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  • Cashback: por que as estratégias de fidelização devem ir além dele?

    Cashback: por que as estratégias de fidelização devem ir além dele?

    cashback, que em português significa “dinheiro de volta”, é uma estratégia que permite ao cliente recuperar parte do valor gasto em determinada loja online, geralmente como crédito para futuros pedidos. Sua principal função é incentivar a recompra e fortalecer a relação com o consumidor, oferecendo uma sensação de economia e motivando o retorno à plataforma para aproveitar seus créditos acumulados.

    Segundo uma pesquisa de 2023, promovida pela IZIO&Co, plataforma de programas de fidelidade e ativação para o varejo, o cashback foi responsável por um aumento de 83,5% nos gastos em compras. Analisando o comportamento de 1,4 milhão de consumidores em 20 varejistas diferentes, houve um crescimento de 17,6% no ticket médio.

    Ao longo do tempo, o cashback contribui para a criação de um ciclo de recompra, demonstrando que cada transação é valorizada pela empresa, que proporciona um benefício tangível para incentivar novos pedidos. No entanto, embora seja muito eficiente, é indispensável que as companhias não se limitem a ele, mas invistam em estratégias de fidelização diversificadas para manter o engajamento do público.

    Principais erros — o que fazer?

    Um erro comum é depender exclusivamente desse tipo de ação, o que pode fazer com que a pessoa valorize apenas o benefício financeiro, em detrimento da experiência completa. Para evitar isso, o dinheiro de volta deve ser visto como parte de uma estratégia mais ampla, que destaca a qualidade dos produtos e o valor agregado da marca. Outro ponto fundamental é a clareza das condições de uso. Quando mal-explicadas, as regras podem gerar frustrações e até afastar os compradores.

    Uso de outras ferramentas

    Aplicativos que oferecem promoções e descontos exclusivos para usuários cadastrados, além de conteúdos personalizados, proporcionam uma experiência mais direta e acessível, mantendo o público sempre atualizado sobre as melhores ofertas. Outra estratégia interessante é a automação de marketing, como o envio de e-mails e mensagens segmentadas com base no comportamento de compra, o que ajuda a manter a marca presente no dia a dia dos consumidores e reforçar a conexão com eles. A combinação de diferentes soluções é a abordagem mais eficaz. Por exemplo, após uma compra, o cliente pode receber sugestões de produtos relacionados ou descontos, incentivando o uso estratégico de seus créditos.

    Atenção à personalização

    Um cuidado fundamental ao implementar ferramentas de fidelização é garantir a personalização equilibrada, sem ser invasiva, sempre priorizando a experiência do usuário e respeitando sua privacidade de dados. A comunicação deve ser transparente e clara para evitar possíveis confusões ou frustrações. Além disso, é essencial monitorar o impacto dessas estratégias, evitando a dependência excessiva de promoções financeiras.

    É preciso lembrar que a verdadeira fidelização vai além do uso de ferramentas específicas. O sucesso reside na combinação equilibrada de benefícios financeiros, qualidade dos produtos e experiência oferecida aos clientes. Criar valor para o próprio público em cada etapa da jornada é o que garante que ele volte, não apenas pelas recompensas, mas pela confiança na marca e pela satisfação proporcionada.

  • Empreendedorismo por oportunidade: como incentivar mulheres

    Empreendedorismo por oportunidade: como incentivar mulheres

    O empreendedorismo por oportunidade, especialmente entre as mulheres, está em constante evolução. Além de representar desenvolvimento feminino, ele contribui para a diversidade de pensamento e a criação de soluções mais empáticas e conectadas com as necessidades reais das pessoas. A combinação de tendências como o foco no propósito, a valorização de características femininas e o impacto social global torna esse campo não apenas promissor, mas também indispensável para o futuro dos negócios. No entanto, para fomentar esse ecossistema, é necessário continuar derrubando barreiras culturais e sociais, ao mesmo tempo em que se oferece suporte prático e chances para o crescimento.

    Tendências no empreendedorismo feminino

    O avanço tecnológico, especialmente com a ascensão da inteligência artificial (IA), tem sido uma das grandes transformações no cenário de negócios. Porém, esse progresso não exige apenas domínio técnico. Quanto mais as tecnologias avançam, mais fica visível a necessidade de conectar negócios e produtos com a essência humana. Isso é especialmente verdadeiro no empreendedorismo feminino, onde habilidades de conexão, empatia e compreensão das necessidades humanas são fundamentais.

    Uma tendência crescente é o feminino enquanto valor, com destaque para características como empatia, intuição e sensibilidade em negócios. Essas qualidades serão cada vez mais valorizadas em um mundo onde consumidores e empresas buscam propósito e impacto social.

    Outras vantagens das mulheres são a conexão com o público, a criação de experiências inovadoras e a sensibilidade para gerar produtos mais adequados às necessidades dos consumidores. Além disso, as empreendedoras estão desafiando o estereótipo de heroína. Hoje, elas entendem a importância de estabelecer limites, priorizar responsabilidades e valorizar a si mesmas, fazendo com que os outros também as valorizem.

    Desafios

    Mesmo com tendências promissoras, o empreendedorismo feminino enfrenta desafios. Entre os principais estão o acesso a recursos e investimentos, além da conciliação das responsabilidades domésticas com o trabalho. Estereótipos de gênero, barreiras culturais e sociais também continuam a limitar o potencial de mulheres, dificultando a aceleração da igualdade.

    Para driblar esses obstáculos, é essencial desenvolver resiliência e adotar um filtro pessoal para ignorar ruídos e preconceitos. A busca constante por conhecimento e a participação em iniciativas que promovam o empreendedorismo feminino são passos cruciais para aumentar o número de mulheres nos negócios.

    Ações de incentivo

    O governo desempenha um papel essencial na criação de incentivos, como a redução de impostos, o acesso a investimentos e financiamentos, e a facilitação de conexões entre pequenos negócios e clientes. Porém, ações práticas podem ser tomadas pelas próprias mulheres, entre elas a capacitação contínua, a participação em redes de apoio e o networking.

    A capacitação não se limita ao aprendizado técnico, pois envolve também o compartilhamento desse conhecimento e a criação de conexões. Participar de eventos, conversar com outras profissionais e falar do seu próprio negócio são maneiras eficazes de gerar novas oportunidades. A união em comunidades e redes de apoio, onde as empreendedoras possam trocar experiências e colaborar, também é um elemento fundamental para o crescimento do empreendedorismo feminino.

  • Por que optar pela assinatura de um celular corporativo ao invés de comprá-lo? 

    Por que optar pela assinatura de um celular corporativo ao invés de comprá-lo? 

    A adesão a um plano de assinatura de celular corporativo representa uma decisão estratégica vantajosa para as empresas, seja qual for o segmento. Nos últimos anos, houve um crescimento significativo na contratação desses planos, impulsionado pela busca por soluções mais econômicas e eficientes na gestão de dispositivos móveis.   

    Com o serviço de assinatura, o cliente pode escolher dispositivos novos ou renovados (os chamados como novos ou like new) de grandes marcas, incluindo Apple, Samsung e Xiaomi, para utilizar por no mínimo 24 meses. Durante esse período, é pago um valor mensal muito menor do que seria um investimento em um aparelho novo, podendo variar conforme o modelo e a marca.

    Redução de custos e facilidade logística  

    A assinatura de celular corporativo contribui de forma expressiva para a redução de custos operacionais das empresas, já que elimina grandes investimentos iniciais em aparelhos e proporciona custos mensais previsíveis que incluem manutenção e atualizações. Além disso, o valor da mensalidade pode ser abatido integralmente no Imposto de Renda, na modalidade Lucro Real.  

    Outra grande vantagem é a facilidade na gestão de dispositivos e o suporte técnico contínuo, isentando as companhias das complicações logísticas e técnicas relacionadas ao gerenciamento de aparelhos. Esse serviço também oferece mais flexibilidade na troca de aparelhos e a garantia de dispositivos sempre atualizados, além de ser muito mais sustentável, devido a logística circular que faz parte do modelo de negócio.  

    Maior produtividade e engajamento  

    Não apenas as empresas se beneficiam do plano de assinatura, como também os colaboradores. Essa liberdade na escolha e troca de aparelhos conforme a demanda aumenta a satisfação dos funcionários, uma vez que eles têm acesso a dispositivos mais modernos e adequados às suas necessidades, além de suporte técnico disponível a todo momento, melhorando a produtividade e o engajamento.   

    Em média, as empresas trocam de aparelhos a cada 24 a 26 meses, garantindo, assim, que os colaboradores sempre tenham à disposição tecnologias atualizadas sem sobrecarregar o orçamento com compras frequentes.  

    Desempenho e eficiência operacional  

    De forma geral, as empresas contratam um plano visando aumentar a produtividade, facilitar a comunicação interna e externa, melhorar a segurança dos dados corporativos e proporcionar aos colaboradores ferramentas adequadas para desempenharem suas funções. No quesito geográfico, as regiões metropolitanas e centros empresariais têm a maior concentração de aparelhos corporativos contratados, onde a demanda por soluções eficientes de comunicação e gestão de dispositivos é maior.  

    Para isso, elas costumam optar por modelos de smartphones que oferecem um equilíbrio entre desempenho, segurança e custo-benefício, incluindo marcas como Apple, Samsung e Motorola. Entre as funcionalidades mais buscadas estão segurança avançada, longa duração da bateria, capacidade de gestão remota, suporte para aplicativos corporativos e alta durabilidade do celular.

  • Como usar a IA a seu favor por mais eficiência operacional e produtividade

    Como usar a IA a seu favor por mais eficiência operacional e produtividade

    A Inteligência Artificial (IA) está revolucionando a forma como as empresas operam e definem seus rumos em todo o mundo. Sua capacidade de processar grandes volumes de dados rapidamente e identificar padrões complexos a torna uma ferramenta poderosa para detectar deficiências operacionais e de governança, tornando as organizações mais eficientes, competitivas e resilientes.

    Ao aproveitar as capacidades da IA, as companhias podem tomar decisões mais inteligentes, reduzir riscos e melhorar seus resultados. A aplicação dessa tecnologia em múltiplas áreas não só melhora a eficiência e a eficácia das operações, mas também fortalece a governança ao proporcionar uma visão mais precisa e em tempo real do estado da empresa, permitindo uma resposta rápida a potenciais problemas.

    Entretanto, tirar a IA da teoria e colocá-la na prática, associada a outros métodos e tecnologias em favor da eficiência, demanda estratégia e conhecimento. Quando falamos em otimização na área operacional, há inúmeros processos e dois caminhos claros: o primeiro é o da automatização pura e simples, por meio de ferramentas de Automação Robótica de Processos (RPA, na sigla em inglês) – tecnologia que usa robôs de software para automatizar tarefas repetitivas e manuais, realizadas por seres humanos em sistemas empresariais.

    O outro caminho trata da identificação dos processos e se as melhores práticas estão sendo de fato adotadas. Todo esse mapeamento e questionamento dentro de um benchmark de mercado é muito importante, e nesta ação a IA pode auxiliar consideravelmente, apontando de maneira preditiva quais etapas estão otimizadas e quais são aquelas que não geram o valor adequado, comparando com companhias do mesmo setor, prevenindo falhas e sugerindo melhorias em torno de gargalos e fluxos de trabalho.

    O impacto positivo para combater deficiências operacionais com a IA também envolve automatizar tarefas repetitivas (a IA libera os profissionais para se concentrarem em atividades que exigem mais criatividade e análise) e a redução de erros (a automação de tarefas reduz a possibilidade de erros humanos, aumentando a precisão dos processos). Some-se a isso análises em tempo real em torno de fraudes, gerenciamento de riscos, e a análise de sentimentos.

    Nada como exemplos práticos para ilustrar do que estamos tratando aqui. Na indústria, a IA pode impactar positivamente o funcionamento de todo o maquinário, analisando dados de sensores e indicando manutenções preventivas, evitando a paralisação das atividades. Para bancos e seguradoras, padrões de comportamento podem auxiliar na identificação de fraudes em solicitações financeiras e de indenização.

    Além disso, a IA pode contribuir de forma significativa na automação de projetos dos clientes, padronizando interpretações de acordo com os parâmetros estabelecidos, trazendo resultados mais personalizados, com maior eficiência, redução de custos e satisfação.

    Podemos concluir, desta maneira, que quanto mais automatizado o processo de uma empresa, menor é o impacto da deficiência operacional. Isto porque a automação está apta a pegar o erro e reprocessar, no que seria um cenário ideal. Se o volume de retrabalho não é considerável ou o tempo para isso é pequeno, temos uma deficiência até aceitável, porém é importante avaliar o grau de maturidade de cada organização.

    Neste mesmo sentido, vale ressaltar que a IA ou a tecnologia não tem o poder de questionar e criticar. A máquina aprende o que lhe é ensinado, mas existem situações que envolvem viés ou ética junto aos algoritmos, e é aí que o fator humano se impõe como fundamental. É necessário sempre haver alguém capaz de olhar, redirecionar e dar o feedback para as ferramentas de tecnologia, por isso treinamentos e capacitações constantes não podem ser minimizados.

    Do chão de fábrica até os setores de TI, a eficiência operacional com IA e machine learning, para citar apenas duas tecnologias possíveis, é essencial em um ambiente de forte concorrência e clientes cada vez mais exigentes por entregas personalizadas. Com melhor tomada de decisão, mais eficiência e custos otimizados, temos um ecossistema íntegro e próximo aos mais altos retornos almejados por todo e qualquer negócio. Mas, para obter esse resultado, entender os processos, medir, automatizar e ter uma governança estruturada presente é imprescindível.

  • STF limita multa punitiva e casos de sonegação ou fraude a 100% do valor do tributo: veja o que muda

    STF limita multa punitiva e casos de sonegação ou fraude a 100% do valor do tributo: veja o que muda

    Recentemente, o Supremo Tribunal Federal (STF) tomou uma importante decisão que altera a aplicação das multas punitivas, abrangendo os casos de sonegação fiscal, fraude ou conluio. Antes, a Receita Federal, Estados, Distrito Federal e Município cobravam multas exorbitantes, muitas delas calculadas sobre o valor das operações, superando 150% sobre o valor do débito tributário, o que frequentemente era criticado por seu efeito confiscatório.  

    Com a nova decisão, o limite para essas multas foi fixado em 100% do valor do tributo exigido, sendo permitido o aumento para 150% apenas em casos de reincidência. 

    O que é a multa punitiva? 

    A multa punitiva ou de ofício é uma penalidade aplicada pelos fiscos, federal, estadual, distrital ou municipal  às pessoas físicas ou jurídicas que descumprem, voluntária ou involuntariamente, as normas que as obrigam a recolher tributos.

    Esses casos são tratados com rigor pela legislação tributária brasileira, com multas que até então eram calculadas sobre diversas bases, superando, em muito, o percentual de 1050% do valor do tributo devido. 

    Essa penalidade severa gerou muitos debates no Judiciário, uma vez que, em muitos casos, o valor ultrapassava o montante da dívida original, o que configurava confisco — proibido pela Constituição Federal. 

    Em outubro de 2024, o STF decidiu, por unanimidade, que as multas punitivas  devem ser limitadas a 100% do valor do débito tributário. A exceção ocorre apenas em casos de reincidência, nos quais a penalidade poderá chegar a 150%. A decisão tem como base o princípio constitucional de que tributos, inclusive multas, não podem ter caráter confiscatório (art. 150, IV, da Constituição). 

    Por exemplo, uma empresa foi multada em 150% de um débito tributário de R$ 100.000. Antes da decisão, a multa totalizava R$ 150.000. Com a nova regra, essa multa agora será limitada a R$ 100.000. 

    Essa alteração garante que as sanções tributárias sejam proporcionais e não imponham ao contribuinte um ônus excessivo, respeitando os princípios de razoabilidade e proporcionalidade. 

    Quem pode solicitar restituição? 

    Uma das consequências mais imediatas dessa decisão é a possibilidade de restituição dos valores pagos em excesso. Contribuintes que foram multados em percentuais superiores a 100% entre dezembro de 2023 e outubro de 2024, antes da decisão do STF, poderão solicitar a devolução do valor excedente. 

    Se uma pequena empresa de comércio, com um débito de R$ 50.000, foi multada em R$ 75.000 (150%), a multa agora será reduzida para R$ 50.000. Isso permite que a empresa continue operando e investindo em seu negócio sem o peso de uma penalidade exorbitante. 

    Como a decisão interfere nas penalidades fiscais no futuro? 

    A decisão do STF estabelece um novo parâmetro para as multas tributárias, criando maior previsibilidade para os contribuintes. Ao limitar a multa a 100% e elevar a 150% apenas em casos de reincidência, o STF garante que a sanção continue sendo um mecanismo eficaz contra a inadimplência,  sem, no entanto, comprometer de forma desproporcional o patrimônio dos contribuintes. 

    Se uma empresa já foi multada anteriormente, e, após uma nova violação, enfrenta uma multa de 150% sobre um montante de R$ 120.000, a nova penalidade será de R$ 180.000. Embora a reincidência ainda leve a penalidades severas, agora há um critério claro para sua aplicação. 

    Com essa nova decisão, as multas e os efeitos do confisco deixam de existir?  

    A principal crítica à multa de 150% era o seu efeito confiscatório. Quando o valor da multa ultrapassava o dobro da dívida tributária original, isso gerava uma carga financeira extremamente elevada para as empresas e pessoas físicas multadas, tornando, muitas vezes, impagável o débito. 

    Essa penalidade desproporcional poderia inviabilizar a operação de muitas empresas, principalmente as de menor porte, além de desmotivar o pagamento voluntário de tributos. 

    Com a decisão do STF, o problema do efeito confiscatório das multas por sonegação fiscal é anulado. A nova regra assegura que as multas tenham um caráter punitivo, mas dentro dos limites da proporcionalidade, incentivando o cumprimento da legislação tributária sem penalizar de forma exagerada os contribuintes. 

    Quais mudanças devem ser adotadas a partir da nova decisão? 

    Diante dessas mudanças, é essencial que empresas e contribuintes adotem estratégias de compliance fiscal para evitar multas e penalidades severas. 

    Isso inclui a correta apuração de tributos, a prestação de informações precisas à Receita Federal e a adoção de práticas contábeis e fiscais que estejam em conformidade com a legislação. 

    A redução das multas para 100% do valor devido torna ainda mais vantajoso para as empresas se manterem em dia com suas obrigações fiscais, já que o custo de uma eventual penalidade será mais previsível e menos oneroso. 

    Conclusão 

    A decisão do STF de limitar a multa por sonegação fiscal a 100% representa um avanço importante na defesa dos direitos dos contribuintes. Ao garantir que as penalidades sejam proporcionais e não ultrapassem o limite do razoável, o STF reforça o respeito ao princípio da vedação ao confisco. 

    Além disso, a possibilidade de restituição para aqueles que foram multados além desse limite entre dezembro de 2023 e outubro de 2024 oferece uma oportunidade de alívio financeiro e correção de penalidades excessivas. 

    *Tatiana Vikanis é sócia do Vikanis & Ricca Advogados e especialista em Direito Tributário pelo IBET. Possui atuação focada no contencioso administrativo e judicial tributário relacionado a tributos diretos e indiretos, além de prestar consultoria tributária e atuar no segmento de Direito Previdenciário.

    ** Eduardo Ricca é tributarista e sócio do Vikanis & Ricca Advogados. É especializado em Direito Tributário pelo IBDT e possui atuação focada no contencioso administrativo e judicial relacionado a tributos diretos e indiretos, além da área previdenciária

  • STF limita multa punitiva e casos de sonegação ou fraude a 100% do valor do tributo: veja o que muda

    STF limita multa punitiva e casos de sonegação ou fraude a 100% do valor do tributo: veja o que muda

    Recentemente, o Supremo Tribunal Federal (STF) tomou uma importante decisão que altera a aplicação das multas punitivas, abrangendo os casos de sonegação fiscal, fraude ou conluio. Antes, a Receita Federal, Estados, Distrito Federal e Município cobravam multas exorbitantes, muitas delas calculadas sobre o valor das operações, superando 150% sobre o valor do débito tributário, o que frequentemente era criticado por seu efeito confiscatório.  

    Com a nova decisão, o limite para essas multas foi fixado em 100% do valor do tributo exigido, sendo permitido o aumento para 150% apenas em casos de reincidência. 

    O que é a multa punitiva? 

    A multa punitiva ou de ofício é uma penalidade aplicada pelos fiscos, federal, estadual, distrital ou municipal  às pessoas físicas ou jurídicas que descumprem, voluntária ou involuntariamente, as normas que as obrigam a recolher tributos.

    Esses casos são tratados com rigor pela legislação tributária brasileira, com multas que até então eram calculadas sobre diversas bases, superando, em muito, o percentual de 1050% do valor do tributo devido. 

    Essa penalidade severa gerou muitos debates no Judiciário, uma vez que, em muitos casos, o valor ultrapassava o montante da dívida original, o que configurava confisco — proibido pela Constituição Federal. 

    Em outubro de 2024, o STF decidiu, por unanimidade, que as multas punitivas  devem ser limitadas a 100% do valor do débito tributário. A exceção ocorre apenas em casos de reincidência, nos quais a penalidade poderá chegar a 150%. A decisão tem como base o princípio constitucional de que tributos, inclusive multas, não podem ter caráter confiscatório (art. 150, IV, da Constituição). 

    Por exemplo, uma empresa foi multada em 150% de um débito tributário de R$ 100.000. Antes da decisão, a multa totalizava R$ 150.000. Com a nova regra, essa multa agora será limitada a R$ 100.000. 

    Essa alteração garante que as sanções tributárias sejam proporcionais e não imponham ao contribuinte um ônus excessivo, respeitando os princípios de razoabilidade e proporcionalidade. 

    Quem pode solicitar restituição? 

    Uma das consequências mais imediatas dessa decisão é a possibilidade de restituição dos valores pagos em excesso. Contribuintes que foram multados em percentuais superiores a 100% entre dezembro de 2023 e outubro de 2024, antes da decisão do STF, poderão solicitar a devolução do valor excedente. 

    Se uma pequena empresa de comércio, com um débito de R$ 50.000, foi multada em R$ 75.000 (150%), a multa agora será reduzida para R$ 50.000. Isso permite que a empresa continue operando e investindo em seu negócio sem o peso de uma penalidade exorbitante. 

    Como a decisão interfere nas penalidades fiscais no futuro? 

    A decisão do STF estabelece um novo parâmetro para as multas tributárias, criando maior previsibilidade para os contribuintes. Ao limitar a multa a 100% e elevar a 150% apenas em casos de reincidência, o STF garante que a sanção continue sendo um mecanismo eficaz contra a inadimplência,  sem, no entanto, comprometer de forma desproporcional o patrimônio dos contribuintes. 

    Se uma empresa já foi multada anteriormente, e, após uma nova violação, enfrenta uma multa de 150% sobre um montante de R$ 120.000, a nova penalidade será de R$ 180.000. Embora a reincidência ainda leve a penalidades severas, agora há um critério claro para sua aplicação. 

    Com essa nova decisão, as multas e os efeitos do confisco deixam de existir?  

    A principal crítica à multa de 150% era o seu efeito confiscatório. Quando o valor da multa ultrapassava o dobro da dívida tributária original, isso gerava uma carga financeira extremamente elevada para as empresas e pessoas físicas multadas, tornando, muitas vezes, impagável o débito. 

    Essa penalidade desproporcional poderia inviabilizar a operação de muitas empresas, principalmente as de menor porte, além de desmotivar o pagamento voluntário de tributos. 

    Com a decisão do STF, o problema do efeito confiscatório das multas por sonegação fiscal é anulado. A nova regra assegura que as multas tenham um caráter punitivo, mas dentro dos limites da proporcionalidade, incentivando o cumprimento da legislação tributária sem penalizar de forma exagerada os contribuintes. 

    Quais mudanças devem ser adotadas a partir da nova decisão? 

    Diante dessas mudanças, é essencial que empresas e contribuintes adotem estratégias de compliance fiscal para evitar multas e penalidades severas. 

    Isso inclui a correta apuração de tributos, a prestação de informações precisas à Receita Federal e a adoção de práticas contábeis e fiscais que estejam em conformidade com a legislação. 

    A redução das multas para 100% do valor devido torna ainda mais vantajoso para as empresas se manterem em dia com suas obrigações fiscais, já que o custo de uma eventual penalidade será mais previsível e menos oneroso. 

    Conclusão 

    A decisão do STF de limitar a multa por sonegação fiscal a 100% representa um avanço importante na defesa dos direitos dos contribuintes. Ao garantir que as penalidades sejam proporcionais e não ultrapassem o limite do razoável, o STF reforça o respeito ao princípio da vedação ao confisco. 

    Além disso, a possibilidade de restituição para aqueles que foram multados além desse limite entre dezembro de 2023 e outubro de 2024 oferece uma oportunidade de alívio financeiro e correção de penalidades excessivas. 

    *Tatiana Vikanis é sócia do Vikanis & Ricca Advogados e especialista em Direito Tributário pelo IBET. Possui atuação focada no contencioso administrativo e judicial tributário relacionado a tributos diretos e indiretos, além de prestar consultoria tributária e atuar no segmento de Direito Previdenciário.

    ** Eduardo Ricca é tributarista e sócio do Vikanis & Ricca Advogados. É especializado em Direito Tributário pelo IBDT e possui atuação focada no contencioso administrativo e judicial relacionado a tributos diretos e indiretos, além da área previdenciária

  • O poder das estratégias alternativas na Black Friday

    O poder das estratégias alternativas na Black Friday

    Ao menos seis em cada dez brasileiros manifestaram a intenção de compra durante a Black Friday deste ano, segundo uma pesquisa divulgada pela Dito e Opinion Box. O número, que já é positivo, pode se tornar ainda melhor se considerarmos que 35% dos respondentes relataram estar em dúvida e irão avaliar a atratividade das opções de compra apresentadas pelas marcas. Não é à toa, portanto, que com a data se aproximando, cresce também a expectativa do mercado varejista em buscar outras formas de se aproximar e conquistar essa parcela do público. 

    Para atingir o objetivo, as marcas precisam ir além das estratégias clássicas de vendas, (como descontos e frete grátis), e de marketing, ao divulgar os conteúdos apenas nas redes sociais. 

    Hoje, o próprio mercado já oferece alternativas que geram um maior impacto nessa relação envolvendo marca e público, mas que muitas vezes são deixadas de lado. 

    Trabalho de indicação

    Um dos principais exemplos é o marketing de afiliados, estratégia em que parceiros promovem produtos ou serviços de uma marca em troca de comissões por vendas ou ações realizadas a partir de recomendações. Tal proposta permite que as empresas ampliem o alcance e as vendas sem investimento direto em publicidade, já que o pagamento é feito apenas por resultados gerados pelos afiliados.

    Para se ter uma ideia do impacto da estratégia, nos Estados Unidos, o marketing de afiliados representa cerca de 15% da receita total de mídia digital e 16% das vendas de e-commerce durante o ano. Isso reflete o quanto o método é crucial, especialmente em momentos de grande volume de compras, como a Black Friday. 

    Pensando na conjuntura local, a tática tem ganhado força. Segundo um relatório da Admitad, o número de afiliados no Brasil aumentou 8% no ano passado. Vale dizer que o varejo domina a expansão do conceito no país, sendo responsável por 43% das receitas desse mercado. 

    Em 2024, uma das grandes tendências para a Black Friday está na integração da inteligência artificial nas campanhas de afiliados. Isso porque, a tecnologia será utilizada para otimizar a criação de conteúdo, segmentar públicos de forma mais precisa e até prever tendências de consumo. Diante do aumento de vendas previstos na data, isso significa que as marcas poderão oferecer promoções personalizadas e mais relevantes para o público, maximizando conversões com base em dados coletados e avaliados em tempo real.

    Além disso, cada vez mais consumidores estão usando assistentes virtuais para encontrar ofertas, exigindo uma adaptação nas estratégias de SEO para garantir que as suas promoções e produtos sejam os primeiros a serem listados nas pesquisas. Para a Black Friday, essa otimização pode ser um diferencial competitivo interessante visando a melhora do rendimento do afiliado e da marca parceira. 

    Influência de todos os tamanhos

    Outro aspecto essencial são as estratégias voltadas para as redes sociais, sobretudo com o apoio de micro e nano-influenciadores. Apesar de apresentarem audiências menores, esses criadores tendem a ter altos níveis de engajamento e confiança, o que os torna uma aposta certeira para a Black Friday. Suas recomendações autênticas, combinadas com ofertas exclusivas, tendem a gerar um impacto significativo nas vendas. 

    Alinhado a isso, é importante ter em mente que a prática do marketing de influência é muito poderosa no Brasil, uma vez que o país é líder mundial em número de influenciadores digitais no Instagram. Segundo pesquisa da Nielsen, existem mais de 10,5 milhões de influenciadores com aproximadamente mil seguidores na rede, além de outros 500 mil com mais de 10 mil fãs. 

    Novamente, a IA entra em cena como uma ferramenta que facilita a correspondência entre marcas e produtores de conteúdo. Além disso, ela aprimora a personalização de ofertas, ajustando-as com base no comportamento dos usuários.

    Dinheiro que vai e volta

    Por fim, as estratégias de cashback e cupons continuam populares, especialmente em períodos de instabilidade econômica. Empresas que promovem essas ofertas têm maior chance de atrair consumidores que buscam maximizar seus descontos, já que o benefício aparece em evidência pelo público dentre as ações de fidelização, em pesquisa divulgada no ano passado pela Associação Brasileira das Empresas do Mercado de Fidelização (Abemf). 

    A verdade é que a Black Friday é uma grande oportunidade para maximizar vendas. Mas para isso é preciso ir além. Marcas que investem em estratégias inovadoras, como o marketing de afiliados, o uso inteligente de IA e o poder dos micro influenciadores, têm uma possibilidade maior de capturar a atenção dos consumidores e ampliar suas receitas. Afinal, experiências personalizadas e relevantes têm o poder de transformar intenções de compra em conversões de vendas. 

  • Black Friday: como a tecnologia pode transformar a jornada do cliente e mover os ponteiros do seu negócio

    Black Friday: como a tecnologia pode transformar a jornada do cliente e mover os ponteiros do seu negócio

    A Black Friday é uma data amplamente aguardada no Brasil. E não apenas pelos consumidores, atentos às ofertas, mas também pelas marcas, que se preparam para um aumento significativo nas vendas e nas interações com os clientes. 

    Nessa hora, a capacidade de oferecer uma experiência excepcional, focada na jornada completa do cliente e aliada às soluções tecnológicas, é fator decisivo para o sucesso nas vendas e para a fidelização. 

    Isso porque, no contexto atual, não basta “responder” o consumidor. É necessário criar  conexão para que a experiência seja tão fluida e memorável, que o retorno para um novo negócio seja praticamente certo.

    Digo isso me valendo de pesquisa recente da Offerwise, encomendada pela Google, onde 65% dos brasileiros disseram aguardar que as marcas tragam inovações na Black Friday deste ano, especialmente no que diz respeito aos diferenciais e melhorias que podem oferecer ao consumidor. 

    E, uma dica: se sua empresa ainda não está surfando nas ondas das novas tecnologias (ou pelo menos entendendo como elas podem ser úteis ao seu negócio), estar entre as principais marcas lembradas pelos consumidores pode ser um pouco difícil. As novas tecnologias podem tanto melhorar a jornada dos clientes quanto otimizar processos, deixando tudo mais ágil, fácil e próximo (palavra muito importante na relação com os clientes). Ainda mais quando combinada a outros recursos tecnológicos nem tão novos assim.

    A inteligência artificial, por exemplo, traz dentre seus vários recursos a capacidade do entendimento e análise comportamental. Isto permite às companhias, principalmente em sazonalidades como a Black Friday, sair na frente da concorrência com recomendações, promoções, atendimento e pós-venda personalizados para cada cliente, aumentando as conversões e melhorando a satisfação.

    Além disso, coletar e usar dados para mapear e entender melhor as preferências dos clientes, respeitando a LGPD – Lei Geral de Proteção de Dados, apoia as companhias  no ajuste das estratégias, até mesmo em tempo real.

    Outro ponto que vale destaque é a integração entre o físico e o digital. Essa junção de experiências faz toda a diferença em qualquer segmento, mas pode ficar ainda melhor se tiver a possibilidade de omnicanalidade presente, ou seja, a interação em diferentes canais de comunicação.

    A transação envolvendo documentos é outra beneficiada pela tecnologia. Quer um exemplo? Seguradoras e Financeiras podem conquistar novos clientes também na Black Friday, e vão enviar contratos e outros documentos para firmar o acordo, certo? Tudo isso pode ser feito a partir de uma solução com criptografia e outros elementos para que a segurança e a rastreabilidade sejam pontos fortes na relação cliente-empresa.

    E isso sem falar nos chatbots de inteligência artificial que, para as empresas, reduzem a complexidade de criar o canal de comunicação com o cliente, tornando-o apto a conversar em minutos. E para os clientes, oferecem uma ponte de comunicação com a marca, segura, ágil e assertiva, cujos dados se revertem em melhoria contínua, se bem aproveitados pelas empresas com esta finalidade.

    Então, se valer da tecnologia em períodos de alta demanda, como é a Black Friday, é mais do que importante. É crucial! Só assim para manter seu negócio atualizado e, ao mesmo tempo, seus clientes felizes com uma experiência que realmente faça sentido para cada um deles, de maneira personalizada e fluida.

  • Como implementar a gestão da criatividade

    Como implementar a gestão da criatividade

    “Tudo que poderia ter sido inventado, já foi” – quem disse essa frase foi Charles Duell, diretor do Departamento de Patentes dos Estados Unidos, em 1889. Pode ser difícil entender esse sentimento de estagnação, ainda mais se estamos falando de mais de 100 anos atrás. Mas essa é a verdade: é difícil olhar para futuro e visualizar novas invenções. Agora, que já até chegamos na era dos carros voadores, o questionamento vem ainda mais forte: como avançar mais do que já avançamos?   

    Em setembro do ano passado, o Brasil subiu 5 posições no ranking global da inovação, atingindo a 49ª posição – sendo o primeiro colocado na América Latina. A estatística mostra um crescimento do país na área, o que é bem interessante, principalmente, para atrair o olhar de novos investidores para cá.

    Mas, por trás do crescimento de empresas inovadoras, existe a criatividade de um time envolvida. E é aí que entra o grande desafio. No ano passado, 67% dos executivos brasileiros, ouvidos para a pesquisa Estudo Nacional sobre Evolução Digital e Inovação de Negócios , constataram que acreditam que a cultura organizacional é um dos principais fatores que faz com que as empresas não inovem. Mas então, como aplicar a gestão criativa em uma empresa? Tudo começa pelo investimento em talentos. Muito além de buscar apenas por aqueles que têm os requisitos da vaga, é também preciso se preocupar com o todo, com o time que se está construindo.

    Para entender a melhor forma de fazer isso, vamos imaginar um cenário. De um lado, temos a equipe X: onde todos os colaboradores vivem na mesma região, são da mesma raça, frequentam os mesmos lugares, tem as mesmas vivências e estão inseridos no mesmo contexto social. Do outro, temos a equipe Y: cada indivíduo aqui, vêm de lugares diferentes, passam por situações diferentes, consomem conteúdos diferentes e são de raças e classes diferentes. Qual time é mais propenso a chegar em novas ideias e soluções para o mercado?

    Algumas empresas já têm essa resposta – no início deste ano, a startup Blend Edu, revelou que, no ano passado, 72% das empresas ouvidas na pesquisa , já possuíam uma área dedicada a gestão da diversidade e inclusão. O número mostra o quanto a pauta é relevante para a sociedade atual. Isso porque pessoas inseridas em diferentes contextos, irão construir um ambiente diversificado, trazendo mais ideias e pontos de vista, que são fundamentais para a criatividade de uma empresa. Sabe quando vemos uma propaganda ou produto tão genial, que nos questionamos como nunca ninguém pensou em algo assim antes? Te garanto que foi um time muito bem capacitado que o criou.

    Mas então, digamos que você construiu seu “dream team” diversificado: o que vem depois?  A contratação não é uma solução milagrosa, o que mais vai importar é o pós, é a gestão dos funcionários – uma equipe de gestão que se preocupa em ser criativa, também precisa olhar para o ambiente que está promovendo para os colaboradores. E é aqui que muitas empresas derrapam. Segundo a consultoria Korn Ferry, o erro da maioria das gestões, é contratar pessoas de grupos minoritários, mas não levar a pauta a sério. Estabelecer “cotas” de contratação, pensando na diversidade, mas não se preocupar em capacitar e reter os funcionários, além de não proporcionar um ambiente acolhedor, só irá afundar a reputação da empresa – e espantar os talentos valiosos.

    A gestão criativa e a inovadora andam lado a lado. Segundo a Confederação Nacional da Indústria (CNI), uma cultura de inovação é composta por 8 pilares. São eles: oportunidades, ideação, desenvolvimento, execução, avaliação, cultura organizacional e recursos. Essas palavrinhas, resumidamente, aplicadas no dia a dia, irão possibilitar que a sua empresa esteja a par do mercado, pronta para encarar os desafios que surgem. É olhar, primeiro, para dentro – garantir que os processos, metas, colaboradores, organização e valores, estão alinhados e funcionando bem. Só assim as estruturas irão prosperar com os crescentes desafios do mercado.

    Estamos na era da Inteligência Artificial (IA). Hoje, em poucos segundos, conseguimos pedir para a tecnologia atender a (quase) todos os nossos pedidos. Com alguns cliques, qualquer pessoa com acesso a essas ferramentas, consegue criar os mais diferentes pensamentos. Mas, em meio a tanto avanço, é essencial relembrar que a tecnologia atua como aliada, e não como substituta à mente humana. O trabalho proveniente de um time formado por diferentes talentos, não deve ser subestimado. Empresas que entendem a importância de formar um time criativo de pessoas e investir nos recursos necessários para melhorar a qualidade do trabalho, se sobressaem no mercado.

    Uma equipe de gestão que se preocupa com essas questões, deve acompanhar tendências e ter líderes que são adeptos à inovação, além de engajar a equipe e estimular a criatividade, e prezar pela diversidade e inclusão de profissionais. Esses são hábitos que devem ser postos em prática para atingir um ambiente propício para a criatividade se manifestar. Se a sua empresa não investir e nem acompanhar o que o mercado está pedindo (como inovação, criatividade e originalidade), ela deixa de existir. Essa é a verdade nua e crua – basta lembrar de grandes nomes do mercado, que faliram porque “pararam no tempo”.

    A lição mais valiosa que tenho aprendido nos últimos anos, liderando um time latino-americano em uma empresa de soluções em tecnologia, é que precisamos nos reinventar sempre. Sair da zona de conforto é um desafio e tanto, mas é o que precisamos fazer o tempo inteiro – e às vezes nem nos damos conta de como essas mudanças podem acontecer de forma natural. Quando entendemos a necessidade de nos adaptar no cenário em que estamos inseridos, ao invés de lutar contra esse movimento, é quando conseguimos evoluir.

  • Como implementar a gestão da criatividade

    Como implementar a gestão da criatividade

    “Tudo que poderia ter sido inventado, já foi” – quem disse essa frase foi Charles Duell, diretor do Departamento de Patentes dos Estados Unidos, em 1889. Pode ser difícil entender esse sentimento de estagnação, ainda mais se estamos falando de mais de 100 anos atrás. Mas essa é a verdade: é difícil olhar para futuro e visualizar novas invenções. Agora, que já até chegamos na era dos carros voadores, o questionamento vem ainda mais forte: como avançar mais do que já avançamos?   

    Em setembro do ano passado, o Brasil subiu 5 posições no ranking global da inovação, atingindo a 49ª posição – sendo o primeiro colocado na América Latina. A estatística mostra um crescimento do país na área, o que é bem interessante, principalmente, para atrair o olhar de novos investidores para cá.

    Mas, por trás do crescimento de empresas inovadoras, existe a criatividade de um time envolvida. E é aí que entra o grande desafio. No ano passado, 67% dos executivos brasileiros, ouvidos para a pesquisa Estudo Nacional sobre Evolução Digital e Inovação de Negócios , constataram que acreditam que a cultura organizacional é um dos principais fatores que faz com que as empresas não inovem. Mas então, como aplicar a gestão criativa em uma empresa? Tudo começa pelo investimento em talentos. Muito além de buscar apenas por aqueles que têm os requisitos da vaga, é também preciso se preocupar com o todo, com o time que se está construindo.

    Para entender a melhor forma de fazer isso, vamos imaginar um cenário. De um lado, temos a equipe X: onde todos os colaboradores vivem na mesma região, são da mesma raça, frequentam os mesmos lugares, tem as mesmas vivências e estão inseridos no mesmo contexto social. Do outro, temos a equipe Y: cada indivíduo aqui, vêm de lugares diferentes, passam por situações diferentes, consomem conteúdos diferentes e são de raças e classes diferentes. Qual time é mais propenso a chegar em novas ideias e soluções para o mercado?

    Algumas empresas já têm essa resposta – no início deste ano, a startup Blend Edu, revelou que, no ano passado, 72% das empresas ouvidas na pesquisa , já possuíam uma área dedicada a gestão da diversidade e inclusão. O número mostra o quanto a pauta é relevante para a sociedade atual. Isso porque pessoas inseridas em diferentes contextos, irão construir um ambiente diversificado, trazendo mais ideias e pontos de vista, que são fundamentais para a criatividade de uma empresa. Sabe quando vemos uma propaganda ou produto tão genial, que nos questionamos como nunca ninguém pensou em algo assim antes? Te garanto que foi um time muito bem capacitado que o criou.

    Mas então, digamos que você construiu seu “dream team” diversificado: o que vem depois?  A contratação não é uma solução milagrosa, o que mais vai importar é o pós, é a gestão dos funcionários – uma equipe de gestão que se preocupa em ser criativa, também precisa olhar para o ambiente que está promovendo para os colaboradores. E é aqui que muitas empresas derrapam. Segundo a consultoria Korn Ferry, o erro da maioria das gestões, é contratar pessoas de grupos minoritários, mas não levar a pauta a sério. Estabelecer “cotas” de contratação, pensando na diversidade, mas não se preocupar em capacitar e reter os funcionários, além de não proporcionar um ambiente acolhedor, só irá afundar a reputação da empresa – e espantar os talentos valiosos.

    A gestão criativa e a inovadora andam lado a lado. Segundo a Confederação Nacional da Indústria (CNI), uma cultura de inovação é composta por 8 pilares. São eles: oportunidades, ideação, desenvolvimento, execução, avaliação, cultura organizacional e recursos. Essas palavrinhas, resumidamente, aplicadas no dia a dia, irão possibilitar que a sua empresa esteja a par do mercado, pronta para encarar os desafios que surgem. É olhar, primeiro, para dentro – garantir que os processos, metas, colaboradores, organização e valores, estão alinhados e funcionando bem. Só assim as estruturas irão prosperar com os crescentes desafios do mercado.

    Estamos na era da Inteligência Artificial (IA). Hoje, em poucos segundos, conseguimos pedir para a tecnologia atender a (quase) todos os nossos pedidos. Com alguns cliques, qualquer pessoa com acesso a essas ferramentas, consegue criar os mais diferentes pensamentos. Mas, em meio a tanto avanço, é essencial relembrar que a tecnologia atua como aliada, e não como substituta à mente humana. O trabalho proveniente de um time formado por diferentes talentos, não deve ser subestimado. Empresas que entendem a importância de formar um time criativo de pessoas e investir nos recursos necessários para melhorar a qualidade do trabalho, se sobressaem no mercado.

    Uma equipe de gestão que se preocupa com essas questões, deve acompanhar tendências e ter líderes que são adeptos à inovação, além de engajar a equipe e estimular a criatividade, e prezar pela diversidade e inclusão de profissionais. Esses são hábitos que devem ser postos em prática para atingir um ambiente propício para a criatividade se manifestar. Se a sua empresa não investir e nem acompanhar o que o mercado está pedindo (como inovação, criatividade e originalidade), ela deixa de existir. Essa é a verdade nua e crua – basta lembrar de grandes nomes do mercado, que faliram porque “pararam no tempo”.

    A lição mais valiosa que tenho aprendido nos últimos anos, liderando um time latino-americano em uma empresa de soluções em tecnologia, é que precisamos nos reinventar sempre. Sair da zona de conforto é um desafio e tanto, mas é o que precisamos fazer o tempo inteiro – e às vezes nem nos damos conta de como essas mudanças podem acontecer de forma natural. Quando entendemos a necessidade de nos adaptar no cenário em que estamos inseridos, ao invés de lutar contra esse movimento, é quando conseguimos evoluir.