Category: Tendências

  • Como a transformação digital e a economia baseada em dados estão mudando a interação e a personalização das experiências de consumo

    Como a transformação digital e a economia baseada em dados estão mudando a interação e a personalização das experiências de consumo

    A experiência do cliente tem passado por uma transformação radical nesta última década e, com o avanço da transformação digital, as empresas foram forçadas a repensar a forma como se relacionam e personalizam as interações com seu público. Hoje, o consumidor moderno espera respostas rápidas e personalizadas, desenhadas especificamente para seus desejos ou necessidades de consumo. Mas, apesar do investimento significativo na área, os resultados muitas vezes ficam aquém das expectativas, com clientes cada vez mais exigentes e até insatisfeitos com a experiência oferecida, uma vez que existe uma enorme fragmentação de canais de contato e formatos de comunicação, na maioria das vezes ainda pouco integrados sob a ótica do usuário.

    Em um cenário onde somos constantemente bombardeados por mensagens no WhatsApp, interações em redes sociais, como Instagram e TikTok, além de e-mails, sites e atendimento em lojas físicas, a experiência do cliente tornou-se um desafio complexo e multifacetado.  De acordo com relatório da Statista (2025), estima-se que o valor global do mercado de social commerce em 2024 haja sido de US$ 700 milhões, cerca de 17% do total de e-commerce do mundo, impulsionado principalmente pela adoção de redes sociais como Instagram, Facebook, TikTok e Pinterest. No Brasil, especificamente, o cenário é igualmente estimulante: pesquisa da PwC aponta que cerca de 78% dos consumidores brasileiros já compraram algum produto ou serviço após vê-lo nas redes sociais.

    O ambiente híbrido e acelerado exige que as empresas estejam presentes e atuantes em diversos canais (inclusive nas plataformas sociais), oferecendo uma experiência fluida e contínua. A omnicanalidade — a capacidade de oferecer a experiência integrada em múltiplos pontos de contato — tornou-se requisito mínimo para atender às demandas do consumidor atual. Porém, ela só se tornou viável graças à transformação digital e à integração no uso de dados dos clientes. No passado, as interações limitavam-se a lojas físicas e atendimento telefônico; hoje, aplicativos, chats e redes sociais são essenciais na jornada de um consumidor com cada vez menos tempo (e paciência).

    O aumento exponencial dos canais de contato traz um desafio: como integrar esses pontos para que o cliente se sinta reconhecido e valorizado, independentemente do meio pelo qual entra em contato com a marca? As empresas precisam investir em sistemas e plataformas que promovam experiência unificada e coesa, reduzindo o risco de que o cliente tenha que repetir informações ou entenda ser “apenas mais um” no meio da multidão digital.

    Por exemplo: estamos na iminência da chegada ao Brasil do TikTok Shop, um novo formato de social commerce que promete trazer uma revolução para as compras online de usuários de segmentos como moda, estilo, saúde e cuidados pessoais. Recentemente, foi a Temu quem chegou ao Brasil, transformando bastante o cenário do comércio eletrônico em geral. Como integrar sua marca, no ritmo frenético das novidades tecnológicas diárias, às necessidades mencionadas do consumidor, em prol de uma experiência sem fricção?

    Personalização por meio do uso de dados

    Nessa jornada, a personalização é um pilar essencial para a evolução da experiência do cliente. Com o volume massivo de dados gerados a cada interação digital, as empresas podem compreender melhor o comportamento, as preferências e as necessidades de seus clientes. Plataformas de CRM (Customer Relationship Management) e tecnologias de análise de dados em grandes volumes, suportadas por IA cada vez mais poderosas e assertivas, permitem que as empresas construam uma visão 360º do consumidor, antecipando suas necessidades e personalizando ofertas de maneira mais precisa.

    Porém, a coleta e o uso de dados trazem questões éticas e de privacidade. É fundamental que as empresas respeitem a privacidade dos dados e sejam transparentes sobre como esses dados são utilizados. A confiança do cliente pode ser facilmente quebrada se ele perceber que suas informações são usadas de forma invasiva ou sem consentimento claro.

    Além disso, a personalização deve ser equilibrada para que o cliente se sinta valorizado, mas não “vigiado”. Por exemplo, o uso de Inteligência Artificial (IA) para sugerir produtos pode ser útil, mas precisa ser de forma sutil para que o cliente não se sinta invadido. Além disso, o uso de bots e automação no atendimento ao cliente tem sido um grande aliado na transformação digital, permitindo que empresas lidem com grandes volumes de interações de forma rápida e eficiente. No entanto, a automação traz um paradoxo: ao mesmo tempo em que torna o atendimento mais acessível, ela pode desumanizar a experiência. E também aqui a IA poderá ser um potencializador de experiências incríveis, ou uma destruidora de reputações e valor.

    Enquanto os bots podem resolver problemas simples, muitas vezes falham em casos mais complexos, gerando frustração no cliente. O ideal é que as empresas utilizem a automação para resolver questões rotineiras, liberando o atendimento humano para casos que demandem mais atenção e empatia. Isso não só aumenta a eficiência como também melhora a satisfação do cliente, que se sente ouvido e valorizado.

    NPS e os desafios de medir a satisfação do cliente

    Para avaliar a satisfação dos clientes, muitas empresas utilizam o NPS (Net Promoter Score), métrica que indica a probabilidade do cliente recomendar a marca. Embora seja um indicador valioso, o NPS não deve ser utilizado de forma isolada em relação a outros fatores. Entretanto, ele pode dar indícios valiosos para revelar oportunidades de melhoria da experiência do cliente. Estudos mostram que, apesar dos investimentos, muitos clientes ainda se sentem insatisfeitos com as experiências de relacionamento providas pelas empresas, o que evidencia a crescente demanda por experiências mais personalizadas e atendimento mais atencioso. Nesse contexto, o NPS, além de ser uma ferramenta quantitativa, também traz dados qualitativos que indicam a necessidade de ajustes. Ele não apenas mede a satisfação, mas revela pontos críticos onde o atendimento falha em atender às expectativas dos consumidores modernos.

    Portanto, a transformação digital não deve apenas automatizar e personalizar a experiência do cliente, mas também humanizá-la, com o apoio de ferramentas e indicadores de gestão. Em um mundo onde a automação é predominante, o atendimento humano é ainda mais valioso, pois o cliente busca empatia e eficiência, principalmente em questões e problemas mais complexos.

    Dessa forma, as empresas que conseguirem unir dados, automação e atendimento humano em um ecossistema coeso, proporcionando uma experiência mais humana e personalizada, sairão na frente. A chave para o sucesso é equilibrar tecnologia e humanização, mostrando ao cliente que ele é mais do que uma sequência de dados — ele é um indivíduo com necessidades e desejos únicos. O futuro da experiência do cliente dependerá de como as empresas conseguirão humanizar suas interações digitais, transformando cada contato em oportunidade de fortalecer o relacionamento e criar valor para o cliente. A verdadeira inovação estará na capacidade de fazer o cliente sentir-se único e valorizado em cada interação.

    E esse, não à toa, é um dos temas mais “quentes” em discussão no SxSw de 2025. Pois reside aí a próxima fronteira de diferenciação dos negócios.

  • Com destaque para tecnologia e meio ambiente, investimento de impacto ganha destaque no Web Summit Qatar

    Com destaque para tecnologia e meio ambiente, investimento de impacto ganha destaque no Web Summit Qatar

    Como um grande polo de tecnologia na região, o Oriente Médio continua fortalecendo o setor de tecnologia – mesmo com as temperaturas baixando até os 4 graus Celsius. O Web Summit Qatar, que aconteceu entre 23 e 26 de fevereiro. A versão local desse importante evento de inovação e startups trouxe número recorde, com 25 mil participantes de todos os cantos do mundo, sendo um testemunho do esforço local de promover o empreendedorismo tech e trazer, claro, pessoas, investimentos e diversificação econômica para a região.

    A agenda de conteúdo não diferiu das outras edições do Web Summit, o foco nos desafios das startups, interesses dos investidores, inteligência artificial, blockchain, SaaS e B2B continuaram sendo pauta. A ênfase, claro, mudou: em IA, por exemplo, as discussões foram voltadas para capacidades locais e IA soberana. Os temas de impacto na parte de conteúdo, no entanto, ficaram a desejar, como o meetup de investidores de impacto que contou apenas com três participantes: além de mim, um venture builder canadense, e uma investidora suíça.

    Entre as startups expositoras no Web Summit Qatar, destacaram-se uma empresa local, que apresentou uma solução escalável para captura de CO₂ usando sistemas fotobiorreatores que cultivam algas, reduzindo significativamente as emissões industriais enquanto melhora a qualidade do ar e uma startup da Bósnia que criou uma tecnologia inovadora para reciclagem de resíduos químicos CO₂ zero emissões, transformando resíduos perigosos em materiais químicos reutilizáveis de alta pureza, atendendo a indústrias como farmacêuticas e eletrônicas.

    Um fato interessante é de que a maioria das startups selecionadas para a semifinal da competição de pitch do evento eram de impacto: uma startup que desenvolveu uma inteligência de temperatura apoiada por IA para fornecer mapas de hiper locais e análises inteligentes de dados de calor urbano, oferecendo uma solução poderosa para planejamento urbano e gestão ambiental; uma fintech/edtech que tem por missão promover o letramento financeiro entre crianças e adolescentes por meio de experiências, jogos, e soluções de pagamentos utilizando pulseiras NFC; e outra empresa que desenvolveu aditivos nanotecnológicos antimicrobianos para “embalagens ativas” que estendem a vida útil e reduzem a necessidade de conservantes e antibióticos nos produtos – esta, por sinal, foi a solução ganhadora da competição.

    Com essa competição, a banca avaliadora, composta por investidores de alto calibre de várias partes do mundo, deixou uma mensagem clara: queremos startups de impacto. Em particular, para as startups que conseguiram demonstrar serem capazes de combinar impacto, inovação, alta tecnologia e escalabilidade, então, não faltou, em Doha, interesse em discutir investimentos, parcerias, contratos e provas de conceito.

    O próprio governo do Qatar e as empresas locais estavam excepcionalmente abertos para falar de negócios; se, no Brasil, os tomadores de decisão nos stands das grandes empresas em feiras de negócios são escoltados e conseguir um espacinho na sua agenda é tarefa hercúlea, lá havia uma abertura impressionante para sentar-se com executivos C-level. Mesmo fora dos eventos de descontração e networking, não faltou calor humano para os estrangeiros com bons negócios.

    Assim, o Web Summit Qatar 2025 serviu, sim, como locuspara investidores – inclusive os de impacto – identificarem oportunidades em startups promissoras, e foi, sem dúvida, um espaço privilegiado para startups e founders com negócios escaláveis e inovadores buscarem parceiros.

  • Com destaque para tecnologia e meio ambiente, investimento de impacto ganha destaque no Web Summit Qatar

    Com destaque para tecnologia e meio ambiente, investimento de impacto ganha destaque no Web Summit Qatar

    Como um grande polo de tecnologia na região, o Oriente Médio continua fortalecendo o setor de tecnologia – mesmo com as temperaturas baixando até os 4 graus Celsius. O Web Summit Qatar, que aconteceu entre 23 e 26 de fevereiro. A versão local desse importante evento de inovação e startups trouxe número recorde, com 25 mil participantes de todos os cantos do mundo, sendo um testemunho do esforço local de promover o empreendedorismo tech e trazer, claro, pessoas, investimentos e diversificação econômica para a região.

    A agenda de conteúdo não diferiu das outras edições do Web Summit, o foco nos desafios das startups, interesses dos investidores, inteligência artificial, blockchain, SaaS e B2B continuaram sendo pauta. A ênfase, claro, mudou: em IA, por exemplo, as discussões foram voltadas para capacidades locais e IA soberana. Os temas de impacto na parte de conteúdo, no entanto, ficaram a desejar, como o meetup de investidores de impacto que contou apenas com três participantes: além de mim, um venture builder canadense, e uma investidora suíça.

    Entre as startups expositoras no Web Summit Qatar, destacaram-se uma empresa local, que apresentou uma solução escalável para captura de CO₂ usando sistemas fotobiorreatores que cultivam algas, reduzindo significativamente as emissões industriais enquanto melhora a qualidade do ar e uma startup da Bósnia que criou uma tecnologia inovadora para reciclagem de resíduos químicos CO₂ zero emissões, transformando resíduos perigosos em materiais químicos reutilizáveis de alta pureza, atendendo a indústrias como farmacêuticas e eletrônicas.

    Um fato interessante é de que a maioria das startups selecionadas para a semifinal da competição de pitch do evento eram de impacto: uma startup que desenvolveu uma inteligência de temperatura apoiada por IA para fornecer mapas de hiper locais e análises inteligentes de dados de calor urbano, oferecendo uma solução poderosa para planejamento urbano e gestão ambiental; uma fintech/edtech que tem por missão promover o letramento financeiro entre crianças e adolescentes por meio de experiências, jogos, e soluções de pagamentos utilizando pulseiras NFC; e outra empresa que desenvolveu aditivos nanotecnológicos antimicrobianos para “embalagens ativas” que estendem a vida útil e reduzem a necessidade de conservantes e antibióticos nos produtos – esta, por sinal, foi a solução ganhadora da competição.

    Com essa competição, a banca avaliadora, composta por investidores de alto calibre de várias partes do mundo, deixou uma mensagem clara: queremos startups de impacto. Em particular, para as startups que conseguiram demonstrar serem capazes de combinar impacto, inovação, alta tecnologia e escalabilidade, então, não faltou, em Doha, interesse em discutir investimentos, parcerias, contratos e provas de conceito.

    O próprio governo do Qatar e as empresas locais estavam excepcionalmente abertos para falar de negócios; se, no Brasil, os tomadores de decisão nos stands das grandes empresas em feiras de negócios são escoltados e conseguir um espacinho na sua agenda é tarefa hercúlea, lá havia uma abertura impressionante para sentar-se com executivos C-level. Mesmo fora dos eventos de descontração e networking, não faltou calor humano para os estrangeiros com bons negócios.

    Assim, o Web Summit Qatar 2025 serviu, sim, como locuspara investidores – inclusive os de impacto – identificarem oportunidades em startups promissoras, e foi, sem dúvida, um espaço privilegiado para startups e founders com negócios escaláveis e inovadores buscarem parceiros.

  • Entenda as razões para apostar no mercado de varejo mobile em 2025

    Entenda as razões para apostar no mercado de varejo mobile em 2025

    O varejo mobile tem se consolidado como um dos segmentos mais promissores do comércio digital. Com consumidores cada vez mais conectados, o uso de aplicativos para compras cresceu exponencialmente nos últimos anos, tornando-se um canal essencial para varejistas que desejam expandir sua presença e competitividade.  

    Segundo o relatório State of Mobile 2025, da Sensor Tower, o segmento continua evoluindo, impulsionado por mudanças no comportamento do consumidor, avanço da inteligência artificial (IA) e globalização do e-commerce. Considerando o cenário, investir nesse tipo de negócio não é apenas opção, mas uma necessidade para empresas que buscam inovar e crescer. 

    Crescimento contínuo do mobile commerce 

    Em 2024, os consumidores gastaram cerca de US$ 150 bilhões em aplicativos, aumento de 12,5% em relação ao ano anterior. Além disso, o tempo médio diário por usuário subiu para 3,5 horas, e o total de horas gastas em aplicativos ultrapassou 4,2 trilhões, aumento de 5,8%. Os dados indicam que as pessoas não apenas passaram mais tempo em dispositivos móveis, como aumentaram os gastos em plataformas digitais.  

    Outro fator relevante é a expansão global de marketplaces focados nos dispositivos móveis. Empresas como Temu e Shein demonstram como é possível escalar um negócio globalmente a partir da estratégia digital bem estruturada. No entanto, o sucesso desses modelos exige uma experiência de usuário aprimorada e integração eficiente entre os canais físicos e digitais. 

    Inteligência artificial como diferencial competitivo 

    O relatório da Sensor Tower aponta ainda que os aplicativos de IA generativa atingiram US$ 1,3 bilhão em receita global, crescimento significativo em comparação aos US$ 455 milhões em 2023. O número total de downloads de apps de IA disparou, chegando a 1,5 bilhão em 2024. No varejo, a IA permite personalização avançada, recomendações de produtos mais assertivas e experiências interativas que aumentam o engajamento do consumidor. A tecnologia também melhora a eficiência operacional, otimizando a logística e a gestão de estoques com base em dados preditivos. 

    Brasil: mercado promissor  

    O Brasil é destaque entre os mercados emergentes mais promissores, atraindo o interesse de grandes marcas internacionais. Apesar da forte concorrência, ainda há muitas oportunidades para empresas que compreendem as particularidades do consumidor brasileiro e conseguem adaptar suas estratégias para atender tanto às compras online quanto ao varejo físico. A integração entre canais – físico, web e dispositivos móveis – já não é mais um diferencial, mas necessidade estratégica. Companhias que conseguem unir essas experiências e oferecer serviços adicionais com os apps, como atendimento personalizado, programas de fidelidade e conteúdos exclusivos, saem na frente. 

    O varejo digital focado em dispositivos móveis representa uma grande oportunidade para empresas que desejam inovar e expandir em 2025. O crescimento no tempo de uso dos aplicativos, o avanço da IA e a ampliação dos marketplaces globais são fatores determinantes para a evolução do setor. No Brasil, a crescente demanda e a transformação digital do comércio tornam o cenário ainda mais propício para investimentos. Para varejistas que ainda não consolidaram a presença nesse ambiente, o momento de agir é agora. Adaptar-se a essa realidade não é apenas uma tendência, mas um requisito essencial para manter a competitividade. 

  • Entenda as razões para apostar no mercado de varejo mobile em 2025

    Entenda as razões para apostar no mercado de varejo mobile em 2025

    O varejo mobile tem se consolidado como um dos segmentos mais promissores do comércio digital. Com consumidores cada vez mais conectados, o uso de aplicativos para compras cresceu exponencialmente nos últimos anos, tornando-se um canal essencial para varejistas que desejam expandir sua presença e competitividade.  

    Segundo o relatório State of Mobile 2025, da Sensor Tower, o segmento continua evoluindo, impulsionado por mudanças no comportamento do consumidor, avanço da inteligência artificial (IA) e globalização do e-commerce. Considerando o cenário, investir nesse tipo de negócio não é apenas opção, mas uma necessidade para empresas que buscam inovar e crescer. 

    Crescimento contínuo do mobile commerce 

    Em 2024, os consumidores gastaram cerca de US$ 150 bilhões em aplicativos, aumento de 12,5% em relação ao ano anterior. Além disso, o tempo médio diário por usuário subiu para 3,5 horas, e o total de horas gastas em aplicativos ultrapassou 4,2 trilhões, aumento de 5,8%. Os dados indicam que as pessoas não apenas passaram mais tempo em dispositivos móveis, como aumentaram os gastos em plataformas digitais.  

    Outro fator relevante é a expansão global de marketplaces focados nos dispositivos móveis. Empresas como Temu e Shein demonstram como é possível escalar um negócio globalmente a partir da estratégia digital bem estruturada. No entanto, o sucesso desses modelos exige uma experiência de usuário aprimorada e integração eficiente entre os canais físicos e digitais. 

    Inteligência artificial como diferencial competitivo 

    O relatório da Sensor Tower aponta ainda que os aplicativos de IA generativa atingiram US$ 1,3 bilhão em receita global, crescimento significativo em comparação aos US$ 455 milhões em 2023. O número total de downloads de apps de IA disparou, chegando a 1,5 bilhão em 2024. No varejo, a IA permite personalização avançada, recomendações de produtos mais assertivas e experiências interativas que aumentam o engajamento do consumidor. A tecnologia também melhora a eficiência operacional, otimizando a logística e a gestão de estoques com base em dados preditivos. 

    Brasil: mercado promissor  

    O Brasil é destaque entre os mercados emergentes mais promissores, atraindo o interesse de grandes marcas internacionais. Apesar da forte concorrência, ainda há muitas oportunidades para empresas que compreendem as particularidades do consumidor brasileiro e conseguem adaptar suas estratégias para atender tanto às compras online quanto ao varejo físico. A integração entre canais – físico, web e dispositivos móveis – já não é mais um diferencial, mas necessidade estratégica. Companhias que conseguem unir essas experiências e oferecer serviços adicionais com os apps, como atendimento personalizado, programas de fidelidade e conteúdos exclusivos, saem na frente. 

    O varejo digital focado em dispositivos móveis representa uma grande oportunidade para empresas que desejam inovar e expandir em 2025. O crescimento no tempo de uso dos aplicativos, o avanço da IA e a ampliação dos marketplaces globais são fatores determinantes para a evolução do setor. No Brasil, a crescente demanda e a transformação digital do comércio tornam o cenário ainda mais propício para investimentos. Para varejistas que ainda não consolidaram a presença nesse ambiente, o momento de agir é agora. Adaptar-se a essa realidade não é apenas uma tendência, mas um requisito essencial para manter a competitividade. 

  • Como a transformação digital e a economia baseada em dados estão mudando a interação e a personalização das experiências de consumo

    Como a transformação digital e a economia baseada em dados estão mudando a interação e a personalização das experiências de consumo

    A experiência do cliente tem passado por uma transformação radical nesta última década e, com o avanço da transformação digital, as empresas foram forçadas a repensar a forma como se relacionam e personalizam as interações com seu público. Hoje, o consumidor moderno espera respostas rápidas e personalizadas, desenhadas especificamente para seus desejos ou necessidades de consumo. Mas, apesar do investimento significativo na área, os resultados muitas vezes ficam aquém das expectativas, com clientes cada vez mais exigentes e até insatisfeitos com a experiência oferecida, uma vez que existe uma enorme fragmentação de canais de contato e formatos de comunicação, na maioria das vezes ainda pouco integrados sob a ótica do usuário.

    Em um cenário onde somos constantemente bombardeados por mensagens no WhatsApp, interações em redes sociais, como Instagram e TikTok, além de e-mails, sites e atendimento em lojas físicas, a experiência do cliente tornou-se um desafio complexo e multifacetado.  De acordo com relatório da Statista (2025), estima-se que o valor global do mercado de social commerce em 2024 haja sido de US$ 700 milhões, cerca de 17% do total de e-commerce do mundo, impulsionado principalmente pela adoção de redes sociais como Instagram, Facebook, TikTok e Pinterest. No Brasil, especificamente, o cenário é igualmente estimulante: pesquisa da PwC aponta que cerca de 78% dos consumidores brasileiros já compraram algum produto ou serviço após vê-lo nas redes sociais.

    O ambiente híbrido e acelerado exige que as empresas estejam presentes e atuantes em diversos canais (inclusive nas plataformas sociais), oferecendo uma experiência fluida e contínua. A omnicanalidade — a capacidade de oferecer a experiência integrada em múltiplos pontos de contato — tornou-se requisito mínimo para atender às demandas do consumidor atual. Porém, ela só se tornou viável graças à transformação digital e à integração no uso de dados dos clientes. No passado, as interações limitavam-se a lojas físicas e atendimento telefônico; hoje, aplicativos, chats e redes sociais são essenciais na jornada de um consumidor com cada vez menos tempo (e paciência).

    O aumento exponencial dos canais de contato traz um desafio: como integrar esses pontos para que o cliente se sinta reconhecido e valorizado, independentemente do meio pelo qual entra em contato com a marca? As empresas precisam investir em sistemas e plataformas que promovam experiência unificada e coesa, reduzindo o risco de que o cliente tenha que repetir informações ou entenda ser “apenas mais um” no meio da multidão digital.

    Por exemplo: estamos na iminência da chegada ao Brasil do TikTok Shop, um novo formato de social commerce que promete trazer uma revolução para as compras online de usuários de segmentos como moda, estilo, saúde e cuidados pessoais. Recentemente, foi a Temu quem chegou ao Brasil, transformando bastante o cenário do comércio eletrônico em geral. Como integrar sua marca, no ritmo frenético das novidades tecnológicas diárias, às necessidades mencionadas do consumidor, em prol de uma experiência sem fricção?

    Personalização por meio do uso de dados

    Nessa jornada, a personalização é um pilar essencial para a evolução da experiência do cliente. Com o volume massivo de dados gerados a cada interação digital, as empresas podem compreender melhor o comportamento, as preferências e as necessidades de seus clientes. Plataformas de CRM (Customer Relationship Management) e tecnologias de análise de dados em grandes volumes, suportadas por IA cada vez mais poderosas e assertivas, permitem que as empresas construam uma visão 360º do consumidor, antecipando suas necessidades e personalizando ofertas de maneira mais precisa.

    Porém, a coleta e o uso de dados trazem questões éticas e de privacidade. É fundamental que as empresas respeitem a privacidade dos dados e sejam transparentes sobre como esses dados são utilizados. A confiança do cliente pode ser facilmente quebrada se ele perceber que suas informações são usadas de forma invasiva ou sem consentimento claro.

    Além disso, a personalização deve ser equilibrada para que o cliente se sinta valorizado, mas não “vigiado”. Por exemplo, o uso de Inteligência Artificial (IA) para sugerir produtos pode ser útil, mas precisa ser de forma sutil para que o cliente não se sinta invadido. Além disso, o uso de bots e automação no atendimento ao cliente tem sido um grande aliado na transformação digital, permitindo que empresas lidem com grandes volumes de interações de forma rápida e eficiente. No entanto, a automação traz um paradoxo: ao mesmo tempo em que torna o atendimento mais acessível, ela pode desumanizar a experiência. E também aqui a IA poderá ser um potencializador de experiências incríveis, ou uma destruidora de reputações e valor.

    Enquanto os bots podem resolver problemas simples, muitas vezes falham em casos mais complexos, gerando frustração no cliente. O ideal é que as empresas utilizem a automação para resolver questões rotineiras, liberando o atendimento humano para casos que demandem mais atenção e empatia. Isso não só aumenta a eficiência como também melhora a satisfação do cliente, que se sente ouvido e valorizado.

    NPS e os desafios de medir a satisfação do cliente

    Para avaliar a satisfação dos clientes, muitas empresas utilizam o NPS (Net Promoter Score), métrica que indica a probabilidade do cliente recomendar a marca. Embora seja um indicador valioso, o NPS não deve ser utilizado de forma isolada em relação a outros fatores. Entretanto, ele pode dar indícios valiosos para revelar oportunidades de melhoria da experiência do cliente. Estudos mostram que, apesar dos investimentos, muitos clientes ainda se sentem insatisfeitos com as experiências de relacionamento providas pelas empresas, o que evidencia a crescente demanda por experiências mais personalizadas e atendimento mais atencioso. Nesse contexto, o NPS, além de ser uma ferramenta quantitativa, também traz dados qualitativos que indicam a necessidade de ajustes. Ele não apenas mede a satisfação, mas revela pontos críticos onde o atendimento falha em atender às expectativas dos consumidores modernos.

    Portanto, a transformação digital não deve apenas automatizar e personalizar a experiência do cliente, mas também humanizá-la, com o apoio de ferramentas e indicadores de gestão. Em um mundo onde a automação é predominante, o atendimento humano é ainda mais valioso, pois o cliente busca empatia e eficiência, principalmente em questões e problemas mais complexos.

    Dessa forma, as empresas que conseguirem unir dados, automação e atendimento humano em um ecossistema coeso, proporcionando uma experiência mais humana e personalizada, sairão na frente. A chave para o sucesso é equilibrar tecnologia e humanização, mostrando ao cliente que ele é mais do que uma sequência de dados — ele é um indivíduo com necessidades e desejos únicos. O futuro da experiência do cliente dependerá de como as empresas conseguirão humanizar suas interações digitais, transformando cada contato em oportunidade de fortalecer o relacionamento e criar valor para o cliente. A verdadeira inovação estará na capacidade de fazer o cliente sentir-se único e valorizado em cada interação.

    E esse, não à toa, é um dos temas mais “quentes” em discussão no SxSw de 2025. Pois reside aí a próxima fronteira de diferenciação dos negócios.

  • Como a transformação digital e a economia baseada em dados estão mudando a interação e a personalização das experiências de consumo

    Como a transformação digital e a economia baseada em dados estão mudando a interação e a personalização das experiências de consumo

    A experiência do cliente tem passado por uma transformação radical nesta última década e, com o avanço da transformação digital, as empresas foram forçadas a repensar a forma como se relacionam e personalizam as interações com seu público. Hoje, o consumidor moderno espera respostas rápidas e personalizadas, desenhadas especificamente para seus desejos ou necessidades de consumo. Mas, apesar do investimento significativo na área, os resultados muitas vezes ficam aquém das expectativas, com clientes cada vez mais exigentes e até insatisfeitos com a experiência oferecida, uma vez que existe uma enorme fragmentação de canais de contato e formatos de comunicação, na maioria das vezes ainda pouco integrados sob a ótica do usuário.

    Em um cenário onde somos constantemente bombardeados por mensagens no WhatsApp, interações em redes sociais, como Instagram e TikTok, além de e-mails, sites e atendimento em lojas físicas, a experiência do cliente tornou-se um desafio complexo e multifacetado.  De acordo com relatório da Statista (2025), estima-se que o valor global do mercado de social commerce em 2024 haja sido de US$ 700 milhões, cerca de 17% do total de e-commerce do mundo, impulsionado principalmente pela adoção de redes sociais como Instagram, Facebook, TikTok e Pinterest. No Brasil, especificamente, o cenário é igualmente estimulante: pesquisa da PwC aponta que cerca de 78% dos consumidores brasileiros já compraram algum produto ou serviço após vê-lo nas redes sociais.

    O ambiente híbrido e acelerado exige que as empresas estejam presentes e atuantes em diversos canais (inclusive nas plataformas sociais), oferecendo uma experiência fluida e contínua. A omnicanalidade — a capacidade de oferecer a experiência integrada em múltiplos pontos de contato — tornou-se requisito mínimo para atender às demandas do consumidor atual. Porém, ela só se tornou viável graças à transformação digital e à integração no uso de dados dos clientes. No passado, as interações limitavam-se a lojas físicas e atendimento telefônico; hoje, aplicativos, chats e redes sociais são essenciais na jornada de um consumidor com cada vez menos tempo (e paciência).

    O aumento exponencial dos canais de contato traz um desafio: como integrar esses pontos para que o cliente se sinta reconhecido e valorizado, independentemente do meio pelo qual entra em contato com a marca? As empresas precisam investir em sistemas e plataformas que promovam experiência unificada e coesa, reduzindo o risco de que o cliente tenha que repetir informações ou entenda ser “apenas mais um” no meio da multidão digital.

    Por exemplo: estamos na iminência da chegada ao Brasil do TikTok Shop, um novo formato de social commerce que promete trazer uma revolução para as compras online de usuários de segmentos como moda, estilo, saúde e cuidados pessoais. Recentemente, foi a Temu quem chegou ao Brasil, transformando bastante o cenário do comércio eletrônico em geral. Como integrar sua marca, no ritmo frenético das novidades tecnológicas diárias, às necessidades mencionadas do consumidor, em prol de uma experiência sem fricção?

    Personalização por meio do uso de dados

    Nessa jornada, a personalização é um pilar essencial para a evolução da experiência do cliente. Com o volume massivo de dados gerados a cada interação digital, as empresas podem compreender melhor o comportamento, as preferências e as necessidades de seus clientes. Plataformas de CRM (Customer Relationship Management) e tecnologias de análise de dados em grandes volumes, suportadas por IA cada vez mais poderosas e assertivas, permitem que as empresas construam uma visão 360º do consumidor, antecipando suas necessidades e personalizando ofertas de maneira mais precisa.

    Porém, a coleta e o uso de dados trazem questões éticas e de privacidade. É fundamental que as empresas respeitem a privacidade dos dados e sejam transparentes sobre como esses dados são utilizados. A confiança do cliente pode ser facilmente quebrada se ele perceber que suas informações são usadas de forma invasiva ou sem consentimento claro.

    Além disso, a personalização deve ser equilibrada para que o cliente se sinta valorizado, mas não “vigiado”. Por exemplo, o uso de Inteligência Artificial (IA) para sugerir produtos pode ser útil, mas precisa ser de forma sutil para que o cliente não se sinta invadido. Além disso, o uso de bots e automação no atendimento ao cliente tem sido um grande aliado na transformação digital, permitindo que empresas lidem com grandes volumes de interações de forma rápida e eficiente. No entanto, a automação traz um paradoxo: ao mesmo tempo em que torna o atendimento mais acessível, ela pode desumanizar a experiência. E também aqui a IA poderá ser um potencializador de experiências incríveis, ou uma destruidora de reputações e valor.

    Enquanto os bots podem resolver problemas simples, muitas vezes falham em casos mais complexos, gerando frustração no cliente. O ideal é que as empresas utilizem a automação para resolver questões rotineiras, liberando o atendimento humano para casos que demandem mais atenção e empatia. Isso não só aumenta a eficiência como também melhora a satisfação do cliente, que se sente ouvido e valorizado.

    NPS e os desafios de medir a satisfação do cliente

    Para avaliar a satisfação dos clientes, muitas empresas utilizam o NPS (Net Promoter Score), métrica que indica a probabilidade do cliente recomendar a marca. Embora seja um indicador valioso, o NPS não deve ser utilizado de forma isolada em relação a outros fatores. Entretanto, ele pode dar indícios valiosos para revelar oportunidades de melhoria da experiência do cliente. Estudos mostram que, apesar dos investimentos, muitos clientes ainda se sentem insatisfeitos com as experiências de relacionamento providas pelas empresas, o que evidencia a crescente demanda por experiências mais personalizadas e atendimento mais atencioso. Nesse contexto, o NPS, além de ser uma ferramenta quantitativa, também traz dados qualitativos que indicam a necessidade de ajustes. Ele não apenas mede a satisfação, mas revela pontos críticos onde o atendimento falha em atender às expectativas dos consumidores modernos.

    Portanto, a transformação digital não deve apenas automatizar e personalizar a experiência do cliente, mas também humanizá-la, com o apoio de ferramentas e indicadores de gestão. Em um mundo onde a automação é predominante, o atendimento humano é ainda mais valioso, pois o cliente busca empatia e eficiência, principalmente em questões e problemas mais complexos.

    Dessa forma, as empresas que conseguirem unir dados, automação e atendimento humano em um ecossistema coeso, proporcionando uma experiência mais humana e personalizada, sairão na frente. A chave para o sucesso é equilibrar tecnologia e humanização, mostrando ao cliente que ele é mais do que uma sequência de dados — ele é um indivíduo com necessidades e desejos únicos. O futuro da experiência do cliente dependerá de como as empresas conseguirão humanizar suas interações digitais, transformando cada contato em oportunidade de fortalecer o relacionamento e criar valor para o cliente. A verdadeira inovação estará na capacidade de fazer o cliente sentir-se único e valorizado em cada interação.

    E esse, não à toa, é um dos temas mais “quentes” em discussão no SxSw de 2025. Pois reside aí a próxima fronteira de diferenciação dos negócios.

  • Regulamentação da Inteligência Artificial: desafios e soluções na Nova Era Digital

    Regulamentação da Inteligência Artificial: desafios e soluções na Nova Era Digital

    Com a evolução acelerada da Inteligência Artificial, a regulamentação do uso da IA tornou-se um tema central e urgente no Brasil. A nova tecnologia traz um potencial imenso para inovar e transformar diversos setores, mas também levantam questões críticas sobre ética, transparência e governança. No contexto brasileiro, onde a transformação digital avança em ritmo acelerado, encontrar o equilíbrio entre inovação e regulamentação adequada é fundamental para garantir um desenvolvimento sustentável e responsável da IA.

    Em entrevista exclusiva, Samir Karam, COO da Performa_IT, oferece uma análise aprofundada sobre os desafios e soluções emergentes na regulamentação da IA, destacando a importância do equilíbrio entre inovação e ética no setor tecnológico.

    A regulamentação da IA no Brasil ainda está em fase de estruturação, o que traz tanto desafios quanto oportunidades. Por um lado, a regulamentação cria diretrizes mais claras para um uso responsável da tecnologia, garantindo princípios como transparência e ética. Por outro, há o risco de burocratização excessiva, que pode desacelerar a inovação. O equilíbrio entre regulação e liberdade para inovar é essencial para que o Brasil se mantenha competitivo no cenário global”, inicia Samir Karam, COO da Performa_IT – empresa full service provider de soluções tecnológicas, referência em transformação digital e inteligência artificial.

    Shadow AI e Deepfakes: Riscos e Soluções

    Um dos conceitos mais preocupantes discutidos por Samir Karam é o de “shadow AI”, que se refere ao uso de inteligência artificial dentro de uma organização sem o devido controle ou supervisão. Essa prática pode levar a vários problemas, como vazamento de dados, decisões enviesadas e riscos de segurança.

    Por exemplo, imagine uma equipe de marketing utilizando uma ferramenta de IA para analisar o comportamento dos consumidores sem a aprovação da área de TI ou compliance. Além de expor a empresa a riscos legais, o uso não regulamentado dessa tecnologia pode resultar na coleta e análise inadequada de dados sensíveis, violando a privacidade dos usuários.

    Outro cenário é o desenvolvimento de algoritmos de IA para decisões de contratação, que sem supervisão adequada podem reproduzir vieses inconscientes presentes nos dados de treinamento, resultando em decisões injustas e discriminatórias.

    Assim como no caso das deepfakes, onde vídeos ou áudios criados utilizam inteligência artificial para manipular imagens, sons e movimentos de uma pessoa, fazendo com que pareça dizer ou fazer algo que, na realidade, nunca aconteceu. Essa tecnologia pode ser usada de forma mal-intencionada para espalhar desinformação, fraudar identidades e causar danos à reputação de indivíduos.

    As soluções para o shadow AI e deepfakes caminham pela criação de políticas robustas de governança de IA, de acordo com Samir Karam, COO da Performa_IT:

    “Essas políticas incluem a implementação de auditorias frequentes, a fim de garantir que as práticas de IA estejam alinhadas com as diretrizes de ética e transparência da organização. Além disso, é essencial o uso de ferramentas que detectem atividades não autorizadas e monitorem continuamente os sistemas de IA para prevenir abusos e garantir a segurança dos dados.”

    Samir enfatiza que, sem essas medidas, o uso descontrolado de IA pode não apenas comprometer a confiança dos consumidores, mas também expor as organizações a severas repercussões legais e reputacionais.

    Fake News e desafios éticos na IA

    A disseminação de fake news geradas por IA é outra preocupação crescente. “O combate às fake news geradas por IA exige uma combinação de tecnologia e educação. Ferramentas de verificação automatizada, identificação de padrões sintéticos em imagens e textos, além da rotulagem de conteúdos gerados por IA, são passos importantes. Mas também precisamos investir na conscientização do público, ensinando a identificar fontes confiáveis e a questionar conteúdos duvidosos”, afirma Samir.

    Garantir a transparência e a ética no desenvolvimento de IA é um dos pilares defendidos por Samir. Ele destaca que “algumas das melhores práticas incluem a adoção de modelos explicáveis (XAI – Explainable AI), auditorias independentes, uso de dados diversificados para evitar vieses e a criação de comitês de ética em IA.”

    Uma das principais preocupações de segurança cibernética associadas à IA incluem ataques sofisticados, como o phishing – uma técnica de ataque em que os criminosos tentam enganar indivíduos para que revelem informações confidenciais, como senhas e dados bancários, se passando por entidades confiáveis em comunicações digitais. Esses ataques podem ser ainda mais sofisticados quando combinados com IA, criando e-mails e mensagens personalizadas que são difíceis de distinguir das reais. Para mitigar esses riscos, Samir sugere que “é fundamental investir em soluções de detecção baseadas em IA, implementar autenticação multifator e garantir que os modelos de IA sejam treinados para detectar e mitigar tentativas de manipulação.”

    Colaboração para Políticas eficazes de IA

    A colaboração entre empresas, governos e academia é vital para a formulação de políticas eficazes de IA. Samir ressalta que “a IA impacta diversos setores, então a regulamentação precisa ser construída de forma colaborativa. Empresas trazem a visão prática do uso da tecnologia, governos estabelecem diretrizes de segurança e privacidade, enquanto a academia contribui com pesquisas e metodologias para um desenvolvimento mais seguro e ético.”

    A natureza multifacetada da inteligência artificial significa que seus impactos e aplicações variam amplamente entre diferentes setores, desde a saúde até a educação, passando por finanças e segurança pública. Por essa razão, a criação de políticas eficazes requer uma abordagem integrada que considere todas essas variáveis.

    Empresas são fundamentais nesse processo, pois são elas que implementam e utilizam a IA em grande escala. Elas fornecem insights sobre as necessidades do mercado, os desafios práticos e as inovações tecnológicas mais recentes. A contribuição do setor privado ajuda a garantir que as políticas de IA sejam aplicáveis e relevantes no contexto real.

    Governos, por sua vez, têm a responsabilidade de estabelecer diretrizes que protejam os cidadãos e garantam a ética no uso da IA. Eles criam regulamentações que abordam questões de segurança, privacidade e direitos humanos. Além disso, os governos podem facilitar a colaboração entre diferentes partes interessadas e promover programas de financiamento para a pesquisa em IA.

    Academia é a terceira peça essencial nesse quebra-cabeça. As Universidades e Institutos de pesquisas fornecem uma base teórica sólida e desenvolvem novas metodologias para garantir que a IA seja desenvolvida de forma segura e ética. A pesquisa acadêmica também desempenha um papel crucial na identificação e mitigação de vieses nos algoritmos de IA, garantindo que as tecnologias sejam justas e equitativas.

    Essa colaboração tripartite permite que as políticas de IA sejam robustas e adaptáveis, abordando tanto os benefícios quanto os riscos associados ao uso da tecnologia. Um exemplo prático dessa colaboração pode ser visto em programas de parceria público-privada, onde empresas de tecnologia trabalham em conjunto com instituições acadêmicas e agências governamentais para desenvolver soluções de IA que respeitem as normas de segurança e privacidade.

    Samir destaca que, sem essa abordagem colaborativa, há um risco de criar regulamentações que sejam desconectadas da realidade prática ou que inibam a inovação. “É essencial encontrar um equilíbrio entre regulamentação e liberdade para inovar, de modo que possamos maximizar os benefícios da IA enquanto minimizamos os riscos,” conclui.

    Mitos da Inteligência Artificial

    No cenário atual, onde a inteligência artificial (IA) está cada vez mais presente em nosso dia a dia, muitos mitos e mal-entendidos surgem sobre o seu funcionamento e impacto.

    Para esclarecer, desmistificando esses pontos, e finalizar a entrevista, Samir Karam respondeu a diversas perguntas em um formato de pingue-pongue, abordando os mitos mais comuns e fornecendo insights valiosos sobre a realidade da IA.

    1. Quais são os mitos mais comuns sobre a inteligência artificial que você encontra e como você os esclarece?

    Um dos maiores mitos é que a IA é infalível e completamente imparcial. Na realidade, ela reflete os dados com os quais foi treinada, e se houver vieses nesses dados, a IA pode reproduzi-los. Outro mito comum é que IA significa automação completa, quando, na verdade, muitas aplicações são apenas assistentes para tomada de decisão.

    1. A IA realmente pode substituir todos os empregos humanos? Qual é a realidade sobre isso?

    A IA não vai substituir todos os empregos, mas vai transformar muitos deles. Novas funções surgirão, exigindo que profissionais desenvolvam novas habilidades. O cenário mais provável é uma colaboração entre humanos e IA, onde a tecnologia automatiza tarefas repetitivas e os humanos focam no que exige criatividade e julgamento crítico.

    1. É verdade que a IA pode se tornar consciente e dominar a humanidade, como vemos em filmes de ficção científica?

    Hoje, não existe nenhuma evidência científica de que IA possa se tornar consciente. Os modelos atuais são ferramentas estatísticas avançadas que processam dados para gerar respostas, mas sem qualquer forma de cognição ou intenção própria.

    1. Todas as inteligências artificiais são perigosas ou podem ser usadas para fins prejudiciais? O que devemos saber sobre isso?

    Como qualquer tecnologia, a IA pode ser usada para o bem ou para o mal. O perigo não está na IA em si, mas no uso que se faz dela. Por isso, a regulação e o uso responsável são tão importantes.

    1. Existe uma percepção de que a IA é infalível. Quais são as limitações reais da inteligência artificial?

    A IA pode cometer erros, principalmente quando treinada com dados limitados ou enviesados. Além disso, os modelos de IA podem ser facilmente enganados por ataques adversários, onde pequenas manipulações nos dados podem levar a resultados inesperados.

    1. A IA é apenas uma moda passageira ou é uma tecnologia que veio para ficar?

    IA veio para ficar. Seu impacto é comparável ao da eletricidade e da internet. No entanto, seu desenvolvimento está em constante evolução, e ainda veremos muitas mudanças nos próximos anos.

    1. Os sistemas de IA são realmente capazes de tomar decisões completamente imparciais? Como os preconceitos podem afetar os algoritmos?

    Nenhuma IA é completamente imparcial. Se os dados usados para treiná-la contêm viés, os resultados também serão enviesados. O ideal é que as empresas adotem práticas de mitigação de vieses e realizem auditorias constantes.

    1. Todas as aplicações de IA envolvem vigilância e coleta de dados pessoais? O que as pessoas deveriam saber sobre privacidade e IA?

    Nem toda IA envolve vigilância, mas a coleta de dados é uma realidade em muitas aplicações. O mais importante é que os usuários saibam quais dados estão sendo coletados e tenham controle sobre isso. A transparência e a conformidade com legislações como a LGPD (Lei Geral de Proteção de Dados) e o GDPR (General Data Protection Regulation – Regulamento Geral de Proteção de Dados da União Europeia) são fundamentais.

  • Regulamentação da Inteligência Artificial: desafios e soluções na Nova Era Digital

    Regulamentação da Inteligência Artificial: desafios e soluções na Nova Era Digital

    Com a evolução acelerada da Inteligência Artificial, a regulamentação do uso da IA tornou-se um tema central e urgente no Brasil. A nova tecnologia traz um potencial imenso para inovar e transformar diversos setores, mas também levantam questões críticas sobre ética, transparência e governança. No contexto brasileiro, onde a transformação digital avança em ritmo acelerado, encontrar o equilíbrio entre inovação e regulamentação adequada é fundamental para garantir um desenvolvimento sustentável e responsável da IA.

    Em entrevista exclusiva, Samir Karam, COO da Performa_IT, oferece uma análise aprofundada sobre os desafios e soluções emergentes na regulamentação da IA, destacando a importância do equilíbrio entre inovação e ética no setor tecnológico.

    A regulamentação da IA no Brasil ainda está em fase de estruturação, o que traz tanto desafios quanto oportunidades. Por um lado, a regulamentação cria diretrizes mais claras para um uso responsável da tecnologia, garantindo princípios como transparência e ética. Por outro, há o risco de burocratização excessiva, que pode desacelerar a inovação. O equilíbrio entre regulação e liberdade para inovar é essencial para que o Brasil se mantenha competitivo no cenário global”, inicia Samir Karam, COO da Performa_IT – empresa full service provider de soluções tecnológicas, referência em transformação digital e inteligência artificial.

    Shadow AI e Deepfakes: Riscos e Soluções

    Um dos conceitos mais preocupantes discutidos por Samir Karam é o de “shadow AI”, que se refere ao uso de inteligência artificial dentro de uma organização sem o devido controle ou supervisão. Essa prática pode levar a vários problemas, como vazamento de dados, decisões enviesadas e riscos de segurança.

    Por exemplo, imagine uma equipe de marketing utilizando uma ferramenta de IA para analisar o comportamento dos consumidores sem a aprovação da área de TI ou compliance. Além de expor a empresa a riscos legais, o uso não regulamentado dessa tecnologia pode resultar na coleta e análise inadequada de dados sensíveis, violando a privacidade dos usuários.

    Outro cenário é o desenvolvimento de algoritmos de IA para decisões de contratação, que sem supervisão adequada podem reproduzir vieses inconscientes presentes nos dados de treinamento, resultando em decisões injustas e discriminatórias.

    Assim como no caso das deepfakes, onde vídeos ou áudios criados utilizam inteligência artificial para manipular imagens, sons e movimentos de uma pessoa, fazendo com que pareça dizer ou fazer algo que, na realidade, nunca aconteceu. Essa tecnologia pode ser usada de forma mal-intencionada para espalhar desinformação, fraudar identidades e causar danos à reputação de indivíduos.

    As soluções para o shadow AI e deepfakes caminham pela criação de políticas robustas de governança de IA, de acordo com Samir Karam, COO da Performa_IT:

    “Essas políticas incluem a implementação de auditorias frequentes, a fim de garantir que as práticas de IA estejam alinhadas com as diretrizes de ética e transparência da organização. Além disso, é essencial o uso de ferramentas que detectem atividades não autorizadas e monitorem continuamente os sistemas de IA para prevenir abusos e garantir a segurança dos dados.”

    Samir enfatiza que, sem essas medidas, o uso descontrolado de IA pode não apenas comprometer a confiança dos consumidores, mas também expor as organizações a severas repercussões legais e reputacionais.

    Fake News e desafios éticos na IA

    A disseminação de fake news geradas por IA é outra preocupação crescente. “O combate às fake news geradas por IA exige uma combinação de tecnologia e educação. Ferramentas de verificação automatizada, identificação de padrões sintéticos em imagens e textos, além da rotulagem de conteúdos gerados por IA, são passos importantes. Mas também precisamos investir na conscientização do público, ensinando a identificar fontes confiáveis e a questionar conteúdos duvidosos”, afirma Samir.

    Garantir a transparência e a ética no desenvolvimento de IA é um dos pilares defendidos por Samir. Ele destaca que “algumas das melhores práticas incluem a adoção de modelos explicáveis (XAI – Explainable AI), auditorias independentes, uso de dados diversificados para evitar vieses e a criação de comitês de ética em IA.”

    Uma das principais preocupações de segurança cibernética associadas à IA incluem ataques sofisticados, como o phishing – uma técnica de ataque em que os criminosos tentam enganar indivíduos para que revelem informações confidenciais, como senhas e dados bancários, se passando por entidades confiáveis em comunicações digitais. Esses ataques podem ser ainda mais sofisticados quando combinados com IA, criando e-mails e mensagens personalizadas que são difíceis de distinguir das reais. Para mitigar esses riscos, Samir sugere que “é fundamental investir em soluções de detecção baseadas em IA, implementar autenticação multifator e garantir que os modelos de IA sejam treinados para detectar e mitigar tentativas de manipulação.”

    Colaboração para Políticas eficazes de IA

    A colaboração entre empresas, governos e academia é vital para a formulação de políticas eficazes de IA. Samir ressalta que “a IA impacta diversos setores, então a regulamentação precisa ser construída de forma colaborativa. Empresas trazem a visão prática do uso da tecnologia, governos estabelecem diretrizes de segurança e privacidade, enquanto a academia contribui com pesquisas e metodologias para um desenvolvimento mais seguro e ético.”

    A natureza multifacetada da inteligência artificial significa que seus impactos e aplicações variam amplamente entre diferentes setores, desde a saúde até a educação, passando por finanças e segurança pública. Por essa razão, a criação de políticas eficazes requer uma abordagem integrada que considere todas essas variáveis.

    Empresas são fundamentais nesse processo, pois são elas que implementam e utilizam a IA em grande escala. Elas fornecem insights sobre as necessidades do mercado, os desafios práticos e as inovações tecnológicas mais recentes. A contribuição do setor privado ajuda a garantir que as políticas de IA sejam aplicáveis e relevantes no contexto real.

    Governos, por sua vez, têm a responsabilidade de estabelecer diretrizes que protejam os cidadãos e garantam a ética no uso da IA. Eles criam regulamentações que abordam questões de segurança, privacidade e direitos humanos. Além disso, os governos podem facilitar a colaboração entre diferentes partes interessadas e promover programas de financiamento para a pesquisa em IA.

    Academia é a terceira peça essencial nesse quebra-cabeça. As Universidades e Institutos de pesquisas fornecem uma base teórica sólida e desenvolvem novas metodologias para garantir que a IA seja desenvolvida de forma segura e ética. A pesquisa acadêmica também desempenha um papel crucial na identificação e mitigação de vieses nos algoritmos de IA, garantindo que as tecnologias sejam justas e equitativas.

    Essa colaboração tripartite permite que as políticas de IA sejam robustas e adaptáveis, abordando tanto os benefícios quanto os riscos associados ao uso da tecnologia. Um exemplo prático dessa colaboração pode ser visto em programas de parceria público-privada, onde empresas de tecnologia trabalham em conjunto com instituições acadêmicas e agências governamentais para desenvolver soluções de IA que respeitem as normas de segurança e privacidade.

    Samir destaca que, sem essa abordagem colaborativa, há um risco de criar regulamentações que sejam desconectadas da realidade prática ou que inibam a inovação. “É essencial encontrar um equilíbrio entre regulamentação e liberdade para inovar, de modo que possamos maximizar os benefícios da IA enquanto minimizamos os riscos,” conclui.

    Mitos da Inteligência Artificial

    No cenário atual, onde a inteligência artificial (IA) está cada vez mais presente em nosso dia a dia, muitos mitos e mal-entendidos surgem sobre o seu funcionamento e impacto.

    Para esclarecer, desmistificando esses pontos, e finalizar a entrevista, Samir Karam respondeu a diversas perguntas em um formato de pingue-pongue, abordando os mitos mais comuns e fornecendo insights valiosos sobre a realidade da IA.

    1. Quais são os mitos mais comuns sobre a inteligência artificial que você encontra e como você os esclarece?

    Um dos maiores mitos é que a IA é infalível e completamente imparcial. Na realidade, ela reflete os dados com os quais foi treinada, e se houver vieses nesses dados, a IA pode reproduzi-los. Outro mito comum é que IA significa automação completa, quando, na verdade, muitas aplicações são apenas assistentes para tomada de decisão.

    1. A IA realmente pode substituir todos os empregos humanos? Qual é a realidade sobre isso?

    A IA não vai substituir todos os empregos, mas vai transformar muitos deles. Novas funções surgirão, exigindo que profissionais desenvolvam novas habilidades. O cenário mais provável é uma colaboração entre humanos e IA, onde a tecnologia automatiza tarefas repetitivas e os humanos focam no que exige criatividade e julgamento crítico.

    1. É verdade que a IA pode se tornar consciente e dominar a humanidade, como vemos em filmes de ficção científica?

    Hoje, não existe nenhuma evidência científica de que IA possa se tornar consciente. Os modelos atuais são ferramentas estatísticas avançadas que processam dados para gerar respostas, mas sem qualquer forma de cognição ou intenção própria.

    1. Todas as inteligências artificiais são perigosas ou podem ser usadas para fins prejudiciais? O que devemos saber sobre isso?

    Como qualquer tecnologia, a IA pode ser usada para o bem ou para o mal. O perigo não está na IA em si, mas no uso que se faz dela. Por isso, a regulação e o uso responsável são tão importantes.

    1. Existe uma percepção de que a IA é infalível. Quais são as limitações reais da inteligência artificial?

    A IA pode cometer erros, principalmente quando treinada com dados limitados ou enviesados. Além disso, os modelos de IA podem ser facilmente enganados por ataques adversários, onde pequenas manipulações nos dados podem levar a resultados inesperados.

    1. A IA é apenas uma moda passageira ou é uma tecnologia que veio para ficar?

    IA veio para ficar. Seu impacto é comparável ao da eletricidade e da internet. No entanto, seu desenvolvimento está em constante evolução, e ainda veremos muitas mudanças nos próximos anos.

    1. Os sistemas de IA são realmente capazes de tomar decisões completamente imparciais? Como os preconceitos podem afetar os algoritmos?

    Nenhuma IA é completamente imparcial. Se os dados usados para treiná-la contêm viés, os resultados também serão enviesados. O ideal é que as empresas adotem práticas de mitigação de vieses e realizem auditorias constantes.

    1. Todas as aplicações de IA envolvem vigilância e coleta de dados pessoais? O que as pessoas deveriam saber sobre privacidade e IA?

    Nem toda IA envolve vigilância, mas a coleta de dados é uma realidade em muitas aplicações. O mais importante é que os usuários saibam quais dados estão sendo coletados e tenham controle sobre isso. A transparência e a conformidade com legislações como a LGPD (Lei Geral de Proteção de Dados) e o GDPR (General Data Protection Regulation – Regulamento Geral de Proteção de Dados da União Europeia) são fundamentais.

  • Varejo e rentabilidade: como otimizar o bottom line?

    Varejo e rentabilidade: como otimizar o bottom line?

    O custo de aquisição de clientes (CAC) tornou-se um dos maiores desafios do varejo. Com a concorrência cada vez mais acirrada, a saturação do mercado e as mudanças nos algoritmos das plataformas de anúncios têm encarecido a captação de novos consumidores, o que exige estratégias mais eficazes para otimizar o retorno sobre o investimento (ROI) a longo prazo.

    A ascensão do comércio digital intensificou essa disputa por atenção e espaço publicitário. Hoje, lojistas competem não só com grandes players do varejo tradicional, mas também com marketplaces como Amazon e Mercado Livre, que impõem taxas altas para vendas nas plataformas e investem pesado em marketing. Somado a isso, o custo das ferramentas digitais, essenciais para conversão e personalização, também impactam o orçamento das empresas, deixando a conjuntura ainda mais desafiadora.

    Qual é o resultado de uma equação tão complexa como essa? A margem de lucro final — o chamado bottom line — tem sido cada vez mais pressionada no varejo, à medida que gestores buscam equilibrar investimentos em crescimento com eficiência operacional. Logo, as marcas enfrentam custos operacionais elevados, maior concorrência e um consumidor em constante transformação, o que dificulta a manutenção de operações viáveis. 

    No entanto, é possível obter margens mais lucrativas com estratégias que aumentem a conversão e reduzam o custo de aquisição de clientes. Um dos caminhos mais eficazes para isso é a combinação inteligente de mídia paga e estratégias orgânicas, como SEO e marketing de conteúdo. Mas nesse ponto é preciso atenção: a forma como essas abordagens são utilizadas faz toda a diferença nos resultados. A mídia paga, quando mal direcionada, pode se tornar um investimento caro e pouco sustentável.

    Gosto de trazer uma analogia do mundo fitness: a dependência exclusiva de anúncios pagos é como um atleta que usa anabolizantes sem uma rotina adequada de treino e alimentação.O crescimento pode ser rápido, mas não sustentável, e o custo no final é bem alto. No varejo, isso se traduz em investimentos excessivos em Google Ads e patrocínios nas redes sociais, sem um controle eficiente, resultando em um CAC elevado e comprometendo a rentabilidade, tanto a curto como longo prazo. 

    Por outro lado, o marketing orgânico é uma estratégia de longo prazo que visa crescimento sólido, eficiente e sustentável. Investir em SEO, conteúdo relevante e ranqueamento orgânico permite atrair clientes qualificados sem os custos elevados da mídia paga, reduzindo o CAC e gerando um fluxo contínuo de leads, o que resulta em uma conversão mais eficiente – como aquela pessoa que resolve mudar seu estilo de vida e adota uma rotina constante de exercícios e uma dieta saudável.

    Em suma, quando falamos de um mercado tão competitivo como o varejo, um modelo de investimento focado na eficiência e sustentabilidade é a chave para um crescimento constante e lucrativo. Para isso, os gestores devem  estar cientes que comunicação personalizada, uso de dados e automação para otimizar a jornada do consumidor, além de estratégias de retenção, como programas de fidelidade são essenciais para reduzir desperdícios em campanhas publicitárias e maximizar o bottom line de forma equilibrada. A busca por rentabilidade pode ser desafiadora, mas com os métodos certos é possível de ser alcançada e ampliada. 

    *Renato Avelar é sócio e co-CEO da A&EIGHT, um ecossistema de soluções digitais end-to-end de alta performance.