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  • Varejo Omnichannel: A transformação está nos dados

    Varejo Omnichannel: A transformação está nos dados

    O varejo, como conhecíamos, definitivamente não existe mais. O comportamento dos consumidores mudou de forma totalmente irreversível nos últimos dez anos a partir do acesso facilitado a informações sobre produtos e serviços, a qualquer momento e em qualquer lugar. Este verdadeiro empoderamento digital está redefinindo o varejo, exigindo que as empresas do setor se adaptem rápida e continuamente a um ambiente no qual a experiência do cliente é fundamental. E a chave para atingir esse objetivo e inovar está no uso estratégico dos dados. 

    Conhecer profundamente o comprador, seus hábitos de consumo e antecipar suas necessidades é mandatório, a chamada visão “Customer 360”. Especialmente com a convergência dos canais físicos e digitais de compras, em uma estratégia cada vez mais omnichannel, os consumidores esperam uma experiência fluida e integrada, sem se importar onde estão comprando. E isso é uma oportunidade inigualável para quem sabe usar os dados e analytics de maneira estratégica. 

    O varejista precisa saber analisar cuidadosamente seus dados de negócios e em cada interação com os clientes. Informações sobre comportamento de navegação online no e-commerce e histórico de interações (que podem terminar em compra ou não) são alguns exemplos que podem revelar padrões importantes de cada consumidor. No entanto, essa análise não é fácil, pois a quantidade de informações coletadas diariamente pelos varejistas é enorme e chega por meio de diversas fontes, desde canais de atendimento, apps e sites, até soluções de mapas de calor e análises de fluxo dentro das lojas. 

    Reunir e estruturar todos esses dados de forma coesa e acessível é um dos maiores desafios enfrentados atualmente. Para criar uma visão completa sobre o que os consumidores buscam, é preciso superar esta fragmentação de informações. Ao integrar todos os dados, as empresas passam a transformar informações brutas em insights valiosos, que possibilitam decisões mais rápidas, assertivas, estratégicas e focadas no cliente. 

    Mas não basta apenas integrar dados. É fundamental que a base das informações tenha qualidade e governança. Esses dados precisam passar por algumas etapas que garantam sua integridade, privacidade, segurança e que estejam o mais atualizados possível, disponíveis no detalhamento correto para o usuário correto. Esse processo garante que os dados sejam contextualizados, organizados e possam ser utilizados de maneira eficaz como uma ferramenta poderosa. Essas ações impactam diretamente o desempenho do negócio, e, ao não se dar a devida importância a esse processo, com dados de baixa qualidade e mal-governados, o “negócio” varejo certamente enfrentará problemas em toda operação, refletindo diretamente no resultado. 

    Com um papel crucial na cadeia de suprimentos atual, as lojas físicas estão se transformando e funcionando como centros de experiências para compradores e hubs logísticos, indo além de simples pontos de vendas. Durante eventos de alta demanda, como a Black Friday, nos quais a capacidade para lidar com os enormes aumentos nas vendas e uma logística altamente eficaz são colocadas à prova, a necessidade de atuar com dados integrados, governados e de qualidade é ainda mais evidente. 

    Vale ressaltar que os dados devidamente analisados devem ser democratizados e não podem ficar centralizados em seus silos de origem. Os funcionários das lojas precisam ter acesso a informações contextualizadas em tempo real para que possam otimizar processos para gestões mais eficientes e tomar decisões mais rápidas diretamente com o cliente, na prateleira ou no back office. Dessa forma, há maior integração em toda cadeia do varejo, da loja ao supply chain, com controle eficaz do estoque, logística e distribuição rápidas e eficazes, tornando as experiências de compras diferenciadas de ponta a ponta. 

    O aproveitamento de grandes quantidades de dados, provenientes de diversas fontes, capacita o setor a adotar medidas mais embasadas, reduzindo o desperdício, melhorando o atendimento ao consumidor e maximizando as margens. Essa nova era do varejo tem a automação e analytics em tempo real como base das operações, e o cliente no centro das estratégias. Portanto, o caminho para um futuro de sucesso no setor passa pela retirada dos dados dos silos em que estão, pela integração das operações e pelo analytics integrado ao processo de decisão. Os varejistas que adotarem essa abordagem conseguirão estruturar e organizar este ecossistema complexo de dados para gerar valor aos negócios, construindo uma relação mais forte e duradoura com os seus compradores, além de acompanhar as mudanças e a evolução do mercado rumo ao Varejo Omnichannel. Isso é o que determinará o sucesso no cenário competitivo atual.

    Por Cesar Ripari, Diretor de Pré-vendas para a América Latina da Qlik

  • Faça a sua empresa performar bem no último trimestre do ano

    Faça a sua empresa performar bem no último trimestre do ano

    Estamos oficialmente no último trimestre de 2024 e se você possui o papel de liderança em alguma empresa, é provável que já esteja pensando em maneiras para fechar esse ciclo bem, entregando uma performance de qualidade, para que assim, seja possível começar o próximo ano com resultados positivos. Porém, será que existe um caminho específico a ser seguido para fazer dar certo?

    A resposta é: não! Cada empresa é única e mesmo que apresente serviços ou até produtos parecidos com um ou mais concorrentes, não dá para se igualar e querer seguir um padrão para todos. Afinal, o que foi bom para uma pode não funcionar para o outra e vice-versa. Além de que é fundamental saber o histórico da organização ao longo do ano, para que possamos identificar erros e acertos.

    Se o que você está fazendo vem dando certo há um tempo e apresentando resultados satisfatórios de acordo com os objetivos estabelecidos no planejamento, provavelmente a empresa está caminhando na direção desejada. Te aviso, isso é raro! Ou você tem uma equipe realmente sensacional ou suas metas não são ambiciosas o suficiente. E “estar  indo bem” não é impeditivo para melhorias e eventuais ajustes, mas é um cenário mais “fácil” de se manter durante o último tri, trabalhando de forma consistente.

    O mais difícil mesmo é quando você percebe que as ações não estão funcionando e que os resultados estão abaixo do esperado ou demorando muito mais do que o planejado. O que é mais comum de acontecer, por diferentes motivos. Essa situação é um sinal de que é necessário rever as estratégias e entender o que não está funcionando direito, para que seja viável fazer ajustes de rota e garantir que a sua empresa se recupere e performe bem durante esses últimos três meses do ano.

    Para tornar esse processo mais eficiente, você pode adotar os OKRs – Objectives and Key Results (Objetivos e Resultados Chaves) -, que irão ajudar muito a sua gestão a focar no que realmente vai te aproximar mais do resultado desejado. Para conseguir chegar lá, escolha um objetivo e defina os resultados que quer atingir, que mais vão contribuir para o resultado maior. Talvez você não consiga mais do que um, deixe os outros, se não nem este um você vai conseguir atingir.

    Porém, o gestor não precisa e, não deve, passar por esse momento de ajustes sozinho. Uma das premissas dos OKRs é que os colaboradores participem ativamente junto com o líder, fazendo parte dessas construções. Claro, cada um respeitando a sua função, mas sabendo como sua tarefa influencia no todo. Desta forma, o time consegue colaborar de forma eficaz, sabendo o que precisam fazer.

    O ponto que gosto de reforçar é que talvez o resultado do ano, olha de maneira geral, não seja atingido como esperado anteriormente, mas pelo menos nesta última sprint, você e seu time aprenderam a colaborar e a focar melhor, sendo orientados a trabalhar pelo resultado, o que considero o modelo ideal. Acredite em mim, esse é só o começo da construção de um 2025 diferente.

  • A influência das redes sociais na saúde mental e na produtividade

    A influência das redes sociais na saúde mental e na produtividade

    A todo momento, damos aquela olhada no Instagram para ver o que os amigos estão fazendo. Uma leitura rápida de um texto sobre política no Facebook, um like numa nova dança no TikTok. No WhatsApp, amigos enviam figurinhas engraçadas, enquanto grupos corporativos discutem atividades e reuniões. Isso acontece antes, durante e depois do trabalho. Atenção: sua saúde mental está sendo afetada por tantos estímulos, o que pode prejudicar seu desempenho profissional.

    O Brasil é o 3º país que mais utiliza redes sociais no mundo, com uma média de 3 horas e 42 minutos por dia. Ao considerar todos os países, o Brasil fica atrás somente das Filipinas e Colômbia, que gastam em média 4 horas e 15 minutos e 3 horas e 45 minutos, respectivamente. Esses dados foram revelados por um estudo divulgado pela plataforma CupomValido.com.br, que compilou informações da Hootsuite e WeAreSocial sobre o uso global de redes sociais. Também estamos acima da média no percentual da população que usa redes sociais: 70% dos brasileiros, o que representa mais de 150 milhões de usuários. Globalmente, mais de 4 bilhões de pessoas, ou 53,6% da população, utilizam redes sociais.

    É inegável a importância das redes sociais hoje para entretenimento, comunicação e trabalho. Seu impacto na saúde mental do indivíduo também é claro e vem sendo cada vez mais estudado. Um estudo realizado pela Royal Society for Public Health (RSPH) do Reino Unido, em parceria com o Movimento de Saúde Jovem, apontou que as redes sociais mais usadas provocam efeitos positivos ou nocivos à saúde humana, dependendo de como são utilizadas. Além disso, são descritas como mais viciantes do que cigarros e álcool.

    Este novo universo de comunicação pode afetar o desempenho profissional de várias formas. Primeiramente, gerando falta de foco e concentração. O vício em se manter conectado a diversas redes ao mesmo tempo já tem um nome: FOMO, sigla da expressão em inglês “fear of missing out”, que em português significa algo como “medo de ficar por fora”. Como todo vício, a necessidade constante de saber o que está acontecendo nas redes tira a concentração e o foco do trabalho, atrapalha o raciocínio e reduz a produtividade, o que pode resultar em atrasos em prazos de entrega e distrações que até mesmo causam riscos à segurança, como usar o celular enquanto dirige.

    Assim, é certo que outro efeito do uso abusivo das redes sociais seja a ansiedade. A impressão de que a vida dos outros é mais interessante, completa, colorida e importante que a sua própria, e a rapidez com que imagens e textos se sucedem, dão uma sensação de impotência — ao mesmo tempo que um post de sucesso pode causar euforia instantânea. São muitos altos e baixos ao alcance de um toque de celular.

    O excesso de notícias negativas e comentários desagradáveis são estímulos constantes que afetam o humor e a sensação de segurança. Ao mesmo tempo, as redes sociais exercem pressão por otimismo, sucesso, consumismo e por uma perfeição impossível de alcançar. Essa incoerência é um gatilho certo para casos de depressão.

    Os aplicativos de compartilhamento de fotos são especialmente prejudiciais à autoimagem, criando uma realidade falsa de vida perfeita através de edições dos melhores momentos de vidas comuns. O próprio Instagram, sabendo que 70% dos jovens revelaram que o aplicativo os fez se sentir piores em relação à própria autoimagem — um número que sobe para 90% entre as mulheres — alterou a visualização do número de curtidas em 2022.

    Os prejuízos intelectuais e profissionais não se limitam à distração. Toda essa carga de frustrações, desejos, raiva e medo vem à tona no dia a dia e pode ser descontada em colegas de trabalho, amigos ou família. O usuário ávido das redes sociais não descansa a mente e se torna uma pessoa angustiada. É fundamental que as empresas estejam atentas a esse cenário e promovam esse diálogo no ambiente de trabalho, criando espaços seguros para que os colaboradores possam compartilhar suas experiências e buscar ajuda quando necessário. Além disso, é preciso que as organizações estabeleçam um protocolo de utilização de celulares durante o trabalho, de forma saudável, favorecendo a todos sem que os trabalhadores percam o foco ou se sintam desconfortáveis e reprimidos. Líderes e gestores podem atuar como facilitadores nesse processo, identificando áreas de atenção que necessitam de ajustes, como o uso excessivo de grupos de trabalho no WhatsApp.

    Elaboramos algumas dicas que podem ajudar líderes e equipes a desenvolverem uma relação mais saudável com as redes sociais, protegendo assim sua saúde emocional:

    • Faça uma autocrítica sobre sua presença nas redes. Se achar que está prejudicando sua produtividade, faça um detox: desative as notificações do celular, escolha apenas uma rede para consultar durante o dia e faça isso em momentos de intervalo.
    • Mantenha o foco e deixe o celular de lado durante conversas, reuniões e outras interações. Olhe nos olhos de quem está falando, anote suas instruções à mão, ouça com atenção.
    • Informe-se sobre os limites de uso de redes sociais no seu trabalho. Você pode estar arriscando até sua demissão. Não ultrapasse esses limites.
    • Se sua empresa exige o uso de redes como o WhatsApp, discuta com sua equipe sobre limites, como a necessidade de conversas fora do horário de trabalho.
    • Evite responder a conversas que não estejam relacionadas ao trabalho.
    • Não use o e-mail corporativo para receber notificações de redes sociais.
    • Pratique atividades físicas. A endorfina pode trazer tanto prazer quanto um like!
    • Busque práticas de meditação e mindfulness.
    • Tente passar um tempo consigo mesmo sem precisar saber o que está acontecendo com os outros: leia um livro, assista a um programa, ouça música.
    • Descanse profundamente: desconecte-se de aparelhos eletrônicos pelo menos uma hora antes de dormir. Estabeleça uma rotina de sono que promova tranquilidade: tome um chá, leia um livro, tome um banho relaxante.

    Desapegar-se das redes sociais também é autocuidado, é cuidar da sua saúde mental. Ao se desconectar por alguns minutos, você pode começar a enxergar um universo de possibilidades ao seu redor. Com o tempo, pode encontrar um equilíbrio para uma vida com mais bem-estar e harmonia.

  • O Brasil no centro das transformações do e-commerce global em 2024

    O Brasil no centro das transformações do e-commerce global em 2024

    Em 2024, o Brasil se destacou no cenário global de e-commerce, registrando um crescimento de 16% nas vendas on-line, superando mercados tradicionalmente fortes como a América do Norte (12%) e Europa Ocidental (10%), segundo relatório da Atlântico. Esse avanço revela muito mais que números: reflete um movimento de adaptação e inovação que redefine o mercado brasileiro e mostra seu potencial em um setor tão concorrido. Mas o que está por trás desse crescimento e quais são os desafios e oportunidades que surgem?

    Embora o dado seja motivo de comemoração, há nuances que merecem atenção. Isso porque o crescimento acelerado do e-commerce no Brasil não é apenas resultado de um mercado em expansão, mas também de um cenário que equilibra avanços tecnológicos e desafios estruturais. O varejo físico, por exemplo, registrou uma queda de 3,3% no faturamento em setembro, já descontada a inflação, em comparação ao mesmo mês de 2023, segundo o Índice Cielo do Varejo Ampliado (ICVA). Ou seja, de um lado temos avanço, mas do outro observamos uma queda tendenciosa, afinal este foi o sétimo mês consecutivo sem crescimento no setor. Em contraste, o e-commerce brasileiro demonstrou resiliência, com um crescimento de 0,9% em setembro.

    Ao abordar esses números, precisamos também mencionar que esse é um mercado que está em constante transformação, justamente por conta de o consumidor digital estar cada vez mais presente na jornada de compra. O perfil do cliente brasileiro também evoluiu. Se antes as compras on-line eram motivadas pela conveniência e pela necessidade, agora são guiadas por expectativas mais elevadas em termos de experiência.

    Os consumidores esperam uma jornada de compra que combine agilidade, personalização e confiança, exigindo das marcas maiores adaptações. No Brasil, onde as demandas regionais são tão variadas quanto a extensão geográfica, atender a essas expectativas pode se tornar uma prova de fogo para as empresas que desejam manter a competitividade e qualidade.

    Ao mesmo tempo, a convergência entre o mundo físico e digital é um fato. É neste cenário que necessitamos fazer uma análise criteriosa, pois o Phygital também vem evoluindo a jornada de compra do consumidor, que pode até ser finalizada de forma digital, mas tem parte da mesma no ponto de venda, influenciando diretamente a experiência do cliente e o processo de aquisição de um produto.

    Além disso, a diversidade socioeconômica do país apresenta um paradoxo interessante: ao mesmo tempo em que há um mercado ativo por inovações, existe um espaço significativo de acesso a infraestrutura tecnológica em algumas regiões. Isso reforça a importância de se investir em soluções que tornem o e-commerce mais inclusivo, como meios de pagamento diversificados e estratégias logísticas adaptadas a diferentes contextos urbanos e rurais.

    Por isso, o crescimento do e-commerce no Brasil não deve ser visto apenas como um indicador econômico positivo, mas como uma oportunidade para o país assumir um papel mais influente no que diz respeito ao comércio digital. Diferente dos mercados mais maduros, onde a inovação muitas vezes se limita a otimizações, o Brasil oferece um terreno fértil para a criação de soluções disruptivas.

    Porém, para alcançar esse potencial, é necessário que os players do mercado, incluindo empresas de tecnologia, varejistas e startups, tenham um papel ativo no fortalecimento de um ecossistema colaborativo. Isso envolve desde o desenvolvimento de novas tecnologias de automação e inteligência artificial até a capacitação de profissionais para lidar com as especificidades do e-commerce local. A partir do momento em que o Brasil se posicionar não apenas como um mercado consumidor, mas como um inovador no setor, ele pode redefinir a relevância no cenário das vendas digitais.

    Dessa forma, o crescimento do e-commerce no Brasil nesse ano é um indicativo de que há um terreno fértil para a inovação no mercado digital do país. No entanto, o desafio agora é transformar esse momento em um ciclo de desenvolvimento, que traga benefícios tanto para as marcas quanto para os consumidores. Mais que números, o que está em jogo é a capacidade do país de se reinventar e se afirmar como um líder em um cenário em constante mudança. E essa trajetória não depende apenas de manter o ritmo de crescimento, mas de construir as bases para um futuro digital ainda mais robusto.

  • Quais são as fraudes mais comuns no e-commerce e como os players podem evitá-las?

    Quais são as fraudes mais comuns no e-commerce e como os players podem evitá-las?

    No Brasil, o e-commerce já faz parte do dia a dia dos cidadãos, sendo uma das formas favoritas de se fazer compras. Apenas para termos uma base, dados recentes da pesquisa BigDataCorp mostram que o número de sites destinados para aquisições online aumentou mais de 45% desde 2014, totalizando 20 milhões de páginas. Além disso, um levantamento da Associação Brasileira de Comércio Eletrônico (ABComm) aponta que as vendas totais do segmento chegaram a mais de R$ 44 milhões somente no primeiro trimestre deste ano.

    No entanto, como em todo setor que faz sucesso, é necessário atenção. Isso porque criminosos se aproveitam dessa popularidade para tentar enganar tanto empresas quanto consumidores e, com isso, ganhar um dinheiro fácil. Dados da Juniper Research atestam que, até 2027, as perdas com fraudes em pagamentos online podem chegar a US$ 343 bilhões globalmente. Em se tratando de Brasil, estudo da ClearSale apontou que, no último ano, o valor das tentativas de golpe chegou a R$ 3,5 bilhões.

    Por mais que os consumidores também sejam lesados com fraudes, geralmente o lojista é quem paga o pato, já que na maioria dos casos é ele quem fica sem o produto e ainda precisa realizar cashback para clientes que foram vítimas em sua plataforma. Dessa forma, a nível de informação, seguem abaixo os quatro golpes mais comuns do e-commerce e como as empresas podem se prevenir.

    Autofraude

    Nessa modalidade de golpe, o criminoso faz uma compra normalmente por meio da plataforma de e-commerce. Contudo, após a chegada do produto, ele abre uma reclamação e alega que a mercadoria não foi entregue. Assim, recebe um reembolso do lojista mesmo tendo o item em mãos, dando prejuízo duplo à loja online.

    Roubo de identidade

    Usando informações roubadas como número de cartão de crédito e CPF, os golpistas fazem diversas compras na loja virtual, muitas vezes estourando o limite bancário da pobre vítima. Quando descoberto o golpe, o problema passa a ser do lojista, que além de ficar sem a mercadoria, ainda precisa ressarcir o consumidor que teve as informações utilizadas de forma não autorizada.

    Golpe da interceptação

    Também  utilizando um cartão roubado, os criminosos fazem uma compra no e-commerce e registram o endereço da vítima. Porém, uma vez que o pedido tenha sido concluído, os malfeitores entram em contato com a plataforma de comércio eletrônico e alegam ter “errado o local”, pedindo para que a entrega seja feita em outra localidade. 

    Teste de cartões

    Em posse de um cartão roubado, os criminosos começam fazendo pequenas compras para checar se o sistema antifraude do e-commerce os detecta. Caso passem despercebidos, passam a fazer aquisições cada vez maiores, deixando um rombo financeiro para a vítima.

    Para evitar esses tipos de golpe, uma tecnologia tem se mostrado muito efetiva: a Inteligência Artificial. Dados da Associação de Investigadores de Fraudes Certificados (ACFE) apontam que, mundialmente, 18% dos profissionais do segmento de combate a fraudes já utilizam a IA e o Machine Learning em seu trabalho. Além disso, um estudo da Nvidia mostrou que 78% dos profissionais de setores financeiros também têm utilizado IA para enfrentar desafios referentes a golpes.

    Isso acontece porque ao se utilizar IA combinada com análise de dados, é possível identificar indivíduos mais propensos a ações fraudulentas, já que a tecnologia faz uma análise completa de todos os rastros virtuais dessa pessoa, incluindo o comportamento online. Dessa maneira, é possível obter uma verdadeira dimensão das suas intenções e atitudes no ambiente virtual. 

    Além disso, com o Machine Learning, que é o aprendizado automatizado de máquinas, o sistema dos players de e-commerce vai reconhecendo os padrões dos golpes mais comuns. Com isso, de forma automática, a tecnologia diferencia uma transação legítima de uma fraudulenta graças a especificações que somente essa solução consegue detectar, uma vez que os golpistas estão cada vez mais informados e criativos em suas empreitadas, passando imunes aos métodos tradicionais.

  • Quais são as fraudes mais comuns no e-commerce e como os players podem evitá-las?

    Quais são as fraudes mais comuns no e-commerce e como os players podem evitá-las?

    No Brasil, o e-commerce já faz parte do dia a dia dos cidadãos, sendo uma das formas favoritas de se fazer compras. Apenas para termos uma base, dados recentes da pesquisa BigDataCorp mostram que o número de sites destinados para aquisições online aumentou mais de 45% desde 2014, totalizando 20 milhões de páginas. Além disso, um levantamento da Associação Brasileira de Comércio Eletrônico (ABComm) aponta que as vendas totais do segmento chegaram a mais de R$ 44 milhões somente no primeiro trimestre deste ano.

    No entanto, como em todo setor que faz sucesso, é necessário atenção. Isso porque criminosos se aproveitam dessa popularidade para tentar enganar tanto empresas quanto consumidores e, com isso, ganhar um dinheiro fácil. Dados da Juniper Research atestam que, até 2027, as perdas com fraudes em pagamentos online podem chegar a US$ 343 bilhões globalmente. Em se tratando de Brasil, estudo da ClearSale apontou que, no último ano, o valor das tentativas de golpe chegou a R$ 3,5 bilhões.

    Por mais que os consumidores também sejam lesados com fraudes, geralmente o lojista é quem paga o pato, já que na maioria dos casos é ele quem fica sem o produto e ainda precisa realizar cashback para clientes que foram vítimas em sua plataforma. Dessa forma, a nível de informação, seguem abaixo os quatro golpes mais comuns do e-commerce e como as empresas podem se prevenir.

    Autofraude

    Nessa modalidade de golpe, o criminoso faz uma compra normalmente por meio da plataforma de e-commerce. Contudo, após a chegada do produto, ele abre uma reclamação e alega que a mercadoria não foi entregue. Assim, recebe um reembolso do lojista mesmo tendo o item em mãos, dando prejuízo duplo à loja online.

    Roubo de identidade

    Usando informações roubadas como número de cartão de crédito e CPF, os golpistas fazem diversas compras na loja virtual, muitas vezes estourando o limite bancário da pobre vítima. Quando descoberto o golpe, o problema passa a ser do lojista, que além de ficar sem a mercadoria, ainda precisa ressarcir o consumidor que teve as informações utilizadas de forma não autorizada.

    Golpe da interceptação

    Também  utilizando um cartão roubado, os criminosos fazem uma compra no e-commerce e registram o endereço da vítima. Porém, uma vez que o pedido tenha sido concluído, os malfeitores entram em contato com a plataforma de comércio eletrônico e alegam ter “errado o local”, pedindo para que a entrega seja feita em outra localidade. 

    Teste de cartões

    Em posse de um cartão roubado, os criminosos começam fazendo pequenas compras para checar se o sistema antifraude do e-commerce os detecta. Caso passem despercebidos, passam a fazer aquisições cada vez maiores, deixando um rombo financeiro para a vítima.

    Para evitar esses tipos de golpe, uma tecnologia tem se mostrado muito efetiva: a Inteligência Artificial. Dados da Associação de Investigadores de Fraudes Certificados (ACFE) apontam que, mundialmente, 18% dos profissionais do segmento de combate a fraudes já utilizam a IA e o Machine Learning em seu trabalho. Além disso, um estudo da Nvidia mostrou que 78% dos profissionais de setores financeiros também têm utilizado IA para enfrentar desafios referentes a golpes.

    Isso acontece porque ao se utilizar IA combinada com análise de dados, é possível identificar indivíduos mais propensos a ações fraudulentas, já que a tecnologia faz uma análise completa de todos os rastros virtuais dessa pessoa, incluindo o comportamento online. Dessa maneira, é possível obter uma verdadeira dimensão das suas intenções e atitudes no ambiente virtual. 

    Além disso, com o Machine Learning, que é o aprendizado automatizado de máquinas, o sistema dos players de e-commerce vai reconhecendo os padrões dos golpes mais comuns. Com isso, de forma automática, a tecnologia diferencia uma transação legítima de uma fraudulenta graças a especificações que somente essa solução consegue detectar, uma vez que os golpistas estão cada vez mais informados e criativos em suas empreitadas, passando imunes aos métodos tradicionais.

  • Agentes de IA sem código: Transformando empresas na era digital

    Agentes de IA sem código: Transformando empresas na era digital

    Na era digital, a inteligência artificial (IA) se tornou uma parte fundamental das operações empresariais. No entanto, muitas empresas enfrentam desafios ao tentar implementar soluções de IA devido à falta de conhecimento técnico ou recursos. Neste cenário, surgem os agentes de IA sem código, ferramentas que permitem que profissionais de diversas áreas construam e utilizem soluções de inteligência artificial sem a necessidade de programação, promovendo eficiência, inovação e transformando as empresas.

    Agentes de IA sem código são plataformas que oferecem interfaces intuitivas, permitindo que usuários criem aplicações de IA com pouco ou nenhum conhecimento técnico de programação. Esses sistemas são projetados para popularizar o acesso à inteligência artificial, permitindo que equipes de marketing, vendas, atendimento ao cliente e outras áreas utilizem soluções avançadas de forma simples e eficaz.

    O uso desta tecnologia é capaz de proporcionar diversos benefícios para as empresas. Ao automatizar tarefas repetitivas, as companhias podem economizar tempo e recursos. A implementação de soluções sem código permite que as equipes sejam mais ágeis, aumentando a eficiência dos colaboradores. A capacidade de experimentar e implementar novas soluções rapidamente promove uma cultura de inovação dentro da empresa, além disso as interfaces intuitivas dessas ferramentas tornam a tecnologia acessível a todos os usuários, permitindo que profissionais de diferentes áreas utilizem IA sem a necessidade de formação técnica ou experiência prévia.

    As principais aplicações dos agentes de IA sem código nas empresas, são:

    1 – Atendimento ao Cliente

    Chatbots: Empresas podem implementar chatbots para responder perguntas frequentes, resolver problemas simples e gerenciar agendamentos. Isso não só melhora a experiência do cliente, proporcionando suporte 24h por dia e 7 dias da semana, mas também libera a equipe para focar em outras questões.

    2 – Automação de marketing

    Campanhas automatizadas: Algumas ferramentas permitem integrar diferentes aplicativos e automatizar fluxos de trabalho. Por exemplo, ao receber uma nova inscrição em um formulário, é possível que um e-mail de boas-vindas seja enviado automaticamente, aumentando a eficiência das campanhas de marketing.

    3 – Análise de Dados

    Visualização e relatórios: As empresas podem analisar grandes volumes de dados e criar dashboards interativos que facilitam a tomada de decisões, por meio de plataformas com soluções sem código. Essas ferramentas ajudam as empresas a identificar tendências, entender o comportamento do cliente e otimizar operações.

    4 – Gerenciamento de projetos

    Automação de tarefas: Utilizar plataformas para automatizar processos administrativos, como o envio de lembretes e relatórios, contribui para um gerenciamento de projetos mais eficiente e organizado.

    5 – Desenvolvimento de aplicativos internos

    Apps personalizados: Agentes de IA sem código permitem que equipes desenvolvam aplicativos personalizados para atender às suas necessidades específicas, como controle de inventário, gerenciamento de projetos ou qualquer outro tipo de tarefa, sem depender da equipe de TI.

    6 – Feedback e pesquisa de satisfação

    Formulários automáticos: As companhias podem utilizar ferramentas de coleta de dados para criar pesquisas e analisar feedback, ajudando a compreender melhor as necessidades dos clientes e ajustar suas estratégias, fazendo com que o seu Customer Experience (CX) seja mais eficiente.

    Agentes de IA sem código estão mudando a forma como as empresas operam, permitindo que soluções de inteligência artificial sejam facilmente integradas ao dia a dia das organizações. Essa popularização da tecnologia não só melhora a eficiência e reduz custos, mas também incentiva a inovação e a agilidade nas operações empresariais. À medida que mais empresas adotam essas ferramentas, o potencial para transformar a experiência do cliente e otimizar processos internos fica ainda mais claro.

    A adoção desses agentes representa uma mudança significativa na forma como as empresas abordam a tecnologia. Com a capacidade de implementar soluções rapidamente e promover a inovação, as empresas que adotarem soluções sem código estarão melhor posicionadas para competir e crescer em um mercado em constante mudança.

  • A reputação de fora para dentro

    A reputação de fora para dentro

    Nenhuma empresa ou organização está sozinha. Isso é óbvio. Mas nem sempre os impactos desses relacionamentos são bem estabelecidos quando o assunto alcança os temas reputação e seu impacto em vendas e negócios.

    Imagine uma empresa de grande porte. Ela precisa se apoiar em uma cadeia de fornecimento que pode somar milhares de outras companhias, que por sua vez compram produtos, serviços, insumos e matérias-primas de outras tantas. Em um mundo com questões ESG em pauta, todo esse universo vai pesar a favor (ou contra) a empresa contratante.

    Para quem ainda imagina que essa pauta é filosófica, ideológica ou longínqua, alguns fatos mostram o contrário. Na questão ambiental (o E de ESG), o Conselho Europeu aprovou, no ano passado, uma espécie de imposto sobre a emissão de carbono de empresas exportadoras para países da União Europeia (Carbon Border Adjustment Mechanism, ou CBAM). O mecanismo atingirá importações de produtos intensivos em carbono, como minério de ferro, fertilizantes e cimento.

    Até o fim do ano que vem os comerciantes devem informar sobre emissões, com aplicação prevista a partir de 2026.

    Além disso, em abril o Parlamento Europeu aprovou a Diretiva de Due Dilligence de Sustentabilidade Corporativa (CS3D), que obriga companhias europeias com mais de mil empregados a verificar suas cadeias de valor, da extração da matéria-prima à distribuição do produto final, o que envolve, inclusive, fornecedores que a princípio sequer têm relação comercial com a Europa, como um vendedor de carne ou algodão para empresas que – essas, sim – exportam para as europeias.

    A crise financeira de 2008 deflagrou compromissos mais ajustados de instituições financeiras com o risco de seus clientes, definidos no chamado Acordo de Basileia. Mesmo assim, situações como a recente derrocada das Americanas suscitaram suspeitas de colaboração de instituições financeiras na operação de maquiagem do balanço.

    Ou seja, acreditando ou não, gostando ou não, muitas companhias serão envolvidas no jogo sob pena de impacto comercial. As grandes já se preparam, com maior ou menor aprofundamento. A Natura começou a medir indicadores ESG em toda sua cadeia de valor em 2021 e identificou que 96% de seu impacto climático está relacionado a essa cadeia, tanto antes como depois da fabricação, incluindo consumo e descarte. Também criou o programa Embrace, para envolver a cadeia em iniciativas de impacto positivo. Uma das premiadas foi a Wheaton, cuja pegada de carbono desabou com a adoção de biometano em fornalhas. Este ano a Natura anunciou ainda sua Aliança Regenerativa, para capacitar parceiros na adoção de soluções sustentáveis.

    Vivo também anunciou antecipação de sua meta net zero de 2040 para 2035 de olho na redução de emissões de escopo 3 (cadeias de fornecedores e clientes). Um desafio gigante para quem tem 1,2 mil fornecedores e mais de 110 milhões de clientes. Primeiro, empenhou-se em um programa com 125 fornecedores intensivos em carbono, emissores de 85% do total da cadeia, para ajudá-los a estruturar planos de ação – 61% deles já aderiram à iniciativa (a dificuldade é maior com empresas de pequeno e médio porte). O GPA também exige de seus fornecedores a adesão de uma carta com princípios éticos. Mas isso não foi suficiente para criar barreiras contra produtores de vinho cujas fornecedoras, por sua vez, incluíam empregadoras de mão de obra em situações análogas à escravidão, como Salton e Aurora (o que pode demonstrar a complexidade na atenção à questão da cadeia de valor e seus impactos).

    Já o banco ABC, voltado a clientes corporativos, anunciou recentemente medidas para impulsionar seus clientes rumo à economia verde – a ideia é mostrar quantas toneladas de carbono, por exemplo, um financiamento ou empréstimo pode gerar e guiá-los na adoção de melhores práticas.

    Na contramão das gigantes, a marca francesa Vert fabrica no Brasil seus tênis cobiçados por personalidades como Kate Midleton e Emma Watson. A empresa nasceu para fabricar calçados com respeito ao meio ambiente e remuneração justa de sua cadeia produtiva, escolhida a dedo. Sustentabilidade e transparência permitem que a empresa cobre preços similares à de líderes globais e levaram seu faturamento a 250 milhões de euros (em torno de R$ 1,3 bilhão), praticamente por conta de sua reputação, passada de boca a boca.

    O exemplo mostra que o compromisso real (e não somente boas intenções ou greenwashing) constrói reputação e vendas com apoio que vem de fora (neste caso, dos fornecedores). Ou seja, cada vez mais todas as empresas serão impactadas, mais cedo ou mais tarde, por quem está fora de casa, de fornecedores a clientes. Entender essa equação vai ajudar a manter as vendas em paz.

  • Afinal, a IA vai substituir os humanos no atendimento ao cliente?

    Afinal, a IA vai substituir os humanos no atendimento ao cliente?

    Não é novidade que cada vez mais as soluções voltadas para o atendimento ao cliente (Customer Experience, ou CX, na sigla em inglês) estejam integradas à Inteligência Artificial. Mas isso, necessariamente, não significa que em breve não teremos mais o atendimento humano no call center. Pelo contrário: quanto mais a área de CX se aproxima da IA, mais teremos o atendimento humano como o principal vetor de qualidade para o cliente.

    A ideia de que a IA vai substituir o atendimento humano provavelmente vem do fato de que CX foi uma das primeiras indústrias a incorporar a tecnologia na rotina de trabalho – e é fácil entender que esse movimento não aconteceu com o objetivo de substituir o atendimento das pessoas pela IA.

    A implementação da IA em CX aconteceu porque essa é uma das áreas que mais envolvem tarefas repetitivas e que podem ser facilmente automatizadas. Além disso, o grande volume de interações permite que pequenas melhorias, proporcionadas pela IA, se transformem em um diferencial significativo. Em um call center, automatizações simples podem economizar minutos preciosos, permitindo que os agentes foquem no que realmente importa: ouvir o cliente, em vez de perder tempo preenchendo telas no sistema, por exemplo.

    No que tange ao comportamento do consumidor, a pandemia acelerou a integração da IA – agentes remotos e um volume enorme de atendimentos, disparados pela mudança drástica de hábitos na época, fez com que contact centers em todo o mundo tivessem um aumento de 48% no volume de interações, segundo dados do Google, incluindo telefone, chat, e-mail, redes sociais e SMS. A saída foi agregar mais tecnologia – não só no atendimento ao cliente, como em várias outras áreas. Ademais, o uso da IA no atendimento ao cliente proporcionou uma redução nos custos de 30%, o que é extremamente relevante num mercado tão competitivo.

    E, hoje, a IA tem um valor inestimável para CX que vai além do atendimento ao cliente: a tecnologia possibilita o tratamento massivo de dados, para a descoberta de insights para o negócio que até poucos anos atrás não seriam visíveis tão facilmente.

    Os dados são a chave

    Para além da questão da automação, há um outro fator em um call center que faz com que haja um terreno fértil para o uso da Inteligência Artificial: os dados. Imagine que, além do seu histórico de interações, de informações sobre compras, um call center pode ter vários outros dados, como o lugar onde você mora, números de documento, sua idade, gênero, entre outros aspectos mais comuns.

    Também não é incomum as empresas de call center utilizarem sistemas que capturam o sentimento do cliente por telefone, ou pelo tom de mensagens escritas. A tecnologia, na realidade, existe há anos – e o problema sempre foi cruzar essas informações de maneira que fosse possível ter insights que fizessem diferença ao negócio.

    E justamente um dos grandes avanços da IA em CX tem sido a análise preditiva com base na coleta de dados, que permite um suporte proativo ao antecipar necessidades futuras dos consumidores.

    Examinando dados históricos, padrões de comportamento e feedbacks dos clientes, a IA consegue prever suas futuras demandas, possibilitando às empresas um atendimento proativo. Trata-se da tecnologia antecipando problemas e oferecendo soluções antes mesmo do cliente manifestar uma necessidade.

    Essa gestão da base de dados, feita pela IA durante o atendimento, proporciona uma jornada mais fluida do cliente, além de gerar dados que vão pautar as estratégias de marketing. E aqui, novamente, estamos falando de uma comunicação que vai ser criada por pessoas, para pessoas.

    IA versus atendimento humano

    Se a integração da IA ao call center é um caminho sem volta, também é consenso no mercado que a tecnologia continuará a ser usada sim, mas sem eliminar a interação humana.

    Uma pesquisa da consultoria Gartner, feita no fim de 2023 com 5,7 mil pessoas, evidencia que 64% dos consumidores preferem atendimento humano e 53% trocariam de empresa por uma concorrente se soubessem do uso de IA no atendimento ao cliente. Dos entrevistados, 60% declararam a dificuldade para serem atendidos por um humano como principal motivo de rejeição à IA, seguido por desemprego (46%), respostas incorretas (42%), segurança de dados (34%) e discriminação de tratamento entre diferentes consumidores (25%).

    Apesar do avanço da IA, certas habilidades humanas ainda são consideradas insubstituíveis como a empatia e a comunicação. As melhores empresas do mundo estão usando IA para tarefas repetitivas e deixando as interações mais complexas e emocionais para os humanos, resultando em clientes satisfeitos e funcionários realizados, quando este procedimento é feito corretamente.

    O grande diferencial competitivo está na responsabilidade colaborativa, ou seja, no equilíbrio entre a eficiência da IA e o contato humano. As interações humanizadas continuam sendo fundamentais para a edificação de relacionamentos de confiança com os clientes, aspecto que a IA ainda não consegue imitar.

    Em resumo, a IA agrega velocidade, eficiência e a capacidade de trazer à tona informações que somam às estratégias de atendimento ao cliente, mas estão muito distantes de substituir totalmente os humanos nessa jornada. Por mais que a máquina tenha aprendido a imitar o homem, lhe falta um componente essencial: a consciência sobre suas próprias ações, e a capacidade de tomar decisões baseadas não só em dados, mas também em emoções.

  • Afinal, a IA vai substituir os humanos no atendimento ao cliente?

    Afinal, a IA vai substituir os humanos no atendimento ao cliente?

    Não é novidade que cada vez mais as soluções voltadas para o atendimento ao cliente (Customer Experience, ou CX, na sigla em inglês) estejam integradas à Inteligência Artificial. Mas isso, necessariamente, não significa que em breve não teremos mais o atendimento humano no call center. Pelo contrário: quanto mais a área de CX se aproxima da IA, mais teremos o atendimento humano como o principal vetor de qualidade para o cliente.

    A ideia de que a IA vai substituir o atendimento humano provavelmente vem do fato de que CX foi uma das primeiras indústrias a incorporar a tecnologia na rotina de trabalho – e é fácil entender que esse movimento não aconteceu com o objetivo de substituir o atendimento das pessoas pela IA.

    A implementação da IA em CX aconteceu porque essa é uma das áreas que mais envolvem tarefas repetitivas e que podem ser facilmente automatizadas. Além disso, o grande volume de interações permite que pequenas melhorias, proporcionadas pela IA, se transformem em um diferencial significativo. Em um call center, automatizações simples podem economizar minutos preciosos, permitindo que os agentes foquem no que realmente importa: ouvir o cliente, em vez de perder tempo preenchendo telas no sistema, por exemplo.

    No que tange ao comportamento do consumidor, a pandemia acelerou a integração da IA – agentes remotos e um volume enorme de atendimentos, disparados pela mudança drástica de hábitos na época, fez com que contact centers em todo o mundo tivessem um aumento de 48% no volume de interações, segundo dados do Google, incluindo telefone, chat, e-mail, redes sociais e SMS. A saída foi agregar mais tecnologia – não só no atendimento ao cliente, como em várias outras áreas. Ademais, o uso da IA no atendimento ao cliente proporcionou uma redução nos custos de 30%, o que é extremamente relevante num mercado tão competitivo.

    E, hoje, a IA tem um valor inestimável para CX que vai além do atendimento ao cliente: a tecnologia possibilita o tratamento massivo de dados, para a descoberta de insights para o negócio que até poucos anos atrás não seriam visíveis tão facilmente.

    Os dados são a chave

    Para além da questão da automação, há um outro fator em um call center que faz com que haja um terreno fértil para o uso da Inteligência Artificial: os dados. Imagine que, além do seu histórico de interações, de informações sobre compras, um call center pode ter vários outros dados, como o lugar onde você mora, números de documento, sua idade, gênero, entre outros aspectos mais comuns.

    Também não é incomum as empresas de call center utilizarem sistemas que capturam o sentimento do cliente por telefone, ou pelo tom de mensagens escritas. A tecnologia, na realidade, existe há anos – e o problema sempre foi cruzar essas informações de maneira que fosse possível ter insights que fizessem diferença ao negócio.

    E justamente um dos grandes avanços da IA em CX tem sido a análise preditiva com base na coleta de dados, que permite um suporte proativo ao antecipar necessidades futuras dos consumidores.

    Examinando dados históricos, padrões de comportamento e feedbacks dos clientes, a IA consegue prever suas futuras demandas, possibilitando às empresas um atendimento proativo. Trata-se da tecnologia antecipando problemas e oferecendo soluções antes mesmo do cliente manifestar uma necessidade.

    Essa gestão da base de dados, feita pela IA durante o atendimento, proporciona uma jornada mais fluida do cliente, além de gerar dados que vão pautar as estratégias de marketing. E aqui, novamente, estamos falando de uma comunicação que vai ser criada por pessoas, para pessoas.

    IA versus atendimento humano

    Se a integração da IA ao call center é um caminho sem volta, também é consenso no mercado que a tecnologia continuará a ser usada sim, mas sem eliminar a interação humana.

    Uma pesquisa da consultoria Gartner, feita no fim de 2023 com 5,7 mil pessoas, evidencia que 64% dos consumidores preferem atendimento humano e 53% trocariam de empresa por uma concorrente se soubessem do uso de IA no atendimento ao cliente. Dos entrevistados, 60% declararam a dificuldade para serem atendidos por um humano como principal motivo de rejeição à IA, seguido por desemprego (46%), respostas incorretas (42%), segurança de dados (34%) e discriminação de tratamento entre diferentes consumidores (25%).

    Apesar do avanço da IA, certas habilidades humanas ainda são consideradas insubstituíveis como a empatia e a comunicação. As melhores empresas do mundo estão usando IA para tarefas repetitivas e deixando as interações mais complexas e emocionais para os humanos, resultando em clientes satisfeitos e funcionários realizados, quando este procedimento é feito corretamente.

    O grande diferencial competitivo está na responsabilidade colaborativa, ou seja, no equilíbrio entre a eficiência da IA e o contato humano. As interações humanizadas continuam sendo fundamentais para a edificação de relacionamentos de confiança com os clientes, aspecto que a IA ainda não consegue imitar.

    Em resumo, a IA agrega velocidade, eficiência e a capacidade de trazer à tona informações que somam às estratégias de atendimento ao cliente, mas estão muito distantes de substituir totalmente os humanos nessa jornada. Por mais que a máquina tenha aprendido a imitar o homem, lhe falta um componente essencial: a consciência sobre suas próprias ações, e a capacidade de tomar decisões baseadas não só em dados, mas também em emoções.