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  • Escolha Reforma Tributária e IA: oportunidades de eficiência e crescimento no Brasil

    Escolha Reforma Tributária e IA: oportunidades de eficiência e crescimento no Brasil

    A aprovação da Reforma Tributária no Brasil, que unifica impostos indiretos em um sistema de IVA (Imposto sobre Valor Agregado), representa, além de uma simplificação histórica, uma oportunidade única para as empresas integrarem Inteligência Artificial (IA) em suas operações fiscais. Nesse cenário, a IA surge como uma ferramenta essencial para otimizar processos, reduzir custos e democratizar o acesso à gestão tributária eficiente.

    Em um país onde a complexidade tributária pode ultrapassar 1.500 horas anuais de trabalho por empresa em compliance, segundo o Banco Mundial, a combinação entre a nova legislação e tecnologias disruptivas promete revolucionar custos, agilidade e estratégias de negócios.

    IA como novo parceiro empresarial

    Com a ascensão da tecnologia, as empresas já começam a utilizar IA para revolucionar a gestão fiscal. Os benefícios são amplos e se dividem em três principais frentes:

    • Automatização e redução de custos: empresas utilizam IA para analisar as mudanças legislativas em segundos, reduzindo em até 70% o custo operacional relacionado aos impostos indiretos, de acordo com dados de pesquisa realizada pela Thomson Reuters.
    • Simulação e previsão de impactos: plataformas preditivas que utilizam Machine Learning para calcular o impacto da reforma sobre diferentes setores, permitem um planejamento financeiro mais assertivo.
    • Recuperação de créditos tributários: ferramentas identificam créditos fiscais não utilizados. A IA pode analisar os registros fiscais de uma empresa e identificar créditos negligenciados no passado, possibilitando a recuperação de recursos financeiros significativos.

    Democratizando o Planejamento Tributário

    Antes restrita às grandes corporações, as soluções de planejamento tributário agora estão acessíveis a micro e pequenos empreendedores. Aplicativos de IA na nuvem permitem que pequenos comerciantes monitorem impostos em tempo real.

    Segundo um estudo da PwC, a IA pode reduzir em até 40% a inadimplência fiscal, garantindo maior regularidade para pequenos negócios e mais arrecadação eficiente para o governo.

    Os desafios da implementação

    Apesar das vantagens, a adoção da IA na gestão tributária enfrenta alguns desafios:

    • Alto custo de implementação: algumas soluções podem ter alto custo, tornando necessárias iniciativas governamentais de incentivo, como o programa “Indústria 4.0” do BNDES, que subsidia tecnologia para pequenas empresas;
    • Falta de capacitação: um estudo do CRC revelou que 68% dos contadores brasileiros ainda não dominam ferramentas de análise de dados, indicando a necessidade de treinamentos especializados;
    • Segurança de dados: a gestão tributária digitalizada exige investimentos em cibersegurança para proteger informações sensíveis de empresas e contribuintes.

    Tecnologia e inovação a favor da eficiência fiscal

    A Reforma Tributária marca um novo capítulo na história fiscal do Brasil, e com a adoção de IA, trará ainda mais ganhos econômicos e sociais. Empresas que investirem nessa tecnologia não apenas reduzirão custos e riscos, mas também ganharão vantagem competitiva.

    O Brasil tem agora a chance de superar sua reputação de país da burocracia e se tornar uma referência em gestão fiscal inteligente. O futuro da tributação já começou, e a IA é uma das chaves para torná-lo mais simples, justo e eficiente para todos.

  • Dia da Mulher: o que ainda falta no mundo corporativo?

    Dia da Mulher: o que ainda falta no mundo corporativo?

    8 de março chega e, como um relógio bem ajustado, as empresas correm para postar homenagens nas redes sociais. Flores e bombons no escritório, mensagens motivacionais e discursos emocionados sobre a importância da mulher no ambiente de trabalho. Mas, passada a data, o que realmente muda? A desigualdade salarial continua, as barreiras para promoção seguem firmes e o assédio persiste como um fantasma que muitos preferem não enxergar. A pergunta vale ouro: onde estamos errando?

    A falsa ilusão do progresso

    Os números até parecem animadores. O número de mulheres em cargos de liderança cresceu globalmente. Em 2023, elas ocupavam 32% das posições de chefia, segundo a consultoria Grant Thornton. No Brasil, a representatividade feminina nas empresas avançou, mas ainda a passos curtos. As estatísticas podem enganar, pois quando olhamos com lupa, percebemos que a maioria dessas mulheres está em áreas como RH e marketing – longe dos centros de poder financeiro e estratégico. O topo da pirâmide corporativa ainda é um reduto masculino.

    Outro mito? A crença de que basta oferecer oportunidade que tudo se resolve. Não é tão simples. O viés inconsciente pesa. Estudos mostram que, diante de currículos idênticos, gestores ainda tendem a escolher um homem para cargos de liderança. E, quando escolhem uma mulher, ela precisa provar três vezes mais que merece estar ali.

    As amarras invisíveis

    Fala-se muito sobre a escolha da mulher em equilibrar carreira e família, mas pouco sobre o fato de que esse equilíbrio é um luxo para poucos. A jornada dupla – ou tripla – é uma realidade que freia muitas profissionais. O mercado ainda não entende que flexibilidade não é favor, mas necessidade.

    Além disso, o assédio moral e sexual segue sendo uma barreira brutal. Apesar dos avanços na denúncia e punição, a cultura do silêncio ainda impera. Quantas mulheres não hesitam em expor um chefe abusivo por medo de represália ou da perda do emprego? Sem mudanças estruturais, seguimos girando em círculos.

    O que realmente precisa mudar

    Chegamos ao ponto central: como virar esse jogo? Algumas mudanças são óbvias, mas exigem comprometimento real de todos. Primeiro, transparência salarial. Empresas que divulgam os salários de seus funcionários reduzem a diferença entre homens e mulheres. Segundo: programas de mentoria focados em mulheres, principalmente naquelas áreas onde elas ainda são minoria. Terceiro, licença parental igualitária: enquanto o cuidado com os filhos for visto como “coisa de mãe”, a mulher seguirá penalizada na carreira.

    E, por último, mas não menos importante, homens aliadosA equidade de gênero não é um problema das mulheres, mas um desafio empresarial e econômico. Não se trata de “dar espaço”, mas de reconhecer que, sem diversidade, os negócios perdem inovação e competitividade.

    8 de março pode ser mais do que um dia de postagens bonitas e clichês corporativos. Pode ser um momento de reflexão real, com compromisso e ação. Quer homenagear as mulheres da sua empresa? Comece garantindo que elas tenham voz, oportunidades e respeito todos os dias do ano. Caso contrário, melhor nem comprar as flores.

  • Inteligência Artificial no Carnaval: transforme a festa em oportunidades de negócios

    Inteligência Artificial no Carnaval: transforme a festa em oportunidades de negócios

    Com mais de um século de existência, o Carnaval é considerado a maior festa popular do Brasil, reunindo foliões de todo o território nacional, além de atrair turistas de outros países e continentes. A importância dos festejos pode ser verificada no levantamento realizado pela CNC (Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo), que projetou um crescimento de 2,1% em relação ao ano passado, ou seja, mais de R$ 12 bilhões em faturamento.

    Desse modo, é importante reforçar que todos os setores da economia são impactados pela festa popular, seja na área de produtos ou de serviços. Retomando os resultados do estudo divulgado pela confederação, os destaques vão para os segmentos de bares e restaurantes, empresas de transporte de passageiros e serviços de hospedagem (hotéis, resorts e pousadas).

    Por se tratar de um evento sazonal, o Carnaval impulsiona a produção, estoque e transporte de mercadorias, sem contar o crescimento nas ofertas de trabalho temporário. Por esse motivo, as empresas devem se preparar para atender um aumento expressivo de pedidos e assim, atender as expectativas dos foliões e aumentar seus lucros.

    Nesse sentido, as tecnologias baseadas em IA (Inteligência Artificial) podem contribuir no atendimento da mudança brusca na rotina de uma fábrica, na automação dos serviços logísticos e ainda, nos sistemas para monitoramento de segurança em instituições públicas, privadas e residenciais.

    Para entender a abrangência e possibilidades de aplicação da tecnologia na maior festa popular do país, conversamos com o coordenador dos cursos de especialização Lato Sensu (nas áreas de computação e informática) da Universidade Presbiteriana Mackenzie, Dirceu Matheus Júnior. O especialista destacou as principais funcionalidades e benefícios oferecidos no setor empresarial.

    Quais são as principais funcionalidades da IA no carnaval?

    É importante esclarecer que a tecnologia já é empregada em vários setores da economia, de modo a garantir que as empresas atendam com eficiência a experiência dos consumidores durante os festejos. Alguns exemplos práticos das funcionalidades são verificados nas análises de dados empresariais, abordando os seguintes aspectos: mídias sociais, vendas de ingressos e feedback dos consumidores, de modo a identificar tendências e preferências.

    Na avaliação do coordenador dos cursos de pós-graduação em computação do Mackenzie, outra aplicação importante da tecnologia é verificada nos chatbots e assistentes virtuais. “Quando os dispositivos são equipados com IA, têm condições de fornecer informações úteis aos foliões, como por exemplo, horário de desfiles, localização dos blocos, dicas de segurança e sugestões de transporte. Ao oferecer os dados citados, as empresas melhoram a comunicação e o atendimento ao público”.

    Outra funcionalidade que contribuiu para melhorar a segurança da população, principalmente durante as festas de Carnaval, é o dispositivo de reconhecimento facial. O equipamento pode ser empregado para facilitar a entrada dos foliões em eventos fechados, controlando o acesso às áreas restritas, e ainda, fortalecendo a segurança dos espaços particulares.

    Dirceu destaca que os sistemas de IA podem ser instalados nas câmeras de segurança, a fim de realizarem o monitoramento em tempo real. “A tecnologia aplicada nos equipamentos, identifica comportamentos suspeitos em imóveis residenciais e comerciais, além de alertar as autoridades sobre possíveis incidentes, aumentando a segurança dos foliões”, argumenta.

    Outros usos da IA são verificados em planejamento e gestão de serviços logísticos, de modo a otimizar as análises de dados históricos e predições de diferentes cenários logísticos, entre eles: rotas de desfiles, alocação de recursos e gerenciamento de eventos em áreas públicas.

    Como a IA pode aumentar a eficiência dos serviços oferecidos no Carnaval?

    O uso das tecnologias baseadas em IA oferecem soluções que vão desde a análise de comportamento dos usuários até a automação de tarefas repetitivas. Segundo o coordenador do Mackenzie, as opções disponibilizadas no mercado permitem ainda a entrega de experiências hiperpersonalizadas, um dos aspectos mais valorizados pelo setor empresarial.

    “Os algoritmos de IA conseguem prever a demanda de serviços com transporte, alimentação e acomodações, de modo que os empresários e fornecedores ajustem os pedidos e estoques de insumos. Além disso, a automação dos processos administrativos e operacionais colabora para uma gestão mais eficiente dos recursos, diminuindo custos e aumentando a eficácia na organização do evento”, esclarece Dirceu.

     Com esse entendimento, é válido acrescentar que as opções tecnológicas atendem áreas de contexto criativo, como produção de conteúdos personalizados para playlists, vídeos com recapitulação dos eventos e ainda, fantasias virtuais.

    O coordenador de computação do Mackenzie ressalta outras tecnologias importantes nas festas de Carnaval, projetadas com os recursos digitais. “Os aplicativos de IA podem integrar a realidade aumentada e virtual, a fim de oferecer experiências imersivas aos foliões. As alternativas incluem tours virtuais dos desfiles e interações com os personagens do carnaval, além de aumentarem a interação social entre os foliões. Desse modo, as empresas têm acesso a dados obtidos com base em interesses comuns e plataformas criadas para compartilharem experiências e fotos em tempo real”, conclui.

    Como foi possível observar, a IA tem o potencial de transformar as festas de Carnaval, ao disponibilizar inovações para os organizadores de eventos. Vale acrescentar que as tecnologias apontadas garantem eventos mais seguros e experiências mais positivas para os consumidores.

  • Workcation: tendência que mistura trabalho e férias ganha força, mas divide opiniões

    Workcation: tendência que mistura trabalho e férias ganha força, mas divide opiniões

    Você está numa praia maravilhosa. O som das ondas, o sol batendo no rosto, um drink gelado ao lado. Tudo perfeito. Até que o notebook apita. Você confere e lá está: um e-mail urgente. O que fazer? Deixar para depois ou responder ali mesmo, entre um gole e outro? Bem-vindo ao conceito de workcation.

    A palavra vem da junção de “work” (trabalho) e “vacation” (férias). Ou seja, uma viagem onde se mistura descanso e produtividade. Não é exatamente um home office, mas também não é um período de folga total.

    A popularidade do conceito cresceu com o avanço do trabalho remoto. Empresas perceberam que muitas funções podem ser desempenhadas em qualquer lugar do mundo. Funcionários passaram a testar novos formatos. E, assim, nasceu essa tendência.

    Aqui no Brasil, a aceitação do workcation ainda é tímida. Isso porque a cultura do trabalho tradicional ainda prevalece. Muitos gestores têm dificuldade em aceitar que um funcionário pode estar num resort e, ao mesmo tempo, ser produtivo. Afinal, se não está no escritório, será que realmente está trabalhando?

    Mesmo assim, há sinais de mudança. Profissionais autônomos e startups lideram esse movimento. Cidades turísticas já perceberam a oportunidade e estão investindo em infraestrutura para atrair nômades digitais. Florianópolis, por exemplo, virou um hub para esse novo estilo de vida.

    Cada vez mais empresas estão adotando o modelo de workcation, permitindo que seus funcionários trabalhem de qualquer lugar do mundo. O Airbnb, por exemplo, incentiva essa flexibilidade, enquanto o Dropbox implementou o conceito de “Virtual First”, eliminando a necessidade de um escritório fixo. No Spotify, o programa “Work from Anywhere” garante total liberdade geográfica para os colaboradores. No Brasil, empresas como a Resultados Digitais também investem nesse modelo, apostando na flexibilidade como forma de melhorar a qualidade de vida dos funcionários.

    Prós e contras

    Os benefícios são claros. Trabalhar em um local agradável, muitas vezes cercado pela natureza, pode reduzir o estresse e melhorar a qualidade de vida. A mudança de ambiente também pode estimular a criatividade, proporcionando novas perspectivas e ideias que dificilmente surgiriam em um escritório tradicional. Além disso, a autonomia para definir a própria rotina contribui para uma produtividade mais saudável, sem a pressão de horários rígidos.

    No entanto, nem tudo são vantagens. Um dos principais desafios do workcation é a dificuldade em estabelecer limites entre trabalho e lazer. Afinal, como garantir que um momento de descanso não seja interrompido por e-mails ou reuniões inesperadas? Além disso, a infraestrutura nem sempre acompanha a necessidade do profissional – nem todos os destinos contam com internet estável ou um espaço confortável para longas jornadas de trabalho.

    Outro obstáculo é o preconceito ainda presente no mercado, que muitas vezes associa produtividade à presença física no escritório. E, paradoxalmente, a flexibilidade pode levar ao excesso de trabalho, já que, sem uma divisão clara entre vida profissional e pessoal, há o risco de estar sempre disponível e, consequentemente, sobrecarregado.

    O workcation não é para todo mundo, mas pode ser uma alternativa interessante para aqueles que buscam mais liberdade e bem-estar sem abrir mão da performance.

    A tendência está crescendo, mas ainda precisa de ajustes. As empresas precisam aprender a confiar mais nos funcionários. Os profissionais, por sua vez, devem saber equilibrar as demandas de trabalho e descanso.

    Se bem aplicado, o workcation pode ser um grande avanço na forma como enxergamos o trabalho. Se mal gerenciado, pode ser só um disfarce para a cultura da hiperprodutividade.

    E você? Acha que conseguiria trabalhar com os pés na areia ou prefere a disciplina do escritório?

  • Workcation: tendência que mistura trabalho e férias ganha força, mas divide opiniões

    Workcation: tendência que mistura trabalho e férias ganha força, mas divide opiniões

    Você está numa praia maravilhosa. O som das ondas, o sol batendo no rosto, um drink gelado ao lado. Tudo perfeito. Até que o notebook apita. Você confere e lá está: um e-mail urgente. O que fazer? Deixar para depois ou responder ali mesmo, entre um gole e outro? Bem-vindo ao conceito de workcation.

    A palavra vem da junção de “work” (trabalho) e “vacation” (férias). Ou seja, uma viagem onde se mistura descanso e produtividade. Não é exatamente um home office, mas também não é um período de folga total.

    A popularidade do conceito cresceu com o avanço do trabalho remoto. Empresas perceberam que muitas funções podem ser desempenhadas em qualquer lugar do mundo. Funcionários passaram a testar novos formatos. E, assim, nasceu essa tendência.

    Aqui no Brasil, a aceitação do workcation ainda é tímida. Isso porque a cultura do trabalho tradicional ainda prevalece. Muitos gestores têm dificuldade em aceitar que um funcionário pode estar num resort e, ao mesmo tempo, ser produtivo. Afinal, se não está no escritório, será que realmente está trabalhando?

    Mesmo assim, há sinais de mudança. Profissionais autônomos e startups lideram esse movimento. Cidades turísticas já perceberam a oportunidade e estão investindo em infraestrutura para atrair nômades digitais. Florianópolis, por exemplo, virou um hub para esse novo estilo de vida.

    Cada vez mais empresas estão adotando o modelo de workcation, permitindo que seus funcionários trabalhem de qualquer lugar do mundo. O Airbnb, por exemplo, incentiva essa flexibilidade, enquanto o Dropbox implementou o conceito de “Virtual First”, eliminando a necessidade de um escritório fixo. No Spotify, o programa “Work from Anywhere” garante total liberdade geográfica para os colaboradores. No Brasil, empresas como a Resultados Digitais também investem nesse modelo, apostando na flexibilidade como forma de melhorar a qualidade de vida dos funcionários.

    Prós e contras

    Os benefícios são claros. Trabalhar em um local agradável, muitas vezes cercado pela natureza, pode reduzir o estresse e melhorar a qualidade de vida. A mudança de ambiente também pode estimular a criatividade, proporcionando novas perspectivas e ideias que dificilmente surgiriam em um escritório tradicional. Além disso, a autonomia para definir a própria rotina contribui para uma produtividade mais saudável, sem a pressão de horários rígidos.

    No entanto, nem tudo são vantagens. Um dos principais desafios do workcation é a dificuldade em estabelecer limites entre trabalho e lazer. Afinal, como garantir que um momento de descanso não seja interrompido por e-mails ou reuniões inesperadas? Além disso, a infraestrutura nem sempre acompanha a necessidade do profissional – nem todos os destinos contam com internet estável ou um espaço confortável para longas jornadas de trabalho.

    Outro obstáculo é o preconceito ainda presente no mercado, que muitas vezes associa produtividade à presença física no escritório. E, paradoxalmente, a flexibilidade pode levar ao excesso de trabalho, já que, sem uma divisão clara entre vida profissional e pessoal, há o risco de estar sempre disponível e, consequentemente, sobrecarregado.

    O workcation não é para todo mundo, mas pode ser uma alternativa interessante para aqueles que buscam mais liberdade e bem-estar sem abrir mão da performance.

    A tendência está crescendo, mas ainda precisa de ajustes. As empresas precisam aprender a confiar mais nos funcionários. Os profissionais, por sua vez, devem saber equilibrar as demandas de trabalho e descanso.

    Se bem aplicado, o workcation pode ser um grande avanço na forma como enxergamos o trabalho. Se mal gerenciado, pode ser só um disfarce para a cultura da hiperprodutividade.

    E você? Acha que conseguiria trabalhar com os pés na areia ou prefere a disciplina do escritório?

  • Planejamento orçamentário é imprescindível para empresas superarem 2025

    Planejamento orçamentário é imprescindível para empresas superarem 2025

    O cenário econômico de 2025 vem exigindo das empresas brasileiras um nível de maturidade que vai muito além do simples controle de custos. A complexidade do ambiente de negócios, marcado por instabilidades políticas, econômicas e jurídicas, criou um contexto desafiador para prosperar e crescer de forma sustentável. Com taxas de juros elevadas e capital cada vez mais escasso, a gestão financeira estratégica deixa de ser um diferencial competitivo e passa a ser condição de sobrevivência.

    Tal realidade exige uma leitura mais afinada de indicadores monetários. Métricas tradicionais, como controle de despesas, margem de contribuição e EBITDA, embora fundamentais, representam apenas a superfície das análises.

    Em contrapartida, a grande maioria das organizações ainda enfrenta desafios básicos: a falta de previsibilidade orçamentária, a subestimação de riscos e fluxos de caixa deficitários são problemas recorrentes, inclusive, entre empresas de médio e grande porte.

    O planejamento orçamentário, antes visto como um simples exercício contábil, precisa ser entendido como um instrumento dinâmico. O novo contexto demanda um olhar aprofundado sobre estrutura de capital, grau de endividamento, retorno sobre o patrimônio líquido (ROE) e outras métricas que garantam uma tomada de decisão baseada em dados reais.

    O problema é que, historicamente, para muitas empresas no Brasil, controle de finanças se resume a um fluxo de caixa básico, sem projeções detalhadas de cenários, reservas e muito menos mecanismos claros de mitigação de riscos. E é exatamente essa fragilidade que precisa ser corrigida, sob pena de inviabilizar a sustentabilidade do negócio.

    Um dos erros mais comuns é tratar o orçamento como um documento estático, elaborado uma vez por ano e revisado esporadicamente. O atual cenário de volatilidade econômica, por exemplo, impõe a necessidade de um modelo de revisão periódica e ajustes constantes.

    Empresas que adotam uma abordagem proativa, ajustando suas estratégias conforme o mercado, estão mais preparadas para enfrentar desafios e identificar oportunidades de crescimento. A automação de processos e o uso de ferramentas de análise preditiva também são aliados fundamentais nessa jornada.

    Com o custo do dinheiro mais alto, é fundamental que as empresas revisitem as suas estruturas operacionais em busca de eficiência. Isso envolve desde a renegociação de contratos com fornecedores até a reestruturação de processos internos, garantindo que cada real investido gere retorno.

    É essencial também entender que, em cenários de crise ou crescimento, a alocação de recursos precisa ser mais estratégica. O investimento pode vir antes do retorno e a empresa precisa estar preparada para sustentar esse período. 

    Se o objetivo é ampliar antes de crescer receita, é necessário aumentar equipe, espaço físico ou estoque. Em marketing, por exemplo, investir mais pode gerar melhores resultados, mas nem sempre o retorno acontece na proporção esperada.

    Além disso, o ROE pode se comportar de forma diferente conforme o momento econômico. Se antes a empresa investia R$ 1,00 para um retorno de R$ 1,30, agora pode trazer apenas R$ 1,20. Essa diferença impacta diretamente o caixa ao longo do ano e pode, ainda, comprometer a saúde financeira do negócio. Por isso, um planejamento orçamentário robusto precisa prever oscilações e construir planos alternativos.

    Ao elaborar esse planejamento é essencial mapear os períodos de maior fragilidade do caixa e como operar sem travar. Pequenas margens competitivas podem ser gerenciadas, mas se diversas variáveis adversas se acumularem, a empresa vai enfrentar dificuldades sérias. 

    O planejamento orçamentário entra justamente para evitar essas surpresas e permitir que decisões sejam tomadas de forma antecipada. Essa abordagem fortalece a sustentabilidade financeira dos negócios.

    É preciso uma visão clara sobre alavancas de crescimento. Com capital restrito, as empresas precisarão buscar alternativas para financiamento, parcerias estratégicas e modelos de negócio mais enxutos e sustentáveis.

    Por outro lado, em companhias com conjecturas mais bem estruturadas, a previsibilidade aumenta significativamente, permitindo que tomem decisões mais assertivas e blindem seus negócios contra oscilações do mercado. Ou seja, estar um passo à frente é mais um ativo valioso.

    E, embora o cenário econômico de 2025 traga desafios significativos, também abrirá espaço para aqueles que estiverem preparados para atuar de maneira estruturada e disciplinada. A história do empresariado brasileiro é marcada por resiliência e capacidade de adaptação.

    O planejamento orçamentário, aliado a uma gestão financeira profissionalizada, será um diferencial para garantir a continuidade e o crescimento nos próximos anos. As organizações que compreenderem essa dinâmica – e implementarem processos mais sofisticados – estarão em posição de vantagem.

    O futuro pertence às empresas que planejam. E, em 2025, esse delineamento precisará ser mais robusto, realista e estratégico do que nunca.

  • Futuro dos chatbots: principais tendências para 2025

    Futuro dos chatbots: principais tendências para 2025

    O uso de chatbots no Brasil tem crescido de forma significativa nos últimos anos, impulsionado por avanços tecnológicos, mudanças no comportamento do consumidor e a busca por eficiência operacional. As empresas brasileiras estão cada vez mais adotando essa tecnologia para melhorar a interação com os clientes e otimizar processos internos. O número de chatbots no Brasil deve ultrapassar 1 milhão em 2025, com os setores de varejo, bancos e saúde liderando a adoção da nova tecnologia.

    Estima-se que, em 2024, quase 7 bilhões de mensagens foram trocadas entre consumidores e ferramentas de chatbots em 2024. Esses assistentes digitais, que antes eram limitados a respostas pré-programadas e interações básicas, tiveram uma rápida evolução com a integração da Inteligência Artificial e Programação de Linguagem Natural (PLN), e redefiniram a maneira como as empresas interagem com seus clientes, oferecendo suporte 24/7, personalização avançada e uma experiência de usuário mais fluida e intuitiva.

    Neste sentido, há quatro tendências principais que considero estarem moldando o futuro dos chatbots que, além de transformarem a experiência do cliente, também serão primordiais para as empresas se manterem competitivas no mercado digital em rápida evolução.  

    Interações cada vez mais humanas
    Uma das tendências mais significativas é o desenvolvimento de interações cada vez mais humanas. Avanços nos modelos de processamento de linguagem natural e aprendizado de máquina estão permitindo que os chatbots compreendam o contexto, as nuances e as emoções nas conversas dos usuários com maior precisão.  

    Isso permite diálogos mais naturais e envolventes, nos quais os bots podem adaptar suas respostas com base no estado emocional do usuário. Ou seja, se um usuário estiver frustrado ou confuso, o assistente pode ajustar seu tom e abordagem para oferecer suporte mais empático e eficaz, impactando diretamente na experiência do cliente.

    Mais consciência contextual para a máquina
    Digamos que você esteja comprando um laptop online. Um chatbot aparece, não apenas para ajudar você com informações genéricas: o sistema reconhece que você está navegando por uma determinada categoria de produtos, tarde da noite, provavelmente da sua casa. O bot, então, recupera o seu histórico de navegação da semana passada – quando procurava por laptops para jogos – e pergunta se você ainda tem interesse ou precisa de recomendações para outro tipo de equipamento.

    Este cenário exemplifica o futuro da consciência contextual em soluções aprimoradas de chatbots, em que o agente virtual entende não apenas a consulta imediata, mas também todo o contexto (dispositivo, hora, interações anteriores), elaborando respostas que parecem incrivelmente personalizadas. Essa profundidade de compreensão vai transformar o atendimento ao cliente de uma mera troca de informações para um diálogo significativo e rico em contexto.

    Personalização aprimorada
    A personalização é outra tendência bastante importante, e que deve continuar a ser desenvolvida com a melhoria dos modelos de IA. Algoritmos de aprendizado profundo vão continuar revolucionando a maneira como os chatbots personalizam as interações com os usuários, analisando grandes quantidades de dados para oferecer experiências personalizadas, recomendações de produtos e suporte proativo. Por exemplo, um chatbot de varejo pode sugerir produtos com base nas compras anteriores e no histórico de navegação de um cliente. Essa capacidade de antecipar as necessidades dos usuários e oferecer soluções antes mesmo de serem solicitadas não só melhora a eficácia do suporte, mas também aumenta a satisfação e a fidelidade do cliente.

    Experiência do cliente omnichannel
    O futuro promete uma experiência omnichannel integrada e sem interrupções, graças a interfaces de conversação e bots com tecnologia de IA, eliminando as barreiras entre diversos canais de comunicação.  

    Imagine iniciar uma consulta por meio de um chatbot no site de uma empresa e, sem resolução, ter que sair. Mais tarde, você se lembra de fazer o acompanhamento enquanto navega pelas redes sociais e, ao enviar uma mensagem, o chatbot continua exatamente de onde você parou, sem necessidade de repetição.

    Essa fluidez aprimora a experiência do cliente, garantindo que a ajuda esteja disponível e informada de forma consistente em todas as plataformas, tornando as interações mais suaves e eficientes.

    Em conclusão, à medida que a tecnologia de chatbots continua a evoluir, a combinação de consciência contextual, personalização aprimorada e uma experiência omnichannel integrada promete revolucionar o atendimento ao cliente. Os assistentes virtuais se tornarão mais intuitivos e capazes de oferecer suporte de forma proativa, atendendo às necessidades dos usuários de maneira mais eficiente e empática. Essa transformação não apenas vai melhorar a satisfação do cliente, mas também fortalece a lealdade à marca, criando interações significativas e duradouras.

  • O futuro do e-commerce em 2025: tendências e oportunidades para crescer

    O futuro do e-commerce em 2025: tendências e oportunidades para crescer

    O e-commerce segue em constante evolução, e 2025 promete ser um ano de grandes transformações impulsionadas por mudanças no comportamento do consumidor, avanços tecnológicos e novas estratégias de marketing digital. Para médias e grandes empresas, compreender essas mudanças e se antecipar às oportunidades será fundamental para garantir crescimento sustentável e competitividade no setor. O desafio não é apenas acompanhar as novas tendências, mas integrá-las de forma eficiente às operações, garantindo escalabilidade e diferenciação no setor cada vez mais disputado.

    Com o mercado brasileiro de e-commerce projetado para faturar R$ 224,7 bilhões em 2025, segundo a ABComm, a simples presença digital já não é suficiente. As companhias que souberem combinar estratégia, tecnologia e inteligência de dados tendem a maximizar seu retorno sobre investimento e consolidar um posicionamento forte. 

    Nesse contexto, a transformação digital deve ser pensada de maneira estratégica, priorizando a experiência do consumidor e a automação dos processos. Entre as principais tendências que moldarão o comércio eletrônico neste ano, quatro aspectos se destacam:

    Expansão da personalização em escala com IA

    A inteligência artificial (IA) está revolucionando a forma como as empresas interagem com os consumidores, tornando as experiências de compra cada vez mais personalizadas e eficientes. Neste ano, a personalização em escala será ainda mais sofisticada, permitindo que marcas ofereçam recomendações altamente individualizadas com base em dados de comportamento e preferências do usuário.

    O uso de algoritmos avançados possibilita a análise em tempo real do histórico de navegação e compra dos consumidores, ajustando automaticamente vitrines virtuais, ofertas e campanhas de marketing para aumentar a conversão. Além disso, ferramentas de IA generativa estão facilitando a criação de conteúdos específicos para cada perfil de cliente, tornando a comunicação mais assertiva. Quem investir nessa tecnologia terá uma vantagem competitiva significativa, reduzindo atritos no funil de vendas e maximizando o lifetime value do cliente.

    Crescimento do retail media como canal estratégico

    O retail media tem se consolidado como uma das principais alavancas de crescimento para o e-commerce, transformando plataformas de varejo em espaços estratégicos de publicidade. O modelo permite que marcas invistam diretamente em mídia dentro dos ambientes digitais onde seus produtos são vendidos, impactando os consumidores em momentos decisivos da jornada de compra e aumentando a previsibilidade do retorno sobre investimento.

    Uma pesquisa recente da Newtail revelou que 79% das indústrias brasileiras já utilizam retail media, e 100% delas consideram como uma das principais tendências varejistas. O investimento global em mídia no varejo deve atingir US$ 110 bilhões em 2026, ultrapassando os gastos com Social e Search. Com a possibilidade de segmentação avançada e integração de dados de compra, a abordagem possibilita que as marcas direcionem suas campanhas de forma mais eficiente, otimizando a conversão e fortalecendo o relacionamento com os consumidores.

    Estratégias de longo prazo para evitar dependência de sazonalidades

    A Black Friday e outras datas comerciais continuam sendo relevantes para impulsionar o faturamento, mas a dependência excessiva dessas sazonalidades pode limitar o crescimento sustentável. Hoje, o desafio é construir estratégias que priorizem a fidelização e o engajamento contínuo ao longo do ano, evitando oscilações bruscas de receita e garantindo previsibilidade financeira.

    Para alcançar um equilíbrio, marcas devem apostar em programas de assinatura, benefícios exclusivos para clientes recorrentes e campanhas baseadas em jornadas personalizadas. O uso de dados comportamentais para criar ofertas relevantes em momentos planejados pode ampliar o ticket médio e a retenção de clientes. Estratégias omnichannel que integram lojas físicas e digitais também se tornam importantes para criar pontos de contato constantes e fortalecer o vínculo com o consumidor.

    Marketing de conteúdo interativo

    Em um ambiente digital cada vez mais competitivo, captar e manter a atenção do consumidor é um desafio constante. O marketing de conteúdo interativo surge como uma solução eficaz para aumentar o engajamento e otimizar as taxas de conversão. Esse formato inclui quizzes, vídeos explicativos, experiências imersivas e gamificação, tornando a experiência de compra mais dinâmica e envolvente.

    De acordo com um estudo da Design Hill, 93% dos profissionais de marketing consideram o conteúdo interativo mais eficaz para educar potenciais compradores do que os formatos estáticos. Isso melhora a retenção da informação e incentiva a participação ativa do consumidor, criando um vínculo mais forte com a marca. Empresas que investirem nesse tipo de conteúdo terão uma vantagem competitiva ao transformar a comunicação digital em um canal mais atrativo e eficiente para a tomada de decisão de compra.

    Fato é que o cenário do e-commerce para 2025 será marcado por um ambiente de inovação contínua, no qual a adoção de novas tecnologias e estratégias será essencial para a diferenciação e o crescimento sustentável. A personalização impulsionada por IA, o fortalecimento do retail media, a construção de estratégias de longo prazo e o marketing de conteúdo interativo são apenas algumas das principais tendências que devem moldar o setor nos próximos meses. Para médias e grandes empresas, o sucesso estará atrelado à capacidade de adaptação e à implementação dessas estratégias de forma integrada, garantindo uma experiência mais fluida e eficiente para os consumidores.

  • O futuro do e-commerce em 2025: tendências e oportunidades para crescer

    O futuro do e-commerce em 2025: tendências e oportunidades para crescer

    O e-commerce segue em constante evolução, e 2025 promete ser um ano de grandes transformações impulsionadas por mudanças no comportamento do consumidor, avanços tecnológicos e novas estratégias de marketing digital. Para médias e grandes empresas, compreender essas mudanças e se antecipar às oportunidades será fundamental para garantir crescimento sustentável e competitividade no setor. O desafio não é apenas acompanhar as novas tendências, mas integrá-las de forma eficiente às operações, garantindo escalabilidade e diferenciação no setor cada vez mais disputado.

    Com o mercado brasileiro de e-commerce projetado para faturar R$ 224,7 bilhões em 2025, segundo a ABComm, a simples presença digital já não é suficiente. As companhias que souberem combinar estratégia, tecnologia e inteligência de dados tendem a maximizar seu retorno sobre investimento e consolidar um posicionamento forte. 

    Nesse contexto, a transformação digital deve ser pensada de maneira estratégica, priorizando a experiência do consumidor e a automação dos processos. Entre as principais tendências que moldarão o comércio eletrônico neste ano, quatro aspectos se destacam:

    Expansão da personalização em escala com IA

    A inteligência artificial (IA) está revolucionando a forma como as empresas interagem com os consumidores, tornando as experiências de compra cada vez mais personalizadas e eficientes. Neste ano, a personalização em escala será ainda mais sofisticada, permitindo que marcas ofereçam recomendações altamente individualizadas com base em dados de comportamento e preferências do usuário.

    O uso de algoritmos avançados possibilita a análise em tempo real do histórico de navegação e compra dos consumidores, ajustando automaticamente vitrines virtuais, ofertas e campanhas de marketing para aumentar a conversão. Além disso, ferramentas de IA generativa estão facilitando a criação de conteúdos específicos para cada perfil de cliente, tornando a comunicação mais assertiva. Quem investir nessa tecnologia terá uma vantagem competitiva significativa, reduzindo atritos no funil de vendas e maximizando o lifetime value do cliente.

    Crescimento do retail media como canal estratégico

    O retail media tem se consolidado como uma das principais alavancas de crescimento para o e-commerce, transformando plataformas de varejo em espaços estratégicos de publicidade. O modelo permite que marcas invistam diretamente em mídia dentro dos ambientes digitais onde seus produtos são vendidos, impactando os consumidores em momentos decisivos da jornada de compra e aumentando a previsibilidade do retorno sobre investimento.

    Uma pesquisa recente da Newtail revelou que 79% das indústrias brasileiras já utilizam retail media, e 100% delas consideram como uma das principais tendências varejistas. O investimento global em mídia no varejo deve atingir US$ 110 bilhões em 2026, ultrapassando os gastos com Social e Search. Com a possibilidade de segmentação avançada e integração de dados de compra, a abordagem possibilita que as marcas direcionem suas campanhas de forma mais eficiente, otimizando a conversão e fortalecendo o relacionamento com os consumidores.

    Estratégias de longo prazo para evitar dependência de sazonalidades

    A Black Friday e outras datas comerciais continuam sendo relevantes para impulsionar o faturamento, mas a dependência excessiva dessas sazonalidades pode limitar o crescimento sustentável. Hoje, o desafio é construir estratégias que priorizem a fidelização e o engajamento contínuo ao longo do ano, evitando oscilações bruscas de receita e garantindo previsibilidade financeira.

    Para alcançar um equilíbrio, marcas devem apostar em programas de assinatura, benefícios exclusivos para clientes recorrentes e campanhas baseadas em jornadas personalizadas. O uso de dados comportamentais para criar ofertas relevantes em momentos planejados pode ampliar o ticket médio e a retenção de clientes. Estratégias omnichannel que integram lojas físicas e digitais também se tornam importantes para criar pontos de contato constantes e fortalecer o vínculo com o consumidor.

    Marketing de conteúdo interativo

    Em um ambiente digital cada vez mais competitivo, captar e manter a atenção do consumidor é um desafio constante. O marketing de conteúdo interativo surge como uma solução eficaz para aumentar o engajamento e otimizar as taxas de conversão. Esse formato inclui quizzes, vídeos explicativos, experiências imersivas e gamificação, tornando a experiência de compra mais dinâmica e envolvente.

    De acordo com um estudo da Design Hill, 93% dos profissionais de marketing consideram o conteúdo interativo mais eficaz para educar potenciais compradores do que os formatos estáticos. Isso melhora a retenção da informação e incentiva a participação ativa do consumidor, criando um vínculo mais forte com a marca. Empresas que investirem nesse tipo de conteúdo terão uma vantagem competitiva ao transformar a comunicação digital em um canal mais atrativo e eficiente para a tomada de decisão de compra.

    Fato é que o cenário do e-commerce para 2025 será marcado por um ambiente de inovação contínua, no qual a adoção de novas tecnologias e estratégias será essencial para a diferenciação e o crescimento sustentável. A personalização impulsionada por IA, o fortalecimento do retail media, a construção de estratégias de longo prazo e o marketing de conteúdo interativo são apenas algumas das principais tendências que devem moldar o setor nos próximos meses. Para médias e grandes empresas, o sucesso estará atrelado à capacidade de adaptação e à implementação dessas estratégias de forma integrada, garantindo uma experiência mais fluida e eficiente para os consumidores.

  • Regulação da IA no Brasil: Um delicado equilíbrio entre inovação e proteção

    Regulação da IA no Brasil: Um delicado equilíbrio entre inovação e proteção

    A regulação da Inteligência Artificial (IA) no Brasil tem sido um tema de crescente importância e debate nos últimos meses, impulsionada, sem dúvidas, pelo inegável avanço tecnológico e crescente popularidade de ferramentas de IA em nosso dia a dia. Houve com um avanço significativo na aprovação de legislações que buscam equilibrar inovação tecnológica e proteção dos direitos individuais e coletivos. Em 2024, o Senado aprovou uma proposta de regulação da IA (o Projeto de Lei n.º 2338/2023, de autoria do atual Presidente do Senado, Rodrigo Pacheco), que ainda precisa ser discutida e aprovada na Câmara dos Deputados em 2025. Esse marco legislativo surge quando o mundo discute como lidar com as rápidas inovações tecnológicas proporcionadas pela IA, e o Brasil não está imune a essas questões globais.

    A proposição aprovada pelos senadores adota uma posição alinhada à legislação europeia, o EU Artificial Intelligence Act, em vigor desde julho de 2024, colocando a pessoa humana como foco da regulamentação, buscando a preservação dos direitos dos humanos frente aos avanços tecnológicos, algo que remete a conceitos similares aos da Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD). Tal abordagem visa assegurar que as empresas que operam no Brasil, especialmente as que lidam com IA, priorizem os direitos dos cidadãos, protegendo-os de abusos que possam surgir do uso inadequado ou descontrolado de tecnologias emergentes, requerendo, para tanto, processos maduros de governança interna nessas companhias. O Brasil inova ainda ao proteger também os direitos autorais de obras eventualmente utilizadas para treinamento das plataformas de AI, algo que não encontra paralelo na legislação europeia.

    A regulação da IA no Brasil, ao garantir que o uso dessas tecnologias seja realizado de forma ética, também propõe a implementação de estruturas robustas de governança e compliance dentro das empresas. Em um cenário no qual as grandes corporações dominam o mercado de IA e outros avanços tecnológicos, a lei pretende equilibrar o poder entre as empresas de tecnologia e a necessidade de proteção de direitos fundamentais. Nesse sentido, a legislação exige uma grande maturidade de empresas que se propõem a atuar na área (tanto como fornecedoras, como usuárias), recaindo sobre essas a responsabilidade de analisar os possíveis impactos de cada ferramenta, adotando as medidas mitigantes correspondentes, o que pode se tornar um grande desafio para as corporações, que precisarão ter um conhecimento profundo de suas operações, clientes e parceiros, e adaptar suas políticas internas e garantir que estão em conformidade com as normas estabelecidas.

    No aspecto ético, a questão da IA é uma das mais discutidas no contexto brasileiro, o que ganha relevância frente ao impacto do novo governo dos Estados Unidos sob a liderança de Donald Trump. Lá, o presidente tem se alinhado com as grandes empresas de tecnologia (as Big Techs) e propôs um discurso que prioriza a desregulamentação da IA e da tecnologia em geral. O impacto de uma postura como essa é considerável, pois, ao incentivar um modelo de desregulamentação, Trump pode minar os esforços globais em busca de uma abordagem mais equilibrada e controlada no uso de IA. Esse movimento poderá gerar tensões nos mercados internacionais, com implicações diretas sobre os países em desenvolvimento, como o Brasil, que têm se empenhado em estabelecer uma regulação mais rígida, mas que pode ser confrontada com interesses econômicos mais liberais.

    Para as empresas brasileiras, a adoção de uma regulamentação rigorosa, como a proposta, traz desafios e oportunidades. Se, por um lado, as obrigações de compliance podem resultar em custos adicionais e exigências administrativas, por outro, a regulação pode criar um ambiente de maior confiança para consumidores e investidores. A responsabilidade de as empresas olharem para si e adotarem políticas e medidas de governança adequadas aos riscos de suas operações não deve soar de todo estranha ao empresário brasileiro, tendo em vista já ter sido adotada em legislações mais recentes, como por exemplo a LGPD e a Lei Anticorrupção (Lei 12.846/13). Nesses exemplos, a adoção de práticas mais sustentáveis de governança interna trouxe uma bem-vinda maturidade a organizações, sendo muito recebidas de forma bastante positiva por clientes e parceiros de negócio, em um ambiente de negócios cada vez mais sofisticado.

    A criação de um marco legal para a IA também pode servir de modelo para outras nações latino-americanas, posicionando o Brasil como líder na regulação responsável dessa tecnologia no continente. No entanto, é necessário avaliar com cautela como as empresas poderão se adaptar a essas exigências, especialmente as pequenas e médias empresas que podem encontrar dificuldades em implementar as práticas de governança exigidas.

    Outro aspecto relevante é o impacto da regulação sobre os direitos autorais em um cenário de IA. Em um cenário em que somos impactados diariamente com obras que tenham sido criadas ou de alguma maneira auxiliadas por ferramentas de IA. A proposta em debate busca estabelecer um equilíbrio entre os direitos de empresas inovadoras e daqueles artistas cujas obras são utilizadas para “treinar” sistemas de IA. Por exemplo, no setor de música e entretenimento, isso pode redefinir royalties e a divisão de receitas de produções automatizadas com IA, alterando significativamente o panorama dos negócios em áreas como a produção de conteúdo digital, o entretenimento e a publicidade, por exemplo, onde o uso de IA está cada vez mais presente (exemplos não faltam, mas recomendo aqui a música “mais recente” dos Beatles, “Now and Then”, reconstituída com auxílio de IA). Com isso, as empresas precisarão repensar suas estratégias de monetização e garantir que seus modelos de negócios estejam alinhados com as novas exigências legais.

    A urgência dessa regulação é algo que segue sendo reforçado por especialistas do setor tecnológico e jurídico no Brasil. Em comum, é sempre destacado que a regulação da IA trata-se de um passo fundamental e urgente para garantir que a tecnologia seja utilizada de forma responsável e benéfica para a sociedade. Esses agentes enfatizam que, sem um marco regulatório claro, o Brasil corre o risco de se tornar um mercado vulnerável para o uso descontrolado de IA, com impactos negativos tanto para os consumidores quanto para as empresas.

    A regulação da IA no Brasil será um divisor de águas no desenvolvimento tecnológico e no ambiente de negócios do país. As empresas terão de adaptar suas práticas de governança, compliance e ética para atender às novas exigências legais, ao mesmo tempo em que o Brasil poderá se posicionar como um exemplo de regulação responsável no cenário global. No entanto, o impacto das tendências globais, como as adotadas pelo governo de Donald Trump, e a pressão das grandes empresas de tecnologia, pode colocar desafios adicionais, especialmente se o país não conseguir equilibrar de forma eficaz os interesses econômicos e a proteção dos direitos dos cidadãos. É necessário, portanto, acompanhar de forma bastante atenta os debates que ocorrerão sobre o projeto de lei, agora na Câmara dos Deputados, e se os congressistas serão de alguma forma impactados com a postura encampada pelos EUA.

    Em última análise, o sucesso da regulação dependerá de sua capacidade de acompanhar a rápida evolução da tecnologia sem sufocar a inovação. Se implementada corretamente, essa regulação não apenas protegerá os cidadãos, mas também criará um ambiente propício para o crescimento sustentável da IA no Brasil, beneficiando empresas, consumidores e a sociedade como um todo.