externo a empresa passa a encarar a proteção de dados como algo integrado à estratégia, em vez de um problema pontual que só recebe atenção quando chega uma notificação ou quando ocorre algum vazamento.  

    Isso contribui para a criação de processos robustos sem que seja necessário um investimento volumoso em recrutamento, treinamento e retenção de talentos. A terceirização do encarregado de dados vai além de simplesmente nomear uma pessoa de fora. O prestador costuma fornecer consultoria contínua, realizando atividades de mapeamento e análise de risco, auxiliando na elaboração de políticas internas, conduzindo treinamentos para as equipes e acompanhando a evolução da legislação e das normativas da ANPD.  

    Além disso, há a vantagem de se contar com uma equipe que já possui vivência em casos práticos, o que reduz a curva de aprendizado e ajuda a prevenir incidentes que poderiam gerar multas ou danos à reputação.  

    Até onde vai a responsabilidade do DPO terceirizado

    É importante destacar que a terceirização não exime a organização de suas responsabilidades legais. A ideia é que a empresa mantenha o compromisso de garantir a segurança dos dados que coleta e trata, pois a legislação brasileira deixa claro que a responsabilidade sobre incidentes não recai apenas sobre o encarregado, mas sobre a instituição como um todo.  

    O que a terceirização faz é oferecer um suporte profissionalizado, que entende os caminhos necessários para manter a organização em linha com a LGPD. A prática de delegar esse tipo de tarefa para um parceiro externo já é adotada em outros países, onde a proteção de dados se tornou um ponto crítico de gestão de riscos e governança corporativa. A União Europeia, por exemplo, com o Regulamento Geral de Proteção de Dados, exige que muitas empresas nomeiem um encarregado de proteção de dados. Lá, diversas empresas optaram pela terceirização do serviço com a contratação de consultorias especializadas, trazendo a expertise para “dentro de casa”, sem precisar criar todo um departamento para isso.  

    O encarregado, de acordo com a legislação, precisa ter autonomia para reportar falhas e propor melhorias, e parte das diretrizes internacionais sugere que o profissional deva estar livre de pressões internas que limitem sua capacidade de fiscalização. As consultorias que oferecem esse serviço desenvolvem contratos e metodologias de trabalho que asseguram esse tipo de independência, mantendo uma comunicação transparente com os gestores e estabelecendo critérios claros de governança.  

    Esse mecanismo protege tanto a empresa quanto o próprio profissional, que precisa ter a liberdade de indicar vulnerabilidades mesmo que isso vá contra práticas consolidadas dentro de determinado setor ou departamento.  

    A intensificação da fiscalização da ANPD é um sinal de que o cenário de tolerância está dando lugar a uma postura mais firme, e quem optar por não tratar desse problema agora poderá enfrentar consequências mais pesadas em um futuro não muito distante.  

    Para as empresas que desejam um caminho mais seguro, a terceirização é uma escolha capaz de equilibrar custo, eficiência e confiabilidade. Com esse tipo de parceria, é possível corrigir lacunas no ambiente interno e estruturar uma rotina de compliance que irá proteger a empresa tanto das sanções quanto dos riscos associados à falta de transparência e de segurança em relação aos dados pessoais que estão sob sua responsabilidade.

  • Aumento da fiscalização da ANPD coloca empresas na parede

    Aumento da fiscalização da ANPD coloca empresas na parede

    Mesmo após tantos anos desde a implementação da Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) no Brasil, muitas empresas continuam descumprindo a norma. A LGPD, que entrou em vigor em setembro de 2020, foi criada com o objetivo de proteger os dados pessoais dos cidadãos brasileiros, estabelecendo regras claras sobre como as empresas devem coletar, armazenar e tratar essas informações. No entanto, apesar do tempo decorrido, muitas empresas avançaram pouco na implementação da norma.

    Recentemente, a Autoridade Nacional de Proteção de Dados (ANPD) intensificou a fiscalização sobre as empresas que não possuem um encarregado de dados, também conhecido como Data Protection Officer (DPO). A falta de um DPO é uma das principais infrações identificadas, já que este profissional é essencial para garantir que a empresa esteja em conformidade com a LGPD. O DPO atua como um intermediário entre a empresa, os titulares dos dados e a ANPD, sendo responsável por monitorar o cumprimento das políticas de proteção de dados e por orientar a organização sobre as melhores práticas.

    E esses dados podem ser apenas a “ponta do iceberg”. Na realidade, ninguém sabe qual é o número de empresas que ainda não aderiram à norma. Não há um levantamento oficial único que consolide os números exatos de todas as empresas não aderentes à LGPD Pesquisas independentes apontam que, em termos gerais, o percentual pode variar entre 60% e 70% das empresas brasileiras, especialmente entre as de pequeno e médio porte. No caso das grandes, o número é ainda maior, podendo chegar a 80%.  

    Por que a falta de um DPO faz diferença

    Em 2024, seguramente o Brasil ultrapassou o número de 700 milhões de ataques de cibercriminosos. Estima-se que ocorram quase 1.400 golpes por minuto e, claro, as empresas são os principais alvos dos criminosos. Crimes como o ransomware – no qual geralmente os dados se tornam “reféns” e que, para que não sejam publicados online, as empresas precisam pagar uma enorme soma financeira, se tornaram corriqueiros. Mas até quando o sistema – as vítimas e as seguradoras – vão suportar tamanho volume de ataques?

    Não há como responder essa pergunta de maneira apropriada, ainda mais quando as próprias vítimas deixam de tomar as ações necessárias para a proteção das informações. A falta de um profissional focado na proteção de dados ou, em algumas situações, quando o suposto responsável pela área acumula tantas funções que não consegue desempenhar essa atividade de forma satisfatória, agrava ainda mais essa situação.  

    É claro que a designação de um encarregado, por si só, não resolve todos os desafios de adequação, mas mostra que a empresa está empenhada em estruturar um conjunto de práticas coerentes com a LGPD. Entretanto, essa falta de priorização não reflete apenas em possibilidade de sanções, mas também em riscos reais de incidentes de segurança, que vão gerar um prejuízo considerável. As multas aplicáveis pela ANPD são apenas uma parte do problema, pois as perdas intangíveis, como a confiança do mercado, podem ser ainda mais dolorosas. Nesse panorama, a fiscalização mais intensa é vista como uma ação necessária para reforçar os mecanismos de cumprimento da legislação e incentivar as organizações a colocarem a privacidade dos titulares em pauta.  

    Contratar um DPO ou terceirizar?

    Contratar um DPO em tempo integral pode ser uma tarefa complicada, pois nem sempre há a demanda ou interesse em se alocar recursos internos para essa demanda.  

    Neste sentido, a terceirização vem sendo apontada como uma solução para empresas que desejam cumprir a legislação de forma efetiva, mas não dispõem de uma grande estrutura ou de recursos para manter um time multidisciplinar voltado à proteção de dados. Quando se recorre a um prestador de serviços especializado, a empresa ganha acesso a profissionais que têm mais experiência para lidar com os requisitos da LGPD em diferentes setores do mercado. Além disso, com um responsável externo a empresa passa a encarar a proteção de dados como algo integrado à estratégia, em vez de um problema pontual que só recebe atenção quando chega uma notificação ou quando ocorre algum vazamento.  

    Isso contribui para a criação de processos robustos sem que seja necessário um investimento volumoso em recrutamento, treinamento e retenção de talentos. A terceirização do encarregado de dados vai além de simplesmente nomear uma pessoa de fora. O prestador costuma fornecer consultoria contínua, realizando atividades de mapeamento e análise de risco, auxiliando na elaboração de políticas internas, conduzindo treinamentos para as equipes e acompanhando a evolução da legislação e das normativas da ANPD.  

    Além disso, há a vantagem de se contar com uma equipe que já possui vivência em casos práticos, o que reduz a curva de aprendizado e ajuda a prevenir incidentes que poderiam gerar multas ou danos à reputação.  

    Até onde vai a responsabilidade do DPO terceirizado

    É importante destacar que a terceirização não exime a organização de suas responsabilidades legais. A ideia é que a empresa mantenha o compromisso de garantir a segurança dos dados que coleta e trata, pois a legislação brasileira deixa claro que a responsabilidade sobre incidentes não recai apenas sobre o encarregado, mas sobre a instituição como um todo.  

    O que a terceirização faz é oferecer um suporte profissionalizado, que entende os caminhos necessários para manter a organização em linha com a LGPD. A prática de delegar esse tipo de tarefa para um parceiro externo já é adotada em outros países, onde a proteção de dados se tornou um ponto crítico de gestão de riscos e governança corporativa. A União Europeia, por exemplo, com o Regulamento Geral de Proteção de Dados, exige que muitas empresas nomeiem um encarregado de proteção de dados. Lá, diversas empresas optaram pela terceirização do serviço com a contratação de consultorias especializadas, trazendo a expertise para “dentro de casa”, sem precisar criar todo um departamento para isso.  

    O encarregado, de acordo com a legislação, precisa ter autonomia para reportar falhas e propor melhorias, e parte das diretrizes internacionais sugere que o profissional deva estar livre de pressões internas que limitem sua capacidade de fiscalização. As consultorias que oferecem esse serviço desenvolvem contratos e metodologias de trabalho que asseguram esse tipo de independência, mantendo uma comunicação transparente com os gestores e estabelecendo critérios claros de governança.  

    Esse mecanismo protege tanto a empresa quanto o próprio profissional, que precisa ter a liberdade de indicar vulnerabilidades mesmo que isso vá contra práticas consolidadas dentro de determinado setor ou departamento.  

    A intensificação da fiscalização da ANPD é um sinal de que o cenário de tolerância está dando lugar a uma postura mais firme, e quem optar por não tratar desse problema agora poderá enfrentar consequências mais pesadas em um futuro não muito distante.  

    Para as empresas que desejam um caminho mais seguro, a terceirização é uma escolha capaz de equilibrar custo, eficiência e confiabilidade. Com esse tipo de parceria, é possível corrigir lacunas no ambiente interno e estruturar uma rotina de compliance que irá proteger a empresa tanto das sanções quanto dos riscos associados à falta de transparência e de segurança em relação aos dados pessoais que estão sob sua responsabilidade.

  • Os principais erros durante a jornada do consumidor

    Os principais erros durante a jornada do consumidor

    Antes mais reativo durante as relações de consumo, agora os clientes costumam ditar as regras junto às empresas. Um estudo da McKinsey & Company mostrou, por exemplo, que 71% dos usuários esperam interações personalizadas das companhias, sendo que 76% se sentem frustrados quando isso não ocorre. Aliado a isso, levantamento da Accenture aponta que 91% dos consumidores têm mais chances de comprar daqueles que fazem ofertas e recomendações relevantes e que tenham a ver com seus gostos.

    Por esse motivo, empresas de diversos segmentos têm investido em aprimorar cada vez mais a jornada do consumidor em suas plataformas. Geralmente, esse caminho se divide nas etapas: consciência, consideração, decisão e compra. Entendendo bem cada tópico, além de oferecerem soluções personalizadas que se encaixem no dia a dia de seu público-alvo, essas companhias conseguem entender melhor o canal e o momento mais adequado para fazer isso, fidelizando seus usuários. Para se ter uma ideia, estudo do Boston Consulting Group mostra que as companhias líderes em Customer Experience  (CX) crescem 190% a mais que a média.

    No entanto, alguns equívocos ainda são cometidos durante esse processo. Isso pode acarretar em prejuízos e perda de clientes importantes, que não se sentem respeitados ou representados por determinada marca. Isso é comprovado pela pesquisa Anuário do Gestor: CX Trends 2024, que mostra que 58% dos consumidores abandonam uma marca após uma experiência negativa.

    Dessa maneira, a fim de educar as companhias brasileiras a terem uma jornada do consumidor perfeita e sem ruídos, seguem abaixo os principais erros a serem evitados durante essa etapa:

    • Abordagem fragmentada

    Muitas empresas costumam lidar com diversos fornecedores e contratos no gerenciamento da jornada do consumidor. Pegando players que oferecem serviços financeiros como exemplo, existem processos valiosos como KYC (Know Your Customer), análises de crédito e até mesmo estimativas de renda e avaliações preditivas.

    Porém, em alguns casos, esse grande conjunto de informações acaba muito fragmentado e deixa o trabalho ineficiente, já que dados relevantes podem ser armazenados em sistemas diferentes, o que gera retrabalhos e dificulta a elaboração de insights mais assertivos. Além disso, a utilização de múltiplas plataformas acarreta em um custo muito elevado para o negócio. 

    Aqui, a dica mais importante é tentar centralizar tudo, de preferência contratando uma uma solução unificada que integre todas essas capacidades em uma só plataforma. Assim, o player economiza tempo e recursos, conseguindo acessar informações relevantes com mais facilidade, o que otimiza sua estratégia.

    • Falta de atualização das informações do cliente

    Para ter uma relação de proximidade com o cliente, é importante estar sempre atualizado sobre aspectos relevantes de sua vida, como canais mais utilizados por ele ao fazer compras, produtos mais acessados, métodos de pagamento favoritos, formas de contato mais efetivas,  etc. 

    Contudo, boa parte das companhias brasileiras ainda não investem em conseguir essas informações, o que acarreta em atitudes que afastam o seu usuário, como fazer contatos em horas ruins, oferecimento de produtos que nada tenham a ver com seus gostos, acionamento ao cliente por meio de um canal que ele não tem familiaridade, ausência de um histórico de interações, etc.

    Pesquisa da Connect Shopper aponta que somente quatro em cada 10 varejistas conhecem de fato seu cliente. O mesmo estudo ainda aponta que cerca de R$ 12 bilhões são perdidos por causa de ofertas equivocadas, sendo que menos de 25% dessas companhias possuem algum embasamento para apostar em estratégias direcionadas.

    Para sanar essa dor, existem hoje no mercado soluções de Inteligência Artificial que, combinadas com análise de dados, concedem informações relevantes para os players. Agora, é possível ir até um pouco além do tradicional,  mapeando interações multicanais, comportamento online, registros fiscais, profissão e até mesmo relacionamentos com a concorrência.

    • Não adotar uma estratégia omnichannel

    Uma pesquisa da Opinion Box mostra que 90% dos consumidores esperam que as empresas tenham uma estratégia de atendimento em múltiplos canais de venda, com 77% deles afirmando já terem adquirido mercadorias em diferentes deles. Além disso, um levantamento da Deloitte mostra que os clientes que transitam entre os diversos pontos de contato de um mesmo player tendem a gastar 82% a mais do que aqueles que se limitam a apenas um.

    Dessa forma, não investir em uma estratégia omnichannel pode ser prejudicial ao negócio, fazendo com que potenciais clientes se afastem da marca por se sentirem menosprezados por ela. Ao integrar a comunicação entre diversos canais, as empresas aumentam a satisfação de seus usuários e, de quebra, oferecem uma experiência mais personalizada no processo de compra, evitando ruídos e promovendo maior fidelização.

    Apenas para contexto, um levantamento da McKinsey & Company mostra que companhias que apostam no omnichannel têm aumento de 10% de participação no mercado.

  • Os principais erros durante a jornada do consumidor

    Os principais erros durante a jornada do consumidor

    Antes mais reativo durante as relações de consumo, agora os clientes costumam ditar as regras junto às empresas. Um estudo da McKinsey & Company mostrou, por exemplo, que 71% dos usuários esperam interações personalizadas das companhias, sendo que 76% se sentem frustrados quando isso não ocorre. Aliado a isso, levantamento da Accenture aponta que 91% dos consumidores têm mais chances de comprar daqueles que fazem ofertas e recomendações relevantes e que tenham a ver com seus gostos.

    Por esse motivo, empresas de diversos segmentos têm investido em aprimorar cada vez mais a jornada do consumidor em suas plataformas. Geralmente, esse caminho se divide nas etapas: consciência, consideração, decisão e compra. Entendendo bem cada tópico, além de oferecerem soluções personalizadas que se encaixem no dia a dia de seu público-alvo, essas companhias conseguem entender melhor o canal e o momento mais adequado para fazer isso, fidelizando seus usuários. Para se ter uma ideia, estudo do Boston Consulting Group mostra que as companhias líderes em Customer Experience  (CX) crescem 190% a mais que a média.

    No entanto, alguns equívocos ainda são cometidos durante esse processo. Isso pode acarretar em prejuízos e perda de clientes importantes, que não se sentem respeitados ou representados por determinada marca. Isso é comprovado pela pesquisa Anuário do Gestor: CX Trends 2024, que mostra que 58% dos consumidores abandonam uma marca após uma experiência negativa.

    Dessa maneira, a fim de educar as companhias brasileiras a terem uma jornada do consumidor perfeita e sem ruídos, seguem abaixo os principais erros a serem evitados durante essa etapa:

    • Abordagem fragmentada

    Muitas empresas costumam lidar com diversos fornecedores e contratos no gerenciamento da jornada do consumidor. Pegando players que oferecem serviços financeiros como exemplo, existem processos valiosos como KYC (Know Your Customer), análises de crédito e até mesmo estimativas de renda e avaliações preditivas.

    Porém, em alguns casos, esse grande conjunto de informações acaba muito fragmentado e deixa o trabalho ineficiente, já que dados relevantes podem ser armazenados em sistemas diferentes, o que gera retrabalhos e dificulta a elaboração de insights mais assertivos. Além disso, a utilização de múltiplas plataformas acarreta em um custo muito elevado para o negócio. 

    Aqui, a dica mais importante é tentar centralizar tudo, de preferência contratando uma uma solução unificada que integre todas essas capacidades em uma só plataforma. Assim, o player economiza tempo e recursos, conseguindo acessar informações relevantes com mais facilidade, o que otimiza sua estratégia.

    • Falta de atualização das informações do cliente

    Para ter uma relação de proximidade com o cliente, é importante estar sempre atualizado sobre aspectos relevantes de sua vida, como canais mais utilizados por ele ao fazer compras, produtos mais acessados, métodos de pagamento favoritos, formas de contato mais efetivas,  etc. 

    Contudo, boa parte das companhias brasileiras ainda não investem em conseguir essas informações, o que acarreta em atitudes que afastam o seu usuário, como fazer contatos em horas ruins, oferecimento de produtos que nada tenham a ver com seus gostos, acionamento ao cliente por meio de um canal que ele não tem familiaridade, ausência de um histórico de interações, etc.

    Pesquisa da Connect Shopper aponta que somente quatro em cada 10 varejistas conhecem de fato seu cliente. O mesmo estudo ainda aponta que cerca de R$ 12 bilhões são perdidos por causa de ofertas equivocadas, sendo que menos de 25% dessas companhias possuem algum embasamento para apostar em estratégias direcionadas.

    Para sanar essa dor, existem hoje no mercado soluções de Inteligência Artificial que, combinadas com análise de dados, concedem informações relevantes para os players. Agora, é possível ir até um pouco além do tradicional,  mapeando interações multicanais, comportamento online, registros fiscais, profissão e até mesmo relacionamentos com a concorrência.

    • Não adotar uma estratégia omnichannel

    Uma pesquisa da Opinion Box mostra que 90% dos consumidores esperam que as empresas tenham uma estratégia de atendimento em múltiplos canais de venda, com 77% deles afirmando já terem adquirido mercadorias em diferentes deles. Além disso, um levantamento da Deloitte mostra que os clientes que transitam entre os diversos pontos de contato de um mesmo player tendem a gastar 82% a mais do que aqueles que se limitam a apenas um.

    Dessa forma, não investir em uma estratégia omnichannel pode ser prejudicial ao negócio, fazendo com que potenciais clientes se afastem da marca por se sentirem menosprezados por ela. Ao integrar a comunicação entre diversos canais, as empresas aumentam a satisfação de seus usuários e, de quebra, oferecem uma experiência mais personalizada no processo de compra, evitando ruídos e promovendo maior fidelização.

    Apenas para contexto, um levantamento da McKinsey & Company mostra que companhias que apostam no omnichannel têm aumento de 10% de participação no mercado.

  • Aperfeiçoar a estrutura de marketing ajuda e-commerce a alcançar resultados mais satisfatório

    Aperfeiçoar a estrutura de marketing ajuda e-commerce a alcançar resultados mais satisfatório

    À primeira vista, pode parecer óbvio, que ter um marketing bem estruturado auxilia as empresas no geral a alcançar resultados mais relevantes. Afinal, é esse o departamento da empresa responsável por aproximar a companhia do seu público consumidor, qualquer que ele seja. Claro, a premissa é válida no caso do e-commerce.

    É essencial que as equipes responsáveis pelo marketing das lojas online entendam as expectativas dos consumidores em cada período do ano para preparar ações assertivas para a ocasião. Se as lojas online não fizerem um movimento prévio de planejamento e preparo da estrutura do e-commerce para não perder oportunidades preciosas de vendas as chances de alcançar resultados diferenciados só diminui. 

    Pode parecer absurdo, mas ainda há casos de lojas que perdem vendas e a chance de cativar clientes simplesmente pela falta de estrutura e ausência de investimento em ferramentas de automação, que são fundamentais no mercado atual, em que a competitividade e a disputa por um cliente são altíssimas!

    Ter uma plataforma que automatize o marketing da loja online pode auxiliar o e-commerce a aumentar o volume de vendas em até 50%. Ou seja, esse é um investimento que efetivamente traz resultados e faz a diferença na hora de fomentar as vendas independente da época do ano.

    Ao adicionar novas tecnologias à operação da loja online, além de ganhar tempo, o lojista também alcança mais efetividade e assertividade na comunicação, sem deixar de dar a própria identidade e personalidade às mensagens encaminhadas aos clientes nos mais diversos momentos de compra – ou de desistência da aquisição dos produtos desejados.

    É claro, essas ferramentas de automação do marketing precisam ser utilizadas de maneira estratégica. Uma situação em que há eficácia na aplicação da tecnologia envolve a recuperação daquele cliente que enche seu carrinho virtual, mas por algum motivo não conclui a compra. Para essas situações, uma boa estratégia é adotar um recuperador de carrinhos abandonados, que permite acionar o cliente por um e-mail cadastrado anteriormente fazendo um lembrete dos itens já separados e até incentivando a conclusão da compra com um cupom de desconto, frete grátis ou outra ação especial.

    No caso do cliente que sequer colocou itens no seu carrinho de compras, a indicação é fazer uso de ferramentas que identificam e acompanham automaticamente o fluxo de navegação dos consumidores das lojas online. Essas soluções constatam qual era o item de interesse e iniciam uma jornada de automação de marketing, pela qual os produtos passam a ser sugeridos àquele cliente por e-mail, SMS, whatsapp e outros meios.

    Outros resultados interessantes podem ser conquistados com o uso de ferramentas que geram gatilhos para compras e por tecnologias que viabilizam a recompra de produtos de uso recorrente. A primeira apresenta conteúdos customizados ao consumidor, tomando por base seus interesses anteriores. A segunda, por sua vez, estima o tempo médio para o consumo de cada produto, baseado no intervalo de tempo entre as compras de um mesmo item por uma série de clientes, além de algoritmos.

    Avalie essas opções e, se possível, implemente-as na rotina do varejo digital. Isso pode trazer ganhos consideráveis e fazer total diferença na performance que o seu e-commerce vai alcançar durante este ano. Pense a respeito!

  • O dia depois do ataque hacker: saiba o que priorizar na empresa

    O dia depois do ataque hacker: saiba o que priorizar na empresa

    A ocorrência de um incidente de segurança que resulte em uma invasão hacker é, sem dúvida, um dos maiores pesadelos para qualquer empresa hoje. Além do impacto imediato nos negócios, há implicações legais e de reputação que podem perdurar por meses ou até anos. No Brasil, a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) estabelece uma série de requisitos que as empresas devem seguir após a ocorrência de tais incidentes.

    De acordo com um relatório recente da Federasul – Federação de Entidades Empresariais do Rio Grande do Sul -, mais de 40% das empresas brasileiras já foram alvo de algum tipo de ataque cibernético. No entanto, muitas dessas empresas ainda enfrentam dificuldades para cumprir os requisitos legais estabelecidos pela LGPD. Dados da Autoridade Nacional de Proteção de Dados (ANPD) revelam que apenas cerca de 30% das empresas invadidas declararam oficialmente a ocorrência do incidente. Essa discrepância pode ser atribuída a diversos fatores, incluindo a falta de conscientização, a complexidade dos processos de conformidade e o medo de repercussões negativas na reputação da empresa.

    O dia após o incidente: primeiros passos

    Após a confirmação de uma invasão hacker, a primeira medida é conter o incidente para evitar a sua propagação. Isso inclui isolar os sistemas afetados, interromper o acesso não autorizado e implementar medidas de controle de danos.

    Em paralelo, é importante montar uma equipe de resposta a incidentes, que deve incluir especialistas em segurança da informação, profissionais de TI, advogados e consultores de comunicação. Essa equipe será a responsável por uma série de tomadas de decisões – principalmente as que envolvem a continuidade do negócio nos dias seguintes.

    Em termos de conformidade com a LGPD, é preciso documentar todas as ações tomadas durante a resposta ao incidente. Essa documentação servirá como evidência de que a empresa agiu de acordo com os requisitos legais e poderá ser utilizada em eventuais auditorias ou investigações pela ANPD.

    Nos primeiros dias, a equipe de resposta deve realizar uma análise forense detalhada para identificar a origem da invasão, o método utilizado pelos hackers e o alcance do comprometimento. Este processo é vital não apenas para compreender os aspectos técnicos do ataque, mas também para coletar evidências que serão necessárias para reportar o incidente às autoridades competentes e também à seguradora – caso a empresa tenha realizado um seguro cibernético.

    Há aqui um aspecto muito importante: a análise forense também serve para determinar se os atacantes ainda estão dentro da rede da empresa – uma situação que, infelizmente, é muito comum, ainda mais se após o incidente a empresa estiver sofrendo algum tipo de chantagem financeira mediante a liberação de dados que os criminosos tenham eventualmente roubado.

    Além disso, a LGPD, em seu artigo 48, exige que o controlador de dados comunique à Autoridade Nacional de Proteção de Dados (ANPD) e aos titulares dos dados afetados acerca da ocorrência de um incidente de segurança que possa acarretar risco ou dano relevante aos titulares. Esta comunicação deve ser feita em prazo razoável, conforme regulamentação específica da ANPD, e deve incluir informações sobre a natureza dos dados afetados, os titulares envolvidos, as medidas técnicas e de segurança utilizadas para a proteção dos dados, os riscos relacionados ao incidente e as medidas que foram ou que serão adotadas para reverter ou mitigar os efeitos do prejuízo.

    Com base nessa exigência legal, é essencial, logo após a análise inicial, preparar um relatório detalhado que inclua todas as informações mencionadas pela LGPD. Nisso, a análise forense também ajuda a determinar se houve extração e roubo de dados – na extensão que os criminosos eventualmente estejam alegando.

    Este relatório deve ser revisado por profissionais de conformidade e pelos advogados da empresa antes de ser submetido à ANPD. A legislação também determina que a empresa faça a comunicação clara e transparente aos titulares dos dados afetados, explicando o ocorrido, as medidas tomadas e os passos seguintes para assegurar a proteção dos dados pessoais.

    A transparência e a comunicação eficaz, aliás, são pilares fundamentais durante a gestão de um incidente de segurança. A gestão deve manter uma comunicação constante com as equipes internas e externas, garantindo que todas as partes envolvidas estejam informadas sobre o progresso das ações e as próximas etapas.

    Avaliação das políticas de segurança é ação necessária

    Paralelamente à comunicação com as partes interessadas, a empresa deve iniciar um processo de avaliação e revisão de suas políticas e práticas de segurança. Isso inclui a reavaliação de todos os controles de segurança, acessos, credenciais com alto nível de acesso, bem como a implementação de medidas adicionais para prevenir futuros incidentes.

    Em paralelo à revisão e análise de sistemas e processos afetados, a empresa deve focar, também, na recuperação dos sistemas e na restauração das suas operações. Isso envolve a limpeza de todos os sistemas afetados, a aplicação de patches de segurança, a restauração de backups e a revalidação dos controles de acesso. É essencial garantir que os sistemas estejam completamente seguros antes de serem colocados de volta em operação.

    Uma vez que os sistemas estejam novamente operacionais, é preciso conduzir uma revisão pós-incidente para identificar lições aprendidas e áreas de melhoria. Esta revisão deve envolver todas as partes relevantes e resultar em um relatório final que destaque as causas do incidente, as medidas tomadas, os impactos e as recomendações para melhorar a postura de segurança da empresa no futuro.

    Além das ações técnicas e organizacionais, a gestão de um incidente de segurança requer uma abordagem proativa em relação à governança e à cultura de segurança. Isso inclui a implementação de um programa contínuo de melhorias em segurança cibernética e a promoção de uma cultura corporativa que valorize a segurança e a privacidade.

    A reação a um incidente de segurança exige um conjunto de ações coordenadas e bem planejadas, alinhadas às exigências da LGPD. Desde a contenção inicial e a comunicação com as partes interessadas até a recuperação dos sistemas e a revisão pós-incidente, cada passo é essencial para minimizar os impactos negativos e garantir a conformidade legal. Mais do que isso, é preciso olhar de frente as falhas e corrigi-las – acima de tudo, um incidente deve levar a estratégia de cibersegurança da empresa a um novo patamar.