Category: Tendências

  • Como a inteligência artificial aprimora a experiência de compras online em grandes datas do varejo

    Como a inteligência artificial aprimora a experiência de compras online em grandes datas do varejo

    A inteligência artificial está revolucionando a experiência de compras online, sendo um diferencial significativo tanto para consumidores quanto para varejistas. Um dos principais aspectos dessa transformação é a personalização. Por meio de algoritmos de machine learning (aprendizado de máquina), as plataformas conseguem analisar o comportamento de consumo e as preferências dos usuários, fornecendo recomendações personalizadas e cada vez mais assertivas, que tornam a experiência de compra do usuário mais relevante. Esse nível de personalização, observado em gigantes varejistas, ajuda os consumidores a encontrarem produtos que realmente lhes interessam, aumentando o engajamento e a probabilidade de compra.

    Para lidar com o grande volume de demanda e escalar seu poder de atendimento, especialmente nas grandes datas comerciais, o varejista necessitaria aumentar também seus custos de fora sazonal, além do tempo e recursos em treinamentos. Por outro lado, com a inteligência artificial conversacional (tecnologia que torna o software capaz de entender e responder a conversas humanas baseadas em voz ou texto), promove-se um padrão de atendimento de qualidade independente do cliente e horário. No pós-vendas de datas marcadas pelo grande número de compras como a Black Friday, por exemplo, a I.A é um grande diferencial, pois consegue escalar com qualidade o atendimento dessa demanda e, ainda, pode engajar outras campanhas de marketing da marca. 

    A impulsividade na hora de adicionar os produtos desejados no e-commerce gera também muita desistência de carrinhos com produtos. É aí que entram as campanhas de recuperação de carrinhos abandonados, promovendo um novo contato, totalmente personalizado, para que o consumidor possa reaver o que deixou – podendo até mesmo oferecer  um cupom de desconto ou outro benefício para a recuperação da compra. Além disso, pensando na experiência de ponta a ponta deste cliente, o atendimento para troca, dúvidas ou devoluções por I.A contribuem para a manter o consumidor contente. 

    A inteligência artificial não substitui as pessoas, mas possibilita que a empresa aloque seus colaboradores em papéis mais estratégicos. O foco é que o padrão de todo atendimento que a I.A traz, fideliza o cliente, que sabe que independente do momento de contato, seja ele proativo ou receptivo, será de qualidade. Além disso, a tecnologia garante um atendimento acessível, já que ela pode atender diferentes idiomas, formatos e tons de comunicação.

    A experiência visual das compras online também foi aprimorada com o uso de I.A. Tecnologias como reconhecimento de imagem permitem que os usuários busquem produtos usando fotos, facilitando a descoberta de itens semelhantes. Além disso, a realidade aumentada e a realidade virtual proporcionam experiências imersivas, permitindo que os consumidores visualizem como os produtos ficariam em seus ambientes antes da compra. Essas inovações tornam o ato de comprar online mais interativo e envolvente.

    O estudo “Inteligência Artificial no Varejo, da Central do Varejo, conduzido entre abril e junho deste ano, mostra que 47% dos varejistas já utilizam I.A, enquanto 53% ainda não implementaram essa tecnologia, mesmo estando atentos às suas possibilidades.

    Portanto, o varejista que entender o poder da I.A e o significado de oferecer um atendimento ao mesmo tempo padronizado e personalizado, irá garantir uma maior fidelização do público. A jornada de compra do consumidor moderno é multicanal, e ele valoriza que a experiência online seja tão fluida e satisfatória quanto a presencial, que nos é tão familiar. 

  • Pix é uma revolução que não para de avançar e se aprimorar

    Pix é uma revolução que não para de avançar e se aprimorar

    Prestes a completar quatro anos de operação, o Pix se consolidou entre os meios de pagamento no Brasil. A modalidade de transferência imediata – e gratuita – de valores conquistou os brasileiros, tendo revolucionado seu cotidiano financeiro. Segundo dados do Banco Central (BC), em setembro passado, foram feitas 5,6 bilhões de transações por meio do Pix, com 169,3 milhões de usuários. Na comparação com igual período de 2023, as altas foram de 46,7% e 9,5%, respectivamente. No entanto, o sucesso não permite que as autoridades se acomodem. Como acontece com toda inovação, é necessário fazer ajustes constantes, para aprimorar o sistema e melhorar suas condições de segurança.

    Com o Pix não é diferente. Sendo um meio de pagamento amplamente utilizado e aceito no País, ele precisa de monitoramento constante para prevenção, controle e solução de golpes e fraudes. Essa vigilância constante ajuda a manter a solidez e a confiabilidade desse meio de pagamento. Não por acaso, em 1º de novembro passam a valer novas regras do BC para o Pix. A intenção da autoridade monetária é reforçar a segurança para os usuários.

    Uma das principais mudanças é a obrigatoriedade do registro de dispositivos pelos bancos para acesso completo ao sistema. Com essa nova regra, os usuários precisarão registrar seus aparelhos (celulares, laptops e desktops) para fazer transferências via Pix. Sem registro, o valor máximo por transferência será de apenas R$ 200, com teto diário de R$ 1.000. Na prática, essa medida visa restringir as movimentações por meio de dispositivos novos ou desconhecidos, garantindo mais segurança nas situações em que o acesso bancário ocorre via aparelhos de terceiros – o que é muito comum no vazamento de dados ou em roubos de logins e senhas.

    Em outra frente de atuação, o BC incentiva as instituições financeiras a adotarem métodos mais eficazes para identificação de transações fora do perfil de comportamento de cada usuário. Com essa ação, pretende levar os bancos a prevenirem fraudes de forma proativa. Nessa mesma linha, o BC passa a exigir que as instituições financeiras promovam internamente verificações periódicas de clientes – abordagem conhecida como “know your customer” (KYC) – a cada seis meses. A ideia é que as instituições comparem os dados com registros de fraudes mantidos pelo BC.

    Em conjunto, essas ações têm um duplo efeito positivo. Além de contribuírem para reduzir os problemas com golpes e fraudes relacionados ao Pix, tendem a fortalecer todo o ecossistema financeiro. Isso porque elas dificultam a ação de criminosos que frequentemente trocam de dispositivos para evitar rastreamento – seja em fraudes com Pix ou com outros instrumentos do mercado financeiro. Em outras palavras, a proteção do sistema como um todo deve ficar ainda mais robusta.

    O aniversário de quatro anos do Pix não tem apenas novidades ligadas à questão de segurança. O BC também passa a adotar inovações esperadas já há algum tempo. Um bom exemplo é o Pix recorrente, que deve começar em 2025. Essa ferramenta vai permitir o pagamento automático de contas de consumo (água, luz, telefonia, entre outras), o que vai proporcionar maior comodidade tanto para os clientes quanto para os fornecedores.

    Aos poucos, com a ajuda da boa aceitação do Pix, funcionalidades como o DDA (débito direto autorizado) e o Pix recorrente tendem a superar as resistências iniciais dos usuários e ganhar cada vez mais adesões. Isso vai acontecendo à medida que essas ferramentas se provam eficazes em aumentar a segurança e a conveniência nos pagamentos de serviços essenciais. Essas inovações oferecem benefícios não apenas aos consumidores, mas também aos fornecedores, que podem contar com uma maior previsibilidade financeira.

    Todo esse contexto reflete uma evolução natural do ecossistema de pagamentos instantâneos no Brasil, puxada pela ampla adoção do Pix no Brasil. E, com as melhorias contínuas, o sistema se adapta às demandas do mercado ao mesmo tempo em que aprimora a segurança, criando oportunidades de produtos e serviços em diversos setores que já utilizam o Pix como principal meio de movimentação financeira.

  • O futuro do e-commerce de pneus: desafios, tendências e oportunidades

    O futuro do e-commerce de pneus: desafios, tendências e oportunidades

    O e-commerce de pneus tem se consolidado como um setor estratégico para empresas automotivas, acompanhando a crescente demanda dos consumidores por conveniência e variedade. Com a evolução das plataformas digitais e o aumento da confiança do público nas compras online, a venda de pneus pela internet está em uma trajetória ascendente.

    É o que confirma a pesquisa recente da BigDataCorp, nomeada de “Perfil do E-commerce Brasileiro”,  que mostrou o aquecimento do setor de e-commerce no Brasil. O mercado de compras online, segundo a pesquisa, cresceu mais de 20% desde 2014 e o número de lojas virtuais aumentou de 1.640.076 em 2022 para 1.911.164 em 2023, levando em consideração também o impacto da pandemia no fator econômico e social. Outro dado relevante que a pesquisa aponta, é o aumento do número de e-commerce que não tem loja física, apenas on-line, que foi de 81,16% em 2022 para 83,46% em 2023.

    No entanto, esse mercado, apresenta desafios particulares em áreas como logística, atendimento ao cliente e inovação tecnológica. Para compreender o funcionamento desse processo, os principais obstáculos enfrentados e as tendências para os próximos anos, é fundamental analisar como o e-commerce de pneus se posiciona no cenário atual, e quais estratégias os lojistas devem adotar para se destacar em meio a uma concorrência cada vez mais acirrada.

    Como funciona o processo de venda de pneus online

    O processo de venda de pneus pela internet segue um fluxo relativamente simples do ponto de vista do consumidor, mas bastante complexo nos bastidores, especialmente para as lojas especializadas e marketplaces. Ele envolve várias etapas cruciais que começam desde o momento em que o cliente pesquisa por pneus até o ponto de recebimento do produto.

    A jornada do cliente geralmente começa com uma pesquisa detalhada. O consumidor de pneus não apenas procura pelo melhor preço, mas também leva em consideração fatores como durabilidade, desempenho e segurança. Nesse sentido, a criação de conteúdo técnico e informativo é uma peça-chave para o sucesso de qualquer operação de e-commerce de pneus. O lojista precisa oferecer dados precisos sobre cada modelo, especificações para diferentes tipos de veículos e informações de compatibilidade.

    Além disso, investir em uma plataforma robusta que ofereça uma navegação ágil e um sistema de busca eficiente, capaz de filtrar os pneus por marca, tamanho, tipo de veículo e condições de uso, é fundamental. Esse tipo de interface reduz a frustração do cliente e facilita a decisão de compra.

    Logística e distribuição

    A logística é, sem dúvida, um dos grandes desafios do e-commerce de pneus. Como são produtos volumosos e pesados, os pneus exigem um cuidado especial. Transportadoras precisam garantir a integridade do produto durante o percurso, evitando avarias que poderiam comprometer a qualidade dos pneus. Além disso, é importante lembrar que muitos pneus têm um custo de frete elevado, o que pode ser um fator decisivo na escolha do cliente.

    Na Dunlop, por exemplo, trabalhamos para otimizar a logística em parceria com transportadoras especializadas, garantindo que os pneus cheguem ao destino com segurança e dentro do prazo estimado. Outro aspecto crucial é o gerenciamento de estoques, pois pneus para diferentes veículos, anos de fabricação e especificidades técnicas precisam estar sempre disponíveis para pronta entrega.

    Um exemplo prático de como superamos parte desses desafios, são nossas ações promocionais ao decorrer do ano, nas quais oferecemos frete grátis para a compra de pneus da marca. Essa iniciativa não só facilita o acesso dos clientes aos produtos, como também posiciona a Dunlop como uma empresa inovadora que busca o conforto e a satisfação do cliente em todos os aspectos da compra.

    Desafios do e-commerce de pneus

    Apesar de todas as vantagens que o comércio eletrônico oferece, há desafios específicos que precisam ser enfrentados pelos lojistas de pneus. Como mencionado anteriormente, a entrega de pneus envolve custos consideráveis devido ao tamanho e peso do produto. Lidar com essas particularidades sem repassar todo o custo para o consumidor final é uma tarefa complexa, que exige parcerias estratégicas com transportadoras e otimização dos processos logísticos.

    Além disso, a fragmentação de estoques, com pontos de distribuição mais próximos aos centros consumidores, é uma solução que pode reduzir prazos de entrega e minimizar os custos operacionais. Outra abordagem é o desenvolvimento de embalagens especializadas para pneus, que possam garantir a integridade do produto e facilitar o transporte.

    E em relação ao atendimento do cliente, muitas vezes, o consumidor de pneus é leigo quanto às especificações técnicas necessárias para o seu veículo. Isso significa que o atendimento precisa ser especializado, orientando o cliente sobre as melhores opções para sua necessidade. Além disso, o pós-venda precisa ser robusto, com políticas de devolução e trocas transparentes e eficientes.

    Tendências para o futuro do e-commerce de pneus

    À medida que a tecnologia evolui, o mercado de pneus online deve seguir algumas tendências que irão moldar o futuro do setor. Os lojistas que desejam se manter competitivos precisarão se adaptar rapidamente a essas mudanças.

    • Integração com plataformas omnichannel: a integração entre o ambiente físico e digital será cada vez mais comum. Lojas que operam tanto no ambiente físico quanto online precisam oferecer uma experiência de compra uniforme, onde o cliente possa adquirir seus pneus online e escolher retirar na loja física, ou optar pela entrega diretamente em casa.
    • Inteligência artificial e personalização: soluções de inteligência artificial (IA) estão transformando o e-commerce, permitindo uma personalização cada vez maior da experiência do cliente. Para o setor de pneus, isso significa oferecer recomendações precisas com base no comportamento de compra anterior, clima da região e tipo de uso do veículo. Ferramentas que utilizam IA para prever a necessidade de troca de pneus também podem se tornar uma realidade.
    • Sustentabilidade e pneus verdes: com o aumento da consciência ambiental, muitos consumidores estão buscando opções mais sustentáveis, como pneus ecológicos, que oferecem menor resistência ao rolamento e, consequentemente, menor consumo de combustível. As empresas que se posicionarem como líderes em práticas sustentáveis poderão capturar uma fatia importante desse novo público.

    O e-commerce de pneus está em constante transformação, exigindo que os lojistas se adaptem rapidamente às demandas dos consumidores e às inovações tecnológicas. Aqueles que souberem enfrentar os desafios logísticos, oferecer um atendimento de excelência e acompanhar as principais tendências terão sucesso neste mercado competitivo.

    Na Dunlop, acreditamos que o futuro do e-commerce de pneus reside na capacidade de inovar constantemente e atender as expectativas de um consumidor cada vez mais exigente, sem renunciar a qualidade e segurança. A nossa participação ativa no cenário digital, incluindo campanhas promocionais, demonstra nosso compromisso com o bem-estar dos clientes e nossa visão de longo prazo para o setor.

  • Varejo Omnichannel: A transformação está nos dados

    Varejo Omnichannel: A transformação está nos dados

    O varejo, como conhecíamos, definitivamente não existe mais. O comportamento dos consumidores mudou de forma totalmente irreversível nos últimos dez anos a partir do acesso facilitado a informações sobre produtos e serviços, a qualquer momento e em qualquer lugar. Este verdadeiro empoderamento digital está redefinindo o varejo, exigindo que as empresas do setor se adaptem rápida e continuamente a um ambiente no qual a experiência do cliente é fundamental. E a chave para atingir esse objetivo e inovar está no uso estratégico dos dados. 

    Conhecer profundamente o comprador, seus hábitos de consumo e antecipar suas necessidades é mandatório, a chamada visão “Customer 360”. Especialmente com a convergência dos canais físicos e digitais de compras, em uma estratégia cada vez mais omnichannel, os consumidores esperam uma experiência fluida e integrada, sem se importar onde estão comprando. E isso é uma oportunidade inigualável para quem sabe usar os dados e analytics de maneira estratégica. 

    O varejista precisa saber analisar cuidadosamente seus dados de negócios e em cada interação com os clientes. Informações sobre comportamento de navegação online no e-commerce e histórico de interações (que podem terminar em compra ou não) são alguns exemplos que podem revelar padrões importantes de cada consumidor. No entanto, essa análise não é fácil, pois a quantidade de informações coletadas diariamente pelos varejistas é enorme e chega por meio de diversas fontes, desde canais de atendimento, apps e sites, até soluções de mapas de calor e análises de fluxo dentro das lojas. 

    Reunir e estruturar todos esses dados de forma coesa e acessível é um dos maiores desafios enfrentados atualmente. Para criar uma visão completa sobre o que os consumidores buscam, é preciso superar esta fragmentação de informações. Ao integrar todos os dados, as empresas passam a transformar informações brutas em insights valiosos, que possibilitam decisões mais rápidas, assertivas, estratégicas e focadas no cliente. 

    Mas não basta apenas integrar dados. É fundamental que a base das informações tenha qualidade e governança. Esses dados precisam passar por algumas etapas que garantam sua integridade, privacidade, segurança e que estejam o mais atualizados possível, disponíveis no detalhamento correto para o usuário correto. Esse processo garante que os dados sejam contextualizados, organizados e possam ser utilizados de maneira eficaz como uma ferramenta poderosa. Essas ações impactam diretamente o desempenho do negócio, e, ao não se dar a devida importância a esse processo, com dados de baixa qualidade e mal-governados, o “negócio” varejo certamente enfrentará problemas em toda operação, refletindo diretamente no resultado. 

    Com um papel crucial na cadeia de suprimentos atual, as lojas físicas estão se transformando e funcionando como centros de experiências para compradores e hubs logísticos, indo além de simples pontos de vendas. Durante eventos de alta demanda, como a Black Friday, nos quais a capacidade para lidar com os enormes aumentos nas vendas e uma logística altamente eficaz são colocadas à prova, a necessidade de atuar com dados integrados, governados e de qualidade é ainda mais evidente. 

    Vale ressaltar que os dados devidamente analisados devem ser democratizados e não podem ficar centralizados em seus silos de origem. Os funcionários das lojas precisam ter acesso a informações contextualizadas em tempo real para que possam otimizar processos para gestões mais eficientes e tomar decisões mais rápidas diretamente com o cliente, na prateleira ou no back office. Dessa forma, há maior integração em toda cadeia do varejo, da loja ao supply chain, com controle eficaz do estoque, logística e distribuição rápidas e eficazes, tornando as experiências de compras diferenciadas de ponta a ponta. 

    O aproveitamento de grandes quantidades de dados, provenientes de diversas fontes, capacita o setor a adotar medidas mais embasadas, reduzindo o desperdício, melhorando o atendimento ao consumidor e maximizando as margens. Essa nova era do varejo tem a automação e analytics em tempo real como base das operações, e o cliente no centro das estratégias. Portanto, o caminho para um futuro de sucesso no setor passa pela retirada dos dados dos silos em que estão, pela integração das operações e pelo analytics integrado ao processo de decisão. Os varejistas que adotarem essa abordagem conseguirão estruturar e organizar este ecossistema complexo de dados para gerar valor aos negócios, construindo uma relação mais forte e duradoura com os seus compradores, além de acompanhar as mudanças e a evolução do mercado rumo ao Varejo Omnichannel. Isso é o que determinará o sucesso no cenário competitivo atual.

    Por Cesar Ripari, Diretor de Pré-vendas para a América Latina da Qlik

  • Varejo Omnichannel: A transformação está nos dados

    Varejo Omnichannel: A transformação está nos dados

    O varejo, como conhecíamos, definitivamente não existe mais. O comportamento dos consumidores mudou de forma totalmente irreversível nos últimos dez anos a partir do acesso facilitado a informações sobre produtos e serviços, a qualquer momento e em qualquer lugar. Este verdadeiro empoderamento digital está redefinindo o varejo, exigindo que as empresas do setor se adaptem rápida e continuamente a um ambiente no qual a experiência do cliente é fundamental. E a chave para atingir esse objetivo e inovar está no uso estratégico dos dados. 

    Conhecer profundamente o comprador, seus hábitos de consumo e antecipar suas necessidades é mandatório, a chamada visão “Customer 360”. Especialmente com a convergência dos canais físicos e digitais de compras, em uma estratégia cada vez mais omnichannel, os consumidores esperam uma experiência fluida e integrada, sem se importar onde estão comprando. E isso é uma oportunidade inigualável para quem sabe usar os dados e analytics de maneira estratégica. 

    O varejista precisa saber analisar cuidadosamente seus dados de negócios e em cada interação com os clientes. Informações sobre comportamento de navegação online no e-commerce e histórico de interações (que podem terminar em compra ou não) são alguns exemplos que podem revelar padrões importantes de cada consumidor. No entanto, essa análise não é fácil, pois a quantidade de informações coletadas diariamente pelos varejistas é enorme e chega por meio de diversas fontes, desde canais de atendimento, apps e sites, até soluções de mapas de calor e análises de fluxo dentro das lojas. 

    Reunir e estruturar todos esses dados de forma coesa e acessível é um dos maiores desafios enfrentados atualmente. Para criar uma visão completa sobre o que os consumidores buscam, é preciso superar esta fragmentação de informações. Ao integrar todos os dados, as empresas passam a transformar informações brutas em insights valiosos, que possibilitam decisões mais rápidas, assertivas, estratégicas e focadas no cliente. 

    Mas não basta apenas integrar dados. É fundamental que a base das informações tenha qualidade e governança. Esses dados precisam passar por algumas etapas que garantam sua integridade, privacidade, segurança e que estejam o mais atualizados possível, disponíveis no detalhamento correto para o usuário correto. Esse processo garante que os dados sejam contextualizados, organizados e possam ser utilizados de maneira eficaz como uma ferramenta poderosa. Essas ações impactam diretamente o desempenho do negócio, e, ao não se dar a devida importância a esse processo, com dados de baixa qualidade e mal-governados, o “negócio” varejo certamente enfrentará problemas em toda operação, refletindo diretamente no resultado. 

    Com um papel crucial na cadeia de suprimentos atual, as lojas físicas estão se transformando e funcionando como centros de experiências para compradores e hubs logísticos, indo além de simples pontos de vendas. Durante eventos de alta demanda, como a Black Friday, nos quais a capacidade para lidar com os enormes aumentos nas vendas e uma logística altamente eficaz são colocadas à prova, a necessidade de atuar com dados integrados, governados e de qualidade é ainda mais evidente. 

    Vale ressaltar que os dados devidamente analisados devem ser democratizados e não podem ficar centralizados em seus silos de origem. Os funcionários das lojas precisam ter acesso a informações contextualizadas em tempo real para que possam otimizar processos para gestões mais eficientes e tomar decisões mais rápidas diretamente com o cliente, na prateleira ou no back office. Dessa forma, há maior integração em toda cadeia do varejo, da loja ao supply chain, com controle eficaz do estoque, logística e distribuição rápidas e eficazes, tornando as experiências de compras diferenciadas de ponta a ponta. 

    O aproveitamento de grandes quantidades de dados, provenientes de diversas fontes, capacita o setor a adotar medidas mais embasadas, reduzindo o desperdício, melhorando o atendimento ao consumidor e maximizando as margens. Essa nova era do varejo tem a automação e analytics em tempo real como base das operações, e o cliente no centro das estratégias. Portanto, o caminho para um futuro de sucesso no setor passa pela retirada dos dados dos silos em que estão, pela integração das operações e pelo analytics integrado ao processo de decisão. Os varejistas que adotarem essa abordagem conseguirão estruturar e organizar este ecossistema complexo de dados para gerar valor aos negócios, construindo uma relação mais forte e duradoura com os seus compradores, além de acompanhar as mudanças e a evolução do mercado rumo ao Varejo Omnichannel. Isso é o que determinará o sucesso no cenário competitivo atual.

    Por Cesar Ripari, Diretor de Pré-vendas para a América Latina da Qlik

  • O Brasil no centro das transformações do e-commerce global em 2024

    O Brasil no centro das transformações do e-commerce global em 2024

    Em 2024, o Brasil se destacou no cenário global de e-commerce, registrando um crescimento de 16% nas vendas on-line, superando mercados tradicionalmente fortes como a América do Norte (12%) e Europa Ocidental (10%), segundo relatório da Atlântico. Esse avanço revela muito mais que números: reflete um movimento de adaptação e inovação que redefine o mercado brasileiro e mostra seu potencial em um setor tão concorrido. Mas o que está por trás desse crescimento e quais são os desafios e oportunidades que surgem?

    Embora o dado seja motivo de comemoração, há nuances que merecem atenção. Isso porque o crescimento acelerado do e-commerce no Brasil não é apenas resultado de um mercado em expansão, mas também de um cenário que equilibra avanços tecnológicos e desafios estruturais. O varejo físico, por exemplo, registrou uma queda de 3,3% no faturamento em setembro, já descontada a inflação, em comparação ao mesmo mês de 2023, segundo o Índice Cielo do Varejo Ampliado (ICVA). Ou seja, de um lado temos avanço, mas do outro observamos uma queda tendenciosa, afinal este foi o sétimo mês consecutivo sem crescimento no setor. Em contraste, o e-commerce brasileiro demonstrou resiliência, com um crescimento de 0,9% em setembro.

    Ao abordar esses números, precisamos também mencionar que esse é um mercado que está em constante transformação, justamente por conta de o consumidor digital estar cada vez mais presente na jornada de compra. O perfil do cliente brasileiro também evoluiu. Se antes as compras on-line eram motivadas pela conveniência e pela necessidade, agora são guiadas por expectativas mais elevadas em termos de experiência.

    Os consumidores esperam uma jornada de compra que combine agilidade, personalização e confiança, exigindo das marcas maiores adaptações. No Brasil, onde as demandas regionais são tão variadas quanto a extensão geográfica, atender a essas expectativas pode se tornar uma prova de fogo para as empresas que desejam manter a competitividade e qualidade.

    Ao mesmo tempo, a convergência entre o mundo físico e digital é um fato. É neste cenário que necessitamos fazer uma análise criteriosa, pois o Phygital também vem evoluindo a jornada de compra do consumidor, que pode até ser finalizada de forma digital, mas tem parte da mesma no ponto de venda, influenciando diretamente a experiência do cliente e o processo de aquisição de um produto.

    Além disso, a diversidade socioeconômica do país apresenta um paradoxo interessante: ao mesmo tempo em que há um mercado ativo por inovações, existe um espaço significativo de acesso a infraestrutura tecnológica em algumas regiões. Isso reforça a importância de se investir em soluções que tornem o e-commerce mais inclusivo, como meios de pagamento diversificados e estratégias logísticas adaptadas a diferentes contextos urbanos e rurais.

    Por isso, o crescimento do e-commerce no Brasil não deve ser visto apenas como um indicador econômico positivo, mas como uma oportunidade para o país assumir um papel mais influente no que diz respeito ao comércio digital. Diferente dos mercados mais maduros, onde a inovação muitas vezes se limita a otimizações, o Brasil oferece um terreno fértil para a criação de soluções disruptivas.

    Porém, para alcançar esse potencial, é necessário que os players do mercado, incluindo empresas de tecnologia, varejistas e startups, tenham um papel ativo no fortalecimento de um ecossistema colaborativo. Isso envolve desde o desenvolvimento de novas tecnologias de automação e inteligência artificial até a capacitação de profissionais para lidar com as especificidades do e-commerce local. A partir do momento em que o Brasil se posicionar não apenas como um mercado consumidor, mas como um inovador no setor, ele pode redefinir a relevância no cenário das vendas digitais.

    Dessa forma, o crescimento do e-commerce no Brasil nesse ano é um indicativo de que há um terreno fértil para a inovação no mercado digital do país. No entanto, o desafio agora é transformar esse momento em um ciclo de desenvolvimento, que traga benefícios tanto para as marcas quanto para os consumidores. Mais que números, o que está em jogo é a capacidade do país de se reinventar e se afirmar como um líder em um cenário em constante mudança. E essa trajetória não depende apenas de manter o ritmo de crescimento, mas de construir as bases para um futuro digital ainda mais robusto.

  • Agentes de IA sem código: Transformando empresas na era digital

    Agentes de IA sem código: Transformando empresas na era digital

    Na era digital, a inteligência artificial (IA) se tornou uma parte fundamental das operações empresariais. No entanto, muitas empresas enfrentam desafios ao tentar implementar soluções de IA devido à falta de conhecimento técnico ou recursos. Neste cenário, surgem os agentes de IA sem código, ferramentas que permitem que profissionais de diversas áreas construam e utilizem soluções de inteligência artificial sem a necessidade de programação, promovendo eficiência, inovação e transformando as empresas.

    Agentes de IA sem código são plataformas que oferecem interfaces intuitivas, permitindo que usuários criem aplicações de IA com pouco ou nenhum conhecimento técnico de programação. Esses sistemas são projetados para popularizar o acesso à inteligência artificial, permitindo que equipes de marketing, vendas, atendimento ao cliente e outras áreas utilizem soluções avançadas de forma simples e eficaz.

    O uso desta tecnologia é capaz de proporcionar diversos benefícios para as empresas. Ao automatizar tarefas repetitivas, as companhias podem economizar tempo e recursos. A implementação de soluções sem código permite que as equipes sejam mais ágeis, aumentando a eficiência dos colaboradores. A capacidade de experimentar e implementar novas soluções rapidamente promove uma cultura de inovação dentro da empresa, além disso as interfaces intuitivas dessas ferramentas tornam a tecnologia acessível a todos os usuários, permitindo que profissionais de diferentes áreas utilizem IA sem a necessidade de formação técnica ou experiência prévia.

    As principais aplicações dos agentes de IA sem código nas empresas, são:

    1 – Atendimento ao Cliente

    Chatbots: Empresas podem implementar chatbots para responder perguntas frequentes, resolver problemas simples e gerenciar agendamentos. Isso não só melhora a experiência do cliente, proporcionando suporte 24h por dia e 7 dias da semana, mas também libera a equipe para focar em outras questões.

    2 – Automação de marketing

    Campanhas automatizadas: Algumas ferramentas permitem integrar diferentes aplicativos e automatizar fluxos de trabalho. Por exemplo, ao receber uma nova inscrição em um formulário, é possível que um e-mail de boas-vindas seja enviado automaticamente, aumentando a eficiência das campanhas de marketing.

    3 – Análise de Dados

    Visualização e relatórios: As empresas podem analisar grandes volumes de dados e criar dashboards interativos que facilitam a tomada de decisões, por meio de plataformas com soluções sem código. Essas ferramentas ajudam as empresas a identificar tendências, entender o comportamento do cliente e otimizar operações.

    4 – Gerenciamento de projetos

    Automação de tarefas: Utilizar plataformas para automatizar processos administrativos, como o envio de lembretes e relatórios, contribui para um gerenciamento de projetos mais eficiente e organizado.

    5 – Desenvolvimento de aplicativos internos

    Apps personalizados: Agentes de IA sem código permitem que equipes desenvolvam aplicativos personalizados para atender às suas necessidades específicas, como controle de inventário, gerenciamento de projetos ou qualquer outro tipo de tarefa, sem depender da equipe de TI.

    6 – Feedback e pesquisa de satisfação

    Formulários automáticos: As companhias podem utilizar ferramentas de coleta de dados para criar pesquisas e analisar feedback, ajudando a compreender melhor as necessidades dos clientes e ajustar suas estratégias, fazendo com que o seu Customer Experience (CX) seja mais eficiente.

    Agentes de IA sem código estão mudando a forma como as empresas operam, permitindo que soluções de inteligência artificial sejam facilmente integradas ao dia a dia das organizações. Essa popularização da tecnologia não só melhora a eficiência e reduz custos, mas também incentiva a inovação e a agilidade nas operações empresariais. À medida que mais empresas adotam essas ferramentas, o potencial para transformar a experiência do cliente e otimizar processos internos fica ainda mais claro.

    A adoção desses agentes representa uma mudança significativa na forma como as empresas abordam a tecnologia. Com a capacidade de implementar soluções rapidamente e promover a inovação, as empresas que adotarem soluções sem código estarão melhor posicionadas para competir e crescer em um mercado em constante mudança.

  • Afinal, a IA vai substituir os humanos no atendimento ao cliente?

    Afinal, a IA vai substituir os humanos no atendimento ao cliente?

    Não é novidade que cada vez mais as soluções voltadas para o atendimento ao cliente (Customer Experience, ou CX, na sigla em inglês) estejam integradas à Inteligência Artificial. Mas isso, necessariamente, não significa que em breve não teremos mais o atendimento humano no call center. Pelo contrário: quanto mais a área de CX se aproxima da IA, mais teremos o atendimento humano como o principal vetor de qualidade para o cliente.

    A ideia de que a IA vai substituir o atendimento humano provavelmente vem do fato de que CX foi uma das primeiras indústrias a incorporar a tecnologia na rotina de trabalho – e é fácil entender que esse movimento não aconteceu com o objetivo de substituir o atendimento das pessoas pela IA.

    A implementação da IA em CX aconteceu porque essa é uma das áreas que mais envolvem tarefas repetitivas e que podem ser facilmente automatizadas. Além disso, o grande volume de interações permite que pequenas melhorias, proporcionadas pela IA, se transformem em um diferencial significativo. Em um call center, automatizações simples podem economizar minutos preciosos, permitindo que os agentes foquem no que realmente importa: ouvir o cliente, em vez de perder tempo preenchendo telas no sistema, por exemplo.

    No que tange ao comportamento do consumidor, a pandemia acelerou a integração da IA – agentes remotos e um volume enorme de atendimentos, disparados pela mudança drástica de hábitos na época, fez com que contact centers em todo o mundo tivessem um aumento de 48% no volume de interações, segundo dados do Google, incluindo telefone, chat, e-mail, redes sociais e SMS. A saída foi agregar mais tecnologia – não só no atendimento ao cliente, como em várias outras áreas. Ademais, o uso da IA no atendimento ao cliente proporcionou uma redução nos custos de 30%, o que é extremamente relevante num mercado tão competitivo.

    E, hoje, a IA tem um valor inestimável para CX que vai além do atendimento ao cliente: a tecnologia possibilita o tratamento massivo de dados, para a descoberta de insights para o negócio que até poucos anos atrás não seriam visíveis tão facilmente.

    Os dados são a chave

    Para além da questão da automação, há um outro fator em um call center que faz com que haja um terreno fértil para o uso da Inteligência Artificial: os dados. Imagine que, além do seu histórico de interações, de informações sobre compras, um call center pode ter vários outros dados, como o lugar onde você mora, números de documento, sua idade, gênero, entre outros aspectos mais comuns.

    Também não é incomum as empresas de call center utilizarem sistemas que capturam o sentimento do cliente por telefone, ou pelo tom de mensagens escritas. A tecnologia, na realidade, existe há anos – e o problema sempre foi cruzar essas informações de maneira que fosse possível ter insights que fizessem diferença ao negócio.

    E justamente um dos grandes avanços da IA em CX tem sido a análise preditiva com base na coleta de dados, que permite um suporte proativo ao antecipar necessidades futuras dos consumidores.

    Examinando dados históricos, padrões de comportamento e feedbacks dos clientes, a IA consegue prever suas futuras demandas, possibilitando às empresas um atendimento proativo. Trata-se da tecnologia antecipando problemas e oferecendo soluções antes mesmo do cliente manifestar uma necessidade.

    Essa gestão da base de dados, feita pela IA durante o atendimento, proporciona uma jornada mais fluida do cliente, além de gerar dados que vão pautar as estratégias de marketing. E aqui, novamente, estamos falando de uma comunicação que vai ser criada por pessoas, para pessoas.

    IA versus atendimento humano

    Se a integração da IA ao call center é um caminho sem volta, também é consenso no mercado que a tecnologia continuará a ser usada sim, mas sem eliminar a interação humana.

    Uma pesquisa da consultoria Gartner, feita no fim de 2023 com 5,7 mil pessoas, evidencia que 64% dos consumidores preferem atendimento humano e 53% trocariam de empresa por uma concorrente se soubessem do uso de IA no atendimento ao cliente. Dos entrevistados, 60% declararam a dificuldade para serem atendidos por um humano como principal motivo de rejeição à IA, seguido por desemprego (46%), respostas incorretas (42%), segurança de dados (34%) e discriminação de tratamento entre diferentes consumidores (25%).

    Apesar do avanço da IA, certas habilidades humanas ainda são consideradas insubstituíveis como a empatia e a comunicação. As melhores empresas do mundo estão usando IA para tarefas repetitivas e deixando as interações mais complexas e emocionais para os humanos, resultando em clientes satisfeitos e funcionários realizados, quando este procedimento é feito corretamente.

    O grande diferencial competitivo está na responsabilidade colaborativa, ou seja, no equilíbrio entre a eficiência da IA e o contato humano. As interações humanizadas continuam sendo fundamentais para a edificação de relacionamentos de confiança com os clientes, aspecto que a IA ainda não consegue imitar.

    Em resumo, a IA agrega velocidade, eficiência e a capacidade de trazer à tona informações que somam às estratégias de atendimento ao cliente, mas estão muito distantes de substituir totalmente os humanos nessa jornada. Por mais que a máquina tenha aprendido a imitar o homem, lhe falta um componente essencial: a consciência sobre suas próprias ações, e a capacidade de tomar decisões baseadas não só em dados, mas também em emoções.

  • Afinal, a IA vai substituir os humanos no atendimento ao cliente?

    Afinal, a IA vai substituir os humanos no atendimento ao cliente?

    Não é novidade que cada vez mais as soluções voltadas para o atendimento ao cliente (Customer Experience, ou CX, na sigla em inglês) estejam integradas à Inteligência Artificial. Mas isso, necessariamente, não significa que em breve não teremos mais o atendimento humano no call center. Pelo contrário: quanto mais a área de CX se aproxima da IA, mais teremos o atendimento humano como o principal vetor de qualidade para o cliente.

    A ideia de que a IA vai substituir o atendimento humano provavelmente vem do fato de que CX foi uma das primeiras indústrias a incorporar a tecnologia na rotina de trabalho – e é fácil entender que esse movimento não aconteceu com o objetivo de substituir o atendimento das pessoas pela IA.

    A implementação da IA em CX aconteceu porque essa é uma das áreas que mais envolvem tarefas repetitivas e que podem ser facilmente automatizadas. Além disso, o grande volume de interações permite que pequenas melhorias, proporcionadas pela IA, se transformem em um diferencial significativo. Em um call center, automatizações simples podem economizar minutos preciosos, permitindo que os agentes foquem no que realmente importa: ouvir o cliente, em vez de perder tempo preenchendo telas no sistema, por exemplo.

    No que tange ao comportamento do consumidor, a pandemia acelerou a integração da IA – agentes remotos e um volume enorme de atendimentos, disparados pela mudança drástica de hábitos na época, fez com que contact centers em todo o mundo tivessem um aumento de 48% no volume de interações, segundo dados do Google, incluindo telefone, chat, e-mail, redes sociais e SMS. A saída foi agregar mais tecnologia – não só no atendimento ao cliente, como em várias outras áreas. Ademais, o uso da IA no atendimento ao cliente proporcionou uma redução nos custos de 30%, o que é extremamente relevante num mercado tão competitivo.

    E, hoje, a IA tem um valor inestimável para CX que vai além do atendimento ao cliente: a tecnologia possibilita o tratamento massivo de dados, para a descoberta de insights para o negócio que até poucos anos atrás não seriam visíveis tão facilmente.

    Os dados são a chave

    Para além da questão da automação, há um outro fator em um call center que faz com que haja um terreno fértil para o uso da Inteligência Artificial: os dados. Imagine que, além do seu histórico de interações, de informações sobre compras, um call center pode ter vários outros dados, como o lugar onde você mora, números de documento, sua idade, gênero, entre outros aspectos mais comuns.

    Também não é incomum as empresas de call center utilizarem sistemas que capturam o sentimento do cliente por telefone, ou pelo tom de mensagens escritas. A tecnologia, na realidade, existe há anos – e o problema sempre foi cruzar essas informações de maneira que fosse possível ter insights que fizessem diferença ao negócio.

    E justamente um dos grandes avanços da IA em CX tem sido a análise preditiva com base na coleta de dados, que permite um suporte proativo ao antecipar necessidades futuras dos consumidores.

    Examinando dados históricos, padrões de comportamento e feedbacks dos clientes, a IA consegue prever suas futuras demandas, possibilitando às empresas um atendimento proativo. Trata-se da tecnologia antecipando problemas e oferecendo soluções antes mesmo do cliente manifestar uma necessidade.

    Essa gestão da base de dados, feita pela IA durante o atendimento, proporciona uma jornada mais fluida do cliente, além de gerar dados que vão pautar as estratégias de marketing. E aqui, novamente, estamos falando de uma comunicação que vai ser criada por pessoas, para pessoas.

    IA versus atendimento humano

    Se a integração da IA ao call center é um caminho sem volta, também é consenso no mercado que a tecnologia continuará a ser usada sim, mas sem eliminar a interação humana.

    Uma pesquisa da consultoria Gartner, feita no fim de 2023 com 5,7 mil pessoas, evidencia que 64% dos consumidores preferem atendimento humano e 53% trocariam de empresa por uma concorrente se soubessem do uso de IA no atendimento ao cliente. Dos entrevistados, 60% declararam a dificuldade para serem atendidos por um humano como principal motivo de rejeição à IA, seguido por desemprego (46%), respostas incorretas (42%), segurança de dados (34%) e discriminação de tratamento entre diferentes consumidores (25%).

    Apesar do avanço da IA, certas habilidades humanas ainda são consideradas insubstituíveis como a empatia e a comunicação. As melhores empresas do mundo estão usando IA para tarefas repetitivas e deixando as interações mais complexas e emocionais para os humanos, resultando em clientes satisfeitos e funcionários realizados, quando este procedimento é feito corretamente.

    O grande diferencial competitivo está na responsabilidade colaborativa, ou seja, no equilíbrio entre a eficiência da IA e o contato humano. As interações humanizadas continuam sendo fundamentais para a edificação de relacionamentos de confiança com os clientes, aspecto que a IA ainda não consegue imitar.

    Em resumo, a IA agrega velocidade, eficiência e a capacidade de trazer à tona informações que somam às estratégias de atendimento ao cliente, mas estão muito distantes de substituir totalmente os humanos nessa jornada. Por mais que a máquina tenha aprendido a imitar o homem, lhe falta um componente essencial: a consciência sobre suas próprias ações, e a capacidade de tomar decisões baseadas não só em dados, mas também em emoções.

  • O uso de dados ajuda no crescimento de usuários em apps de e-commerce e fintech?

    O uso de dados ajuda no crescimento de usuários em apps de e-commerce e fintech?

    A análise de dados vem desempenhando um papel fundamental no crescimento de aplicativos de e-commerce e fintechs. Por meio de insights detalhados sobre o comportamento dos usuários, as empresas conseguem segmentar seu público com precisão, personalizando interações e otimizando a experiência do cliente. Essa abordagem não apenas facilita a aquisição de novos usuários, mas também contribui para a retenção e expansão da base já existente.

    Um estudo recente da Juniper Research, *Top 10 Fintech & Payments Trends 2024*, destacou que empresas que utilizam análises avançadas experimentam melhorias significativas. A personalização baseada em dados pode aumentar as vendas em até 5% em empresas que implementam campanhas direcionadas. Além disso, a análise preditiva permite otimizar os gastos com marketing, aumentando a eficiência de aquisição de clientes e reduzindo custos.

    O impacto dessa abordagem é claro. O uso de dados nos proporciona uma visão abrangente do comportamento do usuário, permitindo ajustes em tempo real para melhorar a experiência e a satisfação. Isso se traduz em campanhas mais eficazes e em um aplicativo que evolui de acordo com as necessidades do usuário. A coleta e análise de dados em tempo real permitem identificar oportunidades e desafios de forma imediata, garantindo que as empresas estejam sempre à frente da concorrência.

    Personalização e retenção com base em dados

    A personalização é um dos maiores benefícios proporcionados pelo uso de dados. Ao analisar o comportamento dos usuários, é possível identificar padrões de navegação, compras e interações, adaptando as ofertas ao perfil de cada cliente. Essa abordagem aumenta a relevância das campanhas, resultando em maior conversão e fidelização.

    Ferramentas como Appsflyer e Adjust ajudam a monitorar campanhas de marketing, enquanto plataformas como Sensor Tower fornecem insights de mercado para comparar o desempenho com concorrentes. Ao cruzar esses dados com informações internas, as empresas conseguem tomar decisões mais embasadas para impulsionar o crescimento.

    Com dados em mãos, conseguimos oferecer a recomendação certa para o cliente certo, no momento certo, o que aumenta o engajamento e torna a experiência do usuário mais rica. Isso eleva as taxas de retenção e mantém os usuários ativos e interessados.

    Tecnologias de machine learning e IA aceleram o crescimento

    Tecnologias como machine learning (ML) e inteligência artificial (IA) estão ganhando espaço na estratégia de crescimento de apps de fintech e e-commerce. Elas possibilitam a previsão de comportamentos, a automação de marketing e até a detecção de fraudes em tempo real, resultando em maior eficiência e segurança.

    Essas ferramentas ajudam a antecipar ações dos usuários, como a probabilidade de abandono ou predisposição à compra, permitindo intervenções antes que o cliente se desengaje. Isso garante a implementação de estratégias mais eficazes, como o oferecimento de promoções ou recomendações personalizadas no momento certo. Além disso, a IA automatiza processos de marketing, otimizando campanhas e maximizando o retorno sobre investimento.

    Segurança e privacidade: desafios no uso de dados

    O uso de dados em apps de fintech e e-commerce, embora benéfico, também traz desafios relacionados à privacidade e segurança. A proteção de informações sensíveis e o cumprimento de regulamentações como a LGPD e a GDPR são essenciais para garantir a integridade dos dados e a confiança dos usuários.

    O desafio vai além de proteger os dados. As empresas também devem garantir que os usuários entendam como suas informações são utilizadas, sendo a transparência fundamental para construir essa confiança. Práticas de segurança robustas e o gerenciamento cuidadoso de consentimentos são indispensáveis para assegurar o crescimento contínuo e seguro das plataformas.

    Equilíbrio entre dados e inovação

    Apesar da importância da análise de dados, é crucial equilibrar o uso de insights quantitativos com uma abordagem qualitativa. O foco excessivo em dados pode, por vezes, sufocar a inovação, e a interpretação incorreta pode resultar em decisões equivocadas.

    Portanto, é essencial combinar a análise de dados com uma compreensão profunda das necessidades dos usuários. Isso permite decisões mais assertivas e inovadoras, garantindo que as estratégias acompanhem as tendências do mercado e se mantenham adaptáveis.

    Com esse equilíbrio, o uso de dados torna-se não apenas uma ferramenta de crescimento, mas uma base sólida para inovação e diferenciação competitiva.