Neste mês de março completa cinco anos desde o início da pandemia da Covid-19, que se estendeu de 2020 até meados de 2022. Diante do isolamento social, foi preciso muita adaptação, incluindo, no mercado de trabalho. Quem não precisou fechar as portas logo de cara, como trabalhadores do comércio, começou a adotar o home office e essa foi a grande salvação da época. No entanto, cada vez mais vemos que esse modelo de trabalho está sendo abandonado. A pergunta é: por quê?
Já faz tempo que tenho percebido uma movimentação das companhias para fazer com que os seus funcionários tenham que ir até o escritório para trabalharem no modelo presencial muitas vezes na semana ou todos os dias, acabando assim com o home office. A explicação para isso é promover maior interação entre os integrantes do time e também aumentar a produtividade, evitando com que se distraiam e tenham maior foco.
Inclusive, podemos ver que até mesmo vagas de emprego em home office são bem mais difíceis de encontrar do que antes. Seja no LinkedIn ou em plataformas de recrutamento como a Gupy, cada vez menos aparecem oportunidades de trabalho remoto para a grande maioria das áreas, sendo que vagas presenciais estão em uma constante ascensão e sinto que a tendência é que continue assim.
Vejo a situação como “culpa” de ambas as partes, pois sabemos que muitos colaboradores fingem trabalhar no home office, saindo de casa no horário do expediente e se dedicando a outras tarefas, deixando o principal – que é o compromisso com a empresa – em segundo plano. Esse comportamento acaba prejudicando aqueles que fazem tudo certo e que estão pagando a conta junto com essa parcela de pessoas.
A verdade é que algumas pessoas não sabem trabalhar na base da confiança, o que acaba sendo bastante prejudicial para as relações que precisamos estabelecer no ambiente de trabalho, seja online ou presencial. O Spotify disse que pretende continuar atuando de forma remota, porque são adultos. Talvez isso funcione bem para eles, porque já nasceram desta maneira. Mas a imensa maioria da população não é assim, infelizmente.
Por outro lado, embora pareça que tenhamos tido algum progresso, continuo percebendo um despreparo na gestão das empresas em lidar com os trabalhadores no modelo remoto e isso acontece porque não conseguem exercer uma liderança qualificada e apelam para o microgerenciamento. Essa necessidade de querer saber a todo momento o que o outro está fazendo e cobrar excessivamente acaba sendo desgastante.
O ponto é que tanto colaboradores quanto empresas estão juntos nesse barco e sofrerão as consequências. Acredito que abandonar o home office e adotar 100% o presencial não é uma boa escolha. A partir do momento que as organizações tomam essa atitude, podem acabar perdendo talentos, especialmente porque moram longe do local e os gastos que terão todos os dias não compensará financeiramente. Algumas funções e circunstâncias podem facilitar o trabalho remoto, onde realmente – tanto a empresa como o colaborador – saem ganhando. Mas, de novo, se não houver confiança, não vai funcionar.
Além disso, foi comprovado que o modelo home office é capaz de melhorar a qualidade de vida das pessoas, principalmente em relação ao tempo, porque consegue poupar muitos trabalhadores da necessidade de saírem muito cedo de casa e ficarem horas no trânsito. Esse tempo pode ser melhor aproveitado, seja para descansar, para fazer alguma atividade física ou qualquer outra tarefa que a pessoa desejar.
O fato é que existe e sempre existiu um meio termo: o trabalho híbrido pode ser uma boa solução para as empresas. No entanto, precisamos ser justos, não adianta colocar 4 dias de presencial, 1 dia apenas de home office e querer chamar de “híbrido”. Precisamos ser mais justos e gerar um equilíbrio, para que os colaboradores percebam que estão de fato tendo as duas experiências: o trabalho presencial e o remoto.
No entanto, será necessário repetir aquilo que já tinha sido dito lá na época da pandemia – as empresas precisam aprender e estarem preparadas para lidar com um time que está online, criando estratégias para incluí-los e conseguir exercer uma liderança mesmo de forma remota. Enquanto os colaboradores devem ter responsabilidade com o trabalho, entregando produtividade e qualidade mesmo dentro de casa. E sabemos que é possível.
Category: Tendências
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Por que o home office está sendo cada vez mais abandonado?
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A combinação de diferentes modelos de IA no marketing digital
A inteligência artificial continua transformando o marketing digital de forma acelerada, tornando-se um fator estratégico para empresas que buscam eficiência, personalização e escalabilidade em suas campanhas. Frente às inovações mais recentes no campo da IA, cabe uma análise um pouco mais aprofundada sobre o potencial de duas abordagens que têm ganhado maior destaque ultimamente: IA preditiva e IA generativa.
Enquanto a IA preditiva se concentra na análise de padrões para prever comportamentos futuros e gerar insights, a IA generativa eleva a automação criativa, produzindo conteúdos altamente personalizados e adaptados ao contexto do usuário. Hoje, ela é um dos maiores focos de atenção e investimento de equipes de marketing em empresas dos mais diferentes portes e segmentos.
Segundo dados da McKinsey, a IA generativa tem potencial para movimentar entre US$ 2,6 trilhões e US$ 4,4 trilhões na economia global anualmente, sendo que 75% deste valor será gerado em quatro áreas principais, incluindo marketing e vendas. Para referência, o valor é superior ao PIB das principais economias mundiais em 2024, exceto Estados Unidos (US$ 29,27 trilhões), China (US$ 18,27 trilhões) e Alemanha (US$ 4,71 trilhões).
Este dado por si só ajuda a demonstrar o impacto da adoção das novas tecnologias baseadas em IA generativa e como elas serão preponderantes para anunciantes em busca de diferenciação e maximização de ROI. Mas ainda resta a pergunta: há outros caminhos que podem ser explorados? E a resposta é, sem dúvida, sim.
IA composta: por que a combinação de diferentes modelos de IA pode ser um diferencial
Ainda que a IA generativa esteja sob os holofotes atualmente, é inegável a importância desempenhada pelos modelos de IA preditiva para a publicidade digital até aqui. Seu papel está em transformar grandes volumes de dados em insights acionáveis, permitindo segmentações precisas, otimização de campanhas e previsões sobre o comportamento do consumidor. Dados da RTB House indicam que soluções baseadas em Deep Learning, um dos campos mais avançados da IA preditiva, são até 50% mais eficientes em campanhas de retargeting e 41% mais eficazes na recomendação de produtos se comparado a tecnologias menos avançadas.
No entanto, os algoritmos de Deep Learning podem ser aperfeiçoados se combinados a outros modelos. A lógica por trás disso é simples: a combinação de diferentes modelos de IA pode auxiliar na resolução de diferentes desafios de negócios e contribuir para o aprimoramento de soluções de ponta.
Na RTB House, por exemplo, estamos avançando na combinação de algoritmos de Deep Learning (IA preditiva) com modelos generativos baseados em linguagens GPT e LLM para melhorar a identificação de audiências com alta intenção de compra. Essa abordagem permite que os algoritmos analisem, além do comportamento do usuário, o contexto semântico das páginas visitadas, refinando a segmentação e o posicionamento dos anúncios exibidos. Em outras palavras, isso adiciona uma camada a mais de precisão, resultando em ganhos na performance geral das campanhas.
Com a crescente preocupação com privacidade e regulamentações sobre o uso de dados pessoais, soluções baseadas em IA generativa e preditiva representam uma alternativa estratégica para manter a personalização em ambientes onde a coleta de informações diretas do usuário se torna mais restrita. À medida que essas ferramentas evoluem, espera-se que a adoção de modelos híbridos se torne um padrão de mercado, com aplicações que contribuam para a otimização de campanhas e dos resultados gerados para os anunciantes.
Ao integrar os modelos preditivos e generativos de IA, as empresas mostram como essa abordagem pode transformar o marketing digital, oferecendo campanhas mais precisas e eficientes. Essa é a nova fronteira da publicidade digital – e as marcas que abraçarem essa revolução terão vantagem competitiva significativa nos próximos anos.
Neste contexto, a pergunta que fica para os anunciantes não é sobre qual modelo de IA adotar em suas estratégias de marketing, mas como podem combiná-las de modo a alcançar resultados ainda mais eficientes e com uma abordagem mais alinhada ao futuro da publicidade digital.
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De reativo a preditivo: o futuro da segurança inteligente
O videomonitoramento evoluiu significativamente com a integração da inteligência artificial, tornando-se uma ferramenta proativa e preditiva no campo da segurança. Conforme o estudo “Video Surveillance AI Market Size and Share Analysis: Growth Trends and Forecasts (2025-2030)“, o tamanho do mercado de IA para videomonitoramento está estimado em US$ 5,98 bilhões em 2025 e deve chegar a US$ 11,76 bilhões até 20301.
A combinação de IA e dispositivos de segurança permite a análise avançada de diferentes cenários em tempo real, reduzindo alarmes falsos e melhorando a detecção de eventos relevantes. No entanto, a implementação dessas tecnologias enfrenta vários desafios, desde a privacidade e a segurança cibernética até a escalabilidade e o custo.
Redução de alarmes falsos
Um dos principais desafios do videomonitoramento com IA é a redução de alarmes falsos. Os sistemas de segurança tradicionais geravam vários alertas desnecessários devido a fatores ambientais, como o movimento de plantas, animais ou condições climáticas adversas. A IA melhorou a precisão da análise com o uso de algoritmos avançados de reconhecimento facial, análise comportamental e classificação de objetos. Além disso, a incorporação de câmeras térmicas e sensores de radar otimizou a detecção em ambientes com baixa visibilidade ou condições climáticas extremas, aumentando a eficácia dos sistemas de segurança.
Conformidade regulatória
Outro grande desafio é a privacidade e a conformidade. A capacidade dos sistemas de videomonitoramento com IA de identificar e rastrear indivíduos levantou preocupações legais e éticas. Regulamentações como o Regulamento Geral de Proteção de Dados (GDPR) na Europa e leis semelhantes em outras regiões exigem que as empresas tomem medidas para garantir a privacidade dos dados. A implementação de técnicas como a anonimização de imagens e a criptografia de dados é essencial para equilibrar a segurança com a proteção dos direitos individuais. Além disso, o desenvolvimento de soluções que permitem aos usuários controlar o acesso às suas informações é uma tendência crescente no setor.
Segurança cibernética
A segurança cibernética é outro aspecto crítico do videomonitoramento com IA. Os sistemas em rede podem ser vulneráveis a ataques cibernéticos, colocando em risco a integridade dos dados e a segurança das instalações. Para reduzir esses riscos, é essencial implementar protocolos de segurança avançados, como autenticação multifator, criptografia de ponta a ponta e atualizações regulares de software. Além disso, a adoção de sistemas de borda que processam dados no dispositivo reduz a exposição a ameaças externas e melhora a velocidade de resposta.
Implementação e escalabilidade
Por fim, o custo de implementação e a escalabilidade representam barreiras para vários usuários finais. Embora as soluções de videomonitoramento com IA tenham se mostrado altamente eficazes, a adoção continua limitada devido a uma percepção errônea dos altos custos de aquisição e infraestrutura. No entanto, os avanços em hardware e software estão permitindo o desenvolvimento de soluções mais acessíveis e modulares, que podem ser progressivamente integradas de acordo com as necessidades e o orçamento de cada organização. Otimizar o retorno sobre o investimento (ROI) por meio de sistemas que não apenas detectam ameaças, mas também geram respostas automatizadas, é fundamental para investir em videomonitoramento com IA.
Assim, a integração da inteligência artificial no videomonitoramento revolucionou o setor de segurança, oferecendo soluções mais eficientes e precisas. Entretanto, é fundamental enfrentar os desafios relacionados à privacidade, à segurança cibernética, à redução de alarmes falsos e à escalabilidade para garantir o uso responsável e eficaz dessa tecnologia. À medida que a IA continua a evoluir, espera-se que os sistemas de videomonitoramento se tornem cada vez mais inteligentes, autônomos e acessíveis, estabelecendo-se como uma ferramenta essencial para a segurança em ambientes urbanos, industriais e comerciais.
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De reativo a preditivo: o futuro da segurança inteligente
O videomonitoramento evoluiu significativamente com a integração da inteligência artificial, tornando-se uma ferramenta proativa e preditiva no campo da segurança. Conforme o estudo “Video Surveillance AI Market Size and Share Analysis: Growth Trends and Forecasts (2025-2030)“, o tamanho do mercado de IA para videomonitoramento está estimado em US$ 5,98 bilhões em 2025 e deve chegar a US$ 11,76 bilhões até 20301.
A combinação de IA e dispositivos de segurança permite a análise avançada de diferentes cenários em tempo real, reduzindo alarmes falsos e melhorando a detecção de eventos relevantes. No entanto, a implementação dessas tecnologias enfrenta vários desafios, desde a privacidade e a segurança cibernética até a escalabilidade e o custo.
Redução de alarmes falsos
Um dos principais desafios do videomonitoramento com IA é a redução de alarmes falsos. Os sistemas de segurança tradicionais geravam vários alertas desnecessários devido a fatores ambientais, como o movimento de plantas, animais ou condições climáticas adversas. A IA melhorou a precisão da análise com o uso de algoritmos avançados de reconhecimento facial, análise comportamental e classificação de objetos. Além disso, a incorporação de câmeras térmicas e sensores de radar otimizou a detecção em ambientes com baixa visibilidade ou condições climáticas extremas, aumentando a eficácia dos sistemas de segurança.
Conformidade regulatória
Outro grande desafio é a privacidade e a conformidade. A capacidade dos sistemas de videomonitoramento com IA de identificar e rastrear indivíduos levantou preocupações legais e éticas. Regulamentações como o Regulamento Geral de Proteção de Dados (GDPR) na Europa e leis semelhantes em outras regiões exigem que as empresas tomem medidas para garantir a privacidade dos dados. A implementação de técnicas como a anonimização de imagens e a criptografia de dados é essencial para equilibrar a segurança com a proteção dos direitos individuais. Além disso, o desenvolvimento de soluções que permitem aos usuários controlar o acesso às suas informações é uma tendência crescente no setor.
Segurança cibernética
A segurança cibernética é outro aspecto crítico do videomonitoramento com IA. Os sistemas em rede podem ser vulneráveis a ataques cibernéticos, colocando em risco a integridade dos dados e a segurança das instalações. Para reduzir esses riscos, é essencial implementar protocolos de segurança avançados, como autenticação multifator, criptografia de ponta a ponta e atualizações regulares de software. Além disso, a adoção de sistemas de borda que processam dados no dispositivo reduz a exposição a ameaças externas e melhora a velocidade de resposta.
Implementação e escalabilidade
Por fim, o custo de implementação e a escalabilidade representam barreiras para vários usuários finais. Embora as soluções de videomonitoramento com IA tenham se mostrado altamente eficazes, a adoção continua limitada devido a uma percepção errônea dos altos custos de aquisição e infraestrutura. No entanto, os avanços em hardware e software estão permitindo o desenvolvimento de soluções mais acessíveis e modulares, que podem ser progressivamente integradas de acordo com as necessidades e o orçamento de cada organização. Otimizar o retorno sobre o investimento (ROI) por meio de sistemas que não apenas detectam ameaças, mas também geram respostas automatizadas, é fundamental para investir em videomonitoramento com IA.
Assim, a integração da inteligência artificial no videomonitoramento revolucionou o setor de segurança, oferecendo soluções mais eficientes e precisas. Entretanto, é fundamental enfrentar os desafios relacionados à privacidade, à segurança cibernética, à redução de alarmes falsos e à escalabilidade para garantir o uso responsável e eficaz dessa tecnologia. À medida que a IA continua a evoluir, espera-se que os sistemas de videomonitoramento se tornem cada vez mais inteligentes, autônomos e acessíveis, estabelecendo-se como uma ferramenta essencial para a segurança em ambientes urbanos, industriais e comerciais.
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O fim do alcance orgânico? Como as Redes Sociais estão forçando marcas e criadores a pagar para serem vistos
Nos últimos anos, o cenário das redes sociais mudou drasticamente. Se antes marcas e criadores de conteúdo conseguiam alcançar grandes audiências de forma orgânica, hoje essa realidade parece estar cada vez mais distante. O algoritmo das principais plataformas – como Instagram, Facebook, TikTok e até o LinkedIn – tem reduzido significativamente o alcance gratuito das postagens, forçando empresas e influenciadores a investirem em mídia paga para garantir visibilidade. Mas o que está por trás dessa mudança e quais são as alternativas para quem quer continuar crescendo sem depender exclusivamente de anúncios?
O alcance orgânico, a quantidade de pessoas que visualizam uma publicação sem impulsionamento, tem caído ano após ano. No Facebook, por exemplo, esse número já foi superior a 16% em 2012, mas atualmente gira em torno de 2 a 5% para páginas empresariais. O Instagram segue o mesmo caminho, priorizando cada vez mais conteúdos pagos ou virais. O TikTok, que surgiu como uma alternativa mais democrática, também tem ajustado seu algoritmo para privilegiar conteúdos patrocinados e criadores que investem na plataforma.
Essa queda no alcance orgânico não é coincidência. Redes sociais são empresas e, como tais, precisam gerar receita. A principal forma de monetização dessas plataformas vem da venda de anúncios, o que significa que quanto menos alcance gratuito um perfil tiver, mais ele será incentivado a pagar para alcançar seu público.
Por isso, as redes sociais perderam o status de “rede” e passaram a ser, de fato, “mídias sociais”, onde a visibilidade é cada vez mais condicionada ao investimento financeiro. O conceito original de conectar pessoas foi substituído por um modelo de negócios que prioriza a exibição de conteúdos patrocinados, tornando o tráfego pago uma necessidade para quem deseja crescer nas plataformas.
As grandes marcas, com orçamentos robustos de marketing, conseguem absorver esse impacto e investir pesadamente em mídia paga. Pequenas empresas e criadores independentes, por outro lado, enfrentam desafios cada vez maiores para crescer e engajar sua audiência sem gastar dinheiro.
No entanto, vale observar que o tráfego pago nas mídias sociais ainda é acessível. Hoje, com menos de R$ 6 por dia, qualquer pequeno negócio pode impulsionar um conteúdo e alcançar potenciais clientes. Isso democratizou o acesso à publicidade digital, permitindo que mais empreendedores tenham visibilidade. No entanto, essa dependência das plataformas também significa que, sem investimento, a exposição pode ser extremamente limitada.
Outro efeito colateral dessa mudança é a homogeneização do conteúdo. Com as redes priorizando conteúdos patrocinados ou altamente virais, os feeds estão cada vez mais padronizados, dificultando a diversificação de vozes e nichos.
Apesar das dificuldades, algumas estratégias ainda podem ajudar marcas e criadores a crescerem sem depender exclusivamente de anúncios pagos. No método que eu utilizo e ensino, chamado de Metamorfose Social Media (acesse aqui), defendo que para se ter mais sucesso nas redes sociais, as marcas precisam seguir uma ordem importante para aumentar seu alcance:
1 – Ser: Antes de qualquer coisa, as marcas precisam expressar de forma clara seus valores, comportamentos e missão. O público se conecta com autenticidade, e não apenas com produtos ou serviços. A essência da marca deve ser demonstrada na prática, e não apenas em discursos.
2 – Saber: Compartilhar conhecimento e expertise, oferecendo conteúdos que resolvam problemas e agreguem valor ao público.
3 – Vender: Apenas depois de construir autoridade e relacionamento é que a oferta de produtos ou serviços se torna mais natural e eficaz. Quando a marca já demonstrou quem é e o que sabe, a venda passa a ser consequência.
Ou seja, antes de falar sobre o que vende, a marca precisa mostrar o que é e o que sabe. Essa abordagem gera mais conexão e engajamento, tornando a presença digital mais forte.
Além disso, algumas estratégias ainda podem ajudar a ampliar o alcance orgânico sem depender exclusivamente de anúncios pagos:
Aposta no conteúdo de valor: Publicações que geram interação genuína, como enquetes, perguntas e debates, ainda conseguem um bom alcance.
Uso estratégico de Reels e Shorts: Formatos curtos e dinâmicos, especialmente os que seguem trends, continuam sendo impulsionados pelas plataformas.
Comunidade e engajamento: Criadores que fortalecem o relacionamento com sua audiência – respondendo comentários, interagindo nos Stories e incentivando a participação – tendem a manter um alcance mais estável.
SMO (Social Media Optimization) para redes sociais: O uso de palavras-chave na bio, legendas e hashtags certas ajuda a melhorar a descoberta do conteúdo.
Exploração de novas plataformas: À medida que redes como TikTok e LinkedIn ajustam seus algoritmos, novos espaços podem surgir com melhores oportunidades de alcance orgânico.
Exploração de novas plataformas: Ao invés de apostar tudo em uma única rede, como Instagram, é essencial diversificar a presença digital. Plataformas como TikTok, Pinterest, LinkedIn, X, Threads e YouTube oferecem novas vitrines para os negócios.
Cada rede social que surge é uma nova vitrine para o seu negócio. Todas elas são indexadas pelo Google e, ao distribuir conteúdo para diversas plataformas, sua presença digital se torna mais robusta. Infelizmente, muitos ainda enxergam marketing digital como sinônimo de Instagram, o que limita o potencial de crescimento. Apostar apenas em uma rede pode ser arriscado, pois qualquer mudança no algoritmo pode impactar diretamente os resultados.
O cenário atual deixa claro que o alcance orgânico não voltará ao que era antes. No entanto, isso não significa que ele vá desaparecer completamente. O desafio para marcas e criadores será equilibrar investimentos em mídia paga com estratégias que mantenham sua relevância e conexão com o público, garantindo que sua mensagem continue chegando às pessoas certas – com ou sem investimento em anúncios.
*Vinícius Taddone é diretor de marketing e fundador da VTaddone® www.vtaddone.com.br
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O fim do alcance orgânico? Como as Redes Sociais estão forçando marcas e criadores a pagar para serem vistos
Nos últimos anos, o cenário das redes sociais mudou drasticamente. Se antes marcas e criadores de conteúdo conseguiam alcançar grandes audiências de forma orgânica, hoje essa realidade parece estar cada vez mais distante. O algoritmo das principais plataformas – como Instagram, Facebook, TikTok e até o LinkedIn – tem reduzido significativamente o alcance gratuito das postagens, forçando empresas e influenciadores a investirem em mídia paga para garantir visibilidade. Mas o que está por trás dessa mudança e quais são as alternativas para quem quer continuar crescendo sem depender exclusivamente de anúncios?
O alcance orgânico, a quantidade de pessoas que visualizam uma publicação sem impulsionamento, tem caído ano após ano. No Facebook, por exemplo, esse número já foi superior a 16% em 2012, mas atualmente gira em torno de 2 a 5% para páginas empresariais. O Instagram segue o mesmo caminho, priorizando cada vez mais conteúdos pagos ou virais. O TikTok, que surgiu como uma alternativa mais democrática, também tem ajustado seu algoritmo para privilegiar conteúdos patrocinados e criadores que investem na plataforma.
Essa queda no alcance orgânico não é coincidência. Redes sociais são empresas e, como tais, precisam gerar receita. A principal forma de monetização dessas plataformas vem da venda de anúncios, o que significa que quanto menos alcance gratuito um perfil tiver, mais ele será incentivado a pagar para alcançar seu público.
Por isso, as redes sociais perderam o status de “rede” e passaram a ser, de fato, “mídias sociais”, onde a visibilidade é cada vez mais condicionada ao investimento financeiro. O conceito original de conectar pessoas foi substituído por um modelo de negócios que prioriza a exibição de conteúdos patrocinados, tornando o tráfego pago uma necessidade para quem deseja crescer nas plataformas.
As grandes marcas, com orçamentos robustos de marketing, conseguem absorver esse impacto e investir pesadamente em mídia paga. Pequenas empresas e criadores independentes, por outro lado, enfrentam desafios cada vez maiores para crescer e engajar sua audiência sem gastar dinheiro.
No entanto, vale observar que o tráfego pago nas mídias sociais ainda é acessível. Hoje, com menos de R$ 6 por dia, qualquer pequeno negócio pode impulsionar um conteúdo e alcançar potenciais clientes. Isso democratizou o acesso à publicidade digital, permitindo que mais empreendedores tenham visibilidade. No entanto, essa dependência das plataformas também significa que, sem investimento, a exposição pode ser extremamente limitada.
Outro efeito colateral dessa mudança é a homogeneização do conteúdo. Com as redes priorizando conteúdos patrocinados ou altamente virais, os feeds estão cada vez mais padronizados, dificultando a diversificação de vozes e nichos.
Apesar das dificuldades, algumas estratégias ainda podem ajudar marcas e criadores a crescerem sem depender exclusivamente de anúncios pagos. No método que eu utilizo e ensino, chamado de Metamorfose Social Media (acesse aqui), defendo que para se ter mais sucesso nas redes sociais, as marcas precisam seguir uma ordem importante para aumentar seu alcance:
1 – Ser: Antes de qualquer coisa, as marcas precisam expressar de forma clara seus valores, comportamentos e missão. O público se conecta com autenticidade, e não apenas com produtos ou serviços. A essência da marca deve ser demonstrada na prática, e não apenas em discursos.
2 – Saber: Compartilhar conhecimento e expertise, oferecendo conteúdos que resolvam problemas e agreguem valor ao público.
3 – Vender: Apenas depois de construir autoridade e relacionamento é que a oferta de produtos ou serviços se torna mais natural e eficaz. Quando a marca já demonstrou quem é e o que sabe, a venda passa a ser consequência.
Ou seja, antes de falar sobre o que vende, a marca precisa mostrar o que é e o que sabe. Essa abordagem gera mais conexão e engajamento, tornando a presença digital mais forte.
Além disso, algumas estratégias ainda podem ajudar a ampliar o alcance orgânico sem depender exclusivamente de anúncios pagos:
Aposta no conteúdo de valor: Publicações que geram interação genuína, como enquetes, perguntas e debates, ainda conseguem um bom alcance.
Uso estratégico de Reels e Shorts: Formatos curtos e dinâmicos, especialmente os que seguem trends, continuam sendo impulsionados pelas plataformas.
Comunidade e engajamento: Criadores que fortalecem o relacionamento com sua audiência – respondendo comentários, interagindo nos Stories e incentivando a participação – tendem a manter um alcance mais estável.
SMO (Social Media Optimization) para redes sociais: O uso de palavras-chave na bio, legendas e hashtags certas ajuda a melhorar a descoberta do conteúdo.
Exploração de novas plataformas: À medida que redes como TikTok e LinkedIn ajustam seus algoritmos, novos espaços podem surgir com melhores oportunidades de alcance orgânico.
Exploração de novas plataformas: Ao invés de apostar tudo em uma única rede, como Instagram, é essencial diversificar a presença digital. Plataformas como TikTok, Pinterest, LinkedIn, X, Threads e YouTube oferecem novas vitrines para os negócios.
Cada rede social que surge é uma nova vitrine para o seu negócio. Todas elas são indexadas pelo Google e, ao distribuir conteúdo para diversas plataformas, sua presença digital se torna mais robusta. Infelizmente, muitos ainda enxergam marketing digital como sinônimo de Instagram, o que limita o potencial de crescimento. Apostar apenas em uma rede pode ser arriscado, pois qualquer mudança no algoritmo pode impactar diretamente os resultados.
O cenário atual deixa claro que o alcance orgânico não voltará ao que era antes. No entanto, isso não significa que ele vá desaparecer completamente. O desafio para marcas e criadores será equilibrar investimentos em mídia paga com estratégias que mantenham sua relevância e conexão com o público, garantindo que sua mensagem continue chegando às pessoas certas – com ou sem investimento em anúncios.
*Vinícius Taddone é diretor de marketing e fundador da VTaddone® www.vtaddone.com.br
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Solução as a Service: A revolução digital para pequenas e médias empresas
Nos últimos anos, a transformação digital deixou de ser um diferencial e se tornou uma necessidade para empresas de todos os tamanhos. Pequenas e médias empresas (PMEs), em especial, enfrentam desafios significativos para acompanhar essa revolução tecnológica, seja por limitações financeiras, falta de expertise interna ou dificuldades em gerenciar infraestruturas complexas. Nesse contexto, o modelo de solução as a Service (aaS) tem se consolidado e proporcionado inovação, flexibilidade e eficiência operacional sem a necessidade de grandes investimentos iniciais.
O conceito de solução as a Service se baseia na oferta de serviços e tecnologias sob demanda, eliminando a necessidade de aquisição e manutenção de infraestruturas próprias. Em vez de investir em servidores, softwares e equipes especializadas, as empresas podem contratar soluções completas fornecidas por especialistas no setor. Esse modelo abrange diversas áreas, incluindo software (SaaS), infraestrutura (IaaS) e plataforma (PaaS), permitindo que negócios de diferentes segmentos encontrem soluções personalizadas para suas necessidades.
Uma das principais vantagens desse modelo para PMEs é a redução de custos operacionais. Tradicionalmente, a adoção de tecnologia demandava altos investimentos iniciais e custos recorrentes com manutenção e atualizações. Com a adoção do modelo as a Service, esses custos se transformam em despesas operacionais previsíveis, permitindo um planejamento financeiro mais eficiente e acessível. Além disso, a escalabilidade dessas soluções garante que a empresa pague apenas pelo que realmente utiliza, ajustando o serviço conforme sua necessidade e crescimento.
Outro ponto essencial é a segurança da informação. Pequenas e médias empresas muitas vezes não possuem a infraestrutura ou o conhecimento necessário para garantir a proteção adequada dos seus dados. Provedores de aaS investem fortemente em segurança cibernética, oferecendo medidas avançadas de proteção, como criptografia, backups automatizados e monitoramento contínuo contra ameaças. Dessa forma, as PMEs podem operar com maior tranquilidade e conformidade com normas regulatórias, sem precisar arcar com os altos custos de manter uma equipe de segurança própria.
A acessibilidade e facilidade de implementação são também fatores determinantes para a popularização desse modelo. Ao contrário das soluções tradicionais, que exigem processos longos e complexos de instalação e configuração, as soluções as a Service podem ser implementadas de maneira ágil e intuitiva. Com suporte especializado e atualizações constantes, as empresas têm acesso a tecnologias de ponta sem a necessidade de conhecimento técnico avançado, permitindo que foquem no que realmente importa, que é o crescimento do seu negócio.
Além disso, a colaboração e a mobilidade são fortalecidas com essa abordagem. Com ferramentas baseadas em nuvem, equipes podem trabalhar remotamente, compartilhar informações em tempo real e garantir a continuidade das operações independentemente da localização geográfica. Esse fator se tornou ainda mais crítico com a ascensão do trabalho híbrido e remoto, reforçando a necessidade de soluções flexíveis e integradas.
É fundamental destacar que a inovação contínua é um dos pilares do modelo as a Service. Pequenas e médias empresas, que antes tinham dificuldades para acompanhar as mudanças tecnológicas, agora podem acessar as mais recentes inovações sem precisar investir em atualizações caras. Isso permite que se mantenham competitivas no mercado, adotando soluções que melhoram a experiência do cliente, otimizam processos internos e aumentam a eficiência operacional.
Diante de todas essas vantagens, fica evidente que o modelo de solução as a Service não é apenas uma tendência, mas uma realidade que veio para ficar. Ele democratiza o acesso à tecnologia, permitindo que PMEs superem barreiras e alcancem novos patamares de sucesso. Empresas que adotam essa abordagem conseguem não apenas reduzir custos, mas também ganhar agilidade, segurança e inovação contínua, tornando-se mais competitivas em um mercado cada vez mais dinâmico e digital.
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Marco regulatório ESG. Saiba por que investidores priorizam empresas que adotam boas práticas e como implementá-las
O tema ESG (Environmental, Social and Governance) nunca esteve tão em voga no Brasil quanto agora. Isto por que foi lançada no país a Consulta Pública ESG20+, com sugestões para a estruturação de normas ambientais, sociais e de governança. Disponível até o final de março, a mesma deve dar origem a um marco regulatório fundamental para padronizar práticas, assegurando que todas as empresas públicas e privadas sigam critérios claros e uniformes.
No mundo atual, o ESG tem sido amplamente adotado para tomada de decisões dos investidores. Estes tendem a priorizar empresas que adotam boas práticas por que elas geralmente apresentam menores riscos, estão mais preparadas para enfrentar desafios regulatórios e demonstram compromisso com a sustentabilidade a longo prazo. Todos estes fatores podem levar a uma maior rentabilidade e estabilidade financeira, além de atender às demandas de consumidores e stakeholders por transparência administrativa, ética e responsabilidade.
ESG é sinônimo de solidez, custos mais baixos, melhor reputação e maior resiliência em meio às incertezas e vulnerabilidades. Muitos países e blocos econômicos – como União Europeia (considerada pioneira), Estados Unidos e Canadá – já têm seus marcos regulatórios desenvolvidos. Assim, a existência de critérios unificados e o cumprimento dos mesmos por parte das organizações vai alçar o Brasil a uma melhor representatividade perante o mercado estrangeiro, aumentando sua competitividade global.
Todas as empresas, independentemente do tamanho, são tocadas pela governança, que nada mais é do que a ética e a transparência na administração. Desta forma, todas são influenciadas pelo ESG. Um dos vinte princípios colocados sob análise na Consulta Pública ESG20+, e também um dos mais importantes, diz respeito à simplificação da legislação para que organizações de pequeno porte tenham melhores condições de se adaptar às normas.
Muitas vezes, na realidade atual, empresas pequenas não conseguem ter um conselho de administração composto por profissionais especializados em governança. Porém, é importante que o próprio dono do negócio ou qualquer outro integrante do conselho possa ser capaz de, sozinho, estudar e compreender as orientações. Uma auditoria interna cuidadosa aumenta a segurança jurídica, reduz o risco de multas e evita que a imagem da companhia seja dilapidada no mercado. Já em relação às grandes entidades, a presença de um ou mais integrantes especializados em ESG dentro do conselho de administração é essencial.
A existência de critérios incentivam as empresas a adotarem práticas que minimizem impactos, promovam justiça social e assegurem transparência, resultando em crescimento econômico sustentável e equilibrado. Recentemente, em entrevista concedida à imprensa, o diretor-executivo da Rede Brasil do Pacto Global ESG, Carlo Pereira, foi bastante assertivo ao comentar que “ESG não é uma evolução da sustentabilidade empresarial, mas sim a própria sustentabilidade empresarial”.
De acordo com dados recentes divulgados pela PwC, a estimativa é de que, neste início de ano, 57% dos ativos de fundos mútuos na Europa estejam em fundos que consideram critérios ESG. Isto corresponde a US$ 8,9 trilhões. Outro dado interessante, divulgado pela mesma instituição, é que 77% dos investidores institucionais pesquisados pela própria PwC planejam deixar de adquirir, até 2027, produtos de empresas que não adotem boas práticas.
ESG20+
Qualquer pessoa interessada pode participar com sugestões e opiniões da Consulta Pública ESG20+, que ficará disponível até o final deste mês de março. Ela é organizada pelo Instituto Global ESG, pela Associação Brasileira de Relações Institucionais e Governamentais (Abrig) e pelo Movimento ESG na Prática.
A iniciativa interinstitucional busca estruturar normas ambientais, sociais e de governança para orientar órgãos públicos, a sociedade, empresas e investidores no Brasil. O objetivo é simplificar a aplicação dos princípios ESG, além de definir critérios unificados para a mensuração e divulgação de práticas.
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Seu dinheiro, suas regras: como os consumidores estão ditando as regras do mercado
O Dia do Consumidor não é apenas uma data comemorativa — é um campo de batalha, e cabe a cada um de nós decidir quais marcas merecem sair vitoriosas.
Os hábitos de compra dos consumidores não se resumem a conseguir um bom desconto. Eles representam poder, influência e valores. Cada compra é um voto de confiança ou rejeição. As marcas que entendem isso lutam para conquistar sua lealdade, trabalham duro para superar suas expectativas e se esforçam para oferecer uma experiência impecável. As que não compreendem? Bem, essas ficam para trás.
É curioso como algumas marcas parecem ler nossa mente, tornando a experiência de compra simples e intuitiva. Isso não acontece por acaso. É o resultado da pressão exercida pelos consumidores, cada vez mais exigentes e atentos à qualidade dos serviços e produtos.
Toda escolha de compra é um posicionamento. Cada transação define quais empresas prosperam e quais desaparecem. E a melhor parte? A mudança está nas mãos dos consumidores, moldando o futuro da economia muitas vezes sem perceber.
Empresas inteligentes ouvem os consumidores, demonstram empatia, antecipam necessidades e eliminam problemas antes mesmo de surgirem. Naturalmente nos sentimos atraídos por essas experiências. Afinal, quando algo simplesmente funciona, sabemos que alguém dedicou tempo e esforço para que isso acontecesse.
Mas simplicidade não é algo fácil de alcançar. E aqui está um exemplo perfeito:
Elitismo vs. empatia: como um simples porta-copos colocou o ‘The Ultimate Driving Machine” da BMW em conflito com a experiência do cliente
Nas aulas de Marketing e Negócios é comum os estudantes aprenderem sobre o clássico caso Toyota vs. BMW uma história que ilustra perfeitamente a diferença entre duas abordagens empresariais:
- Marcas com pensamento “de dentro para fora” criam produtos baseados em suas próprias convicções, assumindo que sabem o que é melhor para o consumidor.
- Marcas com pensamento “de fora para dentro” começam pelo consumidor, ouvindo suas necessidades e se adaptando a elas.
E um pequeno objeto simboliza essa diferença: o porta-copos.
Na década de 90, o conceito de drive-thru era uma das grandes novidades nos EUA, o modelo de negócio estava no auge, impulsionado pelo crescimento da Starbucks, isso mudou os hábitos dos consumidores nos Estados Unidos. Motoristas começaram a comprar café no caminho para o trabalho e logo perceberam que os porta-copos de seus carros eram pequenos e nada práticos.
Os fabricantes alemães de automóveis foram rápidos em responder. Como mestres na arte e na ciência do design automotivo, os engenheiros da BMW rejeitaram a ideia de redesenhar seu engenhoso porta-copos retrátil, embora frágil e pequeno —, classificando-o como uma “verruga no design elegante do cockpit”. Afinal, os engenheiros alemães têm a reputação de serem os melhores do mundo. Para eles, essa exigência era um ataque à cultura da BMW. Lembre-se de que os engenheiros são quem detém o poder dentro da BMW; são eles que são promovidos aos cargos de liderança. Os times de engenharia, guiados pelo elitismo, declararam: “Estamos projetando o carro dos sonhos não uma sala de estar!”.
A Toyota, por outro lado, adotou o Design Thinking e o Design Centrado no Usuário. Demonstrou empatia e escutou. Identificou o perfil e começou a projetar minivans, SUVs, picapes e carros que atendessem às mudanças nos Estados Unidos.
O resultado? A Toyota cresceu de 6,1% para 16,1% do mercado entre 1988 e 2007, enquanto a BMW avançou timidamente de 0,5% para 1,9%. Esse episódio resume bem o que separa marcas bem-sucedidas daquelas que ficam para trás: ouvir ou ignorar seus consumidores.
Hoje, esse princípio se aplica a todas as áreas. As melhores marcas não são as que acham que sabem o que é melhor para o cliente, mas sim aquelas que entendem e atendem suas necessidades antes mesmo que ele perceba. Empresas arrogantes decidem por conta própria o que os clientes devem querer, sem se importar com suas necessidades reais.
O consumidor no controle: empresas que ouvem e atendem
Se você se dá ao trabalho de compartilhar seus interesses e necessidades com uma empresa, não deveria esperar que ela escutasse e criasse conexões relevantes e significativas com você?
Vamos ver o exemplo da Cogna: com 73 marcas educacionais, a empresa se posiciona como “a maior e mais completa empresa de educação do país”. Ela oferece milhares de cursos e trilhas de aprendizado, desde novos idiomas até Arquitetura. E, para facilitar sua vida, a empresa investiu em tecnologia para conhecê-lo melhor e fazer recomendações personalizadas com base em seus interesses, ambições e conquistas acadêmicas e profissionais.
A maioria nem percebe, mas ao navegar pelos canais digitais da Cogna, ela sugere os melhores caminhos educacionais, oferece opções de financiamento compatíveis com sua realidade financeira e envia lembretes motivacionais para ajudá-lo a manter o ritmo. Sim, por trás disso tudo há inteligência artificial e modelos preditivos, mas o que realmente importa é que ela respeita seu tempo, entende sua trajetória e ajuda a impulsionar sua carreira.
Por que você gosta disso? Porque a educação deve ser um mapa personalizado, não uma caça ao tesouro.
Nos bastidores: para oferecer essa experiência, foram necessários modelos avançados de IA, milhares de testes e um fluxo de produção de conteúdo adaptado para criar jornadas personalizadas em larga escala.
O atendimento ao cliente precisa se modernizar – e rápido
É inaceitável que, em plena era digital, ainda existam empresas que tratam seus clientes como inconvenientes. Quem nunca ligou para um serviço de atendimento e ouviu a clássica frase: “Estamos enfrentando um volume anormal de chamadas”? Se o volume é tão “anormal”, por que já existe uma mensagem gravada para isso? A verdade é que o consumidor moderno não quer esperar, não quer burocracia, não quer frustração.
Empresas que entendem essa realidade já estão se destacando:
- Atendimento via WhatsApp – alteração de pedidos, reembolsos, remarcação de voos, tudo sem a necessidade de baixar um novo aplicativo.
- Chatbots inteligentes – resolvem problemas comuns rapidamente, sem a necessidade de uma ligação.
- Notificações proativas – atualizações em tempo real sobre entregas, mudanças de status e orientações personalizadas.
Isso não é um luxo. É o mínimo que o consumidor merece. E as empresas que não entenderem isso correm o risco de perder clientes rapidamente.
Os consumidores têm poder – está na hora de usá-lo
Seu dinheiro é poder. Sua voz importa. Use-a com propósito. Gaste com princípios. Exija mais das marcas. O que você compra molda o mercado e o futuro. Cada transação é uma escolha.
Imponha seus valores sobre as empresas. Invista no que faz sentido hoje e no que construirá um futuro melhor: um planeta mais sustentável, uma empresa que retribui à comunidade ou um negócio que respeita seu tempo e suas necessidades.
Cada real que você gasta é um voto no mercado. Exija qualidade, desafie padrões, faça sua voz ser ouvida.
Como em Jogos Vorazes: “Que as melhores marcas estejam sempre a seu favor.” Em outras palavras, que sobrevivam apenas as marcas que verdadeiramente trabalham para você — facilitando sua vida, entregando valor e respeitando o que você acredita. A decisão é sua e de mais ninguém.
Cada escolha que você faz com seu dinheiro molda o mercado. Exija excelência, desafie limites e faça-se ouvir. Nesse jogo, não é a sorte que decide quem vence — é você. Cada compra é um voto, cada interação um julgamento. As marcas que não correspondem? Ficam para trás.
Marcas que colocam você em primeiro lugar vencem por um motivo: elas se esforçam para tornar sua experiência mais simples, personalizada e sem atrito. E isso dá trabalho.
O segredo de uma grande experiência do consumidor não é fazer a empresa parecer inteligente. É fazer você se sentir inteligente. Isso é empatia.
Como um porta-copos, por exemplo.
Da próxima vez que algo for fácil — seja o check-in do voo, a entrega de um pacote ou encontrar um produto perfeito —, saiba que não foi por acaso. Alguém pensou em você.
E você está no comando de quem continua no jogo.
Feliz Dia do Consumidor!
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2025 será (de novo) o ano do retail media
O conceito de retail media tem se revelado uma das mais fascinantes e estratégicas inovações do setor varejista. O que inicialmente poderia ser confundido apenas como uma extensão da mídia tradicional representa hoje uma mudança no modelo de negócios de grandes redes e uma oportunidade para quem deseja se inserir em um mercado cada vez mais competitivo e dinâmico. Em alguns casos, já é possível ver departamentos específicos voltados para esse conceito, enxergando nesse movimento um meio de monetização e uma nova forma de criar valor em suas operações para conquistar o consumidor moderno.
Não à toa, a temática sobre a evolução do retail media e a digitalização das estratégias de marketing foi amplamente discutida na NRF 2025, um dos maiores eventos globais de varejo. As discussões realçaram o uso de tecnologias em tempo real nas lojas físicas, bem como a necessidade de adaptação à cultura local e as parcerias estratégicas como elementos-chave para o sucesso das iniciativas. O impacto do digital na decisão de compra dos mais jovens também foi ressaltado, evidenciando que as novas gerações buscam experiências de compra mais interativas, personalizadas e alinhadas com seus valores.
Assim, o retail media se torna um aliado poderoso nas dinâmicas promocionais e na exposição de produtos, capturando a atenção do consumidor de modo mais impactante. No entanto, para fazer o básico bem-feito não basta apostar na visibilidade e na mídia em si: é imprescindível integrar ações de otimização de preços e garantir a disponibilidade de estoque. Pensar em retail media é pensar em um ecossistema de experiência 360°, no qual o consumidor é impactado tanto no online quanto no físico – estando, em ambos os ambientes, no centro de tudo. Afinal, o cliente transita por vários canais simultaneamente e de forma não linear, e ignorar essa realidade é abdicar de uma relação mais profunda e lucrativa com ele.
Em todo o mundo, observamos exemplos bem-sucedidos da aplicação dessas estratégias integradas. Aqui eu saliento, em particular, as gigantes varejistas norte-americanas Target e Kroger, que sobressaem ao integrar dados de compras à publicidade personalizada, elevando o engajamento do cliente e impulsionando suas vendas. O Brasil se destaca nesse cenário global, sendo um dos países onde esse formato cresce de maneira mais acelerada. Segundo a eMarketer, empresa especializada em pesquisa de mercado, o investimento em retail media no Brasil saltou de US$ 1 bilhão para US$ 30 bilhões nos últimos cinco anos, com um crescimento projetado de 43,5% em 2024. Compreender a relevância e o potencial dessa mídia para gerar visibilidade e engajamento efetivo é crucial para a prosperidade do mercado atual.
Diante desse contexto, a tecnologia assume um papel central: ferramentas de análise avançada de dados oferecem insights precisos para que as decisões sejam baseadas em fatos, incrementando os resultados dessas iniciativas. É nesse universo de soluções inovadoras que enxergamos a aplicabilidade do big data e da omnicanalidade – elementos primordiais para uma verdadeira transformação no desempenho do retail media. Implementar essas tecnologias possibilita a identificação e otimização de oportunidades ao longo de toda a cadeia de consumo, permitindo o monitoramento contínuo das ações e um destaque maior no mercado.
O retail media emerge como uma oportunidade para inovar na promoção de produtos e no aumento da fidelização de clientes. Ao explorar novas formas de engajar os consumidores – seja por meio de campanhas mais criativas, experiências interativas ou colaboração – as marcas podem criar uma presença mais forte e memorável. As redes sociais despontam como extensões poderosas do retail media, viabilizando campanhas personalizadas e um alcance ampliado, assim como propiciando que marcas explorem experiências interativas e colaborações com influenciadores para se conectarem de forma mais significativa com seus públicos.
Para além do produto, as práticas promocionais hiperpersonalizadas têm a capacidade de reforçar uma imagem positiva de acordo com os princípios de ESG, colocando a sustentabilidade e a responsabilidade social como prioridades. Uma prova disso é a Unilever, que integra questões sociais e ambientais em suas ações de marketing, promovendo produtos que atendam às necessidades dos consumidores e apoiem causas como a redução do desperdício e o fortalecimento de comunidades locais. Iniciativas que incorporam a sustentabilidade em sua proposta de valor – incluindo o promocionamento de itens sazonais e perecíveis – têm o poder de fortalecer a fidelidade à marca, estabelecendo uma conexão emocional duradoura com os clientes que transcende a simples transação comercial.
Por fim, é essencial reconhecer como uma ferramenta estratégica para redes varejistas e marcas, ao aliar tecnologia, experiência do consumidor e princípios de sustentabilidade, pode maximizar resultados financeiros e, ao mesmo tempo, consolidar um posicionamento inovador e responsável no mercado. Aqueles que conseguirem adotar e adaptar essas estratégias com eficiência estarão acompanhando as tendências e liderando o futuro do varejo.