Category: Dicas

  • Bets, endividamento e fraude: o outro lado da ampliação do crédito consignado

    Bets, endividamento e fraude: o outro lado da ampliação do crédito consignado

    A proposta do governo federal de criar uma plataforma para empréstimo consignado voltada para trabalhadores com carteira assinada (CLTs) – que pode sair do papel ainda esse ano, traz consigo a promessa da democratização do crédito e também joga luz sobre uma série de questões que podem agravar o endividamento da população brasileira e aprofundar problemas estruturais relacionados à oferta desenfreada de crédito de baixo custo – e as famosas “bets”, ou as plataformassites de apostas online, representam um dos maiores desafios nesse sentido.

    Soma-se a isso, também, o fato de que a plataforma pode aumentar ainda mais o número de casos de golpe usando o mecanismo do crédito consignado – embora essa informação não tenha sido contabilizada nos últimos dois anos, em 2022 os Procons brasileiros registraram um volume de 57.874 queixas de golpes envolvendo empréstimos consignados – o que equivalia a mais de seis denúncias por hora.

    Nessa receita perigosa, adicionamos ainda o problema do endividamento das famílias brasileiras. Ainda que tenha recuado 0,9 ponto percentual em um ano, segundo dados da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), divulgados no final de janeiro, a maior exposição dos trabalhadores ao crédito pode criar uma espiral de endividamento ligada, justamente, às bets.

    O problema das bets: longe de acabar

    As “bets” são como ficaram conhecidos os sites de apostas esportivas, que acabaram, também, abrindo caminho para um novo tipo de site de apostas, os cassinos online – comumumente chamados como “Jogo do Tigrinho”. O problema é que a lei 13.756/2018, que autorizou as empresas de apostas, também previa um prazo máximo de quatro anos para que o Ministério da Fazenda regulamentasse a atividade, o que não aconteceu. O resultado é que essas empresas operam dentro de um “limbo regulatório”, sem regras claras.

    Sem regras claras, e com um considerável alcance publicitário, principalmente em mídias sociais, os jogos de apostas viraram uma epidemia. Em 2024, as famílias brasileiras apostaram em torno de R$ 240 bilhões nas bets – levando mais de 1,8 milhão de pessoas à inadimplência por conta das apostas virtuais. As famílias de menor renda, segundo a CNC, foram as mais impactadas: em janeiro do ano passado, representavam 26% – em dezembro, esse número chegou a 29%.

    Em um contexto no qual a oferta de crédito é amplamente facilitada e a análise de risco nem sempre é aprofundada, muitos trabalhadores podem ser levados a utilizar o empréstimo consignado para apostar nos jogos online. Obviamente, isso pode levar a um aumento ainda maior do endividamento, com trabalhadores recorrendo a novas operações de crédito para saldar dívidas anteriores, criando uma espiral negativa de dependência financeira. Pesquisa recente do SPC Brasil, em parceria com a Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL), aponta que o percentual de inadimplência entre consumidores que recorrem repetidamente a esse tipo de empréstimo tem aumentado significativamente, reforçando a ideia de que a facilidade de acesso, sem uma gestão financeira responsável, pode transformar o crédito em um instrumento de risco elevado.

    Mais do que isso, algumas pesquisas apontam que até 60% dos usuários das plataformas de jogos de azar podem usar dinheiro de crédito, incluindo o consignado, para as apostas. E para tornar a situação ainda mais dramática, o volume inadimplente no crédito consignado para trabalhadores do setor privado aumentou 0,8 ponto percentual entre 2023 e 2024, segundo o Banco Central.

    Fraudes e crédito consignado

    Dados recentes do Banco Central indicam que o volume de operações de crédito consignado tem crescido de forma acelerada nos últimos anos, atingindo níveis que exigem um monitoramento mais rigoroso das instituições financeiras e das plataformas intermediárias.

    A questão se agrava quando se leva em consideração que, para que a plataforma de empréstimo consignado opere em larga escala, os bancos e instituições financeiras serão obrigados a adotar medidas antifraude cada vez mais robustas.

    O cenário de digitalização dos serviços financeiros tem mostrado, nos últimos anos, um aumento expressivo nos casos de fraudes eletrônicas, muitas vezes sofisticadas e difíceis de detectar. Assim, a necessidade de investir em tecnologia e em sistemas de segurança cibernética se torna imperativa para mitigar riscos que podem comprometer não apenas a saúde financeira dos consumidores, mas também a estabilidade do sistema financeiro como um todo.

    Além disso, a centralização das operações em uma única plataforma pode criar um ambiente propício para a ocorrência de fraudes internas e a manipulação de dados. A automatização e a integração dos sistemas, quando não acompanhadas de um robusto controle interno, abrem espaço para que agentes mal-intencionados explorem vulnerabilidades, oferecendo um cenário onde o prejuízo pode ser duplo: por um lado, o trabalhador se vê envolvido em dívidas que comprometerão sua renda, e, por outro, a instituição financeira pode ser vítima de fraudes que aumentam os custos operacionais.

    Além da tecnologia, os bancos precisarão contar também com serviços de formalização de crédito bancário, nos quais a concessão e a gestão desses empréstimos sejam realizadas de maneira transparente e segura. A formalização do crédito consignado envolve a verificação minuciosa dos dados dos solicitantes, garantindo que os empréstimos sejam concedidos apenas a trabalhadores que atendam a critérios específicos de elegibilidade. Esse processo inclui a análise de documentos, como comprovantes de renda e histórico de crédito, para assegurar que os beneficiários tenham capacidade de honrar com os pagamentos.

    Em última análise, o caminho a ser seguido deve ser pautado pela transparência, pela responsabilidade e pela busca de um equilíbrio entre a inovação tecnológica e a proteção dos direitos dos consumidores.

    A plataforma de empréstimo consignado pode, sem dúvida, oferecer benefícios significativos, mas esses benefícios não podem ser alcançados à custa do bem-estar financeiro dos trabalhadores. É imperativo que cada operação seja acompanhada de uma análise criteriosa, que as medidas antifraude sejam constantemente revisadas e atualizadas e que os consumidores tenham acesso a informações claras e precisas sobre os riscos e as condições do crédito contratado.

    Dessa forma, poderemos transformar o acesso facilitado ao crédito em uma ferramenta de inclusão e de desenvolvimento, e não em um instrumento que, inadvertidamente, aprofunda o endividamento e a instabilidade econômica. A construção de um ambiente financeiro mais seguro e sustentável passa necessariamente pelo diálogo entre todos os envolvidos e pela implementação de medidas que estejam à altura dos desafios impostos pela era digital.

  • Bets, endividamento e fraude: o outro lado da ampliação do crédito consignado

    Bets, endividamento e fraude: o outro lado da ampliação do crédito consignado

    A proposta do governo federal de criar uma plataforma para empréstimo consignado voltada para trabalhadores com carteira assinada (CLTs) – que pode sair do papel ainda esse ano, traz consigo a promessa da democratização do crédito e também joga luz sobre uma série de questões que podem agravar o endividamento da população brasileira e aprofundar problemas estruturais relacionados à oferta desenfreada de crédito de baixo custo – e as famosas “bets”, ou as plataformassites de apostas online, representam um dos maiores desafios nesse sentido.

    Soma-se a isso, também, o fato de que a plataforma pode aumentar ainda mais o número de casos de golpe usando o mecanismo do crédito consignado – embora essa informação não tenha sido contabilizada nos últimos dois anos, em 2022 os Procons brasileiros registraram um volume de 57.874 queixas de golpes envolvendo empréstimos consignados – o que equivalia a mais de seis denúncias por hora.

    Nessa receita perigosa, adicionamos ainda o problema do endividamento das famílias brasileiras. Ainda que tenha recuado 0,9 ponto percentual em um ano, segundo dados da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), divulgados no final de janeiro, a maior exposição dos trabalhadores ao crédito pode criar uma espiral de endividamento ligada, justamente, às bets.

    O problema das bets: longe de acabar

    As “bets” são como ficaram conhecidos os sites de apostas esportivas, que acabaram, também, abrindo caminho para um novo tipo de site de apostas, os cassinos online – comumumente chamados como “Jogo do Tigrinho”. O problema é que a lei 13.756/2018, que autorizou as empresas de apostas, também previa um prazo máximo de quatro anos para que o Ministério da Fazenda regulamentasse a atividade, o que não aconteceu. O resultado é que essas empresas operam dentro de um “limbo regulatório”, sem regras claras.

    Sem regras claras, e com um considerável alcance publicitário, principalmente em mídias sociais, os jogos de apostas viraram uma epidemia. Em 2024, as famílias brasileiras apostaram em torno de R$ 240 bilhões nas bets – levando mais de 1,8 milhão de pessoas à inadimplência por conta das apostas virtuais. As famílias de menor renda, segundo a CNC, foram as mais impactadas: em janeiro do ano passado, representavam 26% – em dezembro, esse número chegou a 29%.

    Em um contexto no qual a oferta de crédito é amplamente facilitada e a análise de risco nem sempre é aprofundada, muitos trabalhadores podem ser levados a utilizar o empréstimo consignado para apostar nos jogos online. Obviamente, isso pode levar a um aumento ainda maior do endividamento, com trabalhadores recorrendo a novas operações de crédito para saldar dívidas anteriores, criando uma espiral negativa de dependência financeira. Pesquisa recente do SPC Brasil, em parceria com a Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL), aponta que o percentual de inadimplência entre consumidores que recorrem repetidamente a esse tipo de empréstimo tem aumentado significativamente, reforçando a ideia de que a facilidade de acesso, sem uma gestão financeira responsável, pode transformar o crédito em um instrumento de risco elevado.

    Mais do que isso, algumas pesquisas apontam que até 60% dos usuários das plataformas de jogos de azar podem usar dinheiro de crédito, incluindo o consignado, para as apostas. E para tornar a situação ainda mais dramática, o volume inadimplente no crédito consignado para trabalhadores do setor privado aumentou 0,8 ponto percentual entre 2023 e 2024, segundo o Banco Central.

    Fraudes e crédito consignado

    Dados recentes do Banco Central indicam que o volume de operações de crédito consignado tem crescido de forma acelerada nos últimos anos, atingindo níveis que exigem um monitoramento mais rigoroso das instituições financeiras e das plataformas intermediárias.

    A questão se agrava quando se leva em consideração que, para que a plataforma de empréstimo consignado opere em larga escala, os bancos e instituições financeiras serão obrigados a adotar medidas antifraude cada vez mais robustas.

    O cenário de digitalização dos serviços financeiros tem mostrado, nos últimos anos, um aumento expressivo nos casos de fraudes eletrônicas, muitas vezes sofisticadas e difíceis de detectar. Assim, a necessidade de investir em tecnologia e em sistemas de segurança cibernética se torna imperativa para mitigar riscos que podem comprometer não apenas a saúde financeira dos consumidores, mas também a estabilidade do sistema financeiro como um todo.

    Além disso, a centralização das operações em uma única plataforma pode criar um ambiente propício para a ocorrência de fraudes internas e a manipulação de dados. A automatização e a integração dos sistemas, quando não acompanhadas de um robusto controle interno, abrem espaço para que agentes mal-intencionados explorem vulnerabilidades, oferecendo um cenário onde o prejuízo pode ser duplo: por um lado, o trabalhador se vê envolvido em dívidas que comprometerão sua renda, e, por outro, a instituição financeira pode ser vítima de fraudes que aumentam os custos operacionais.

    Além da tecnologia, os bancos precisarão contar também com serviços de formalização de crédito bancário, nos quais a concessão e a gestão desses empréstimos sejam realizadas de maneira transparente e segura. A formalização do crédito consignado envolve a verificação minuciosa dos dados dos solicitantes, garantindo que os empréstimos sejam concedidos apenas a trabalhadores que atendam a critérios específicos de elegibilidade. Esse processo inclui a análise de documentos, como comprovantes de renda e histórico de crédito, para assegurar que os beneficiários tenham capacidade de honrar com os pagamentos.

    Em última análise, o caminho a ser seguido deve ser pautado pela transparência, pela responsabilidade e pela busca de um equilíbrio entre a inovação tecnológica e a proteção dos direitos dos consumidores.

    A plataforma de empréstimo consignado pode, sem dúvida, oferecer benefícios significativos, mas esses benefícios não podem ser alcançados à custa do bem-estar financeiro dos trabalhadores. É imperativo que cada operação seja acompanhada de uma análise criteriosa, que as medidas antifraude sejam constantemente revisadas e atualizadas e que os consumidores tenham acesso a informações claras e precisas sobre os riscos e as condições do crédito contratado.

    Dessa forma, poderemos transformar o acesso facilitado ao crédito em uma ferramenta de inclusão e de desenvolvimento, e não em um instrumento que, inadvertidamente, aprofunda o endividamento e a instabilidade econômica. A construção de um ambiente financeiro mais seguro e sustentável passa necessariamente pelo diálogo entre todos os envolvidos e pela implementação de medidas que estejam à altura dos desafios impostos pela era digital.

  • Cinco dicas para uma operação de M&A bem-sucedida

    Cinco dicas para uma operação de M&A bem-sucedida

    No dinâmico mundo dos negócios, as fusões e aquisições (M&A) podem ser uma boa estratégia para a expansão de empresas e liquidação de ativos. Para que um M&A seja bem-sucedido, para além de questões econômicas, é necessário considerar diversos aspectos jurídicos que podem impactar diretamente o resultado da operação.

    “As discussões no mercado giram muito em torno das sinergias na conclusão das operações, impactos financeiros, valuation e garantias. São pontos famigerados em operações de M&A, são o propósito de qualquer negociação”, afirma Gustavo Michel Arbach, Especialista em Direito Empresarial e Societário. No entanto, Gustavo ressalta que a parte jurídica também tem um grande peso nesses processos. Por isso, é importante tomar alguns cuidados e estar juridicamente preparado para garantir o sucesso das operações.

    A seguir, Arbach destaca algumas dicas para que um M&A tenha mais segurança e eficiência:

    Conte com profissionais experientes e de confiança

    O sucesso de um M&A depende diretamente da qualidade da assessoria envolvida (principalmente jurídica e financeira). Ter ao seu lado profissionais altamente qualificados e confiáveis, que foquem exclusivamente no melhor acordo e na proteção dos seus interesses, mas nunca deixem de lado o objetivo de fazer negócio, é indispensável para evitar riscos e maximizar os ganhos.

    Projete cenários e sempre considere o pior deles

    Durante o processo de M&A, é importante efetuar análises detalhadas de risco e planejar diferentes cenários de forma propositiva. Um advogado sempre deve projetar e prever o pior deles, pois essa abordagem permite mitigar potenciais prejuízos e evitar surpresas desagradáveis ao longo do caminho.

    Atenção aos detalhes

    A complexidade dos trâmites que envolvem o M&A exige profissionais atentos e dedicados à operação. A falta de atenção e perfeccionismo pode resultar em cláusulas frágeis, ambíguas e juridicamente discutíveis. Mesmo em contratos com muitas páginas, todas as cláusulas devem estar completas e precisas e prevendo exatamente a intenção das partes no negócio. 

    Atenção ao Pós-Closing e integração

    O fechamento de um acordo não é o fim do processo. O Pós-Closing é uma fase importante e que pode impactar diretamente o valor da transação. Problemas na integração das empresas, falhas contratuais e disputas pós-fechamento podem comprometer todo o esforço do M&A. Sempre certifique-se que todo o processo está minuciosamente desenhado. 

    Negocie com quem você confia

    Um M&A não deve nem começar se não houver a mínima confiança entre as partes envolvidas. Mais do que um contrato bem elaborado e uma due diligence bem conduzida, é premissa que todas as partes envolvidas tenham sinergias e credibilidade.Isso é o melhor antídoto contra litígios e aumenta as chances de que os termos acordados sejam cumpridos de maneira transparente e benéfica para todos.

    “Seguir essas diretrizes pode ser a chave para um processo de M&A bem-sucedido, reduzindo riscos e aumentando as chances de uma transação vantajosa para todas as partes”, conclui Gustavo.

  • Cinco dicas para uma operação de M&A bem-sucedida

    Cinco dicas para uma operação de M&A bem-sucedida

    No dinâmico mundo dos negócios, as fusões e aquisições (M&A) podem ser uma boa estratégia para a expansão de empresas e liquidação de ativos. Para que um M&A seja bem-sucedido, para além de questões econômicas, é necessário considerar diversos aspectos jurídicos que podem impactar diretamente o resultado da operação.

    “As discussões no mercado giram muito em torno das sinergias na conclusão das operações, impactos financeiros, valuation e garantias. São pontos famigerados em operações de M&A, são o propósito de qualquer negociação”, afirma Gustavo Michel Arbach, Especialista em Direito Empresarial e Societário. No entanto, Gustavo ressalta que a parte jurídica também tem um grande peso nesses processos. Por isso, é importante tomar alguns cuidados e estar juridicamente preparado para garantir o sucesso das operações.

    A seguir, Arbach destaca algumas dicas para que um M&A tenha mais segurança e eficiência:

    Conte com profissionais experientes e de confiança

    O sucesso de um M&A depende diretamente da qualidade da assessoria envolvida (principalmente jurídica e financeira). Ter ao seu lado profissionais altamente qualificados e confiáveis, que foquem exclusivamente no melhor acordo e na proteção dos seus interesses, mas nunca deixem de lado o objetivo de fazer negócio, é indispensável para evitar riscos e maximizar os ganhos.

    Projete cenários e sempre considere o pior deles

    Durante o processo de M&A, é importante efetuar análises detalhadas de risco e planejar diferentes cenários de forma propositiva. Um advogado sempre deve projetar e prever o pior deles, pois essa abordagem permite mitigar potenciais prejuízos e evitar surpresas desagradáveis ao longo do caminho.

    Atenção aos detalhes

    A complexidade dos trâmites que envolvem o M&A exige profissionais atentos e dedicados à operação. A falta de atenção e perfeccionismo pode resultar em cláusulas frágeis, ambíguas e juridicamente discutíveis. Mesmo em contratos com muitas páginas, todas as cláusulas devem estar completas e precisas e prevendo exatamente a intenção das partes no negócio. 

    Atenção ao Pós-Closing e integração

    O fechamento de um acordo não é o fim do processo. O Pós-Closing é uma fase importante e que pode impactar diretamente o valor da transação. Problemas na integração das empresas, falhas contratuais e disputas pós-fechamento podem comprometer todo o esforço do M&A. Sempre certifique-se que todo o processo está minuciosamente desenhado. 

    Negocie com quem você confia

    Um M&A não deve nem começar se não houver a mínima confiança entre as partes envolvidas. Mais do que um contrato bem elaborado e uma due diligence bem conduzida, é premissa que todas as partes envolvidas tenham sinergias e credibilidade.Isso é o melhor antídoto contra litígios e aumenta as chances de que os termos acordados sejam cumpridos de maneira transparente e benéfica para todos.

    “Seguir essas diretrizes pode ser a chave para um processo de M&A bem-sucedido, reduzindo riscos e aumentando as chances de uma transação vantajosa para todas as partes”, conclui Gustavo.

  • Design ganha importância nas compras dos brasileiros

    Design ganha importância nas compras dos brasileiros

    A maioria de nós já foi até uma padaria e “comeu com os olhos” um bolo ou um quitute exposto na vitrine. Muitas vezes, o sabor até deixava a desejar, mas a aparência conquistava até os clientes mais exigentes. A premissa também funciona com o marketing.

    Sofrendo com a concorrência mundial, com produtos que podem ser comprados de qualquer parte do mundo, o design dos produtos ganha uma importância que antes não tinha. Para o designer da KAKOI Comunicação, Rômulo Garcia, ao contrário de antes, quando “não se julgava o livro pela capa”, agora é a própria capa que vende o livro:

    “Estamos passando por um momento único no consumo das marcas. Grandes players do mercado estão revendo seu branding para atingir essa nova parcela do consumo. Veja o caso da Jaguar, que suscitou paixão e ódio com sua decisão de abandonar o felino tradicional. É um caminho sem volta.”

    Rômulo se refere à decisão da marca inglesa de mudar totalmente seu branding . A ideia é conquistar um novo público que ainda não a conhece e nem a cobiça. A decisão encontrou clientes tradicionais enfurecidos, prometendo vender seus carros, mas ganhou os holofotes mundiais.

    Apesar da polêmica, Rômulo lembra que a atualização de marca e branding são coisas totalmente diferentes:

    “A logo pode ser atualizada com certa frequência, sem esquecer o propósito da marca e o seu público-alvo. Quando falamos em uma reestruturação de branding, estamos falando de tudo novo: voz da marca, arquétipos e posicionamento. É praticamente uma nova empresa nascendo”, encerra o designer.

    Entre os motivos mais citados pelas marcas para tomar a decisão de troca estão os novos hábitos de consumo do público-alvo e a exposição online, na qual as pessoas prestam mais atenção em determinadas cores em detrimento de outras.

  • Escolha Reforma Tributária e IA: oportunidades de eficiência e crescimento no Brasil

    Escolha Reforma Tributária e IA: oportunidades de eficiência e crescimento no Brasil

    A aprovação da Reforma Tributária no Brasil, que unifica impostos indiretos em um sistema de IVA (Imposto sobre Valor Agregado), representa, além de uma simplificação histórica, uma oportunidade única para as empresas integrarem Inteligência Artificial (IA) em suas operações fiscais. Nesse cenário, a IA surge como uma ferramenta essencial para otimizar processos, reduzir custos e democratizar o acesso à gestão tributária eficiente.

    Em um país onde a complexidade tributária pode ultrapassar 1.500 horas anuais de trabalho por empresa em compliance, segundo o Banco Mundial, a combinação entre a nova legislação e tecnologias disruptivas promete revolucionar custos, agilidade e estratégias de negócios.

    IA como novo parceiro empresarial

    Com a ascensão da tecnologia, as empresas já começam a utilizar IA para revolucionar a gestão fiscal. Os benefícios são amplos e se dividem em três principais frentes:

    • Automatização e redução de custos: empresas utilizam IA para analisar as mudanças legislativas em segundos, reduzindo em até 70% o custo operacional relacionado aos impostos indiretos, de acordo com dados de pesquisa realizada pela Thomson Reuters.
    • Simulação e previsão de impactos: plataformas preditivas que utilizam Machine Learning para calcular o impacto da reforma sobre diferentes setores, permitem um planejamento financeiro mais assertivo.
    • Recuperação de créditos tributários: ferramentas identificam créditos fiscais não utilizados. A IA pode analisar os registros fiscais de uma empresa e identificar créditos negligenciados no passado, possibilitando a recuperação de recursos financeiros significativos.

    Democratizando o Planejamento Tributário

    Antes restrita às grandes corporações, as soluções de planejamento tributário agora estão acessíveis a micro e pequenos empreendedores. Aplicativos de IA na nuvem permitem que pequenos comerciantes monitorem impostos em tempo real.

    Segundo um estudo da PwC, a IA pode reduzir em até 40% a inadimplência fiscal, garantindo maior regularidade para pequenos negócios e mais arrecadação eficiente para o governo.

    Os desafios da implementação

    Apesar das vantagens, a adoção da IA na gestão tributária enfrenta alguns desafios:

    • Alto custo de implementação: algumas soluções podem ter alto custo, tornando necessárias iniciativas governamentais de incentivo, como o programa “Indústria 4.0” do BNDES, que subsidia tecnologia para pequenas empresas;
    • Falta de capacitação: um estudo do CRC revelou que 68% dos contadores brasileiros ainda não dominam ferramentas de análise de dados, indicando a necessidade de treinamentos especializados;
    • Segurança de dados: a gestão tributária digitalizada exige investimentos em cibersegurança para proteger informações sensíveis de empresas e contribuintes.

    Tecnologia e inovação a favor da eficiência fiscal

    A Reforma Tributária marca um novo capítulo na história fiscal do Brasil, e com a adoção de IA, trará ainda mais ganhos econômicos e sociais. Empresas que investirem nessa tecnologia não apenas reduzirão custos e riscos, mas também ganharão vantagem competitiva.

    O Brasil tem agora a chance de superar sua reputação de país da burocracia e se tornar uma referência em gestão fiscal inteligente. O futuro da tributação já começou, e a IA é uma das chaves para torná-lo mais simples, justo e eficiente para todos.

  • Gestão inteligente: 5 dicas tecnológicas que podem transformar a administração de equipes nas empresas

    Gestão inteligente: 5 dicas tecnológicas que podem transformar a administração de equipes nas empresas

    A tecnologia tem desempenhado um papel fundamental na transformação da gestão da força de trabalho, permitindo que empresas de diversos setores otimizem processos, aumentem a produtividade e proporcionem uma melhor experiência para os colaboradores. 

    Para José Pedro Fernandes, Vice-Presidente Global da SISQUAL® WFM – líder de mercado no desenvolvimento de soluções para gestão da força de trabalho –, a digitalização é um fator essencial para garantir eficiência operacional e manter a competitividade. “A adoção de ferramentas tecnológicas possibilita uma gestão mais estratégica, reduzindo desperdícios e otimizando a alocação de recursos”, afirma. 

    A seguir, confira cinco dicas tecnológicas do executivo para aprimorar a gestão de equipes e impulsionar resultados. 

    Automação de escalas e jornadas de trabalho 

    Gerenciar escalas de trabalho pode ser um grande desafio, principalmente em empresas que operam com diferentes turnos e demandas sazonais. Softwares de gestão automatizam esse processo, garantindo que a distribuição de turnos seja feita de forma equilibrada, considerando a legislação trabalhista e as necessidades da operação. Isso reduz erros, evita sobrecargas de trabalho e melhora a satisfação dos colaboradores.  

    Uso de Inteligência Artificial para previsão de demanda 

    Ferramentas de Inteligência Artificial (IA) podem prever a necessidade de mão de obra com base em dados históricos e padrões de comportamento. “A previsibilidade na alocação de equipes é fundamental para evitar falta ou excesso de profissionais, garantindo eficiência operacional e melhor atendimento ao cliente”, destaca Fernandes. Setores como varejo e saúde já utilizam essa tecnologia para otimizar suas operações.  

    Integração de soluções mobile para controle de ponto e comunicação 

    Aplicativos móveis facilitam o registro de ponto, a solicitação de folgas e o acesso a escalas de trabalho de qualquer lugar. Além disso, plataformas de comunicação integradas melhoram a troca de informações entre gestores e equipes, tornando o fluxo de trabalho mais ágil e eficiente. 

    Adoção de Open Shifts 

    O termo ‘open shifts’ está relacionado a uma nova forma de organizar turnos para os funcionários, e aumentas a produtividade para manter a equipe motivada. Em uma plataforma digital, o empregador disponibiliza os horários disponíveis a uma seleção de profissionais previamente cadastrados que, por sua vez, têm a liberdade de escolher as opções mais convenientes. Além de ser mais democrático, esse processo de gestão de escapas torna os horários mais flexíveis e adequados a esta nova realidade do mercado, ao mesmo tempo que atende às necessidades da empresa de forma escalonável.  

    Soluções avançadas de gestão da força de trabalho 

    A adoção de plataformas especializadas na gestão da força de trabalho tem sido um diferencial para grandes empresas. No Brasil, companhias como Amil, Dasa, Fleury e Petz, por exemplo, já utilizam a tecnologia para otimizar a administração de suas equipes.  

    Segundo Fernandes, investir em tecnologia para gestão da força de trabalho é um caminho com inúmeros benefícios para as empresas. “Adotar soluções inovadoras não só aumenta a produtividade, mas também garante um ambiente de trabalho mais organizado e colaborativo”, conclui.  

    Com a digitalização, a gestão da força de trabalho se torna mais ágil e eficaz, trazendo benefícios para empresas e colaboradores. O uso inteligente da tecnologia garante vantagem competitiva no mercado. 

  • Na Semana do Consumidor, parcelamento estendido em mais de 12 vezes gera crescimento de até 12% nas vendas

    Na Semana do Consumidor, parcelamento estendido em mais de 12 vezes gera crescimento de até 12% nas vendas

    Dia 10 de março marca o início de mais uma Semana do Consumidor e, na luta dos varejistas por melhores resultados, condições comerciais mais flexíveis podem ser a diferença decisiva entre fechar um bom negócio e perder a oportunidade para a concorrência. Os clientes da Barte, fintech que oferece um sistema modular de soluções de pagamento para médias e grandes empresas, contam com uma arma poderosa para turbinar as vendas nessa época tão crucial para o varejo: parcelamentos em até 24 vezes.

    Essa facilidade vem trazendo resultados importantes, com crescimento de mais de 12% nas vendas, especialmente em negócios com tíquetes médios mais altos (ainda que a demanda por prazos superiores a 12 meses já comece a ser notada em produtos e serviços a partir de R$ 2 mil). Muitas vezes, a compra só cabe no bolso do interessado porque o custo total pode ser diluído em um espaço maior de tempo. Um exemplo é a Cidadania4U, cliente da Barte desde o primeiro trimestre de 2024, que oferece serviços de suporte à obtenção de cidadania europeia.

    “Somos procurados por famílias que querem emigrar para a Europa. Como a contratação dos serviços é feita para várias pessoas dentro do mesmo grupo familiar, facilitar o pagamento é importante para que uma parcela dos nossos clientes consiga realizar esse sonho”, explica o diretor comercial da empresa, Jeferson Santos.

    Desde que começou a ofertar o parcelamento em 24 vezes, no terceiro trimestre de 2024, a Cidadania4U notou um aumento de 12,8% nas vendas. “Conseguimos atender uma parcela maior dos clientes que nos procuravam”, diz Santos.

    Outra empresa que se beneficiou do parcelamento estendido foi a Stanley’s Hair, que é especializada em transplantes capilares masculinos e cliente da Barte desde 2023. 

    “Nosso público é principalmente das classes B e C e muito focado em preço e prazo. Quando começamos a vender em até 24 prestações, cerca de 10% de nossa clientela já nos solicitava essa extensão”, afirma Gláucio Melo, diretor comercial da Stanley’s Pay, empresa responsável pelos pagamentos da Stanley’s Hair. “Com isso, vimos nossas vendas crescerem cerca de 3%.”

    Para a Semana do Consumidor, tanto a Cidadania 4U como a Stanley’s Hair preparam ações especiais, em que o parcelamento estendido terá protagonismo. “Ele certamente será um forte aliado para o sucesso da nossa campanha”, prevê Santos, da Cidadania4U.

    A Barte começou a oferecer parcelamentos em até 18 vezes em agosto do ano passado; no mês seguinte, ampliou os prazos para até 24 meses – única a viabilizar essa quantidade de parcelas no mercado de multiadquirência. Até o final de 2024, as vendas em mais de 12 vezes foram de R$ 67 milhões, enquanto as transações acima de 18 parcelas chegaram a R$ 21 milhões. Dentro desse volume total, de R$ 89 milhões, o tíquete médio foi de R$ 12.200 por transação. “Essa facilidade, rara de se encontrar no mercado, é apenas uma das formas que encontramos para jogar junto de nossos clientes e ajudar negócios a atingir os melhores resultados”, afirma Rafael Milaré, diretor de Receitas da Barte.

  • Na Semana do Consumidor, parcelamento estendido em mais de 12 vezes gera crescimento de até 12% nas vendas

    Na Semana do Consumidor, parcelamento estendido em mais de 12 vezes gera crescimento de até 12% nas vendas

    Dia 10 de março marca o início de mais uma Semana do Consumidor e, na luta dos varejistas por melhores resultados, condições comerciais mais flexíveis podem ser a diferença decisiva entre fechar um bom negócio e perder a oportunidade para a concorrência. Os clientes da Barte, fintech que oferece um sistema modular de soluções de pagamento para médias e grandes empresas, contam com uma arma poderosa para turbinar as vendas nessa época tão crucial para o varejo: parcelamentos em até 24 vezes.

    Essa facilidade vem trazendo resultados importantes, com crescimento de mais de 12% nas vendas, especialmente em negócios com tíquetes médios mais altos (ainda que a demanda por prazos superiores a 12 meses já comece a ser notada em produtos e serviços a partir de R$ 2 mil). Muitas vezes, a compra só cabe no bolso do interessado porque o custo total pode ser diluído em um espaço maior de tempo. Um exemplo é a Cidadania4U, cliente da Barte desde o primeiro trimestre de 2024, que oferece serviços de suporte à obtenção de cidadania europeia.

    “Somos procurados por famílias que querem emigrar para a Europa. Como a contratação dos serviços é feita para várias pessoas dentro do mesmo grupo familiar, facilitar o pagamento é importante para que uma parcela dos nossos clientes consiga realizar esse sonho”, explica o diretor comercial da empresa, Jeferson Santos.

    Desde que começou a ofertar o parcelamento em 24 vezes, no terceiro trimestre de 2024, a Cidadania4U notou um aumento de 12,8% nas vendas. “Conseguimos atender uma parcela maior dos clientes que nos procuravam”, diz Santos.

    Outra empresa que se beneficiou do parcelamento estendido foi a Stanley’s Hair, que é especializada em transplantes capilares masculinos e cliente da Barte desde 2023. 

    “Nosso público é principalmente das classes B e C e muito focado em preço e prazo. Quando começamos a vender em até 24 prestações, cerca de 10% de nossa clientela já nos solicitava essa extensão”, afirma Gláucio Melo, diretor comercial da Stanley’s Pay, empresa responsável pelos pagamentos da Stanley’s Hair. “Com isso, vimos nossas vendas crescerem cerca de 3%.”

    Para a Semana do Consumidor, tanto a Cidadania 4U como a Stanley’s Hair preparam ações especiais, em que o parcelamento estendido terá protagonismo. “Ele certamente será um forte aliado para o sucesso da nossa campanha”, prevê Santos, da Cidadania4U.

    A Barte começou a oferecer parcelamentos em até 18 vezes em agosto do ano passado; no mês seguinte, ampliou os prazos para até 24 meses – única a viabilizar essa quantidade de parcelas no mercado de multiadquirência. Até o final de 2024, as vendas em mais de 12 vezes foram de R$ 67 milhões, enquanto as transações acima de 18 parcelas chegaram a R$ 21 milhões. Dentro desse volume total, de R$ 89 milhões, o tíquete médio foi de R$ 12.200 por transação. “Essa facilidade, rara de se encontrar no mercado, é apenas uma das formas que encontramos para jogar junto de nossos clientes e ajudar negócios a atingir os melhores resultados”, afirma Rafael Milaré, diretor de Receitas da Barte.

  • Varejo pode reduzir o impacto ambiental apostando na logística reversa e na sustentabilidade

    Varejo pode reduzir o impacto ambiental apostando na logística reversa e na sustentabilidade

    Com a crescente preocupação com a sustentabilidade, a logística reversa se tornou uma ferramenta essencial para as empresas que buscam reduzir seu impacto ambiental e promover a reutilização de materiais. 

    Carlos Tanaka, especialista em logística e fundador da PostalGow, empresa que atua no segmento logístico de telecomunicações ao longo de 25 anos, esse modelo tem ganhado força no Brasil, especialmente no varejo, onde o alto volume de devoluções e resíduos exige estratégias eficientes. “A logística reversa não é apenas uma questão de compliance. Ela é uma oportunidade estratégica de gerar valor econômico e ambiental ao mesmo tempo”, aponta.

    O conceito consiste no processo de recolhimento, reaproveitamento ou descarte correto de produtos e resíduos pós-consumo. De acordo com a Associação Brasileira de Logística (Abralog), o segmento teve uma expansão de 18% nos últimos dois anos, puxada por legislações ambientais mais rígidas, como a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), e pela pressão dos consumidores por práticas sustentáveis.

    Empresas se adaptam ao modelo de economia circular

    A implementação da logística reversa tem sido um dos principais meios para as empresas se adequarem ao conceito de economia circular, onde materiais descartados são reaproveitados para evitar desperdício. Um relatório da PwC aponta que 73% das grandes empresas brasileiras já possuem programas estruturados de logística reversa, principalmente nos setores de eletrônicos, moda e alimentos.

    No setor de moda, a reutilização de tecidos e o descarte correto de resíduos têxteis têm sido prioridades. Grandes varejistas como C&A e Renner implementaram programas de coleta de roupas usadas nas lojas físicas, incentivando a reciclagem de materiais. Segundo a FGV, iniciativas como essas podem reduzir em até 20% os custos operacionais associados à aquisição de novos insumos.

    A pressão por práticas sustentáveis não vem apenas das normas regulatórias. Segundo uma pesquisa do Instituto Ipsos, 72% dos consumidores brasileiros consideram a sustentabilidade um fator decisivo na hora de escolher produtos e marcas. O estudo aponta ainda que práticas visíveis de logística reversa podem aumentar a fidelização de clientes, sobretudo nas novas gerações.

    “Quando o cliente percebe que a empresa está comprometida com a reutilização de produtos e a redução de resíduos, isso gera um impacto positivo na imagem da marca e cria um diferencial competitivo”, destaca Tanaka. 

    No setor de eletroeletrônicos, a reciclagem de componentes é uma estratégia que reduz o impacto ambiental e, ao mesmo tempo, mitiga riscos financeiros associados a sanções ambientais.

    Tecnologia é aliada na logística reversa eficiente

    O avanço tecnológico também tem sido fundamental para otimizar os processos de logística reversa. Ferramentas de inteligência artificial e sensores de IoT (Internet das Coisas) têm ajudado as empresas a rastrear equipamentos em tempo real e prever a demanda por devoluções, aumentando a eficiência das operações. Segundo dados da McKinsey, a aplicação de tecnologia em processos logísticos pode reduzir em até 25% os custos totais das operações.

    A PostalGow, por exemplo, utiliza algoritmos de roteirização dinâmica para otimizar a coleta de equipamentos. “A combinação de tecnologia e sustentabilidade é o caminho natural para as empresas que desejam crescer de forma responsável”, destaca Tanaka. A empresa também adotou práticas alinhadas aos critérios de ESG (ambiental, social e governança), assegurando que todas as etapas do processo atendam aos padrões ambientais exigidos.

    Embora o avanço seja evidente, a implementação de uma logística reversa estruturada ainda enfrenta desafios, como a falta de infraestrutura adequada em algumas regiões e a necessidade de investimentos iniciais elevados. “O retorno financeiro da logística reversa é claro, mas muitas empresas ainda hesitam em adotar essas práticas por conta dos custos iniciais”, explica Tanaka.

    No entanto, as perspectivas são positivas. Estudo da International Finance Corporation (IFC) aponta que, até 2030, o mercado global de economia circular poderá movimentar US$ 4,5 trilhões, impulsionado pela adoção de práticas de sustentabilidade. No Brasil, o setor de logística reversa deverá crescer em média 15% ao ano, acompanhando a expansão de programas governamentais e privados voltados à economia verde.

    Para Tanaka, a chave está na combinação de tecnologia, inovação e responsabilidade ambiental. “Empresas que conseguirem integrar esses três pilares estarão à frente na construção de um modelo de negócio sustentável e lucrativo”, conclui o especialista.