Category: Tendências

  • WhatsApp e a Nova Era da Inteligência Artificial

    WhatsApp e a Nova Era da Inteligência Artificial

    Em 2020, durante uma entrevista, afirmei: ‘Quem não se preparou para o WhatsApp comeu bola’. Naquele momento, já era evidente que o aplicativo se tornaria indispensável no dia a dia dos brasileiros, dado que o tempo médio de uso diário do aplicativo se aproximava de uma hora e meia. Hoje, essa previsão se concretizou: o WhatsApp não é apenas um meio de comunicação, mas um espaço híbrido que mistura interações pessoais e profissionais. Essa fusão entre vida pessoal e trabalho reflete um comportamento único do mercado brasileiro, criando um ambiente ideal para inovação financeira.

    Nós estamos entre os maiores mercados do aplicativo no mundo, ao lado de Índia e Indonésia. O WhatsApp já se tornou uma tecnologia essencial para milhões de brasileiros. Mais do que um aplicativo de mensagens, ele se transformou em um sistema operacional do dia a dia, onde negócios são fechados, clientes são atendidos e transações acontecem. Por isso, acredito que um assistente financeiro inteligente deve estar exatamente onde as pessoas já estão.

    Vivemos um momento único no setor financeiro. Estamos testemunhando uma mudança de era, onde a inteligência artificial (IA) não é mais uma promessa distante, mas uma ferramenta prática e acessível, capaz de transformar a maneira como gerenciamos nossas finanças.

    Ao longo das últimas décadas, testemunhamos diversas transformações tecnológicas: a era da internet (1995-2000), a era da computação em nuvem, a era mobile e, agora, a era da IA. Na transição da era mobile, onde usabilidade e design predominavam, para a era da IA, estamos migrando de um modelo apenas focado na experiência do usuário para um também centrado na execução de tarefas. O Google foi pioneiro ao integrar machine learning em suas buscas, mas a OpenAI revolucionou ao transformar “search” em “answer”.

    A maneira como interagimos com serviços financeiros está mudando. Bancos tradicionais ainda impõem burocracias e processos demorados. As fintechs trouxeram inovação, mas muitas mantêm modelos de monetização que não fazem sentido para o pequeno empreendedor, com tarifas, assinaturas mensais e excesso de funcionalidades que acabam sendo subutilizadas. 

    O que os empreendedores realmente precisam não é de uma solução repleta de recursos técnicos, mas de um serviço intuitivo, eficiente e, principalmente, acessível. Em vez de navegar por menus complexos ou preencher múltiplos formulários, um usuário deveria resolver sua necessidade financeira por meio de um simples comando de voz ou mensagem de texto.

    A próxima evolução das plataformas conversacionais no setor financeiro não se limita apenas à automação do atendimento, mas sim à criação de experiências contínuas e integradas. Isso significa que um usuário pode iniciar uma transação em um aplicativo de mensagens, continuar no navegador e concluir a operação em outro dispositivo sem perder o fluxo da interação.

    Essa conectividade omnicanal, aliada à IA, tornará a experiência mais fluida e eficiente, permitindo que empreendedores e consumidores ganhem tempo, eliminem burocracias e reduzam custos operacionais.

    O crescimento das plataformas conversacionais no setor financeiro demonstra que o futuro pertencerá às soluções que reduzem complexidade, otimizam processos e colocam a tecnologia para trabalhar a favor dos usuários. A tendência é clara: o dinheiro e os serviços financeiros estarão cada vez mais acessíveis dentro das plataformas de comunicação que já fazem parte do dia a dia da população.

    À medida que novas tecnologias emergem, a expectativa é que essas soluções não se limitem apenas a operações bancárias, mas integrem pagamentos, análise financeira, concessão de crédito e investimentos de maneira simples e eficiente.

    Os bancos tradicionais precisarão se reinventar. As fintechs que não priorizarem a experiência intuitiva perderão espaço. A verdadeira inovação estará nas soluções que realmente empoderam o usuário, tornando as finanças mais acessíveis, ágeis e conectadas ao mundo real.

    O futuro já começou – e ele será conversacional.

  • Digitalização de processos: será que já chegamos nessa fase?

    Digitalização de processos: será que já chegamos nessa fase?

    Nos últimos anos, as discussões sobre transformação digital ocuparam um lugar de destaque em praticamente todos os setores, desde pequenas empresas familiares até grandes corporações multinacionais. Fala-se em automação, em inteligência artificial, na adoção de plataformas em nuvem e em modelos de negócio disruptivos que priorizam o uso de dados.

    Contudo, quando olhamos mais de perto, percebemos que muitas dessas iniciativas, embora importantes, acabam sendo implantadas de forma compartimentada, ou seja, cada departamento tenta resolver suas próprias demandas de maneira isolada. Isso levanta uma questão fundamental: será que podemos considerar que já chegamos à era em que todos os processos corporativos são efetivamente digitalizados?

    Para entender melhor o cenário atual, é preciso diferenciar a transformação digital propriamente dita da digitalização de processos de ponta a ponta. A primeira está ligada à adoção de tecnologias que, de certa forma, modernizam a organização e trazem melhorias significativas, como a automatização de marketing ou o uso de ferramentas para análise de dados. A segunda, por sua vez, exige uma visão sistêmica, capaz de unir os fluxos de trabalho entre diferentes setores e criar uma cadeia de processos coesa e 100% digital.

    A grande questão aqui é que, muitas vezes, a transformação digital em si é encarada como um grande guarda-chuva, mas, se não houver esforço para integrar essas soluções, o resultado pode ser apenas uma coleção de “silos digitais”, onde cada departamento opera com ferramentas isoladas, sem qualquer comunicação contínua com o restante da empresa. Dessa forma, a digitalização de processos – entendida como a capacidade de substituir fluxos manuais, papéis, retrabalhos e lacunas de informação por rotinas digitais seguras e confiáveis – ainda está longe de ser uma realidade para muitas organizações.

    Transformação digital em silos

    Há quem argumente que a transformação digital em silos seja apenas uma etapa inicial. Ou seja, é normal que departamentos como vendas, marketing ou TI sejam os primeiros a adotar soluções avançadas, já que a demanda por tecnologia nesses setores costuma ser mais urgente. Contudo, o problema surge quando essas iniciativas não se comunicam e não seguem um roteiro estratégico de crescimento. É como ter um motor de última geração num carro cujos pneus estão carecas: a parte mais moderna não garante que o veículo inteiro funcionará bem, pois há componentes críticos que não receberam a devida atenção.

    É muito comum, por exemplo, vermos empresas investindo pesado em plataformas de CRM para melhorar o relacionamento com o cliente e, ao mesmo tempo, manter processos de pagamento, faturamento ou mesmo recursos humanos de forma manual e desconexa. Essas disparidades geram gargalos que, no fim do dia, podem inviabilizar a efetividade daquela ferramenta de CRM, porque os dados acabam não sendo sincronizados com a área financeira ou com a área operacional. Assim, a organização não consegue ter uma visão única do cliente ou dos processos, e o uso de dados para a tomada de decisão fica prejudicado.

    Digitalização de processos e integração: por que isso é importante?

    Imagine uma empresa que ainda lide com uma infinidade de documentos em papel, exigindo que cada um seja assinado manualmente por diversas instâncias, depois digitalizado e arquivado em sistemas diferentes. Agora, contraste essa realidade com outra, na qual os documentos já nascem digitais e transitam por um fluxo de aprovação automatizado, notificando automaticamente os responsáveis a cada etapa, armazenando versões anteriores e permitindo assinaturas eletrônicas com validade legal. Nesse segundo cenário, não apenas o tempo de processamento é reduzido drasticamente, mas também se ganha em segurança, rastreabilidade e conformidade regulatória.

    O grande diferencial de digitalizar processos de ponta a ponta não está apenas na redução de custos operacionais – embora esse seja um fator relevante –, mas sim na criação de um ecossistema integrado que permite uma tomada de decisão mais ágil e baseada em dados confiáveis. Se cada departamento utiliza ferramentas isoladas, fica muito mais difícil compilar as informações para gerar insights sobre o desempenho do negócio como um todo. Já quando os processos são unificados, os dados podem ser coletados, tratados e analisados em tempo real, abrindo espaço para análises preditivas que ajudam a antecipar problemas e identificar oportunidades.

    Outra grande vantagem é a mitigação de riscos, especialmente em um cenário em que a segurança da informação e a privacidade de dados são cada vez mais reguladas por legislações como a LGPD no Brasil e o GDPR na Europa. Quando um processo é digitalizado, fica mais fácil implementar políticas de criptografia, backup automático e controle de acessos. Isso reduz consideravelmente a probabilidade de vazamentos, perda de documentos e fraudes. Além disso, a conformidade legal torna-se mais simples de ser demonstrada perante órgãos fiscalizadores, já que todas as interações ficam registradas e auditáveis.

    Não podemos esquecer o impacto na experiência do cliente, tanto interno quanto externo. Clientes finais tendem a valorizar empresas que oferecem interações rápidas e eficientes, sem exigir que eles preencham formulários em papel ou façam ligações intermináveis para resolver pendências. Por outro lado, os colaboradores também se beneficiam de fluxos de trabalho mais leves, que eliminam retrabalhos e manuseio de documentos físicos. Isso melhora a satisfação interna, a produtividade e até mesmo a retenção de talentos, pois profissionais que trabalham com tecnologias atualizadas têm a sensação de fazer parte de uma organização inovadora.

    Caminhos para a digitalização efetiva e as perspectivas futuras

    Uma maneira de encarar esse cenário é entender que a digitalização de processos deve ser um projeto corporativo de abrangência total, que envolva todas as lideranças e, idealmente, tenha apoio direto do C-level (como CEOs, CFOs e CIOs).

    Isso garante que a migração do analógico para o digital seja conduzida não apenas pela vontade de um ou outro departamento, mas sim como um valor estratégico que perpassa toda a organização. Da mesma forma, esse apoio top-down ajuda a vencer eventuais resistências e a priorizar investimentos de maneira mais consistente, o que facilita muito a adoção de novas plataformas e metodologias.

    Uma vez que o processo de digitalização esteja na estratégia do negócio, é hora de colocar o plano em prática. O primeiro passo rumo a uma digitalização efetiva é mapear toda a cadeia de processos, identificando gargalos, redundâncias e oportunidades de automação. Isso requer um trabalho de consultoria ou de equipes internas que conheçam profundamente cada etapa do negócio. Sem esse diagnóstico, corre-se o risco de investir em ferramentas que não dialogam com as reais necessidades da organização. Em seguida, é fundamental priorizar os processos que geram mais valor ou que têm maior impacto na satisfação do cliente. Essa priorização ajuda a demonstrar resultados mais rápidos, criando uma cultura de confiança e engajamento em torno da digitalização.

    Outro aspecto importante é a escolha de tecnologias escaláveis. Optar por soluções que ofereçam integração via APIs, por exemplo, permite que as empresas adicionem novos módulos e funcionalidades conforme a demanda cresça. Dessa forma, evita-se o problema de criar novas “ilhas digitais” que, mais uma vez, não conversam entre si. Além disso, é preciso olhar com atenção para a arquitetura de dados, garantindo que existam padrões para armazenamento e governança das informações. Sem esses cuidados, a empresa pode acabar com um volume gigantesco de dados que não traz qualquer inteligência ao negócio.

    A mudança cultural também não pode ser deixada de lado. A digitalização efetiva exige que gestores e colaboradores compreendam os benefícios dessa transformação, abandonem a mentalidade de “sempre fizemos assim” e estejam dispostos a aprender continuamente. Investir em programas de treinamento, workshops e comunicação interna é essencial para quebrar barreiras e promover a adesão. Além disso, é recomendado que haja um acompanhamento constante de métricas que demonstrem o valor das mudanças, como a redução de tempo em determinados processos, a economia de recursos e o aumento na satisfação dos clientes. Esses indicadores fornecem provas concretas de que o caminho adotado faz sentido.

    Quanto às perspectivas futuras, vale considerar que a digitalização de processos é apenas a base para inovações ainda mais transformadoras. Uma vez que a empresa conta com fluxos totalmente digitais, pode explorar soluções de inteligência artificial, automação robótica de processos (RPA) e análise preditiva. Com a IA, por exemplo, é possível automatizar tarefas complexas e até mesmo criar sistemas capazes de tomar decisões baseadas em algoritmos de aprendizado de máquina. A RPA, por sua vez, pode lidar com grandes volumes de tarefas repetitivas, liberando os colaboradores para funções mais estratégicas. Já a análise preditiva permite antecipar tendências e comportamentos, possibilitando que a empresa seja proativa em vez de reativa.

    A digitalização completa de processos também abre caminho para novos modelos de negócio. Empresas que antes dependiam de processos manuais para interagir com clientes e fornecedores podem, ao se digitalizar, criar produtos e serviços completamente novos, voltados a experiências digitais. Isso gera diferenciais competitivos e pode até mesmo permitir a entrada em mercados globais, especialmente quando a infraestrutura tecnológica está preparada para escalar e atender demandas de diferentes regiões. Por exemplo, o comércio eletrônico explodiu nos últimos anos exatamente porque as cadeias de valor se digitalizaram em grande parte, indo muito além de apenas criar um site para vendas: envolve integrações com sistemas de logística, pagamento, análise de dados, marketing automatizado e suporte ao cliente.

    Em síntese, a resposta para a pergunta “será que já chegamos nessa fase de digitalização de processos?” ainda é “depende”. Existem empresas que já deram saltos significativos e podem se orgulhar de ter uma cadeia praticamente toda integrada. Outras ainda estão engatinhando, presas a rotinas fragmentadas e silos departamentais. O fator comum, porém, é a consciência de que o mercado não vai aguardar quem está atrasado. A competitividade, a eficiência e até mesmo a sustentabilidade de um negócio caminham lado a lado com a capacidade de digitalizar processos de forma abrangente e integrada. Assim, mais do que uma tendência, a digitalização deixa de ser uma escolha e se torna uma obrigação para quem deseja prosperar em um mundo cada vez mais marcado pela inovação e pela velocidade das mudanças.

  • Digitalização de processos: será que já chegamos nessa fase?

    Digitalização de processos: será que já chegamos nessa fase?

    Nos últimos anos, as discussões sobre transformação digital ocuparam um lugar de destaque em praticamente todos os setores, desde pequenas empresas familiares até grandes corporações multinacionais. Fala-se em automação, em inteligência artificial, na adoção de plataformas em nuvem e em modelos de negócio disruptivos que priorizam o uso de dados.

    Contudo, quando olhamos mais de perto, percebemos que muitas dessas iniciativas, embora importantes, acabam sendo implantadas de forma compartimentada, ou seja, cada departamento tenta resolver suas próprias demandas de maneira isolada. Isso levanta uma questão fundamental: será que podemos considerar que já chegamos à era em que todos os processos corporativos são efetivamente digitalizados?

    Para entender melhor o cenário atual, é preciso diferenciar a transformação digital propriamente dita da digitalização de processos de ponta a ponta. A primeira está ligada à adoção de tecnologias que, de certa forma, modernizam a organização e trazem melhorias significativas, como a automatização de marketing ou o uso de ferramentas para análise de dados. A segunda, por sua vez, exige uma visão sistêmica, capaz de unir os fluxos de trabalho entre diferentes setores e criar uma cadeia de processos coesa e 100% digital.

    A grande questão aqui é que, muitas vezes, a transformação digital em si é encarada como um grande guarda-chuva, mas, se não houver esforço para integrar essas soluções, o resultado pode ser apenas uma coleção de “silos digitais”, onde cada departamento opera com ferramentas isoladas, sem qualquer comunicação contínua com o restante da empresa. Dessa forma, a digitalização de processos – entendida como a capacidade de substituir fluxos manuais, papéis, retrabalhos e lacunas de informação por rotinas digitais seguras e confiáveis – ainda está longe de ser uma realidade para muitas organizações.

    Transformação digital em silos

    Há quem argumente que a transformação digital em silos seja apenas uma etapa inicial. Ou seja, é normal que departamentos como vendas, marketing ou TI sejam os primeiros a adotar soluções avançadas, já que a demanda por tecnologia nesses setores costuma ser mais urgente. Contudo, o problema surge quando essas iniciativas não se comunicam e não seguem um roteiro estratégico de crescimento. É como ter um motor de última geração num carro cujos pneus estão carecas: a parte mais moderna não garante que o veículo inteiro funcionará bem, pois há componentes críticos que não receberam a devida atenção.

    É muito comum, por exemplo, vermos empresas investindo pesado em plataformas de CRM para melhorar o relacionamento com o cliente e, ao mesmo tempo, manter processos de pagamento, faturamento ou mesmo recursos humanos de forma manual e desconexa. Essas disparidades geram gargalos que, no fim do dia, podem inviabilizar a efetividade daquela ferramenta de CRM, porque os dados acabam não sendo sincronizados com a área financeira ou com a área operacional. Assim, a organização não consegue ter uma visão única do cliente ou dos processos, e o uso de dados para a tomada de decisão fica prejudicado.

    Digitalização de processos e integração: por que isso é importante?

    Imagine uma empresa que ainda lide com uma infinidade de documentos em papel, exigindo que cada um seja assinado manualmente por diversas instâncias, depois digitalizado e arquivado em sistemas diferentes. Agora, contraste essa realidade com outra, na qual os documentos já nascem digitais e transitam por um fluxo de aprovação automatizado, notificando automaticamente os responsáveis a cada etapa, armazenando versões anteriores e permitindo assinaturas eletrônicas com validade legal. Nesse segundo cenário, não apenas o tempo de processamento é reduzido drasticamente, mas também se ganha em segurança, rastreabilidade e conformidade regulatória.

    O grande diferencial de digitalizar processos de ponta a ponta não está apenas na redução de custos operacionais – embora esse seja um fator relevante –, mas sim na criação de um ecossistema integrado que permite uma tomada de decisão mais ágil e baseada em dados confiáveis. Se cada departamento utiliza ferramentas isoladas, fica muito mais difícil compilar as informações para gerar insights sobre o desempenho do negócio como um todo. Já quando os processos são unificados, os dados podem ser coletados, tratados e analisados em tempo real, abrindo espaço para análises preditivas que ajudam a antecipar problemas e identificar oportunidades.

    Outra grande vantagem é a mitigação de riscos, especialmente em um cenário em que a segurança da informação e a privacidade de dados são cada vez mais reguladas por legislações como a LGPD no Brasil e o GDPR na Europa. Quando um processo é digitalizado, fica mais fácil implementar políticas de criptografia, backup automático e controle de acessos. Isso reduz consideravelmente a probabilidade de vazamentos, perda de documentos e fraudes. Além disso, a conformidade legal torna-se mais simples de ser demonstrada perante órgãos fiscalizadores, já que todas as interações ficam registradas e auditáveis.

    Não podemos esquecer o impacto na experiência do cliente, tanto interno quanto externo. Clientes finais tendem a valorizar empresas que oferecem interações rápidas e eficientes, sem exigir que eles preencham formulários em papel ou façam ligações intermináveis para resolver pendências. Por outro lado, os colaboradores também se beneficiam de fluxos de trabalho mais leves, que eliminam retrabalhos e manuseio de documentos físicos. Isso melhora a satisfação interna, a produtividade e até mesmo a retenção de talentos, pois profissionais que trabalham com tecnologias atualizadas têm a sensação de fazer parte de uma organização inovadora.

    Caminhos para a digitalização efetiva e as perspectivas futuras

    Uma maneira de encarar esse cenário é entender que a digitalização de processos deve ser um projeto corporativo de abrangência total, que envolva todas as lideranças e, idealmente, tenha apoio direto do C-level (como CEOs, CFOs e CIOs).

    Isso garante que a migração do analógico para o digital seja conduzida não apenas pela vontade de um ou outro departamento, mas sim como um valor estratégico que perpassa toda a organização. Da mesma forma, esse apoio top-down ajuda a vencer eventuais resistências e a priorizar investimentos de maneira mais consistente, o que facilita muito a adoção de novas plataformas e metodologias.

    Uma vez que o processo de digitalização esteja na estratégia do negócio, é hora de colocar o plano em prática. O primeiro passo rumo a uma digitalização efetiva é mapear toda a cadeia de processos, identificando gargalos, redundâncias e oportunidades de automação. Isso requer um trabalho de consultoria ou de equipes internas que conheçam profundamente cada etapa do negócio. Sem esse diagnóstico, corre-se o risco de investir em ferramentas que não dialogam com as reais necessidades da organização. Em seguida, é fundamental priorizar os processos que geram mais valor ou que têm maior impacto na satisfação do cliente. Essa priorização ajuda a demonstrar resultados mais rápidos, criando uma cultura de confiança e engajamento em torno da digitalização.

    Outro aspecto importante é a escolha de tecnologias escaláveis. Optar por soluções que ofereçam integração via APIs, por exemplo, permite que as empresas adicionem novos módulos e funcionalidades conforme a demanda cresça. Dessa forma, evita-se o problema de criar novas “ilhas digitais” que, mais uma vez, não conversam entre si. Além disso, é preciso olhar com atenção para a arquitetura de dados, garantindo que existam padrões para armazenamento e governança das informações. Sem esses cuidados, a empresa pode acabar com um volume gigantesco de dados que não traz qualquer inteligência ao negócio.

    A mudança cultural também não pode ser deixada de lado. A digitalização efetiva exige que gestores e colaboradores compreendam os benefícios dessa transformação, abandonem a mentalidade de “sempre fizemos assim” e estejam dispostos a aprender continuamente. Investir em programas de treinamento, workshops e comunicação interna é essencial para quebrar barreiras e promover a adesão. Além disso, é recomendado que haja um acompanhamento constante de métricas que demonstrem o valor das mudanças, como a redução de tempo em determinados processos, a economia de recursos e o aumento na satisfação dos clientes. Esses indicadores fornecem provas concretas de que o caminho adotado faz sentido.

    Quanto às perspectivas futuras, vale considerar que a digitalização de processos é apenas a base para inovações ainda mais transformadoras. Uma vez que a empresa conta com fluxos totalmente digitais, pode explorar soluções de inteligência artificial, automação robótica de processos (RPA) e análise preditiva. Com a IA, por exemplo, é possível automatizar tarefas complexas e até mesmo criar sistemas capazes de tomar decisões baseadas em algoritmos de aprendizado de máquina. A RPA, por sua vez, pode lidar com grandes volumes de tarefas repetitivas, liberando os colaboradores para funções mais estratégicas. Já a análise preditiva permite antecipar tendências e comportamentos, possibilitando que a empresa seja proativa em vez de reativa.

    A digitalização completa de processos também abre caminho para novos modelos de negócio. Empresas que antes dependiam de processos manuais para interagir com clientes e fornecedores podem, ao se digitalizar, criar produtos e serviços completamente novos, voltados a experiências digitais. Isso gera diferenciais competitivos e pode até mesmo permitir a entrada em mercados globais, especialmente quando a infraestrutura tecnológica está preparada para escalar e atender demandas de diferentes regiões. Por exemplo, o comércio eletrônico explodiu nos últimos anos exatamente porque as cadeias de valor se digitalizaram em grande parte, indo muito além de apenas criar um site para vendas: envolve integrações com sistemas de logística, pagamento, análise de dados, marketing automatizado e suporte ao cliente.

    Em síntese, a resposta para a pergunta “será que já chegamos nessa fase de digitalização de processos?” ainda é “depende”. Existem empresas que já deram saltos significativos e podem se orgulhar de ter uma cadeia praticamente toda integrada. Outras ainda estão engatinhando, presas a rotinas fragmentadas e silos departamentais. O fator comum, porém, é a consciência de que o mercado não vai aguardar quem está atrasado. A competitividade, a eficiência e até mesmo a sustentabilidade de um negócio caminham lado a lado com a capacidade de digitalizar processos de forma abrangente e integrada. Assim, mais do que uma tendência, a digitalização deixa de ser uma escolha e se torna uma obrigação para quem deseja prosperar em um mundo cada vez mais marcado pela inovação e pela velocidade das mudanças.

  • A nova Era da Gestão Empresarial: Como Assistentes Virtuais Inteligentes otimizam processos internos

    A nova Era da Gestão Empresarial: Como Assistentes Virtuais Inteligentes otimizam processos internos

    A adoção de Assistentes Virtuais Inteligentes (AVIs) em ambientes corporativos está transformando a maneira como as empresas operam e interagem com seus funcionários e clientes. O que antes era visto como uma solução restrita ao atendimento ao consumidor, hoje se expande para otimizar processos internos, aprimorar a comunicação e aumentar a eficiência operacional. Com a evolução da Inteligência Artificial (IA) e do processamento de linguagem natural, os assistentes virtuais estão se tornando peças estratégicas na automação e digitalização de negócios, promovendo um ambiente de trabalho mais ágil e produtivo.

    De início, as empresas investiram massivamente em assistentes virtuais inteligentes para otimizar o atendimento ao cliente, reduzindo tempos de resposta e garantindo suporte 24/7. As interações que antes dependiam exclusivamente de equipes humanas começaram a ser realizadas por bots inteligentes que compreendem contexto, histórico do usuário e intenções, oferecendo respostas precisas e personalizadas. Melhorando não apenas a experiência do cliente, mas também liberando a equipe para lidar com demandas mais complexas, agregando maior valor ao atendimento. Além disso, a integração com CRMs e outros sistemas permite que os assistentes virtuais acessem dados em tempo real, proporcionando recomendações e soluções sob medida.

    Hoje, os AVIs passaram a ser mais utilizados no âmbito interno e não só focados no atendimento ao consumidor. Os assistentes virtuais inteligentes estão revolucionando a gestão de recursos humanos, simplificando tarefas como onboarding de novos funcionários, requisições administrativas e gerenciamento de benefícios. Os colaboradores podem interagir com assistentes para esclarecer dúvidas sobre políticas da empresa, solicitar folgas, acessar holerites e até mesmo obter insights sobre desempenho. Essa automação reduz significativamente o tempo gasto em tarefas operacionais, permitindo que os profissionais de RH foquem em iniciativas estratégicas voltadas para o engajamento e retenção de talentos.

    A área de TI também tem se beneficiado da implementação de assistentes virtuais para suporte técnico. Empresas estão utilizando bots inteligentes para diagnosticar e resolver problemas comuns, como redefinição de senhas, acesso a sistemas e resolução de falhas de software. Isso reduz a sobrecarga sobre as equipes de suporte, melhora a produtividade dos colaboradores e minimiza o tempo de inatividade causado por problemas técnicos. Além disso, a automação impulsionada por IA possibilita a identificação preditiva de falhas, permitindo a resolução de problemas antes mesmo que impactem as operações da empresa.

    Outra frente de transformação ocorre na gestão de dados e processos analíticos. Os AVIs estão sendo utilizados para extrair insights de grandes volumes de informações, oferecendo análises em tempo real e auxiliando na tomada de decisões estratégicas. Executivos podem interagir com assistentes de IA para obter relatórios financeiros, métricas de desempenho e projeções de mercado de forma instantânea, sem a necessidade de acessar múltiplos sistemas ou depender de análises manuais. Essa capacidade de processamento inteligente de dados melhora a agilidade na resposta a desafios e oportunidades de negócio.

    A evolução dos assistentes virtuais inteligentes em ambientes corporativos está diretamente ligada à sua capacidade de integração com múltiplas plataformas e sistemas. Com APIs avançadas e conectividade com ERPs, CRMs, plataformas de comunicação e ferramentas de colaboração, os AVIs conseguem centralizar operações e oferecer uma experiência fluida aos usuários. Empresas que adotam essa abordagem ganham um diferencial competitivo ao eliminar silos de informação e aumentar a sinergia entre diferentes áreas.

    Com a inteligência artificial e o aprendizado de máquina em constante avanço, o futuro dos assistentes virtuais inteligentes promete ainda mais sofisticação e impacto nos negócios. A capacidade de adaptação ao comportamento dos usuários, a evolução na compreensão de linguagem natural e a automação cada vez mais avançada consolidam os assistentes virtuais como aliados indispensáveis na transformação digital das empresas. Investir nessa tecnologia não é mais uma questão de inovação, mas, sim, uma necessidade estratégica para organizações que buscam eficiência, escalabilidade e excelência operacional.

  • A nova Era da Gestão Empresarial: Como Assistentes Virtuais Inteligentes otimizam processos internos

    A nova Era da Gestão Empresarial: Como Assistentes Virtuais Inteligentes otimizam processos internos

    A adoção de Assistentes Virtuais Inteligentes (AVIs) em ambientes corporativos está transformando a maneira como as empresas operam e interagem com seus funcionários e clientes. O que antes era visto como uma solução restrita ao atendimento ao consumidor, hoje se expande para otimizar processos internos, aprimorar a comunicação e aumentar a eficiência operacional. Com a evolução da Inteligência Artificial (IA) e do processamento de linguagem natural, os assistentes virtuais estão se tornando peças estratégicas na automação e digitalização de negócios, promovendo um ambiente de trabalho mais ágil e produtivo.

    De início, as empresas investiram massivamente em assistentes virtuais inteligentes para otimizar o atendimento ao cliente, reduzindo tempos de resposta e garantindo suporte 24/7. As interações que antes dependiam exclusivamente de equipes humanas começaram a ser realizadas por bots inteligentes que compreendem contexto, histórico do usuário e intenções, oferecendo respostas precisas e personalizadas. Melhorando não apenas a experiência do cliente, mas também liberando a equipe para lidar com demandas mais complexas, agregando maior valor ao atendimento. Além disso, a integração com CRMs e outros sistemas permite que os assistentes virtuais acessem dados em tempo real, proporcionando recomendações e soluções sob medida.

    Hoje, os AVIs passaram a ser mais utilizados no âmbito interno e não só focados no atendimento ao consumidor. Os assistentes virtuais inteligentes estão revolucionando a gestão de recursos humanos, simplificando tarefas como onboarding de novos funcionários, requisições administrativas e gerenciamento de benefícios. Os colaboradores podem interagir com assistentes para esclarecer dúvidas sobre políticas da empresa, solicitar folgas, acessar holerites e até mesmo obter insights sobre desempenho. Essa automação reduz significativamente o tempo gasto em tarefas operacionais, permitindo que os profissionais de RH foquem em iniciativas estratégicas voltadas para o engajamento e retenção de talentos.

    A área de TI também tem se beneficiado da implementação de assistentes virtuais para suporte técnico. Empresas estão utilizando bots inteligentes para diagnosticar e resolver problemas comuns, como redefinição de senhas, acesso a sistemas e resolução de falhas de software. Isso reduz a sobrecarga sobre as equipes de suporte, melhora a produtividade dos colaboradores e minimiza o tempo de inatividade causado por problemas técnicos. Além disso, a automação impulsionada por IA possibilita a identificação preditiva de falhas, permitindo a resolução de problemas antes mesmo que impactem as operações da empresa.

    Outra frente de transformação ocorre na gestão de dados e processos analíticos. Os AVIs estão sendo utilizados para extrair insights de grandes volumes de informações, oferecendo análises em tempo real e auxiliando na tomada de decisões estratégicas. Executivos podem interagir com assistentes de IA para obter relatórios financeiros, métricas de desempenho e projeções de mercado de forma instantânea, sem a necessidade de acessar múltiplos sistemas ou depender de análises manuais. Essa capacidade de processamento inteligente de dados melhora a agilidade na resposta a desafios e oportunidades de negócio.

    A evolução dos assistentes virtuais inteligentes em ambientes corporativos está diretamente ligada à sua capacidade de integração com múltiplas plataformas e sistemas. Com APIs avançadas e conectividade com ERPs, CRMs, plataformas de comunicação e ferramentas de colaboração, os AVIs conseguem centralizar operações e oferecer uma experiência fluida aos usuários. Empresas que adotam essa abordagem ganham um diferencial competitivo ao eliminar silos de informação e aumentar a sinergia entre diferentes áreas.

    Com a inteligência artificial e o aprendizado de máquina em constante avanço, o futuro dos assistentes virtuais inteligentes promete ainda mais sofisticação e impacto nos negócios. A capacidade de adaptação ao comportamento dos usuários, a evolução na compreensão de linguagem natural e a automação cada vez mais avançada consolidam os assistentes virtuais como aliados indispensáveis na transformação digital das empresas. Investir nessa tecnologia não é mais uma questão de inovação, mas, sim, uma necessidade estratégica para organizações que buscam eficiência, escalabilidade e excelência operacional.

  • Integrações tecnológicas e os saltos da humanidade

    Integrações tecnológicas e os saltos da humanidade

    Se tem algo que ficou claro no SXSW 2025, é que não estamos mais diante de revoluções tecnológicas isoladas. O futuro não é IA de um lado, computação quântica do outro e biotecnologia em um canto distante. O que está acontecendo agora é a fusão dessas frentes. E toda vez que a humanidade experimentou grandes integrações tecnológicas, deu saltos que mudaram tudo.

    A IA não está apenas se tornando mais eficiente, mas aprendendo com a neurociência. Não se trata mais de máquinas executando tarefas, mas de sistemas que evoluem e influenciam nossa cognição. Amy Webb, CEO do Future Today Strategy Group, chamou esse conceito de Living Intelligence: um ecossistema vivo onde sensores, algoritmos e organismos biológicos aprendem e tomam decisões de forma autônoma. Ou seja, a IA está deixando de ser apenas uma ferramenta e se tornando um agente vivo na equação da inovação.

    Mas não para por aí. A relação entre psicodélicos e computação quântica pode parecer um conceito de ficção científica, mas ambos exploram os limites da percepção e da realidade. Em um dos painéis mais inesperados do evento, pesquisadores discutiram como os efeitos da psilocibina, substância psicoativa que pode induzir experiências místicas ou alterações de percepção no cérebro, pode inspirar novas formas de modelagem computacional e neurointerfaces. A fusão entre essas áreas pode resultar em avanços não só na forma como interagimos com a tecnologia, mas na própria definição do que significa ser inteligente.

    biotecnologia e a robótica também estão atravessando suas próprias fronteiras. Não estamos mais apenas criando próteses ou manipulando genes, mas mesclando o orgânico e o sintético de formas que redefinem o que significa ser humano. No Brain-Skin Connection SeminarDr. Emily Fowler mostrou como o estresse não afeta apenas o emocional, mas pode reescrever nossa biologia em nível celular. A conexão entre corpo e tecnologia está deixando de ser externa para se tornar algo incorporado ao próprio funcionamento humano.

    No campo da computação quântica, o CEO da IBM, Arvind Krishna, afirmou que estamos a menos de três anos de um grande avanço. A corrida para alcançar a supremacia quântica está em ritmo acelerado, com empresas como AWS e Microsoft investindo pesado na infraestrutura para tornar esses sistemas acessíveis. Enquanto isso, no painel “Preparing for a Quantum Leap”, especialistas como Dr. Jeanette Garcia (IBM Quantum) discutiram como essa tecnologia pode revolucionar a descoberta de medicamentos e a modelagem molecular, mudando completamente setores como saúde e materiais avançados.

    Mas será que estamos prontos para essas integrações? Esther Perel, psicoterapeuta renomada, fez um alerta: quanto mais avançamos na tecnologia, mais nos desconectamos como sociedade. Hoje, estamos mais ligados a algoritmos do que a pessoas. E se a próxima fronteira da IA não for apenas imitar o pensamento humano, mas preencher as lacunas emocionais que estamos deixando para trás?

    E no meio de tudo isso, uma provocação: como Amy Webb solta um relatório de tendências com 1000 páginas? Isso é um reflexo da velocidade absurda das mudanças ou um alerta de que estamos sobrecarregados de possibilidades? Estamos mesmo indo na direção certa ou apenas correndo sem rumo? Tem muito ruído nesse mundo e é preciso ter calma para separá-los e observar os sinais. 

    Continuo acreditando que o deep tech potencializa as capacidades humanas, mas para isso precisamos evoluir como humanos, tirar a empolgação da tecnologia e criar conexões reais. Será que estamos diante de um salto evolutivo ou de um colapso da nossa própria identidade? Saberemos em breve. 

    Sem dúvida, o SXSW foi um espetáculo de conexões e networking. Mas, entre tantas interações e trocas de ideias, um destaque incontestável foi a SP House. Além de apresentar conteúdos relevantes, o espaço do Brasil – sim, temos muita coisa boa para mostrar – trouxe reflexões profundas sobre diversidade, um tema que, para minha surpresa, esteve praticamente ausente nos outros painéis. Kond e Malheiros foram certeiros ao abordar a importância do acesso e inclusão, provando que inovação sem diversidade é um conceito vazio.

    Poucos palestrantes tiveram coragem de tocar em questões como o domínio e a influência das big techs e o atual momento político dos EUA. Foi uma rara exceção em um evento que, historicamente, sempre abriu espaço para debates mais ousados. A CEO da BlueskyJay Graber, fez uma crítica direta ao modelo centralizado das redes sociais e à crescente concentração de poder das plataformas digitais. Segundo ela, “se um bilionário decidir amanhã mudar tudo, as pessoas devem ter a opção de migrar para outro lugar”, reforçando a necessidade de descentralização para garantir a liberdade digital.

    E, neste assunto, o debate vai precisar ser constante. Ao mesmo tempo em que essas tecnologias nos prometem um futuro mais conectado e eficiente, é essencial refletirmos sobre as consequências dessa evolução. A fusão de áreas como IA, biotecnologia e computação quântica não só expande as possibilidades, mas também desafia a maneira como entendemos liberdade e controle. Se conseguirmos equilibrar inovação com responsabilidade, poderemos alcançar avanços que realmente transformem nossas vidas para melhor. Mas, para isso, precisamos garantir que essas tecnologias sirvam à humanidade, e não o contrário.

  • IA Open Source: a perspectiva da Red Hat

    IA Open Source: a perspectiva da Red Hat

    Mais de três décadas atrás, a Red Hat viu o potencial do desenvolvimento e das licenças open source para criar melhores softwares e fomentar a inovação de TI. Trinta milhões de linhas de código depois, o Linux não apenas se desenvolveu a ponto de se tornar o software open source mais bem-sucedido, como também mantém essa posição até hoje. O compromisso com os princípios open source continua, não apenas no modelo de negócios corporativa, como também é parte cultura de trabalho. Na avaliação da empresa, esses conceitos têm o mesmo impacto na inteligência artificial (IA) se feitos da maneira correta, mas o mundo da tecnologia está dividido em relação ao que seria a “maneira certa”.

    A IA, em especial os grandes modelos de linguagem (LLMs) por trás da IA generativa (gen AI), não pode ser vista da mesma forma como um programa aberto. Ao contrário do software, os modelos de IA consistem principalmente em modelos de parâmetros numéricos que determinam como um modelo processa inputs, assim como a conexão que faz entre vários data points. Parâmetros de modelos treinados são o resultado de um longo processo envolvendo vastas quantidades de dados de treinamento que são cuidadosamente preparados, misturados e processados.

    Embora os parâmetros do modelo não sejam software, em alguns aspectos possuem uma função semelhante ao código. É fácil fazer a comparação de que os dados são o código-fonte do modelo, ou seriam muito próximos a ele. No open source, o código-fonte é comumente definido como a “forma preferida” para fazer modificações no software. Os dados de treinamento sozinhos não se encaixam nessa função, dado que seu tamanho difere e do seu complicado processo de pré-treinamento que resulta em uma conexão tênue e indireta que qualquer item dos dados usados no treinamento tem com os parâmetros treinados e o comportamento resultante do modelo.

    A maioria das melhorias e aprimoramentos em modelos de IA que estão ocorrendo agora na comunidade não envolvem acesso ou manipulação dos dados originais de treinamento. Em vez disso, eles são o resultado de modificações nos parâmetros de modelo ou em um processo ou ajuste que também pode servir para ajustar a performance do modelo. A liberdade de fazer essas melhorias no modelo exige que os parâmetros sejam lançados com todas as permissões que os usuários recebem sob licenças open source.

    Visão da Red Hat para a IA open source.

    A Red Hat acredita que a base do IA open source se encontra nos parâmetros de modelo licenciados de forma open source combinados com componentes de software open source. Este é um ponto de partida da IA open source, mas não o último destino da filosofia. A Red Hat incentiva a comunidade open source, autoridades regulatórias e a indústria a continuarem se esforçando para obter maior transparência e alinhamento com os princípios de desenvolvimento open source ao treinar e ajustar modelos de IA.

    Esta é a visão da Red Hat como empresa, que abrange um ecossistema de software open source, pode engajar de forma prática com a IA open source. Não é uma tentativa de definição formal, como a que a Open Source Initiative (OSI) está desenvolvendo com a sua Open Source AI Definition (OSAID). Esse é o ponto de vista da corporação faz da  IA open source factível e acessível para o maior conjunto de comunidades, organizações e fornecedores.

    Esse ponto de vista em prática é posto em prático por meio do trabalho com as comunidades open source, destacado pelo projeto InstructLab, liderado pela Red Hat e do esforço com a IBM Research na família Granite de modelos open source licenciados. O InstructLab reduz significativamente as barreiras para que pessoas que não são cientistas de dados contribuam com modelos de IA. Com o InstructLab, especialistas de domínio de todas os setores podem acrescentar suas habilidades e conhecimento, tanto para uso interno como para ajudar um modelo open source IA compartilhado e amplamente acessível para comunidades upstream.

    A família de modelos Granite 3.0 lida com uma ampla gama de casos de uso de IA, desde geração de código até processamento de linguagem natural para extrair insights de grandes datasets, tudo sob uma permissiva licença open source. Nós ajudamos a IBM Research a trazer a família de modelos de código Granite para o mundo open source e continuamos a oferecer suporte à família de modelos, tanto do ponto de vista open source como parte de nossa oferta Red Hat AI .

    A repercussão dos recentes anúncios da DeepSeek mostra como a inovação open source pode impactar a IA, tanto no nível do modelo como além. Obviamente há preocupações sobre a abordagem da plataforma chinesa, principalmente que a licença do modelo não explica como ele foi produzido, o que reforça a necessidade de transparência. Dito isso, a disrupção mencionada reforça a visão da Red Hat sobre o porvir da IA: um futuro aberto, focado em modelos menores, otimizados e abertos, que podem ser customizados para casos de uso de dados empresariais específicos em todo e qualquer local da nuvem híbrida. 

    Expandindo modelos de IA para além do open source

    O trabalho da Red Hat no espaço da IA open source vai muito além do InstructLab e da família de modelos Granite, indo até as ferramentas e plataformas necessárias para de fato consumir e produtivamente usar IA. A empresa se tornou muito ativa no fomento de projetos e comunidades de tecnologia, como por exemplo (mas não apenas):

    ●      RamaLama, um projeto open source que visa facilitar o gerenciamento e a disponibilização locais de modelos de IA;

    ●      TrustyAI, um toolkit open source para a construção de fluxos de trabalho de IA mais responsáveis;

    ●      Climatik, um projeto centrado em ajudar a tornar a IA mais sustentável quando se trata de consumo de energia;

    ●      Podman AI Lab, um toolkit de desenvolvedores focado em facilitar a experimentação com LLMs open source;

    recente anúncio sobre a Neural Magic amplia a visão corporativa sobre IA, fazendo com que seja possível para que organizações alinhem modelos de IA menores e otimizados, incluindo sistema open source licenciados, com seus dados, onde quer que vivam na nuvem híbrida. As organizações de TI podem, então, utilizar o servidor de inferência vLLM para impulsionar as decisões e a produção destes modelos, ajudando a construir uma pilha de IA baseada em tecnologias transparentes e com suporte.

    Para a corporação, a IA open source AI vive e respira na nuvem híbrida. A nuvem híbrida fornece a flexibilidade necessária para escolher o melhor ambiente para cada carga de trabalho de IA, otimizando a performance, custo, escala e requerimentos de segurança. As plataformas, metas e organização da Red Hat apoiam estes esforços, juntamente com parceiros do setor, clientes e a comunidade open source, à medida que o código aberto na inteligência artificial seja impulsionado.

    Há um imenso potencial para ampliar essa colaboração aberta no espaço da IA. A Red Hat enxerga um futuro que abrange trabalho transparente em modelos, assim como seu treinamento. Seja na próxima semana ou no próximo mês (ou até antes, dada a rapidez da evolução da IA), a empresa e comunidade aberta, como um todo, continuarão a poiar e adotar os esforços para democratizar e abrir o mundo da IA.

  • IA Open Source: a perspectiva da Red Hat

    IA Open Source: a perspectiva da Red Hat

    Mais de três décadas atrás, a Red Hat viu o potencial do desenvolvimento e das licenças open source para criar melhores softwares e fomentar a inovação de TI. Trinta milhões de linhas de código depois, o Linux não apenas se desenvolveu a ponto de se tornar o software open source mais bem-sucedido, como também mantém essa posição até hoje. O compromisso com os princípios open source continua, não apenas no modelo de negócios corporativa, como também é parte cultura de trabalho. Na avaliação da empresa, esses conceitos têm o mesmo impacto na inteligência artificial (IA) se feitos da maneira correta, mas o mundo da tecnologia está dividido em relação ao que seria a “maneira certa”.

    A IA, em especial os grandes modelos de linguagem (LLMs) por trás da IA generativa (gen AI), não pode ser vista da mesma forma como um programa aberto. Ao contrário do software, os modelos de IA consistem principalmente em modelos de parâmetros numéricos que determinam como um modelo processa inputs, assim como a conexão que faz entre vários data points. Parâmetros de modelos treinados são o resultado de um longo processo envolvendo vastas quantidades de dados de treinamento que são cuidadosamente preparados, misturados e processados.

    Embora os parâmetros do modelo não sejam software, em alguns aspectos possuem uma função semelhante ao código. É fácil fazer a comparação de que os dados são o código-fonte do modelo, ou seriam muito próximos a ele. No open source, o código-fonte é comumente definido como a “forma preferida” para fazer modificações no software. Os dados de treinamento sozinhos não se encaixam nessa função, dado que seu tamanho difere e do seu complicado processo de pré-treinamento que resulta em uma conexão tênue e indireta que qualquer item dos dados usados no treinamento tem com os parâmetros treinados e o comportamento resultante do modelo.

    A maioria das melhorias e aprimoramentos em modelos de IA que estão ocorrendo agora na comunidade não envolvem acesso ou manipulação dos dados originais de treinamento. Em vez disso, eles são o resultado de modificações nos parâmetros de modelo ou em um processo ou ajuste que também pode servir para ajustar a performance do modelo. A liberdade de fazer essas melhorias no modelo exige que os parâmetros sejam lançados com todas as permissões que os usuários recebem sob licenças open source.

    Visão da Red Hat para a IA open source.

    A Red Hat acredita que a base do IA open source se encontra nos parâmetros de modelo licenciados de forma open source combinados com componentes de software open source. Este é um ponto de partida da IA open source, mas não o último destino da filosofia. A Red Hat incentiva a comunidade open source, autoridades regulatórias e a indústria a continuarem se esforçando para obter maior transparência e alinhamento com os princípios de desenvolvimento open source ao treinar e ajustar modelos de IA.

    Esta é a visão da Red Hat como empresa, que abrange um ecossistema de software open source, pode engajar de forma prática com a IA open source. Não é uma tentativa de definição formal, como a que a Open Source Initiative (OSI) está desenvolvendo com a sua Open Source AI Definition (OSAID). Esse é o ponto de vista da corporação faz da  IA open source factível e acessível para o maior conjunto de comunidades, organizações e fornecedores.

    Esse ponto de vista em prática é posto em prático por meio do trabalho com as comunidades open source, destacado pelo projeto InstructLab, liderado pela Red Hat e do esforço com a IBM Research na família Granite de modelos open source licenciados. O InstructLab reduz significativamente as barreiras para que pessoas que não são cientistas de dados contribuam com modelos de IA. Com o InstructLab, especialistas de domínio de todas os setores podem acrescentar suas habilidades e conhecimento, tanto para uso interno como para ajudar um modelo open source IA compartilhado e amplamente acessível para comunidades upstream.

    A família de modelos Granite 3.0 lida com uma ampla gama de casos de uso de IA, desde geração de código até processamento de linguagem natural para extrair insights de grandes datasets, tudo sob uma permissiva licença open source. Nós ajudamos a IBM Research a trazer a família de modelos de código Granite para o mundo open source e continuamos a oferecer suporte à família de modelos, tanto do ponto de vista open source como parte de nossa oferta Red Hat AI .

    A repercussão dos recentes anúncios da DeepSeek mostra como a inovação open source pode impactar a IA, tanto no nível do modelo como além. Obviamente há preocupações sobre a abordagem da plataforma chinesa, principalmente que a licença do modelo não explica como ele foi produzido, o que reforça a necessidade de transparência. Dito isso, a disrupção mencionada reforça a visão da Red Hat sobre o porvir da IA: um futuro aberto, focado em modelos menores, otimizados e abertos, que podem ser customizados para casos de uso de dados empresariais específicos em todo e qualquer local da nuvem híbrida. 

    Expandindo modelos de IA para além do open source

    O trabalho da Red Hat no espaço da IA open source vai muito além do InstructLab e da família de modelos Granite, indo até as ferramentas e plataformas necessárias para de fato consumir e produtivamente usar IA. A empresa se tornou muito ativa no fomento de projetos e comunidades de tecnologia, como por exemplo (mas não apenas):

    ●      RamaLama, um projeto open source que visa facilitar o gerenciamento e a disponibilização locais de modelos de IA;

    ●      TrustyAI, um toolkit open source para a construção de fluxos de trabalho de IA mais responsáveis;

    ●      Climatik, um projeto centrado em ajudar a tornar a IA mais sustentável quando se trata de consumo de energia;

    ●      Podman AI Lab, um toolkit de desenvolvedores focado em facilitar a experimentação com LLMs open source;

    recente anúncio sobre a Neural Magic amplia a visão corporativa sobre IA, fazendo com que seja possível para que organizações alinhem modelos de IA menores e otimizados, incluindo sistema open source licenciados, com seus dados, onde quer que vivam na nuvem híbrida. As organizações de TI podem, então, utilizar o servidor de inferência vLLM para impulsionar as decisões e a produção destes modelos, ajudando a construir uma pilha de IA baseada em tecnologias transparentes e com suporte.

    Para a corporação, a IA open source AI vive e respira na nuvem híbrida. A nuvem híbrida fornece a flexibilidade necessária para escolher o melhor ambiente para cada carga de trabalho de IA, otimizando a performance, custo, escala e requerimentos de segurança. As plataformas, metas e organização da Red Hat apoiam estes esforços, juntamente com parceiros do setor, clientes e a comunidade open source, à medida que o código aberto na inteligência artificial seja impulsionado.

    Há um imenso potencial para ampliar essa colaboração aberta no espaço da IA. A Red Hat enxerga um futuro que abrange trabalho transparente em modelos, assim como seu treinamento. Seja na próxima semana ou no próximo mês (ou até antes, dada a rapidez da evolução da IA), a empresa e comunidade aberta, como um todo, continuarão a poiar e adotar os esforços para democratizar e abrir o mundo da IA.

  • Há uma ponte direta com o seu consumidor

    Há uma ponte direta com o seu consumidor

    Um dia desses desisti de pegar um avião para Nova Iorque. Na verdade, todo início de janeiro, há anos, eu desisto de pegar um avião para Nova Iorque. Tão certo quanto todo início de dezembro eu planejo pegá-lo em janeiro. NRF. National Retail Federation. A grande feira mundial do varejo.  

    É período de férias escolares e acabo sempre priorizando a família, sol e calor. Mas nem por isso deixo de ler, ver e ouvir as tendências que chegam fresquinhas da Big Apple. Esse ano chamou demais a minha atenção o podcast #boravarejo do Alfredo Soares com o Mariano Gomide, co-CEO da Vtex. O cara deu uma aula sobre empreendedorismo, varejo, gestão e e-commerce em 40 min. E sobre NY.  

    Mas eu acabei por me fixar num ponto. Que vem ao encontro do novo momento da minha empresa, especialmente pós-pandemia. Mariano falou da importância de as marcas terem algum tipo de interlocução direta com seu público, com sua base. Nos últimos anos, acompanhamos o aumento do custo de anunciar nas bigtechs, especialmente Google e Meta. Um desafio cada vez maior para os marketeiros digitais é gerar leads nessas grandes plataformas de comunicação. É difícil converter no orgânico, mas ainda mais no pago.  

    Em paralelo, os algoritmos das redes sociais evoluíram muito nesse mesmo período e é fato que as redes entregam cada vez menos conteúdo para os seguidores da marca. Também está, portanto, cada vez mais difícil gerar engajamento. Mariano falou da necessidade imperativa das marcas falarem direto com seu consumidor, sem intermediários. Os demais presentes no estúdio fizeram coro. Também ressaltaram a importância da frequência da comunicação.  

    Há basicamente três formas de uma empresa se comunicar diretamente com seu público. Telefone, mensagem direta, e-mail. Não vou perder tempo com o telefone que, se ainda é muito utilizado e mediamente eficaz para telemarketing, certamente não se presta a uma comunicação tão frequente quanto não invasiva. Sim, a empresa precisa se comunicar várias vezes por semana, mas sem invadir/incomodar seu lead/cliente/prospect.   

    Passamos então às mensagens diretas. SMS, WhatsApp e as mensagens diretas em redes sociais. Se o WhatsApp se consagrou a partir da pandemia como canal direto de venda, e de fato é surpreendente a eficácia desse canal para o momento da compra (isso foi muito ressaltado pelo Alfredo Soares no pós NRF em São Paulo), ele certamente não se presta para o dia a dia da comunicação entre a marca e seu consumidor. Se torna dessa forma invasivo também.  

    Chegamos ao patinho feio da comunicação digital, o “tio da sukita” da internet, o velho, chato e lento e-mail. Engano. O e-mail jamais morreu; e o e-mail marketing não apenas não morreu com ele como cresceu muito em paralelo ao crescimento do e-commerce e a esse mundo pós-pandêmico. Ele é a ponte perfeita que sua empresa pode não estar pegando. De todos os meios acima é o mais barato. Mas mais do que isso é o mais eficaz.   

    Com a evolução da automação de marketing digital, hoje é possível criar réguas de relacionamento com uma base que fará a comunicação de acordo com o comportamento do consumidor. E o grande barato (com o perdão do trocadilho) é que o e-mail é a comunicação central, mas ela é automatizada também com SMS e WhatsApp. Tudo integrado.   

    Se seu visitante do site abandona o carrinho de compras ele recebe um e-mail, se ele visita a sua loja, recebe um e-mail de boas-vindas. No seu aniversário? Um e-mail. Ele comprou? Que tal um WhatsApp com um cashback? Se ele clicou no blog do site, quem sabe um e-mail com mais conteúdo? Pronto, está estabelecida uma comunicação direta entre marca e público. Ela não depende de algoritmo, mas do próprio trabalho da marca. Ela representa o próprio veículo da marca. Também por meio dela a empresa pode aumentar exponencialmente sua base de dados, enriquecendo-a e assim gerando automações ainda mais certeiras.  

    O e-mail marketing segue sendo o maior “roi” (retorno sobre investimento) do digital nos EUA e UK, e aqui no Brasil uma das mídias de maior resultado para o e-commerce, segundo especialistas como Rafael Kiso.  

    E a sua empresa? Já usa essa ponte ou segue à mercê das águas turbulentas das poderosas bigtechs? 

  • Há uma ponte direta com o seu consumidor

    Há uma ponte direta com o seu consumidor

    Um dia desses desisti de pegar um avião para Nova Iorque. Na verdade, todo início de janeiro, há anos, eu desisto de pegar um avião para Nova Iorque. Tão certo quanto todo início de dezembro eu planejo pegá-lo em janeiro. NRF. National Retail Federation. A grande feira mundial do varejo.  

    É período de férias escolares e acabo sempre priorizando a família, sol e calor. Mas nem por isso deixo de ler, ver e ouvir as tendências que chegam fresquinhas da Big Apple. Esse ano chamou demais a minha atenção o podcast #boravarejo do Alfredo Soares com o Mariano Gomide, co-CEO da Vtex. O cara deu uma aula sobre empreendedorismo, varejo, gestão e e-commerce em 40 min. E sobre NY.  

    Mas eu acabei por me fixar num ponto. Que vem ao encontro do novo momento da minha empresa, especialmente pós-pandemia. Mariano falou da importância de as marcas terem algum tipo de interlocução direta com seu público, com sua base. Nos últimos anos, acompanhamos o aumento do custo de anunciar nas bigtechs, especialmente Google e Meta. Um desafio cada vez maior para os marketeiros digitais é gerar leads nessas grandes plataformas de comunicação. É difícil converter no orgânico, mas ainda mais no pago.  

    Em paralelo, os algoritmos das redes sociais evoluíram muito nesse mesmo período e é fato que as redes entregam cada vez menos conteúdo para os seguidores da marca. Também está, portanto, cada vez mais difícil gerar engajamento. Mariano falou da necessidade imperativa das marcas falarem direto com seu consumidor, sem intermediários. Os demais presentes no estúdio fizeram coro. Também ressaltaram a importância da frequência da comunicação.  

    Há basicamente três formas de uma empresa se comunicar diretamente com seu público. Telefone, mensagem direta, e-mail. Não vou perder tempo com o telefone que, se ainda é muito utilizado e mediamente eficaz para telemarketing, certamente não se presta a uma comunicação tão frequente quanto não invasiva. Sim, a empresa precisa se comunicar várias vezes por semana, mas sem invadir/incomodar seu lead/cliente/prospect.   

    Passamos então às mensagens diretas. SMS, WhatsApp e as mensagens diretas em redes sociais. Se o WhatsApp se consagrou a partir da pandemia como canal direto de venda, e de fato é surpreendente a eficácia desse canal para o momento da compra (isso foi muito ressaltado pelo Alfredo Soares no pós NRF em São Paulo), ele certamente não se presta para o dia a dia da comunicação entre a marca e seu consumidor. Se torna dessa forma invasivo também.  

    Chegamos ao patinho feio da comunicação digital, o “tio da sukita” da internet, o velho, chato e lento e-mail. Engano. O e-mail jamais morreu; e o e-mail marketing não apenas não morreu com ele como cresceu muito em paralelo ao crescimento do e-commerce e a esse mundo pós-pandêmico. Ele é a ponte perfeita que sua empresa pode não estar pegando. De todos os meios acima é o mais barato. Mas mais do que isso é o mais eficaz.   

    Com a evolução da automação de marketing digital, hoje é possível criar réguas de relacionamento com uma base que fará a comunicação de acordo com o comportamento do consumidor. E o grande barato (com o perdão do trocadilho) é que o e-mail é a comunicação central, mas ela é automatizada também com SMS e WhatsApp. Tudo integrado.   

    Se seu visitante do site abandona o carrinho de compras ele recebe um e-mail, se ele visita a sua loja, recebe um e-mail de boas-vindas. No seu aniversário? Um e-mail. Ele comprou? Que tal um WhatsApp com um cashback? Se ele clicou no blog do site, quem sabe um e-mail com mais conteúdo? Pronto, está estabelecida uma comunicação direta entre marca e público. Ela não depende de algoritmo, mas do próprio trabalho da marca. Ela representa o próprio veículo da marca. Também por meio dela a empresa pode aumentar exponencialmente sua base de dados, enriquecendo-a e assim gerando automações ainda mais certeiras.  

    O e-mail marketing segue sendo o maior “roi” (retorno sobre investimento) do digital nos EUA e UK, e aqui no Brasil uma das mídias de maior resultado para o e-commerce, segundo especialistas como Rafael Kiso.  

    E a sua empresa? Já usa essa ponte ou segue à mercê das águas turbulentas das poderosas bigtechs?