Category: Artigos

  • Como implementar a gestão da criatividade

    Como implementar a gestão da criatividade

    “Tudo que poderia ter sido inventado, já foi” – quem disse essa frase foi Charles Duell, diretor do Departamento de Patentes dos Estados Unidos, em 1889. Pode ser difícil entender esse sentimento de estagnação, ainda mais se estamos falando de mais de 100 anos atrás. Mas essa é a verdade: é difícil olhar para futuro e visualizar novas invenções. Agora, que já até chegamos na era dos carros voadores, o questionamento vem ainda mais forte: como avançar mais do que já avançamos?   

    Em setembro do ano passado, o Brasil subiu 5 posições no ranking global da inovação, atingindo a 49ª posição – sendo o primeiro colocado na América Latina. A estatística mostra um crescimento do país na área, o que é bem interessante, principalmente, para atrair o olhar de novos investidores para cá.

    Mas, por trás do crescimento de empresas inovadoras, existe a criatividade de um time envolvida. E é aí que entra o grande desafio. No ano passado, 67% dos executivos brasileiros, ouvidos para a pesquisa Estudo Nacional sobre Evolução Digital e Inovação de Negócios , constataram que acreditam que a cultura organizacional é um dos principais fatores que faz com que as empresas não inovem. Mas então, como aplicar a gestão criativa em uma empresa? Tudo começa pelo investimento em talentos. Muito além de buscar apenas por aqueles que têm os requisitos da vaga, é também preciso se preocupar com o todo, com o time que se está construindo.

    Para entender a melhor forma de fazer isso, vamos imaginar um cenário. De um lado, temos a equipe X: onde todos os colaboradores vivem na mesma região, são da mesma raça, frequentam os mesmos lugares, tem as mesmas vivências e estão inseridos no mesmo contexto social. Do outro, temos a equipe Y: cada indivíduo aqui, vêm de lugares diferentes, passam por situações diferentes, consomem conteúdos diferentes e são de raças e classes diferentes. Qual time é mais propenso a chegar em novas ideias e soluções para o mercado?

    Algumas empresas já têm essa resposta – no início deste ano, a startup Blend Edu, revelou que, no ano passado, 72% das empresas ouvidas na pesquisa , já possuíam uma área dedicada a gestão da diversidade e inclusão. O número mostra o quanto a pauta é relevante para a sociedade atual. Isso porque pessoas inseridas em diferentes contextos, irão construir um ambiente diversificado, trazendo mais ideias e pontos de vista, que são fundamentais para a criatividade de uma empresa. Sabe quando vemos uma propaganda ou produto tão genial, que nos questionamos como nunca ninguém pensou em algo assim antes? Te garanto que foi um time muito bem capacitado que o criou.

    Mas então, digamos que você construiu seu “dream team” diversificado: o que vem depois?  A contratação não é uma solução milagrosa, o que mais vai importar é o pós, é a gestão dos funcionários – uma equipe de gestão que se preocupa em ser criativa, também precisa olhar para o ambiente que está promovendo para os colaboradores. E é aqui que muitas empresas derrapam. Segundo a consultoria Korn Ferry, o erro da maioria das gestões, é contratar pessoas de grupos minoritários, mas não levar a pauta a sério. Estabelecer “cotas” de contratação, pensando na diversidade, mas não se preocupar em capacitar e reter os funcionários, além de não proporcionar um ambiente acolhedor, só irá afundar a reputação da empresa – e espantar os talentos valiosos.

    A gestão criativa e a inovadora andam lado a lado. Segundo a Confederação Nacional da Indústria (CNI), uma cultura de inovação é composta por 8 pilares. São eles: oportunidades, ideação, desenvolvimento, execução, avaliação, cultura organizacional e recursos. Essas palavrinhas, resumidamente, aplicadas no dia a dia, irão possibilitar que a sua empresa esteja a par do mercado, pronta para encarar os desafios que surgem. É olhar, primeiro, para dentro – garantir que os processos, metas, colaboradores, organização e valores, estão alinhados e funcionando bem. Só assim as estruturas irão prosperar com os crescentes desafios do mercado.

    Estamos na era da Inteligência Artificial (IA). Hoje, em poucos segundos, conseguimos pedir para a tecnologia atender a (quase) todos os nossos pedidos. Com alguns cliques, qualquer pessoa com acesso a essas ferramentas, consegue criar os mais diferentes pensamentos. Mas, em meio a tanto avanço, é essencial relembrar que a tecnologia atua como aliada, e não como substituta à mente humana. O trabalho proveniente de um time formado por diferentes talentos, não deve ser subestimado. Empresas que entendem a importância de formar um time criativo de pessoas e investir nos recursos necessários para melhorar a qualidade do trabalho, se sobressaem no mercado.

    Uma equipe de gestão que se preocupa com essas questões, deve acompanhar tendências e ter líderes que são adeptos à inovação, além de engajar a equipe e estimular a criatividade, e prezar pela diversidade e inclusão de profissionais. Esses são hábitos que devem ser postos em prática para atingir um ambiente propício para a criatividade se manifestar. Se a sua empresa não investir e nem acompanhar o que o mercado está pedindo (como inovação, criatividade e originalidade), ela deixa de existir. Essa é a verdade nua e crua – basta lembrar de grandes nomes do mercado, que faliram porque “pararam no tempo”.

    A lição mais valiosa que tenho aprendido nos últimos anos, liderando um time latino-americano em uma empresa de soluções em tecnologia, é que precisamos nos reinventar sempre. Sair da zona de conforto é um desafio e tanto, mas é o que precisamos fazer o tempo inteiro – e às vezes nem nos damos conta de como essas mudanças podem acontecer de forma natural. Quando entendemos a necessidade de nos adaptar no cenário em que estamos inseridos, ao invés de lutar contra esse movimento, é quando conseguimos evoluir.

  • O panorama tecnológico com a Reforma Tributária

    O panorama tecnológico com a Reforma Tributária

    A Reforma Tributária no Brasil está prestes a transformar o cenário fiscal do país, trazendo a tecnologia para o centro das atenções. Com a digitalização de várias entidades governamentais, as autoridades fiscais estão se valendo de aplicativos, softwares e Inteligência Artificial (IA) para aprimorar a fiscalização e o cumprimento das normas tributárias. Nesse contexto, é imperativo que empresas e profissionais adotem ferramentas baseadas em IA para mitigar riscos e garantir conformidade com as novas regulações.

    As mudanças nas legislações tributárias, impulsionadas pela Reforma, têm gerado uma avalanche de informações que evoluem rapidamente, tornando desafiador para empresas e profissionais manterem-se atualizados e compreenderem o impacto dessas alterações em suas operações. Estudos indicam que a tecnologia é crucial para o impulso da produtividade e inovação em diversos setores, incluindo o tributário. De fato, a digitalização das práticas fiscais tem demonstrado benefícios significativos em termos de conformidade, eficiência e aumento de receita.

    Um recente relatório do Thomson Reuters Institute oferece uma visão detalhada sobre a preparação dos profissionais tributários corporativos para a Reforma no Brasil. A pesquisa, intitulada “Reforma Tributária do Brasil: insights, desafios e oportunidades para profissionais de impostos corporativos”, destaca que os maiores desafios enfrentados pelos profissionais incluem a sobrecarga de trabalho e os custos associados à adaptação dos sistemas de gestão tributária ao novo modelo. Apesar de não eliminarem completamente os desafios, a tecnologia e a IA são vistas como aliadas fundamentais para suavizar a transição.

    O relatório também sublinha que a adaptação à Reforma exigirá sistemas de gestão tributária que ofereçam maior automação, precisão nos cálculos e agilidade na implementação de novos SPEDs e documentos fiscais eletrônicos. Contadores e profissionais da área deverão investir em tecnologia para melhorar a eficiência e minimizar erros humanos durante esse período de transição.

    A pesquisa revela ainda que pelo menos 50% dos entrevistados esperam um aumento significativo no investimento em seus departamentos fiscais nos primeiros quatro anos da reforma, com 40% prevendo que esse investimento continuará até o final do período de transição, em 2033. Para uma transição bem-sucedida, será necessário mais do que sistemas digitais adaptados; as organizações devem desenvolver planos de ação integrados e estratégicos.

    Além de implementar tecnologias avançadas, é crucial que as empresas se mantenham atualizadas com as novas normas, capacitem seus profissionais e promovam a colaboração interna e externa com especialistas e consultores. Seguindo essa abordagem, os profissionais tributários estarão melhor equipados para liderar suas organizações através das transformações provocadas pela Reforma Tributária no Brasil.

  • 5 impactos da publicidade digital na América Latina

    5 impactos da publicidade digital na América Latina

    De acordo com um estudo do Cenp, foram investidos R$ 57,5 bilhões em mídia em 2023, aumento de 10% em comparação ao ano anterior. Principalmente por conta da publicidade digital, o dado mostra que a área está sendo olhada cada vez mais de perto pelas empresas brasileiras. E, na América Latina como um todo, a tendência vem sendo a mesma.

    Bruno Almeida, CEO da US Media, hub de soluções de mídia, ressalta que essa aceleração passou a ocorrer após a pandemia de Covid-19. “Quando o digital se consolidou como o principal canal de comunicação e marketing, muitas companhias locais começaram a se adaptar rapidamente para sustentar um crescimento contínuo e inovar em suas estratégias”, diz.

    Olhando para esse cenário, o executivo listou os 5 maiores impactos da publicidade digital na América Latina. Confira:

    • Adaptação cultural e flexibilidade

    A diversidade cultural da América Latina exige que as campanhas de publicidade digital sejam culturalmente relevantes e adaptadas às preferências locais. Por essa razão, a adaptação de mensagens, imagens e até mesmo plataformas para refletir as nuances de cada país começou a se intensificar, inclusive com o trabalho junto a parceiros e equipes regionais.

    “Toda estratégia publicitária bem-sucedida depende da compreensão dos valores culturais de cada país”, ressalta Almeida. “Muitas marcas latino-americanas perceberam que só poderiam atingir esse objetivo se fossem flexíveis, permitindo ajustes rápidos em resposta às mudanças nos hábitos dos consumidores e no ambiente em que estão inseridos”, completa.

    • Retornos expressivos em diversos setores

    Vários setores diferentes têm se beneficiado significativamente da publicidade digital no território latino-americano. O CEO cita alguns exemplos: “O e-commerce experimentou um crescimento explosivo, impulsionado pela capacidade dos anúncios digitais de conectar consumidores a produtos e serviços de forma rápida e personalizada.  Já o mercado de entretenimento, como música, filmes e séries, se vê aquecido também pelo boom dos formatos de vídeo digital  e CTV. Ou ainda podemos falar do turismo e do varejo, que otimizam o retorno de suas campanhas com a segmentação de públicos específicos”, afirma.

    • Crescimento de PMES

    Outra característica da publicidade digital é a democratização do acesso ao mercado, permitindo que Pequenas e Médias Empresas (PMEs) concorram de igual para igual com grandes corporações. Isso vem impactando positivamente o crescimento econômico latino-americano, melhorando PIBs inteiros.

    “À medida que as PMEs adotam estratégias digitais, elas conseguem otimizar seus recursos e atingir consumidores que, em teoria, estariam fora de seu alcance”, pontua o executivo. 

    • Digital multimídia

    Digital  multimídia, ou seja, todos os canais são de uma forma ou de outra digital, combinando publicidade digital com mídias tradicionais. Essa integração ajuda as marcas a obterem uma presença mais forte e consistente. 

    Almeida exemplifica: “Uma campanha digital pode ser complementada por anúncios em TV ou rádio digitais, ou ainda por outdoors / OOH digitais estrategicamente posicionados, amplificando o impacto e o engajamento do público-alvo.”

    • Desenvolvimento de novas tecnologias

    Segundo o relatório State of Marketing Report 2024, mais de 60% dos profissionais de marketing pretendem aumentar seus investimentos em inteligência artificial. O número ressalta que o aprimoramento de novas tecnologias deve continuar acontecendo no mercado publicitário, inclusive na América Latina. 

    “Novos formatos estão surgindo a todo momento, desde aplicativos globais como Uber e Netflix até plataformas regionais, então a inovação só tende a crescer”, conclui Almeida.

  • Especialista destaca vantagens do uso do CRM e como a ferramenta está auxiliando a gestão de lojas e impulsionando o crescimento do varejo

    Especialista destaca vantagens do uso do CRM e como a ferramenta está auxiliando a gestão de lojas e impulsionando o crescimento do varejo

    Devido ao mercado estar cada vez mais acirrado, os lojistas enfrentam o desafio constante de manter e expandir sua base de clientes. Para alcançar esse objetivo, o uso de ferramentas tecnológicas que auxiliem na gestão do relacionamento com os consumidores tornou-se fundamental. O sistema de CRM (Customer Relationship Management) surge como um aliado estratégico, oferecendo soluções que vão além da organização de contatos e pedidos.

    A implementação desse sistema permite que os lojistas entendam melhor as necessidades e preferências dos seus clientes. Com uma visão mais clara sobre os hábitos de compra e o comportamento de cada consumidor, é possível personalizar ofertas e melhorar a comunicação. Isso resulta em um aumento significativo na satisfação e na fidelização dos clientes, criando um ciclo positivo que gera mais vendas e fortalece a marca no mercado.

    De acordo com Rica Mello,  que já atuou como consultor estratégico das gigantes McKinsey e Bain & Company, hoje especialista em gestão de empresas e fundador do grupo BCBF, o CRM tem a função de aprimorar o relacionamento com o público, e ao mesmo tempo  proporciona maior controle sobre as operações internas do negócio. “A centralização de dados e a automatização de processos reduzem erros e aumentam a eficiência da equipe”,  pontua. 

    Rica, que hoje é uma referência em gestão empresarial, destaca que dessa forma o lojista consegue focar seus esforços no desenvolvimento de estratégias que realmente façam a diferença, como campanhas de marketing direcionadas e promoções personalizadas.

    Por dentro da utilização do CRM

    O especialista aponta que a possibilidade de segmentar os clientes de acordo com diferentes critérios, como comportamento de compra, localização e preferências são pontos estratégicos. Isso permite que os lojistas criem campanhas direcionadas, aumentando as chances de conversão. Essa abordagem personalizada não só otimiza o orçamento de marketing, mas também fortalece o vínculo com seus consumidores.

    Capacidade de acompanhar o ciclo de vida dos clientes, desde o primeiro contato até o pós-venda. Esse processo ajuda os lojistas a identificar oportunidades de melhoria e a ajustar suas estratégias para maximizar os resultados. Ao monitorar todo o processo de interação com o cliente, é possível identificar quais etapas da jornada precisam ser aprimoradas, garantindo uma melhor experiência de compra.

    Facilidade na gestão das equipes de vendas e atendimento. Com todas as informações centralizadas, os gestores conseguem acompanhar o desempenho em tempo real e tomar decisões baseadas em dados concretos. “A automatização de tarefas como envio de e-mails e lembretes de follow-up também libera tempo dos colaboradores para focar em atividades mais estratégicas, o que reflete diretamente na produtividade”, pontua o especialista

    Integração dos diversos canais de atendimento. Com a expansão do e-commerce e a popularização das redes sociais como ferramentas de vendas, os lojistas precisam garantir que a comunicação com o cliente seja consistente, independentemente do meio utilizado. O CRM permite que todas as interações sejam registradas em um único lugar, facilitando o acompanhamento e oferecendo uma experiência omnichannel.

    Análises detalhadas de performance, tendências de mercado e feedbacks dos clientes ajudam a prever comportamentos futuros e a planejar ações mais assertivas. Essa inteligência de dados é essencial para antecipar demandas e adaptar o negócio às mudanças do mercado. “O uso  de CRM não se resume a organizar informações. Trata-se de uma transformação na forma  como os lojistas gerenciam seus negócios, proporcionando maior agilidade, eficiência e rentabilidade. Ao adotar esse sistema, os lojistas estão otimizando suas operações, além de criar um ambiente propício para o crescimento sustentável no longo prazo”, finaliza o CEO do grupo BCBF.

    Especialista destaca vantagens do uso do CRM e como a ferramenta está auxiliando a gestão de lojas e impulsionando o crescimento do varejo

    Centralização de dados e a automatização de processos reduzem erros e aumentam a eficiência da equipe contribuindo para o sucesso do lojista 

    Devido ao mercado estar cada vez mais acirrado, os lojistas enfrentam o desafio constante de manter e expandir sua base de clientes. Para alcançar esse objetivo, o uso de ferramentas tecnológicas que auxiliem na gestão do relacionamento com os consumidores tornou-se fundamental. O sistema de CRM (Customer Relationship Management) surge como um aliado estratégico, oferecendo soluções que vão além da organização de contatos e pedidos.

    A implementação desse sistema permite que os lojistas entendam melhor as necessidades e preferências dos seus clientes. Com uma visão mais clara sobre os hábitos de compra e o comportamento de cada consumidor, é possível personalizar ofertas e melhorar a comunicação. Isso resulta em um aumento significativo na satisfação e na fidelização dos clientes, criando um ciclo positivo que gera mais vendas e fortalece a marca no mercado.

    De acordo com Rica Mello,  que já atuou como consultor estratégico das gigantes McKinsey e Bain & Company, hoje especialista em gestão de empresas e fundador do grupo BCBF, o CRM tem a função de aprimorar o relacionamento com o público, e ao mesmo tempo  proporciona maior controle sobre as operações internas do negócio. “A centralização de dados e a automatização de processos reduzem erros e aumentam a eficiência da equipe”,  pontua. 

    Rica, que hoje é uma referência em gestão empresarial, destaca que dessa forma o lojista consegue focar seus esforços no desenvolvimento de estratégias que realmente façam a diferença, como campanhas de marketing direcionadas e promoções personalizadas.

    Por dentro da utilização do CRM

    O especialista aponta que a possibilidade de segmentar os clientes de acordo com diferentes critérios, como comportamento de compra, localização e preferências são pontos estratégicos. Isso permite que os lojistas criem campanhas direcionadas, aumentando as chances de conversão. Essa abordagem personalizada não só otimiza o orçamento de marketing, mas também fortalece o vínculo com seus consumidores.

    Capacidade de acompanhar o ciclo de vida dos clientes, desde o primeiro contato até o pós-venda. Esse processo ajuda os lojistas a identificar oportunidades de melhoria e a ajustar suas estratégias para maximizar os resultados. Ao monitorar todo o processo de interação com o cliente, é possível identificar quais etapas da jornada precisam ser aprimoradas, garantindo uma melhor experiência de compra.

    Facilidade na gestão das equipes de vendas e atendimento. Com todas as informações centralizadas, os gestores conseguem acompanhar o desempenho em tempo real e tomar decisões baseadas em dados concretos. “A automatização de tarefas como envio de e-mails e lembretes de follow-up também libera tempo dos colaboradores para focar em atividades mais estratégicas, o que reflete diretamente na produtividade”, pontua o especialista

    Integração dos diversos canais de atendimento. Com a expansão do e-commerce e a popularização das redes sociais como ferramentas de vendas, os lojistas precisam garantir que a comunicação com o cliente seja consistente, independentemente do meio utilizado. O CRM permite que todas as interações sejam registradas em um único lugar, facilitando o acompanhamento e oferecendo uma experiência omnichannel.

    Análises detalhadas de performance, tendências de mercado e feedbacks dos clientes ajudam a prever comportamentos futuros e a planejar ações mais assertivas. Essa inteligência de dados é essencial para antecipar demandas e adaptar o negócio às mudanças do mercado. “O uso  de CRM não se resume a organizar informações. Trata-se de uma transformação na forma  como os lojistas gerenciam seus negócios, proporcionando maior agilidade, eficiência e rentabilidade. Ao adotar esse sistema, os lojistas estão otimizando suas operações, além de criar um ambiente propício para o crescimento sustentável no longo prazo”, finaliza o CEO do grupo BCBF.

  • 5 dicas para escolher os melhores meios de pagamento e impulsionar as vendas

    5 dicas para escolher os melhores meios de pagamento e impulsionar as vendas

    Com a digitalização acelerada dos negócios e a ampliação das opções de pagamento no mercado, a escolha dos meios mais adequados tornou-se uma decisão estratégica para as empresas. Esse processo impacta, diretamente, a experiência do cliente, a segurança das transações e a eficiência operacional.

    Para ilustrar, o Relatório de Tendências 2024 da Zoop revela que, neste ano, 53,5% dos pagamentos no Brasil foram realizados digitalmente, um salto expressivo em comparação aos 39,5% registrados em 2023. Esse avanço reflete a crescente adesão dos consumidores brasileiros a métodos de pagamento eletrônicos.

    Com esse cenário em mente, Alex Tabor, CEO da Tuna Pagamentos — plataforma especializada em orquestração de pagamentos —, compartilha cinco dicas essenciais para ajudar empresários a escolherem os meios de pagamento mais adequados às suas necessidades.

    1. Conheça o perfil do seu público

    Para o CEO, o primeiro passo para selecionar os meios de pagamento é entender quem são os seus clientes e quais são suas preferências. “Um público mais jovem, por exemplo, tende a utilizar com mais frequência carteiras digitais e PIX, enquanto uma clientela mais tradicional pode preferir pagamentos em cartão de crédito ou boleto bancário. Adaptar-se às preferências dos consumidores pode aumentar a satisfação e as vendas.”, afirma.

    1. Avalie a segurança das transações

    “A segurança deve ser uma prioridade ao escolher meios de pagamento. Opte por soluções que ofereçam proteção contra fraudes e que estejam em consonância com normas regulatórias, como o PCI DSS (Payment Card Industry Data Security Standard)”, indica Alex. Além disso, é importante considerar meios que permitam autenticação em duas etapas, criptografia de dados, reconhecimento facial e outros recursos de segurança — a fintech Tuna, inclusive, oferece este tipo de estrutura.

    1. Considere os custos envolvidos

    Cada meio de pagamento tem seus próprios custos, que podem incluir taxas de transação e encargos por chargeback. Segundo o executivo, “é importante fazer uma análise detalhada desses custos em relação ao volume de vendas e ao ticket médio da empresa. Escolher meios de pagamento que equilibrem custos e benefícios pode ajudar a manter a saúde financeira do negócio”.

    1. Integração com sistemas existentes

    A compatibilidade dos meios de pagamento com os sistemas de gestão já utilizados pela empresa é crucial. Por isso, a importância em contratar facilitadores de pagamentos que ofereçam uma grande diversidade de operadores. “Verifique se as soluções escolhidas se integram, facilmente, ao ERP, CRM ou outros softwares que sua empresa utiliza. A integração eficiente pode automatizar processos, reduzir erros e melhorar o controle financeiro e contábil”, completa Alex.

    1. Flexibilidade e escalabilidade

    “À medida que uma empresa cresce, as necessidades de pagamento também evoluem”, lembra o CEO da Tuna. “Por isso, é importante escolher meios de pagamentos que ofereçam flexibilidade e possam adaptar-se ao crescimento do negócio”, completa. Soluções escaláveis que permitam adicionar novos métodos ou aumentar o volume de transações sem complicações são ideais para empresas em expansão.

  • A importância dos programas de Compliance na Era da Inteligência Artificial

    A importância dos programas de Compliance na Era da Inteligência Artificial

    O avanço acelerado da inteligência artificial (IA) está transformando profundamente diversos setores, trazendo consigo tanto oportunidades quanto desafios éticos e legais. Neste cenário dinâmico, a relevância dos Programas de Compliance se tornou mais evidente do que nunca, pois são fundamentais para assegurar que as práticas empresariais envolvendo IA permaneçam dentro dos parâmetros éticos e regulatórios estabelecidos. Esses programas não apenas estabelecem diretrizes, políticas e controles internos, mas também funcionam como uma salvaguarda essencial, garantindo que as empresas mantenham elevados padrões éticos enquanto evitam riscos associados ao uso inadequado da tecnologia.

    A inteligência artificial, com sua capacidade de revolucionar operações, aumentar a eficiência, aprimorar a tomada de decisões e criar novas oportunidades de mercado, também traz consigo potenciais consequências adversas. Quando não utilizada com as devidas precauções, a IA pode gerar violações de privacidade, discriminação e danos à reputação, prejudicando não apenas a empresa, mas também os consumidores e a sociedade em geral. É nesse contexto que os Programas de Compliance emergem como ferramentas indispensáveis para a mitigação desses riscos, promovendo um uso responsável e ético da inteligência artificial.

    A transparência e a responsabilidade são pilares centrais dos Programas de Compliance no contexto da IA. A complexidade dos algoritmos, frequentemente envoltos em uma “caixa preta”, dificulta a compreensão dos processos decisórios e pode resultar em desfechos imprevisíveis ou até mesmo injustos. Por exemplo, sistemas de IA aplicados em decisões de crédito ou recrutamento podem, inadvertidamente, reproduzir preconceitos históricos presentes nos dados utilizados para seu treinamento, gerando discriminação contra determinados grupos. Para mitigar esse risco, os Programas de Compliance efetivos exigem que as empresas realizem auditorias regulares de seus sistemas de IA, com o objetivo de assegurar a imparcialidade das decisões e garantir que estas possam ser explicadas de maneira clara e acessível a todas as partes interessadas.

    Outro aspecto crucial dos Programas de Compliance no uso da inteligência artificial é a proteção da privacidade e dos dados pessoais. Com a crescente integração da IA em processos que envolvem grandes volumes de dados – como o monitoramento de clientes e a análise de comportamentos – a necessidade de proteger essas informações contra uso indevido ou vazamentos se torna ainda mais premente. Regulamentações como o Regulamento Geral sobre a Proteção de Dados (GDPR), na Europa, impõem requisitos rigorosos sobre a coleta, armazenamento e processamento de dados pessoais. Neste contexto, um Programa de Compliance robusto, em sinergia com um Programa de Proteção de Dados, pode ajudar as empresas a garantir que suas práticas de IA estejam em conformidade com a legislação vigente, evitando multas significativas e danos à reputação.

    A gestão de riscos relacionados à segurança cibernética é outro componente vital dos Programas de Compliance voltados para a inteligência artificial. Sistemas de IA que operam em infraestruturas críticas ou processam informações sensíveis são alvos atraentes para cibercriminosos, o que torna a implementação de protocolos de segurança rigorosos uma necessidade. Ao combinar os esforços de Programas de Compliance e Programas de Proteção de Dados, as empresas podem fortalecer suas defesas contra ciberataques, garantindo que as operações de IA permaneçam seguras e confiáveis, protegendo tanto a integridade dos dados quanto a confiança dos consumidores.

    Além de proteger contra riscos, os Programas de Compliance desempenham um papel vital na promoção da ética no desenvolvimento e implementação da inteligência artificial. Definir padrões claros sobre o que é considerado aceitável no uso da IA é essencial para evitar que a busca desenfreada por lucro comprometa valores fundamentais. Neste contexto, a criação de Comitês de Ética dentro das empresas está se tornando uma prática cada vez mais comum, com o objetivo de monitorar o uso e as decisões dos sistemas de IA assegurando que estejam alinhados com princípios éticos.

    A existência de legislações específicas sobre inteligência artificial é certamente importante, mas não suficiente. As empresas precisam assumir responsabilidade sobre as ferramentas que desenvolvem e comercializam, bem como sobre os impactos dessas tecnologias na sociedade. Os Programas de Compliance, portanto, surgem como parceiros ideais nessa missão, ajudando as empresas a navegar por um cenário de autorregulamentação que, infelizmente, muitas vezes coloca o lucro acima da ética. Um ambiente regulatório mais robusto, apoiado por Programas de Compliance eficazes, tem o potencial de minimizar os efeitos negativos do uso inadequado da IA promovendo um desenvolvimento mais responsável e benéfico da tecnologia.

    Neste contexto, a atuação dos Programas de Compliance vai além de apenas assegurar conformidade com leis e regulamentos; trata-se de construir uma cultura corporativa fundamentada em princípios éticos, onde a inovação tecnológica é conduzida com responsabilidade e respeito pelos direitos individuais. Com o rápido avanço da IA e seu impacto crescente em todos os aspectos da vida, a importância de Programas de Compliance robustos e eficazes nunca foi tão evidente. Eles são essenciais para garantir que a transformação digital impulsionada pela IA ocorra de maneira ética e sustentável, beneficiando tanto as empresas quanto a sociedade como um todo.

    A jornada para um uso mais ético e responsável da inteligência artificial não é simples e requer o compromisso contínuo de todos os envolvidos. Empresas, reguladores e a sociedade precisam trabalhar juntos para estabelecer um equilíbrio entre inovação e responsabilidade, garantindo que os benefícios da IA sejam amplamente compartilhados, enquanto os riscos são cuidadosamente gerenciados. Os Programas de Compliance, com sua capacidade de fornecer estrutura e orientação, desempenham um papel crucial nesse processo, ajudando a moldar o futuro da tecnologia de maneira que ela seja uma força para o bem, e não uma fonte de novos problemas éticos e legais.

    No final das contas, o sucesso de qualquer Programa de Compliance no campo da inteligência artificial dependerá de sua capacidade de evoluir junto com a tecnologia. A IA está em constante evolução, e os Programas de Compliance precisam ser igualmente dinâmicos, capazes de adaptar-se rapidamente às novas realidades e desafios que surgem. Somente assim será possível garantir que as práticas empresariais não apenas acompanhem o ritmo da inovação, mas também o façam de maneira responsável e ética, mantendo a confiança do público e a integridade das operações.

    Portanto, à medida que a inteligência artificial continua a se expandir e influenciar cada vez mais aspectos de nossas vidas, os Programas de Compliance serão mais do que nunca indispensáveis. Eles não apenas protegerão as empresas contra riscos legais e reputacionais, mas também ajudarão a construir um futuro em que a tecnologia seja usada para o benefício de todos, em conformidade com os mais altos padrões éticos e legais. A evolução contínua e o fortalecimento desses programas serão fundamentais para garantir que a revolução tecnológica em curso contribua para uma sociedade mais justa, segura e inclusiva.

  • O papel da assessoria jurídica no planejamento estratégico

    O papel da assessoria jurídica no planejamento estratégico

    O planejamento estratégico é uma tarefa vital para qualquer empresa, já que é por meio dele que a organização irá buscar o crescimento sustentável e de maneira competitiva. Não se trata, portanto, de uma atividade trivial ou que possa ser executada sem cuidados, e um bom assessoramento jurídico é um importante aliado para aumentar as chances de sucesso do planejamento.

    Uma tradicional visão sobre o planejamento estratégico é a que consta no livro “Estratégia Competitiva”, de Michael Porter, que apresenta três estratégias diferentes que são comumente utilizadas por empreendedores:

    1. Estratégia de custos: o objetivo é obter vantagem competitiva oferecendo produtos ou serviços a preços mais baixos do que os demais concorrentes no mesmo mercado. Para essa estratégia funcionar, a empresa buscará a redução de seus custos (com mão de obra, matéria prima…), maior eficiência em seus processos produtivos e ganhos em economia de escala, por exemplo.
    2. Estratégia de diferenciação: por meio dessa estratégia, a empresa busca oferecer um produto ou serviço único, inconfundível, com alto valor agregado. Marcas de luxo ou empresas com tecnologias exclusivas e/ou inovadoras são exemplos de organizações que utilizam a estratégia de diferenciação.
    3. Estratégia de enfoque: a estratégia de enfoque (ou de foco), por fim, é aquela que se destina a atender a uma necessidade específica no mercado, da maneira mais eficiente possível. Na estratégia de foco, há um número reduzido de clientes atendidos, por meio de um portfólio de produtos/serviços muito mais restrito (por vezes, a empresa oferece um único produto ou serviço), tornando a empresa um fornecedor crítico para aquele mercado.

    Cada uma das estratégias traz riscos e oportunidades distintos, que podem ser mais bem gerenciados por meio de arranjos contratuais, atuação preventiva e integração entre a estratégia empresarial e a estratégia jurídica da empresa.

    Vejamos alguns exemplos!

    Estratégia de custos

    Quando uma empresa adota a estratégia de custos, precisa reduzir ao máximo suas despesas, a fim de que consiga manter seu diferencial competitivo frente a outros concorrentes com a mesma estratégia.

    Um dos grandes riscos, então, acaba sendo a utilização de fornecedores que não observam a legislação trabalhista, submetendo trabalhadores a condições degradantes. Trata-se de uma situação infelizmente bastante comum, e que deve ser adequadamente gerenciada mediante um procedimento de due diligence de fornecedores – atividade cada vez mais relevante frente à importância da pauta ESG, não sendo mais aceito que a empresa simplesmente alegue que “desconhecia” as práticas de seus terceirizados ou fornecedores.

    Outro risco a que se sujeita uma empresa que adota a estratégia de custos é o reajuste do preço de seus insumos, que muitas vezes exige o repasse da alta aos consumidores (com a perda da vantagem competitiva). Para prevenir situações como essas, é importante que os contratos de fornecimento contenham cláusulas claras de reajustes de preços (com a utilização de índices compatíveis com as peculiaridades do negócio), assim como regras sobre o repasse de reajustes excepcionais ou a possibilidade de rescisão sem penalidades em caso de aumento excessivo dos custos para uma ou ambas as partes.

    Estratégia de diferenciação

    A estratégia de diferenciação costuma exigir grandes investimentos – seja em design, seja em Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação (PD&I), seja mesmo em captação e retenção de talentos.

    Para empresas que adotam essa estratégia, o apoio jurídico estará relacionado a diversas atividades, como por exemplo: proteção de propriedade intelectual (marcas, patentes, softwares), do registro perante o INPI até eventuais ações judiciais para impedir o uso indevido dos elementos diferenciadores; acordos de confidencialidade e não divulgação; planos de partnership e stock options para reter colaboradores chave para o sucesso da estratégia de diferenciação.

    Além disso, é natural que a empresa necessite de grandes quantidades de capital para desenvolver seus produtos ou serviços. Nesse ponto, poderá ser necessária a elaboração de complexos contratos com investidores, em que a assessoria jurídica auxiliará na escolha da modalidade de investimento dentre as alternativas disponíveis na legislação (como investimento anjo, mútuo conversível, sociedade em conta de participação, etc) e acompanhará todos os passos da execução do contrato de investimento, desde as tratativas iniciais (que poderão ser reguladas por meio de um Memorando de Entendimentos) até a redação e conclusão do contrato (com a liberação dos valores e conversão do investimento em participação societária, por exemplo).

    Estratégia de enfoque

    Pela estratégia de foco, o empreendedor acaba atraindo riscos relacionados ao menor nicho de mercado que irá atender – o que pode colocá-lo em desvantagem diante do risco de novos entrantes (ou seja, concorrentes que podem surgir no futuro) e produtos/serviços substitutos.

    Aqui, além das fundamentais proteções relacionadas à propriedade intelectual, é importante que os contratos com os clientes contenham cláusulas de exclusividade com duração adequada, raio de incidência bem delimitado e penalidades suficientes para preservar o investimento do empreendedor.

    Também é relevante que os contratos contenham cláusulas de não-concorrência, para evitar que os clientes da empresa desenvolvam internamente a solução que está sendo contratada; bem como cláusulas de não-solicitação, a fim de impedir que os clientes contratem empregados, sócios ou prestadores de serviço da organização, normalmente uma estratégia para internalizar aquela atividade.

    A partir dos exemplos acima, fica claro que o assessoramento jurídico é um importante aliado do planejamento estratégico, desde que haja um olhar cuidadoso e adequado sobre quais são os rumos que a organização pretende percorrer – e quais as reais necessidades jurídicas daquele negócio.

    Sergio Luiz Beggiato Junior é advogado no escritório Rücker Curi – Advocacia e Consultoria Jurídica.

  • O papel da assessoria jurídica no planejamento estratégico

    O papel da assessoria jurídica no planejamento estratégico

    O planejamento estratégico é uma tarefa vital para qualquer empresa, já que é por meio dele que a organização irá buscar o crescimento sustentável e de maneira competitiva. Não se trata, portanto, de uma atividade trivial ou que possa ser executada sem cuidados, e um bom assessoramento jurídico é um importante aliado para aumentar as chances de sucesso do planejamento.

    Uma tradicional visão sobre o planejamento estratégico é a que consta no livro “Estratégia Competitiva”, de Michael Porter, que apresenta três estratégias diferentes que são comumente utilizadas por empreendedores:

    1. Estratégia de custos: o objetivo é obter vantagem competitiva oferecendo produtos ou serviços a preços mais baixos do que os demais concorrentes no mesmo mercado. Para essa estratégia funcionar, a empresa buscará a redução de seus custos (com mão de obra, matéria prima…), maior eficiência em seus processos produtivos e ganhos em economia de escala, por exemplo.
    2. Estratégia de diferenciação: por meio dessa estratégia, a empresa busca oferecer um produto ou serviço único, inconfundível, com alto valor agregado. Marcas de luxo ou empresas com tecnologias exclusivas e/ou inovadoras são exemplos de organizações que utilizam a estratégia de diferenciação.
    3. Estratégia de enfoque: a estratégia de enfoque (ou de foco), por fim, é aquela que se destina a atender a uma necessidade específica no mercado, da maneira mais eficiente possível. Na estratégia de foco, há um número reduzido de clientes atendidos, por meio de um portfólio de produtos/serviços muito mais restrito (por vezes, a empresa oferece um único produto ou serviço), tornando a empresa um fornecedor crítico para aquele mercado.

    Cada uma das estratégias traz riscos e oportunidades distintos, que podem ser mais bem gerenciados por meio de arranjos contratuais, atuação preventiva e integração entre a estratégia empresarial e a estratégia jurídica da empresa.

    Vejamos alguns exemplos!

    Estratégia de custos

    Quando uma empresa adota a estratégia de custos, precisa reduzir ao máximo suas despesas, a fim de que consiga manter seu diferencial competitivo frente a outros concorrentes com a mesma estratégia.

    Um dos grandes riscos, então, acaba sendo a utilização de fornecedores que não observam a legislação trabalhista, submetendo trabalhadores a condições degradantes. Trata-se de uma situação infelizmente bastante comum, e que deve ser adequadamente gerenciada mediante um procedimento de due diligence de fornecedores – atividade cada vez mais relevante frente à importância da pauta ESG, não sendo mais aceito que a empresa simplesmente alegue que “desconhecia” as práticas de seus terceirizados ou fornecedores.

    Outro risco a que se sujeita uma empresa que adota a estratégia de custos é o reajuste do preço de seus insumos, que muitas vezes exige o repasse da alta aos consumidores (com a perda da vantagem competitiva). Para prevenir situações como essas, é importante que os contratos de fornecimento contenham cláusulas claras de reajustes de preços (com a utilização de índices compatíveis com as peculiaridades do negócio), assim como regras sobre o repasse de reajustes excepcionais ou a possibilidade de rescisão sem penalidades em caso de aumento excessivo dos custos para uma ou ambas as partes.

    Estratégia de diferenciação

    A estratégia de diferenciação costuma exigir grandes investimentos – seja em design, seja em Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação (PD&I), seja mesmo em captação e retenção de talentos.

    Para empresas que adotam essa estratégia, o apoio jurídico estará relacionado a diversas atividades, como por exemplo: proteção de propriedade intelectual (marcas, patentes, softwares), do registro perante o INPI até eventuais ações judiciais para impedir o uso indevido dos elementos diferenciadores; acordos de confidencialidade e não divulgação; planos de partnership e stock options para reter colaboradores chave para o sucesso da estratégia de diferenciação.

    Além disso, é natural que a empresa necessite de grandes quantidades de capital para desenvolver seus produtos ou serviços. Nesse ponto, poderá ser necessária a elaboração de complexos contratos com investidores, em que a assessoria jurídica auxiliará na escolha da modalidade de investimento dentre as alternativas disponíveis na legislação (como investimento anjo, mútuo conversível, sociedade em conta de participação, etc) e acompanhará todos os passos da execução do contrato de investimento, desde as tratativas iniciais (que poderão ser reguladas por meio de um Memorando de Entendimentos) até a redação e conclusão do contrato (com a liberação dos valores e conversão do investimento em participação societária, por exemplo).

    Estratégia de enfoque

    Pela estratégia de foco, o empreendedor acaba atraindo riscos relacionados ao menor nicho de mercado que irá atender – o que pode colocá-lo em desvantagem diante do risco de novos entrantes (ou seja, concorrentes que podem surgir no futuro) e produtos/serviços substitutos.

    Aqui, além das fundamentais proteções relacionadas à propriedade intelectual, é importante que os contratos com os clientes contenham cláusulas de exclusividade com duração adequada, raio de incidência bem delimitado e penalidades suficientes para preservar o investimento do empreendedor.

    Também é relevante que os contratos contenham cláusulas de não-concorrência, para evitar que os clientes da empresa desenvolvam internamente a solução que está sendo contratada; bem como cláusulas de não-solicitação, a fim de impedir que os clientes contratem empregados, sócios ou prestadores de serviço da organização, normalmente uma estratégia para internalizar aquela atividade.

    A partir dos exemplos acima, fica claro que o assessoramento jurídico é um importante aliado do planejamento estratégico, desde que haja um olhar cuidadoso e adequado sobre quais são os rumos que a organização pretende percorrer – e quais as reais necessidades jurídicas daquele negócio.

    Sergio Luiz Beggiato Junior é advogado no escritório Rücker Curi – Advocacia e Consultoria Jurídica.

  • O novo Regulamento de Transferência Internacional de Dados e os impactos das cláusulas-padrão contratuais

    O novo Regulamento de Transferência Internacional de Dados e os impactos das cláusulas-padrão contratuais

    Em um mundo cada vez mais globalizado, em que a troca de dados entre países é constante e necessária para o funcionamento de diversas atividades econômicas e tecnológicas, a Lei Geral de Proteção de dados (LGPD) impõe regras rigorosas para assegurar que os direitos dos titulares de dados sejam respeitados, mesmo quando essas informações atravessam fronteiras.

    Sobre esse assunto, no dia 23/08/2024 a Autoridade Nacional de Proteção de Dados (ANPD) publicou a Resolução CD/ANPD n. 19/2024 (“Resolução”), que estabelece os procedimentos e as regras aplicáveis às operações de transferência internacional de dados.

    Preliminarmente, vale lembrar que a transferência internacional ocorre quando o agente, de dentro ou fora do Brasil, transmite, compartilha ou disponibiliza acesso a dados pessoais para fora do território nacional. O agente transmissor é chamado de exportador, enquanto o agente que recebe os dados é chamado de importador.

    Pois bem, a transferência internacional de dados pessoais só pode ocorrer quando estiver amparada por uma base legal prevista na LGPD e por um dos seguintes mecanismos: países com proteção adequada, cláusulas-padrão contratuais, normas corporativas globais ou cláusulas contratuais específicas e, finalmente, garantias de proteção e necessidades específicas.

    Entre os mecanismos descritos acima, o instrumento das cláusulas-padrão contratuais já era conhecido em contextos legislativos internacionais (especialmente na Europa, sob a vigência do Regulamento Geral de Proteção de Dados). No contexto brasileiro, também é possível prever uma ampla utilização desse instrumento nos contratos.

    O texto das cláusulas-padrão contratuais encontra-se no mesmo Regulamento, no Anexo II, que prevê um conjunto de 24 cláusulas formuladas pela ANPD, a serem incorporadas em contratos que envolvam a transferência internacional de dados, para assegurar que os agentes exportadores e importadores de dados pessoais mantenham um nível adequado de proteção, equivalente ao exigido pela legislação brasileira. As empresas têm o prazo de 12 meses, a partir da publicação, para ajustar seus contratos.

    Ora, a utilização das cláusulas-padrão traz uma série de impactos aos contratos dos agentes. Dentre tais impactos principais, destacamos:

    Alterações aos termos do contrato: além de o texto das cláusulas-padrão não poder ser alterado, a Resolução determina também que o texto original do contrato não deve contradizer o disposto nas cláusulas-padrão. Dessa forma, o agente deverá revisar e, se necessário, alterar o disposto nos contratos para garantir a conformidade da transferência internacional.

    Distribuição de responsabilidades: as cláusulas definem claramente as responsabilidades das partes envolvidas no tratamento e proteção dos dados pessoais, atribuindo deveres específicos tanto para controladores quanto para operadores. Tais responsabilidades se dividem entre comprovação de adoção de medidas eficazes, deveres de transparência, atendimento aos direitos dos titulares, comunicação de incidentes de segurança, ressarcimento de danos e adequação a diversas modalidades de tratamento.

    Transparência: O controlador deve fornecer ao titular, se solicitado, a íntegra das cláusulas contratuais utilizadas, observados os segredos comercial e industrial, bem como publicar no seu site, em uma página específica ou integradas à Política de Privacidade, informações claras e acessíveis sobre a transferência internacional de dados.

    Risco de penalidades: o descumprimento das cláusulas-padrão pode acarretar penalidades severas, inclusive multas, além de prejudicar a reputação das empresas envolvidas.

    Definição de foro e jurisdição: qualquer discordância aos termos das cláusulas-padrão deverá ser resolvida perante os tribunais competentes no Brasil.

    Por conta de tais impactos, a renegociação de contratos entre agentes será necessária em muitos casos para incluir as cláusulas-padrão. Mais precisamente, as cláusulas-padrão da ANPD para transferências internacionais de dados pessoais impõem uma nova camada de complexidade aos contratos empresariais, exigindo revisões detalhadas, adaptações nas cláusulas e uma maior formalidade nas relações comerciais. No entanto, ao padronizar práticas e garantir a segurança jurídica, essas cláusulas contribuem para a criação de um ambiente mais seguro e confiável para a circulação de dados além das fronteiras nacionais, essencial em um mundo cada vez mais interconectado.

  • O novo Regulamento de Transferência Internacional de Dados e os impactos das cláusulas-padrão contratuais

    O novo Regulamento de Transferência Internacional de Dados e os impactos das cláusulas-padrão contratuais

    Em um mundo cada vez mais globalizado, em que a troca de dados entre países é constante e necessária para o funcionamento de diversas atividades econômicas e tecnológicas, a Lei Geral de Proteção de dados (LGPD) impõe regras rigorosas para assegurar que os direitos dos titulares de dados sejam respeitados, mesmo quando essas informações atravessam fronteiras.

    Sobre esse assunto, no dia 23/08/2024 a Autoridade Nacional de Proteção de Dados (ANPD) publicou a Resolução CD/ANPD n. 19/2024 (“Resolução”), que estabelece os procedimentos e as regras aplicáveis às operações de transferência internacional de dados.

    Preliminarmente, vale lembrar que a transferência internacional ocorre quando o agente, de dentro ou fora do Brasil, transmite, compartilha ou disponibiliza acesso a dados pessoais para fora do território nacional. O agente transmissor é chamado de exportador, enquanto o agente que recebe os dados é chamado de importador.

    Pois bem, a transferência internacional de dados pessoais só pode ocorrer quando estiver amparada por uma base legal prevista na LGPD e por um dos seguintes mecanismos: países com proteção adequada, cláusulas-padrão contratuais, normas corporativas globais ou cláusulas contratuais específicas e, finalmente, garantias de proteção e necessidades específicas.

    Entre os mecanismos descritos acima, o instrumento das cláusulas-padrão contratuais já era conhecido em contextos legislativos internacionais (especialmente na Europa, sob a vigência do Regulamento Geral de Proteção de Dados). No contexto brasileiro, também é possível prever uma ampla utilização desse instrumento nos contratos.

    O texto das cláusulas-padrão contratuais encontra-se no mesmo Regulamento, no Anexo II, que prevê um conjunto de 24 cláusulas formuladas pela ANPD, a serem incorporadas em contratos que envolvam a transferência internacional de dados, para assegurar que os agentes exportadores e importadores de dados pessoais mantenham um nível adequado de proteção, equivalente ao exigido pela legislação brasileira. As empresas têm o prazo de 12 meses, a partir da publicação, para ajustar seus contratos.

    Ora, a utilização das cláusulas-padrão traz uma série de impactos aos contratos dos agentes. Dentre tais impactos principais, destacamos:

    Alterações aos termos do contrato: além de o texto das cláusulas-padrão não poder ser alterado, a Resolução determina também que o texto original do contrato não deve contradizer o disposto nas cláusulas-padrão. Dessa forma, o agente deverá revisar e, se necessário, alterar o disposto nos contratos para garantir a conformidade da transferência internacional.

    Distribuição de responsabilidades: as cláusulas definem claramente as responsabilidades das partes envolvidas no tratamento e proteção dos dados pessoais, atribuindo deveres específicos tanto para controladores quanto para operadores. Tais responsabilidades se dividem entre comprovação de adoção de medidas eficazes, deveres de transparência, atendimento aos direitos dos titulares, comunicação de incidentes de segurança, ressarcimento de danos e adequação a diversas modalidades de tratamento.

    Transparência: O controlador deve fornecer ao titular, se solicitado, a íntegra das cláusulas contratuais utilizadas, observados os segredos comercial e industrial, bem como publicar no seu site, em uma página específica ou integradas à Política de Privacidade, informações claras e acessíveis sobre a transferência internacional de dados.

    Risco de penalidades: o descumprimento das cláusulas-padrão pode acarretar penalidades severas, inclusive multas, além de prejudicar a reputação das empresas envolvidas.

    Definição de foro e jurisdição: qualquer discordância aos termos das cláusulas-padrão deverá ser resolvida perante os tribunais competentes no Brasil.

    Por conta de tais impactos, a renegociação de contratos entre agentes será necessária em muitos casos para incluir as cláusulas-padrão. Mais precisamente, as cláusulas-padrão da ANPD para transferências internacionais de dados pessoais impõem uma nova camada de complexidade aos contratos empresariais, exigindo revisões detalhadas, adaptações nas cláusulas e uma maior formalidade nas relações comerciais. No entanto, ao padronizar práticas e garantir a segurança jurídica, essas cláusulas contribuem para a criação de um ambiente mais seguro e confiável para a circulação de dados além das fronteiras nacionais, essencial em um mundo cada vez mais interconectado.