Category: Dicas

  • Vazamentos de dados: um problema que custa caro às empresas brasileiras

    Vazamentos de dados: um problema que custa caro às empresas brasileiras

    Os dados pessoais e corporativos são um dos ativos mais valiosos das empresas em 2024, cenário que permanecerá em 2025. É por isso que o vazamento dessas informações representa mais do que um risco técnico – trata-se de um incidente de segurança que repercute profundamente na saúde financeira e reputação das marcas. Além dos potenciais gastos com as sanções previstas na LGPD (Lei Geral de Proteção de Dados), que podem chegar a 2% do faturamento ou R$ 50 milhões de multa por infração, as companhias alvos de vazamentos enfrentam custos ocultos, muitas vezes subestimados, com a recuperação de sistemas e danos intangíveis à imagem e às relações com o público externo.

    Empresas brasileiras chegam a perder, em média, R$ 6,75 milhões por violação de dados, segundo o relatório Cost of a Data Breach 2024, elaborado e divulgado pela IBM. Porém, na prática, esse impacto é ainda maior, pois as brechas na proteção de informações sensíveis geram prejuízos com outras consequências, além das legais, como evasão de clientes que migram para concorrentes com políticas de segurança mais robustas, interrupção das operações, investimentos emergenciais com relações públicas e cibersegurança para mitigar a crise.

    Segundo o  advogado Marco Zorzi, especialista em Direito Digital do escritório Andersen Ballão Advocacia, o avanço da aplicação da LGPD e as normas mais recentes sobre tratamento de dados exigem adequações à sistemática de transparência e segurança. A prevenção começa com a identificação dos dados a serem tratados na rotina da empresa – quais informações estão envolvidas, onde são armazenadas e com quem são compartilhadas. “Somente com as medidas para mapear esse fluxo é possível fortalecer a prevenção e agir de forma imediata e eficiente diante de incidentes de segurança. E isso envolve esforços, sobretudo, das equipes jurídica e de TI”, afirma Zorzi.

    Vale destacar que além da multa e advertência, o descumprimento das diretrizes da LGPD pode resultar em suspensão por até seis meses dos bancos de dados pessoais da empresa, publicidade da infração e proibição do exercício de atividades de tratamento das informações, que pode ser total ou parcial.

    Segundo o especialista, os novos regulamentos da ANPD (Autoridade Nacional de Proteção de Dados) sobre o papel do Encarregado, a comunicação de incidentes de segurança e a transferência internacional de dados elevam o padrão de responsabilidade corporativa.

    ATAQUES HACKERS

    A urgência de reconhecer riscos e agir de forma preventiva foi reforçada pela decisão da 3ª Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ), que responsabilizou a Eletropaulo por vazamento de dados decorrente de invasão hacker.

    O tribunal concluiu que, mesmo em casos de ataque criminoso, a obrigação da empresa de proteger os dados permanece intacta. A decisão baseou-se nos artigos 19 e 43 da LGPD, que determinam a adoção de medidas técnicas e administrativas adequadas para resguardar os dados.

  • Novas Tecnologias e Seus Impactos nas Relações de Consumo: Propostas para Garantir Direitos no E-commerce, Aplicativos e Inteligência Artificial

    Novas Tecnologias e Seus Impactos nas Relações de Consumo: Propostas para Garantir Direitos no E-commerce, Aplicativos e Inteligência Artificial

    A evolução tecnológica tem alterado significativamente as relações de consumo, ampliando o acesso a produtos e serviços e promovendo maior comodidade ao consumidor. Contudo, essa transformação não ocorre sem desafios, sobretudo no que diz respeito à proteção de direitos em um ambiente de constante inovação. O comércio eletrônico, os aplicativos e a inteligência artificial não apenas redefiniram a interação entre consumidores e fornecedores, mas também exigem a adaptação de normas, mecanismos de fiscalização e educação digital. Este artigo explora os impactos dessas tecnologias e apresenta propostas concretas para garantir a proteção do consumidor.

    E-commerce: Expansão e Riscos nas Relações Digitais

    O e-commerce, principalmente após a pandemia de COVID 19, consolidou-se como uma das principais formas de comércio, oferecendo praticidade e uma vasta gama de opções. Porém, os consumidores enfrentam desafios específicos nesse ambiente.

    Os fornecedores devem garantir que as informações sobre produtos e serviços sejam claras, completas e acessíveis, em conformidade com o Código de Defesa do Consumidor (CDC) o que nem sempre ocorre nos sites e aplicativos que oferecem produtos e serviços.

    Para aprimorar as relações de consumo on line entendemos que é premente o desenvolvimento de normas específicas para a descrição de produtos em plataformas digitais, com exigências sobre qualidade de imagem e detalhamento técnico. Por sua vez, é importante contar com a fiscalização ativa por parte de órgãos de defesa do consumidor, utilizando ferramentas de análise automatizada para monitorar sites e identificar irregularidades.

    Quanto ao direito de arrependimento, embora haja previsão legal os consumidores muitas vezes enfrentam dificuldades práticas, como custos inesperados de devolução ou resistência de fornecedores. Com vistas a mitigar tais dificuldades algumas propostas seriam benéficas, entre elas:

    • Regulamentação específica para o direito de arrependimento em compras digitais, incluindo a obrigação de que os custos de devolução sejam previamente informados.
    • Criação de selos de conformidade para plataformas que implementem políticas de devolução claras e justas.
    • Incentivo ao uso de ferramentas digitais para automatizar processos de devolução e reembolso, aumentando a transparência e reduzindo o tempo de espera.

    É fato que o crescimento do e-commerce levou ao aumentou dos casos de fraudes e vazamento de dados. A proteção ao consumidor nesse contexto requer a aplicação rigorosa da Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) e mecanismos de segurança digital, exigindo-se que as empresas invistam em sistemas mais robustos e em parcerias entre órgãos públicos e empresas para o desenvolvimento de campanhas educativas sobre segurança em transações digitais.

    Aplicativos: Praticidade e Novos Desafios Jurídicos

    Os aplicativos de serviços (como transporte, delivery e hospedagem) ampliaram a oferta e acessibilidade de serviços, mas também criaram relações mais complexas entre consumidores, plataformas e fornecedores

    Frequentemente, as plataformas  alegam atuar apenas como intermediárias na tentativa de se eximirem de responsabilidade, mas os consumidores muitas vezes não têm clareza sobre quem deve ser responsabilizado em casos de falhas.

    Para evitar tais alegações é importante que as normas vigentes reforcem a responsabilidade solidária entre plataformas e fornecedores, especialmente em setores como transporte e delivery.

    O uso de precificação dinâmica em aplicativos, como transporte e hospedagem, pode levar a práticas abusivas se não for devidamente regulado, e por isso deveria ter maior fiscalização.

    Quanto aos sistemas internos de resolução de conflitos, oferecidos pelas plataformas, muitas vezes carecem de transparência e imparcialidade e se tornam pouco efetivos. Para aprimorar estes mecanismos, seria necessário melhorar a transparência, imparcialidade e a garantia de acesso ao Poder Judiciário.

    Tendo este artigo se estendido nestas questões abordaremos o tema da IA e educação e letramento digital na 2ª parte deste artigo.

    2ª. parte do artigo

    Na 1ª parte do presente artigo debatemos acerca da expansão do comércio on line via e-commerces e aplicativos digitais, sugerindo algumas medidas para aprimorar as garantias dos consumidores.

    Nesta 2ª parte do artigo iremos discutir sobre uma novidade que tem potencial para causar uma verdadeira revolução em vários aspectos das relações sociais e de consumo, a IA. Como ela já está impactando o dia a dia dos consumidores e quais as medidas devemos adotar para mitigar os danos.

    Inteligência Artificial: Oportunidades e Riscos no Consumo

    Certo é que a inteligência artificial está transformando a experiência de consumo, permitindo personalização, automação e maior eficiência. Contudo, também apresenta riscos significativos. Entre os mais importantes estão os relacionados à discriminação algorítmica, a falta  de privacidade e responsabilidade por decisões automatizadas, como já vimos em casos que se espalham pelo mundo.

    Assim, o uso de IA pode gerar discriminação, mesmo que não intencional, prejudicando consumidores com base em perfis criados a partir de dados. Por isso é importante a implementação de auditorias obrigatórias para algoritmos utilizados em serviços de consumo, com foco na prevenção de discriminação e práticas abusivas. A criação de um órgão regulador especializado em IA no consumo, ou a ampliação da competência da ANPD, seria bastante salutar, visando estabelecer padrões éticos e técnicos para o uso de IA.

    E por falar na ANPD, a LGPD prevê o direito à revisão humana em decisões automatizadas que impactem os consumidores, mas a aplicação prática desse direito ainda é limitada.

    Portanto, é de grande importância que todas as plataformas que utilizem IA informem claramente ao consumidor quando suas decisões forem automatizadas, permitindo a solicitação de revisão humana de modo mais simples e prático.

    Em situações de danos causados por IA, a atribuição de responsabilidade ainda é um desafio que foge às regras do direito civil, e mesmo do direito do consumidor. Esta é uma realidade não prevista pelo legislador e merece uma análise e disciplina específica.

    Necessário se faz o estabelecimento de normas específicas sobre responsabilidade civil em casos de danos causados por IA garantindo que o fornecedor seja responsabilizado independentemente de culpa.

    Já em casos em que haja consumidores afetados por danos de larga escala causados por falhas de sistemas de IA, podemos avaliar a criação de fundos de compensação coletiva para indenização daqueles que forem prejudicados.

    As mudanças ocorridas nos últimos anos nos levam a repensar as relações de consumo com o padrão até hoje estabelecido, se a atual regulação atende aos novos desafios e quais as medidas e políticas públicas devem ser tomadas para trazer mais segurança e transparência para os consumidores.

    Neste sentido, propostas de longo prazo devem ser implementadas. Entre elas a promoção da educação financeira e para o consumo. Promover a conscientização sobre direitos e riscos no consumo digital também é essencial.

    Assim, seria importante o desenvolvimento de programas nacionais de educação digital, incluindo cursos e materiais educativos sobre segurança, privacidade e direitos do consumidor.

    Por outro lado, o poder público deve acompanhar continuamente o impacto das tecnologias e propor atualização das normas através dos órgãos de defesa do consumidor, com foco exclusivo em e-commerce, aplicativos e IA.

    O uso de tecnologia para monitorar práticas de mercado pode fortalecer a proteção ao consumidor, evitando e coibindo  práticas abusivas, identificando padrões de violação de direitos em larga escala.

    O avanço tecnológico pode e deve ser um aliado na construção de relações de consumo mais justas, transparentes e acessíveis. Contudo, a proteção do consumidor exige ações concretas por parte do legislador, do Judiciário, de órgãos de defesa e das próprias empresas. A implementação das medidas propostas neste artigo pode não apenas mitigar os riscos associados às novas tecnologias, mas também transformar o Brasil em referência global na proteção ao consumidor no ambiente digital.

  • Educação contínua de CEOs: qual a importância para o crescimento corporativo?

    Educação contínua de CEOs: qual a importância para o crescimento corporativo?

    O mundo muda constantemente. A cada dia que acordamos, vemos notícias de países crescendo economicamente, guerras, acordos, avanços tecnológicos, e muitos outros acontecimentos. Comandar uma empresa diante desta volatilidade e incertezas não é algo simples ou fácil, o que demanda um excelente CEO à frente dos negócios que, não apenas tenha ampla experiência no ramo, mas que tenha, dentro de si, uma forte compreensão da importância de se manter sempre atualizado para que esteja devidamente preparado para ser este piloto.

    Essa imprevisibilidade do mercado sempre foi algo presente em nossa história. A diferença, agora, é que, com o crescimento da digitalização global e a alta conectividade da sociedade, os acontecimentos em outros países também têm alta probabilidade de nos afetarem por aqui – o que, naturalmente, eleva o grau de preocupação e receio por parte do empresariado.

    Este sentimento vem exigindo dos empreendimentos uma maior agilidade, adaptação e leitura de cenário, em prol de uma tomada de decisões mais estratégica. Todos nós, em tese, devemos ter este comportamento no dia a dia, porém, no caso dos CEOs, esse perfil ganha ainda mais importância, considerando o peso desta cadeira para a condução das operações com máxima eficiência.

    Compreendendo essa relação, dados divulgados em um levantamento feito pela Falconi mostram que 80% dos CEOs continuaram a estudar após sua primeira graduação, em busca de programas de educação executivas que reforcem seus conhecimentos e habilidades para ocupação desta cadeira.

    A forma pela qual eles podem se manter atualizados para tomar decisões com mínimo de informações e, em cima disso, antever possíveis cenários, merece atenção. Isso porque, muito além desta rotina precisar fazer parte de sua agenda, alguns questionamentos precisam ser feitos e embasar estes estudos.

    Estar embasado sobre o que acontece no mundo é, indiscutivelmente, importante. Mas, se pergunte: quais diferenciais eu, como CEO, terei à frente dos meus concorrentes, com esta rotina de aprendizado? Quais foram os últimos acontecimentos globais e de que forma eles impactaram, ou não, minha empresa? Será que conseguimos antever alguma ocorrência, com base no que já passamos, de forma que estejamos mais bem preparados para lidar com elas?

    Faça essas análises e incorpore o que, de fato, faz sentido conforme a realidade do seu negócio. Quem são todos esses agentes que impactam ou interferem nas operações, e como podem se preparar, a partir disso, para tomar decisões mais estratégicas. Algo que, para que atinja as metas estipuladas, dependerá, justamente, desta atualização constante pelo CEO, se mantendo antenado ao que está acontecendo no mundo e organizando muito bem sua casa para eventuais ocorrências.

    Com a chegada de um novo ano, novos ares são precisos. Veja como 2024 foi para sua empresa, seus times, e alinhe o mindset de todos sobre o que esperam para 2025. Este ecossistema precisa se unir e se moldar perante a conquista destas metas, tendo o apoio preciso para tirar as ideias do papel e colocá-las em prática com assertividade.

    Se o mercado não para – e nunca parou – por que o CEO deveria? A dinâmica empresarial está em constante reciclagem, e todos nós deveríamos manter o ritmo. Caso contrário, você será o único estagnado diante de um mundo que permanece avançando, em ritmo acelerado.

  • Retail Media: quais os benefícios para as empresas?

    Retail Media: quais os benefícios para as empresas?

    O que sua empresa faz de diferente para atrair e reter cada vez mais consumidores? Atingir essa meta, em um mercado altamente competitivo, pode ser uma grande pedra no sapato de todo empreendedor. Mas, existem estratégias que estão se destacando e se mostrando fortemente benéficas neste sentido, como o Retail Media. Seu foco de divulgação no varejo pode elevar, significativamente, a conversão crescente de leads e aumento da produtividade, mas deve ser muito bem planejada para atingir este fim.

    Em sua definição, essa estratégia de marketing se refere ao ato de utilizar marketplaces e marcas de varejo, principalmente seus sites, como um local para apresentação da marca ou produtos, seja isso realizado por anúncios patrocinados dentro da página de resultados de busca, banners em categorias de produtos ou, até mesmo, anúncios na página home. Nesse sentido, cada varejista determinará o valor cobrado pela divulgação, o qual também utilizará seu banco de dados para realizar a segmentação dos anúncios, de forma que sejam direcionados para um público-alvo específico.

    Segundo uma pesquisa realizada pela Enext em parceria com a Newtail, 79% das empresas que contribuíram com seus dados acerca do tópico já investem em Retail Media, reconhecendo o modelo como uma forte tendência dentro da área de publicidade e marketing. E, não faltam motivos que justifiquem tamanho crescimento deste movimento.

    Do ponto de vista legal, com a criação da Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD), a forma como o marketing digital coletava seus dados para conseguir entender o comportamento dos consumidores por meio de seus históricos de navegação se tornou bem complicada. Houve um grande impacto no âmbito de mídia paga, que estava acostumada a ter vários dados dos consumidores de forma mais “fácil e prática”, o que mudou com a vigência da Lei.

    Para ajudá-las neste compliance sem prejuízo à coleta e análise de dados, o Retail Media começou a se destacar por apresentar dados first party (informações coletadas diretamente no site), além de funcionar como um filtro, uma vez que a pessoa que está em um site de varejo demonstra, claramente, interesse em algum produto.

    Junto a isso, tivemos também uma forte mudança nos hábitos dos consumidores ao realizar compras online, a qual foi amplamente sentida nos últimos anos. Na prática, ao invés de buscarem pelos produtos desejados no buscador geral, muitos começaram a preferir acessar os sites oficiais das marcas para esta seleção. Isso foi comprovado em um estudo da PowerReviews, o qual trouxe os dados de acesso dos usuários a algumas das principais plataformas do mercado para este sentido: Amazon (50%), Google (31.5%), varejo ou sites de marcas (14%), sites de análise (2%) e redes sociais (2%).

    Se analisarmos, ainda, o aumento nos valores de anúncios dentro do Google e da Meta, maior concorrência na utilização de palavras-chave nos buscadores, optar pelo investimento em divulgações nas plataformas de varejistas e marketplaces que, naturalmente, detêm uma grande força de marca na consciência das pessoas, bem como uma logística muito otimizada, pode trazer resultados melhores na visibilidade e destaque competitivo.

    Para incentivar ainda mais o campo do marketing e publicidade a utilizar de seus espaços disponibilizados, os detentores destas plataformas chegam a criar ferramentas que possibilitam a análise contínua das campanhas, checando dados que também são apresentados nas outras plataformas como Google Ads e Meta Ads.

    Tudo isso faz com que o Retail Media venha se tornando amplamente investido no mercado e, de fato, uma opção estratégica para a conquista de melhores resultados, acompanhando o movimento dos consumidores em buscar os produtos desejados diretamente nos sites de suas marcas. Aquelas que apostarem nesta ação, certamente tenderão a colher frutos maduros para vender cada vez mais.

  • Black Friday impulsiona estratégias de vendas para o Natal e engajamento de compras para 2025

    Black Friday impulsiona estratégias de vendas para o Natal e engajamento de compras para 2025

    A Black Friday de 2024 trouxe resultados expressivos para o varejo brasileiro com um crescimento de 16,1% nas vendas em relação ao mesmo período do ano passado, segundo dados da Cielo. Esse movimento reforça a importância de aproveitar o aquecimento do mercado no final do ano, tanto para alavancar as vendas no Natal quanto para planejar estratégias para 2025. Mas como empreendedores podem maximizar essas oportunidades?

    De acordo com especialistas do setor, o segredo está em integrar ações de curto e longo prazo, usando o impulso do momento para manter o engajamento dos clientes e garantir resultados consistentes. “A Black Friday é só o começo. O verdadeiro diferencial está em como as empresas conectam essa campanha com o Natal e, a partir daí, estruturam seu planejamento para o ano seguinte,” afirma Fernanda Clarkson, CMO da SuperFrete.

    O Natal representa uma das maiores oportunidades de vendas do ano. Segundo Clarkson, uma estratégia eficaz é aproveitar os dados coletados durante a Black Friday para criar campanhas personalizadas que aumentem a fidelidade do cliente. “Usar ferramentas de remarketing para engajar os consumidores que compraram ou demonstraram interesse na Black Friday pode ser decisivo para converter essas interações em novas vendas no Natal,” explica.

    Outro ponto fundamental é explorar promoções diferenciadas, como kits de presentes ou frete grátis para pedidos acima de um determinado valor. Essas estratégias incentivam compras maiores e agregam valor à experiência do consumidor.

    Além disso, garantir uma logística eficiente é indispensável. O período de festas exige agilidade na entrega, o que pode ser um desafio para muitos negócios. “Empreendedores precisam revisar estoques, alinhar parceiros logísticos e criar prazos de entrega realistas. Isso não só melhora a experiência do cliente, mas também reduz riscos de devoluções ou reclamações,” complementa.

    Enquanto o Natal fecha o ciclo de vendas do ano, 2025 deve ser planejado com uma visão estratégica. Uma dica importante é usar o calendário comercial como ferramenta para mapear os principais períodos de venda e alinhar campanhas com a sazonalidade do mercado.

    “Empresas que se preparam antecipadamente têm mais chances de sucesso. Planejar campanhas com pelo menos três meses de antecedência permite ajustar estoques, criar estratégias de marketing alinhadas às tendências do mercado e aproveitar ao máximo cada data sazonal,” destaca.

    Outra recomendação é diversificar os canais de venda. Com o crescimento de marketplaces e o fortalecimento do e-commerce próprio, empreendedores devem avaliar quais plataformas geram mais retorno e investir em estratégias de integração. “Marketplaces são ótimos para atrair novos clientes, enquanto o e-commerce próprio oferece maior controle sobre a marca e os dados do consumidor. O equilíbrio entre os dois é a chave,” afirma a CMO.

    Contudo, empreendedores devem estar atentos à gestão de estoque e acompanhar a performance de vendas em tempo real. Permitindo assim identificar produtos com maior saída e ajustar as estratégias conforme necessário.

    “Pensar no longo prazo é essencial. A Black Friday e o Natal são momentos muito importantes do calendário comercial, e os aprendizados desse período com certeza servirão como diferencial para construir um 2025 sólido e sustentável,” conclui Fernanda.

  • Grandes, mas não infalíveis: por que empresas estabelecidas também precisam de consultoria

    Grandes, mas não infalíveis: por que empresas estabelecidas também precisam de consultoria

    Segundo dados do Econodata, atualmente existem mais de 140 mil grandes empresas no Brasil. Mesmo consideradas pilares de seus mercados, essas corporações não estão imunes a desafios. A estabilidade de um grande negócio pode ser ilusória, pois a falta de adaptação às mudanças do mercado pode colocar em risco a sobrevivência dessas organizações, como foi possível observar em crises econômicas como a recessão de 2014 e o impacto da pandemia do COVID 19.

    Embora as grandes empresas sejam visadas como modelos de sucesso e estabilidade, ainda enfrentam desafios únicos que podem comprometer essa posição no mercado. A complexidade de suas operações amplas, a necessidade de gerenciamento de crises, a pressão para sempre apresentar inovações e a constante adaptação às demandas do mercado são apenas alguns exemplos. Entretanto, decisões equivocadas, mesmo que pequenas, geram impactos significativos devido à extensão de seus impactos no mercado. 

    Grandes organizações não são infalíveis, somente em outubro desse ano, o número de falências saltou 50,8% em comparação ao mesmo período de 2023, e desse percentual, 17 empresas são de grande porte, conforme dados do IstoÉ Dinheiro. Nesse cenário, a consultoria se torna um elemento essencial nessas corporações, ajudando a identificar oportunidades no processo, corrigindo gargalos operacionais e garantindo que estratégias sejam implementadas com precisão e no prazo correto, trazendo uma visão a longo prazo dos efeitos de cada ação tomada.

    “Empresas de grande porte exigem uma abordagem multidisciplinar, aqui na consultoria oferecemos soluções estratégicas personalizadas para cada empresa, ajudando a enfrentar desafios que parecem muitas vezes não ter solução”, afirma explica Jorge Gonçalves, advogado, conselheiro empresarial e CEO da empresa Gonçalves Consultoria. Com uma equipe experiente e conhecimento em áreas diversas como planejamento estratégico, renegociação de dívidas e governança, a consultoria se posiciona como parceira de peso para manter a estabilidade e o crescimento sustentável dessas instituições.

    “Buscar consultoria não é sinal de fraqueza, mas sim uma atitude estratégica de empresas que desejam se manter estabilizadas no mercado. Esse serviço é um investimento, não despesa. Grandes empresas que investem em consultorias estão, na verdade, garantindo longevidade e competitividade no mercado, garantindo permanência como destaque em seus respectivos mercados”, conclui Jorge.

  • 5 estratégias para aplicar no marketing e faturar mais no final do ano

    5 estratégias para aplicar no marketing e faturar mais no final do ano

    As vendas de final de ano movimentam os caixas dos varejistas brasileiros e empresários de diversos setores se preparam para a data com a expectativa de faturar mais. De acordo com o Índice Antecedente de Vendas do Instituto para Desenvolvimento do Varejo (IAV-IDV), a previsão é de um aumento de 7% em dezembro, em comparação com o mesmo mês do ano de 2023. 

    Para contribuir com a nova perspectiva, Fabiano Cruz, CEO da agência Alot, martech especializada na construção e gestão de marcas com estratégias alinhadas à IA, elencou 5 principais condutas transformadoras no marketing para conquistar mais a atenção dos clientes e vender mais durante o final do ano. “É um momento muito oportuno para calibrar as campanhas, de maneira direcionada e alinhada com o público-alvo. Por isso, tudo deve iniciar com uma boa segmentação”, aponta o CEO. Ele detalha cada passo para obter êxito. Confira:

    1. Segmentação avançada de clientes

    O especialista afirma que é necessário entender profundamente os diferentes perfis de compradores dentro da base dos clientes para oferecer produtos e serviços mais assertivos. “Uma técnica eficaz é a análise RFM (Recência, Frequência, Valor Monetário). A recência refere-se à última compra do cliente, a frequência é quando ele realiza compras e o valor monetário, o quanto gasta em média”, pontua Fabiano. 

    1. Estar atento às tendências de compras futuras

    “Antecipar quais produtos serão mais pesquisados é crucial para bons resultados e isso conseguimos ao analisar os dados históricos das vendas passadas para prever as demandas futuras. Por exemplo, um varejista percebe uma busca maior por equipamentos de ginástica para uso doméstico. Ao inteirar-se disso, a empresa aumenta o estoque desses produtos e cria campanhas promocionais específicas, atendendo à procura crescente e maximizando as vendas”, ilustra Fabiano. 

    1. Otimização de preços dinâmicos

    Fabiano diz que a precificação dinâmica é importante e colabora com o aumento das compras. “Ao ajustar os preços em tempo real a partir do comportamento de consumo, estoque e concorrência, a empresa tem mais vendas e lucros. Entender essa elasticidade de preço e como as mudanças afetam a quantidade vendida permite definir preços atrativos para diferentes produtos”, analisa. 

    Para exemplificar, ele explica que uma plataforma de hospedagem modifica os preços dos quartos de hotel conforme a consulta. “Durante os meses de dezembro e janeiro o site pode oferecer descontos maiores em quartos com baixa ocupação, incentivando reservas e aumentando a receita”, garante Fabiano. 

    1. Gestão de estoque inteligente

    Gerenciar o estoque de forma eficiente é fundamental para não ter custos excessivos e a previsão de demanda apresenta dados e análises para antecipar quais produtos terão maior pesquisa. 

    “É interessante fazer uma classificação ABC para categorizar artigos em: A (mais importantes) – itens que representam a maior parte do valor de vendas, B (importância intermediária) – produtos com impacto moderado nas vendas e a C (menos importantes) – menor influência no faturamento. Assim temos um parâmetro de quando aumentar o estoque, garantindo disponibilidade e evitando a falta deles. Isso melhora a satisfação do cliente e interfere diretamente no caixa”, sugere Fabiano. 

    1. Análise das suas redes sociais

    “Ver o que seus clientes estão dizendo sobre sua marca é um excelente termômetro e te dá insights valiosos. Esse monitoramento de mídias sociais e a avaliação se os comentários são positivos, negativos ou neutros ajudam a compreender a percepção deles. Se uma empresa de eletrônicos vê elogios a um novo recurso de seu smartphone nas redes sociais, pode destacar esse diferencial em suas campanhas. Mas se houver reclamações sobre a bateria, pode oferecer descontos em acessórios como carregadores portáteis. Além disso, interagir proativamente com os clientes, respondendo a comentários e feedbacks, melhora a imagem da marca e permite ajustar estratégias conforme necessário”, finaliza o especialista. 

  • Hackers chineses: ataques exploram falhas conhecidas desde 2021

    Hackers chineses: ataques exploram falhas conhecidas desde 2021

    Os recentes ataques supostamente realizados pelo grupo chinês Salt Typhoon a empresas de telecomunicações e países – entre eles estaria o Brasil – deixou o mundo todo em alerta. Notícias falam do nível de sofisticação das invasões e, o que é mais alarmante – os criminosos, teoricamente, ainda estariam dentro das redes dessas empresas.

    As primeiras informações sobre esse grupo surgiram em 2021, quando a equipe de Threat Intelligence da Microsoft divulgou informações sobre como a China teria se infiltrado com sucesso em vários provedores de serviço de internet, para vigiar as empresas – e capturar dados. Um dos primeiros ataques realizados pelo grupo foi a partir de uma violação em roteadores Cisco, que serviam como um gateway para monitorar atividades de internet ocorrendo por meio desses dispositivos. Uma vez que o acesso era obtido, os hackers conseguiam expandir seu alcance para redes adicionais. Em outubro de 2021, a Kaspersky confirmou que os cibercriminosos já tinham expandido os ataques a outros países como Vietnã, Indonésia, Tailândia, Malásia Egito, Etiópia e Afeganistão. 

    Se as primeiras vulnerabilidades já eram conhecidas desde 2021 – por que ainda fomos atacados? A resposta está, justamente, em como lidamos com essas vulnerabilidades no dia a dia.

    Método de violação

    Agora, nos últimos dias, informações do governo norte-americano confirmaram uma série de ataques a “empresas e países” – que teriam acontecido a partir de vulnerabilidades conhecidas em um aplicativo de VPN, do fabricante Ivanti, no Fortinet Forticlient EMS, usado para fazer o monitoramento em servidores, em firewalls Sophos e também em servidores Microsoft Exchange. 

    A vulnerabilidade da Microsoft foi divulgada em 2021 quando, logo na sequência, a empresa publicou as correções. A falha nos firewalls Sophos foi publicada em 2022 – e corrigida em setembro de 2023. Os problemas encontrados no Forticlient se tornaram públicos em 2023, e corrigidos em março de 2024 – bem como os da Ivanti, que também tiveram seus CVEs (Common Vulnerabilities and Exposures) registrados em 2023. A empresa, entretanto, só corrigiu a vulnerabilidade em outubro passado. 

    Todas essas vulnerabilidades permitiram que os criminosos facilmente se infiltrassem nas redes atacadas, usando credenciais e softwares legítimos, o que torna a detecção dessas invasões quase impossível. A partir daí, os criminosos se moveram lateralmente dentro dessas redes, implantando malwares, que ajudaram no trabalho de espionagem de longo prazo. 

    O que é alarmante nos recentes ataques é que os métodos utilizados pelos hackers do grupo Salt Typhoon são consistentes com as táticas de longo prazo observadas em campanhas anteriores atribuídas a agentes estatais chineses. Esses métodos incluem o uso de credenciais legítimas para mascarar atividades maliciosas como operações rotineiras, dificultando a identificação por sistemas de segurança convencionais. O foco em softwares amplamente utilizados, como VPNs e firewalls, demonstra um conhecimento aprofundado das vulnerabilidades em ambientes corporativos e governamentais.

    O problema das vulnerabilidades

    As vulnerabilidades exploradas também revelam um padrão preocupante: atrasos na aplicação de patches e atualizações. Apesar das correções disponibilizadas pelos fabricantes, a realidade operacional de muitas empresas dificulta a implementação imediata dessas soluções. Testes de compatibilidade, a necessidade de evitar interrupções em sistemas de missão crítica e, em alguns casos, a falta de conscientização sobre a gravidade das falhas contribuem para o aumento da janela de exposição.

    Essa questão não é apenas técnica, mas também organizacional e estratégica, envolvendo processos, prioridades e, muitas vezes, cultura corporativa.

    Um aspecto crítico é que muitas empresas tratam a aplicação de patches como uma tarefa “secundária” em comparação com a continuidade operacional. Isso cria o chamado dilema do downtime, onde os líderes precisam decidir entre a interrupção momentânea de serviços para atualizar sistemas e o risco potencial de uma exploração futura. No entanto, os ataques recentes mostram que postergar essas atualizações pode sair muito mais caro, tanto em termos financeiros quanto reputacionais.

    Além disso, os testes de compatibilidade são um gargalo comum. Muitos ambientes corporativos, especialmente em setores como telecomunicações, operam com uma complexa combinação de tecnologias legadas e modernas. Isso faz com que cada atualização demande um esforço considerável para garantir que o patch não cause problemas em sistemas dependentes. Esse tipo de cuidado é compreensível, mas pode ser mitigado com a adoção de práticas como ambientes de teste mais robustos e processos automatizados de validação.

    Outro ponto que contribui para o atraso na aplicação de patches é a falta de conscientização sobre a gravidade das falhas. Muitas vezes, equipes de TI subestimam a importância de um CVE específico, principalmente quando ele não foi amplamente explorado até o momento. O problema é que a janela de oportunidade para os atacantes pode se abrir antes que as organizações percebam a gravidade do problema. Esse é um campo onde inteligência de ameaças e comunicação clara entre os fornecedores de tecnologia e as empresas podem fazer toda a diferença.

    Por fim, as empresas precisam adotar uma abordagem mais proativa e priorizada para gestão de vulnerabilidades, o que inclui a automatização dos processos de patching, a segmentação das redes, limitando o impacto de possíveis invasões, a rotina de simular regularmente possíveis ataques, o que ajuda a encontrar os potenciais “pontos fracos”. 

    A questão dos atrasos nos patches e atualizações não é apenas um desafio técnico, mas também uma oportunidade para as organizações transformarem sua abordagem de segurança, tornando-a mais ágil, adaptável e resiliente. Acima de tudo, esse modo de operação não é novo, e centenas de outros ataques são realizados com o mesmo modus operandi, a partir de vulnerabilidades que são usadas como porta de entrada. Aproveitar essa lição pode ser o diferencial entre ser vítima ou estar preparado para o próximo ataque.

  • Hackers chineses: ataques exploram falhas conhecidas desde 2021

    Hackers chineses: ataques exploram falhas conhecidas desde 2021

    Os recentes ataques supostamente realizados pelo grupo chinês Salt Typhoon a empresas de telecomunicações e países – entre eles estaria o Brasil – deixou o mundo todo em alerta. Notícias falam do nível de sofisticação das invasões e, o que é mais alarmante – os criminosos, teoricamente, ainda estariam dentro das redes dessas empresas.

    As primeiras informações sobre esse grupo surgiram em 2021, quando a equipe de Threat Intelligence da Microsoft divulgou informações sobre como a China teria se infiltrado com sucesso em vários provedores de serviço de internet, para vigiar as empresas – e capturar dados. Um dos primeiros ataques realizados pelo grupo foi a partir de uma violação em roteadores Cisco, que serviam como um gateway para monitorar atividades de internet ocorrendo por meio desses dispositivos. Uma vez que o acesso era obtido, os hackers conseguiam expandir seu alcance para redes adicionais. Em outubro de 2021, a Kaspersky confirmou que os cibercriminosos já tinham expandido os ataques a outros países como Vietnã, Indonésia, Tailândia, Malásia Egito, Etiópia e Afeganistão. 

    Se as primeiras vulnerabilidades já eram conhecidas desde 2021 – por que ainda fomos atacados? A resposta está, justamente, em como lidamos com essas vulnerabilidades no dia a dia.

    Método de violação

    Agora, nos últimos dias, informações do governo norte-americano confirmaram uma série de ataques a “empresas e países” – que teriam acontecido a partir de vulnerabilidades conhecidas em um aplicativo de VPN, do fabricante Ivanti, no Fortinet Forticlient EMS, usado para fazer o monitoramento em servidores, em firewalls Sophos e também em servidores Microsoft Exchange. 

    A vulnerabilidade da Microsoft foi divulgada em 2021 quando, logo na sequência, a empresa publicou as correções. A falha nos firewalls Sophos foi publicada em 2022 – e corrigida em setembro de 2023. Os problemas encontrados no Forticlient se tornaram públicos em 2023, e corrigidos em março de 2024 – bem como os da Ivanti, que também tiveram seus CVEs (Common Vulnerabilities and Exposures) registrados em 2023. A empresa, entretanto, só corrigiu a vulnerabilidade em outubro passado. 

    Todas essas vulnerabilidades permitiram que os criminosos facilmente se infiltrassem nas redes atacadas, usando credenciais e softwares legítimos, o que torna a detecção dessas invasões quase impossível. A partir daí, os criminosos se moveram lateralmente dentro dessas redes, implantando malwares, que ajudaram no trabalho de espionagem de longo prazo. 

    O que é alarmante nos recentes ataques é que os métodos utilizados pelos hackers do grupo Salt Typhoon são consistentes com as táticas de longo prazo observadas em campanhas anteriores atribuídas a agentes estatais chineses. Esses métodos incluem o uso de credenciais legítimas para mascarar atividades maliciosas como operações rotineiras, dificultando a identificação por sistemas de segurança convencionais. O foco em softwares amplamente utilizados, como VPNs e firewalls, demonstra um conhecimento aprofundado das vulnerabilidades em ambientes corporativos e governamentais.

    O problema das vulnerabilidades

    As vulnerabilidades exploradas também revelam um padrão preocupante: atrasos na aplicação de patches e atualizações. Apesar das correções disponibilizadas pelos fabricantes, a realidade operacional de muitas empresas dificulta a implementação imediata dessas soluções. Testes de compatibilidade, a necessidade de evitar interrupções em sistemas de missão crítica e, em alguns casos, a falta de conscientização sobre a gravidade das falhas contribuem para o aumento da janela de exposição.

    Essa questão não é apenas técnica, mas também organizacional e estratégica, envolvendo processos, prioridades e, muitas vezes, cultura corporativa.

    Um aspecto crítico é que muitas empresas tratam a aplicação de patches como uma tarefa “secundária” em comparação com a continuidade operacional. Isso cria o chamado dilema do downtime, onde os líderes precisam decidir entre a interrupção momentânea de serviços para atualizar sistemas e o risco potencial de uma exploração futura. No entanto, os ataques recentes mostram que postergar essas atualizações pode sair muito mais caro, tanto em termos financeiros quanto reputacionais.

    Além disso, os testes de compatibilidade são um gargalo comum. Muitos ambientes corporativos, especialmente em setores como telecomunicações, operam com uma complexa combinação de tecnologias legadas e modernas. Isso faz com que cada atualização demande um esforço considerável para garantir que o patch não cause problemas em sistemas dependentes. Esse tipo de cuidado é compreensível, mas pode ser mitigado com a adoção de práticas como ambientes de teste mais robustos e processos automatizados de validação.

    Outro ponto que contribui para o atraso na aplicação de patches é a falta de conscientização sobre a gravidade das falhas. Muitas vezes, equipes de TI subestimam a importância de um CVE específico, principalmente quando ele não foi amplamente explorado até o momento. O problema é que a janela de oportunidade para os atacantes pode se abrir antes que as organizações percebam a gravidade do problema. Esse é um campo onde inteligência de ameaças e comunicação clara entre os fornecedores de tecnologia e as empresas podem fazer toda a diferença.

    Por fim, as empresas precisam adotar uma abordagem mais proativa e priorizada para gestão de vulnerabilidades, o que inclui a automatização dos processos de patching, a segmentação das redes, limitando o impacto de possíveis invasões, a rotina de simular regularmente possíveis ataques, o que ajuda a encontrar os potenciais “pontos fracos”. 

    A questão dos atrasos nos patches e atualizações não é apenas um desafio técnico, mas também uma oportunidade para as organizações transformarem sua abordagem de segurança, tornando-a mais ágil, adaptável e resiliente. Acima de tudo, esse modo de operação não é novo, e centenas de outros ataques são realizados com o mesmo modus operandi, a partir de vulnerabilidades que são usadas como porta de entrada. Aproveitar essa lição pode ser o diferencial entre ser vítima ou estar preparado para o próximo ataque.

  • Como a capilaridade na logística reversa tem impulsionado negócios de varejo

    Como a capilaridade na logística reversa tem impulsionado negócios de varejo

    O crescimento do comércio eletrônico no Brasil trouxe muitas oportunidades de negócios, mas também vieram grandes desafios logísticos. Em 2023, as vendas on-line globais atingiram US$ 5,8 trilhões, e a construção de novos espaços de armazenamento superou 148 milhões de metros quadrados, segundo dados do portal NAIOP. No Brasil, o volume cada vez maior de devoluções reforça a necessidade de uma rede de pontos de coleta capaz de atender com eficiência diferentes regiões.

    Diante desse desafio, a capilaridade se tornou um fator de sobrevivência para empresas que buscam otimizar a logística reversa e oferecer melhores soluções aos consumidores.

    Desafios de um país continental

    Em um país de dimensões continentais como o Brasil, a logística reversa enfrenta desafios que vão desde o transporte até a coleta em localidades mais remotas. Dispositivos eletrônicos, como modems, roteadores e decodificadores, exigem sistemas eficientes para serem coletados, transportados e recondicionados ou reciclados.

    Sem uma rede de coleta bem estruturada, as empresas podem sofrer com altos custos de transporte, atrasos e dificuldades no atendimento às demandas dos consumidores.

    Especialista em soluções logísticas de telecomunicações, a PostalGow encontrou na capilaridade um caminho para superar essas barreiras. Com mais de 6.300 agências dos Correios e 2.800 estações de devolução capacitadas para receber, entregar, devolver e estocar pacotes – espalhados pelo país, a empresa facilita a devolução de equipamentos por consumidores em diversas localidades. Essa estrutura permite reduzir os custos operacionais das contratantes e atender de forma mais ágil as necessidades do varejo e dos clientes finais.

    Soluções práticas e tecnológicas

    A logística reversa exige mais do que uma rede ampla; demanda também a integração de tecnologia para garantir a eficiência operacional. A PostalGow desenvolveu a plataforma DevolvaFácil, que oferece soluções integradas para a devolução de produtos de forma ágil e rastreável. A ferramenta é compatível com sistemas ERP das empresas contratantes, possibilitando a gestão automatizada de devoluções e o acompanhamento em tempo real de cada etapa do processo.

    Carlos Tanaka, fundador da PostalGow, explica que a tecnologia é um dos pilares para tornar a capilaridade operacional. “Pontos de coleta descentralizados, integrados a sistemas de monitoramento, garantem eficiência e controle. Isso permite que empresas lidem com picos de demanda, como os registrados na Black Friday, sem perder a qualidade no atendimento”, explica.

    Nos Centros de Distribuição da PostalGow, localizados estrategicamente em regiões como Barueri, Manaus, Brasília e Porto Alegre, os itens coletados passam por triagem, recondicionamento e reciclagem. Essa abordagem garante que os equipamentos sejam recuperados ou destinados ao descarte correto, promovendo práticas alinhadas a padrões ambientais e de sustentabilidade.

    Experiência do cliente

    Além de otimizar os processos logísticos das empresas, a capilaridade também melhora a experiência dos consumidores. A facilidade de devolver produtos em pontos próximos e a oferta de incentivos, como descontos ou programas de fidelidade, tornam o processo de logística reversa mais acessível.

    Tanaka destaca que a proximidade entre os pontos de coleta e os consumidores reduz barreiras para a devolução de produtos. “Facilitar o acesso aos pontos de devolução incentiva a participação dos clientes e reforça a imagem das empresas como comprometidas com soluções práticas e sustentáveis”, afirma.

    Benefícios para o mercado varejista

    No varejo, a logística reversa com ampla capilaridade proporciona ganhos significativos. Empresas reduzem seus custos de transporte e armazenagem, além de melhorar a eficiência no gerenciamento de estoques. A integração de sistemas de coleta e distribuição com tecnologia avançada também permite maior previsibilidade e controle sobre as operações.

    A PostalGow, com sua abordagem “end-to-end”, entrega soluções que atendem desde a coleta até o recondicionamento e a entrega final dos equipamentos. Em 2023, a empresa registrou crescimento de 60%, fortalecendo sua posição como referência no setor de logística reversa no Brasil.