Tag: Dicas

  • O desafio das marcas em meio à banalização do propósito

    O desafio das marcas em meio à banalização do propósito

    A ascensão e capilaridade do conceito de propósito no métier corporativo foi meteórica. O que antes era um processo de busca por uma identidade única e autêntica para as marcas andou se tornando um imperativo estratégico capaz de guiar decisões, conectar com o público e construir marcas fortes e duradouras. No entanto, a popularidade do termo “propósito” trouxe consigo um efeito colateral: sua banalização.

    Em uma esquina da Faria Lima, em uma calçada da Vila Olímpia, em um café da Berrini ou da Paulista, hoje, é possível ouvir ressoar a palavra “propósito” como o mantra da vez do mundo corporativo, contextualizada ou descontextualizadamente. E não somente: em uma igreja do interior, nos stories de um influenciador ou nas salas comerciais de um coach, propósito parece ser o “último grito” narrativo para compor sermões, ostentações de estilo de vida e mentoria a empreendedores.

    Mas voltemos ao mundo corporativo, que é o que nos interessa aqui…

    Em seu livro “A Marca Além do Propósito“, Renato Figueiredo nos alerta sobre os perigos da fixação em um único ponto estratégico, como o propósito, deixando de lado outros tantos elementos fundamentais da construção e do desenvolvimento de marca (branding). Como afirma o autor, marcas se desviam da geração de resultados ao olharem fixamente um único ponto.

    Essa busca desesperada por ver um propósito em tudo, muitas vezes desvinculada da realidade e dos valores da empresa, tem levado a um cenário em que o discurso sobre propósito se sobrepõe às ações. A autenticidade, que antes era um pilar fundamental, cede lugar a um discurso vazio e padronizado, no qual todas as empresas parecem dizer a mesma coisa: o Ctrl-C, Ctrl+V de narrativas marcárias. Talvez isso tenha feito o CEO Global da Unilever, Hein Schumacher, dar aquela declaração polarizante em que disse que “devemos parar de encaixar propósito à força nas marcas. Para algumas, simplesmente não será relevante. E isso está bem”.

    O Propósito está morto. Viva o Propósito!
    Figueiredo propõe uma abordagem mais holística, baseada em três pilares: REI – Reputação, Estilo e Ideia. Segundo ele, “apenas a partir de uma postura menos pretensiosa as marcas poderão ter resultados mais expressivos para os negócios, para as pessoas e para o mundo do qual todos dependemos”. O delírio de algumas marcas quanto ao seu “brand purpose” começa a soar ridículo. 

    É importante não subestimar o consumidor, entendendo que ele sabe que, apesar de todo o pano de fundo, o que nós queremos mesmo é vender mais. Mais importante ainda é saber – e refletir essa noção na narrativa (brand storyline) – que uma marca não vai salvar o mundo, mas pode transformar algumas realidades; não vai resolver a vida de alguém, mas pode atualizar comportamentos; não vai convencer de imediato, mas pode provocar novos pontos de vista; não vai…

    Para as marcas, sabemos: a perda de autenticidade pode resultar em uma diminuição da credibilidade, dificuldade em se conectar com o público e, consequentemente, em um menor engajamento e fidelização dos consumidores. Para eles, inclusive, a saturação de discursos sobre propósito pode gerar desconfiança e ceticismo, tornando-os ainda mais criteriosos em relação às marcas do mercado. 

    Uma forma de escapar dessa arapuca é olhar também para a Reputação da marca, que é algo construído ao longo de uma jornada. Nessa seara, consistência (!) nas ações de comunicação e, claro, nas entregas com qualidade em produtos e serviços são chave; é a experiência do público com a marca e seus produtos que delineiam a percepção, matéria-prima da reputação. 

    Outro pilar importante é a zeladoria no que diz respeito ao Estilo, que é a expressão visual e comunicacional da marca, aquilo que a diferencia dos concorrentes e a torna memorável (brand recall). Para isso, o primor de execução na identidade visual, na linguagem, no tom das mensagens e na experiência é essencial. 

    Tudo isso sem esquecer da Ideia, que é filha caçula do Propósito de Marca: é por meio da ideia que a razão de ser da marca se manifesta, é comunicada e ganha vida. Ela pode ser a materialização de um valor, uma promessa ou uma aspiração. Como a gente sabe: é por causa da ideia, muitas vezes, que o consumidor escolhe uma marca em vez de outra.

    Como ilustração, imagine uma marca de roupas sustentáveis… o seu propósito pode ser “reduzir o impacto ambiental da indústria da moda”. A ideia da marca, por sua vez, pode ser “moda consciente e atemporal, que valoriza a qualidade e a durabilidade”. A ideia vai além do propósito, definindo a identidade visual da marca, a linguagem utilizada, os materiais empregados e a experiência final do cliente que vai se relacionar com tudo isso.

    A verdadeira força de uma marca não está em seguir cegamente as tendências narrativas do momento, mas em saber quando é necessário desafiar o status quo. Propósito, quando autêntico, é poderoso, mas só é um verdadeiro diferencial quando aliado à preocupação com a reputação, ao primor estilístico e a uma ideia clara, tangível, com pitadas possíveis de genialidade. 

    Se a Geração Z é a geração da apatia – tendo sido a GenY a da ansiedade – e começa a adentrar a sociedade de consumo com visões e um estilo de vida mais pragmáticos, o mercado precisa, então, de marcas que se atrelem menos às buzzwords e mais à prática de geração de valor real para seus consumidores e para o mundo.

  • O desafio das marcas em meio à banalização do propósito

    O desafio das marcas em meio à banalização do propósito

    A ascensão e capilaridade do conceito de propósito no métier corporativo foi meteórica. O que antes era um processo de busca por uma identidade única e autêntica para as marcas andou se tornando um imperativo estratégico capaz de guiar decisões, conectar com o público e construir marcas fortes e duradouras. No entanto, a popularidade do termo “propósito” trouxe consigo um efeito colateral: sua banalização.

    Em uma esquina da Faria Lima, em uma calçada da Vila Olímpia, em um café da Berrini ou da Paulista, hoje, é possível ouvir ressoar a palavra “propósito” como o mantra da vez do mundo corporativo, contextualizada ou descontextualizadamente. E não somente: em uma igreja do interior, nos stories de um influenciador ou nas salas comerciais de um coach, propósito parece ser o “último grito” narrativo para compor sermões, ostentações de estilo de vida e mentoria a empreendedores.

    Mas voltemos ao mundo corporativo, que é o que nos interessa aqui…

    Em seu livro “A Marca Além do Propósito“, Renato Figueiredo nos alerta sobre os perigos da fixação em um único ponto estratégico, como o propósito, deixando de lado outros tantos elementos fundamentais da construção e do desenvolvimento de marca (branding). Como afirma o autor, marcas se desviam da geração de resultados ao olharem fixamente um único ponto.

    Essa busca desesperada por ver um propósito em tudo, muitas vezes desvinculada da realidade e dos valores da empresa, tem levado a um cenário em que o discurso sobre propósito se sobrepõe às ações. A autenticidade, que antes era um pilar fundamental, cede lugar a um discurso vazio e padronizado, no qual todas as empresas parecem dizer a mesma coisa: o Ctrl-C, Ctrl+V de narrativas marcárias. Talvez isso tenha feito o CEO Global da Unilever, Hein Schumacher, dar aquela declaração polarizante em que disse que “devemos parar de encaixar propósito à força nas marcas. Para algumas, simplesmente não será relevante. E isso está bem”.

    O Propósito está morto. Viva o Propósito!
    Figueiredo propõe uma abordagem mais holística, baseada em três pilares: REI – Reputação, Estilo e Ideia. Segundo ele, “apenas a partir de uma postura menos pretensiosa as marcas poderão ter resultados mais expressivos para os negócios, para as pessoas e para o mundo do qual todos dependemos”. O delírio de algumas marcas quanto ao seu “brand purpose” começa a soar ridículo. 

    É importante não subestimar o consumidor, entendendo que ele sabe que, apesar de todo o pano de fundo, o que nós queremos mesmo é vender mais. Mais importante ainda é saber – e refletir essa noção na narrativa (brand storyline) – que uma marca não vai salvar o mundo, mas pode transformar algumas realidades; não vai resolver a vida de alguém, mas pode atualizar comportamentos; não vai convencer de imediato, mas pode provocar novos pontos de vista; não vai…

    Para as marcas, sabemos: a perda de autenticidade pode resultar em uma diminuição da credibilidade, dificuldade em se conectar com o público e, consequentemente, em um menor engajamento e fidelização dos consumidores. Para eles, inclusive, a saturação de discursos sobre propósito pode gerar desconfiança e ceticismo, tornando-os ainda mais criteriosos em relação às marcas do mercado. 

    Uma forma de escapar dessa arapuca é olhar também para a Reputação da marca, que é algo construído ao longo de uma jornada. Nessa seara, consistência (!) nas ações de comunicação e, claro, nas entregas com qualidade em produtos e serviços são chave; é a experiência do público com a marca e seus produtos que delineiam a percepção, matéria-prima da reputação. 

    Outro pilar importante é a zeladoria no que diz respeito ao Estilo, que é a expressão visual e comunicacional da marca, aquilo que a diferencia dos concorrentes e a torna memorável (brand recall). Para isso, o primor de execução na identidade visual, na linguagem, no tom das mensagens e na experiência é essencial. 

    Tudo isso sem esquecer da Ideia, que é filha caçula do Propósito de Marca: é por meio da ideia que a razão de ser da marca se manifesta, é comunicada e ganha vida. Ela pode ser a materialização de um valor, uma promessa ou uma aspiração. Como a gente sabe: é por causa da ideia, muitas vezes, que o consumidor escolhe uma marca em vez de outra.

    Como ilustração, imagine uma marca de roupas sustentáveis… o seu propósito pode ser “reduzir o impacto ambiental da indústria da moda”. A ideia da marca, por sua vez, pode ser “moda consciente e atemporal, que valoriza a qualidade e a durabilidade”. A ideia vai além do propósito, definindo a identidade visual da marca, a linguagem utilizada, os materiais empregados e a experiência final do cliente que vai se relacionar com tudo isso.

    A verdadeira força de uma marca não está em seguir cegamente as tendências narrativas do momento, mas em saber quando é necessário desafiar o status quo. Propósito, quando autêntico, é poderoso, mas só é um verdadeiro diferencial quando aliado à preocupação com a reputação, ao primor estilístico e a uma ideia clara, tangível, com pitadas possíveis de genialidade. 

    Se a Geração Z é a geração da apatia – tendo sido a GenY a da ansiedade – e começa a adentrar a sociedade de consumo com visões e um estilo de vida mais pragmáticos, o mercado precisa, então, de marcas que se atrelem menos às buzzwords e mais à prática de geração de valor real para seus consumidores e para o mundo.

  • Como recrutar fora dos grandes centros?

    Como recrutar fora dos grandes centros?

    Muitos acreditam que as grandes oportunidades profissionais estão concentradas nas grandes metrópoles. Entretanto, isso não é 100% verdadeiro. Excelentes vagas e carreiras podem ser conquistadas em cidades menores, mas, são poucos os que se abrem a essas possibilidades – o que desencadeia, nessas regiões, uma maior dificuldade em atrair mão de obra qualificada e, com isso, expandir seu potencial econômico. Aqueles que decidirem, ao menos, conhecer essas possibilidades, certamente poderão conquistar não apenas um bom trabalho, mas também uma melhor qualidade de vida.

    O aquecimento do mercado de trabalho especializado está gerando um sentimento de insegurança compreensível entre as empresas. Segundo dados divulgados no Índice de Confiança da Robert Half (ICRH), 3% das companhias têm receio de perder seus profissionais mais qualificados para a concorrência – algo que, diante de tamanhas oportunidades ofertadas nas capitais, se torna ainda maior.

    Mesmo diante deste receio, hoje, não podemos atrelar essas metrópoles como locais exclusivos de prosperidade de carreira e qualidade de vida. Afinal, ao mesmo tempo em que podemos encontrar uma série de vagas, a concorrência para preenchê-las é, da mesma forma, elevada. Enquanto, se buscassem por colocações em cidades menores, os mesmos benefícios poderiam ser adquiridos.

    A diversidade dos modelos de trabalho ressaltada durante o isolamento social foi um dos fatores que mais contribuiu com essa expansão. Com os avanços tecnológicos, temos, atualmente, uma série de ferramentas que viabilizam operações remotas, mantendo a qualidade dos entregáveis. Dessa forma, empresas locais podem contratar talentos que, não necessariamente, morem na cidade, de forma que consigam trabalhar à distância e ir presencial à sede em ocasiões esporádicas, conforme a cultura corporativa e suas necessidades.

    Insistir em ter um modelo totalmente presencial, nestas cidades menores, não é uma decisão estratégica para atrair e reter talentos de outras regiões. Isso porque, aqueles que estariam dispostos a se mudar, na grande maioria das vezes, são os que estão em um momento mais estável de suas vidas, priorizando uma rotinha que lhes proporcionem uma maior qualidade de vida.

    Aqueles que não estiverem nesse momento, dificilmente conseguirão se ajustar à logística de se mudar, uma vez que precisariam enxergar vantagens de carreira para aceitar essa nova realidade. Realisticamente, hoje em dia, tem menos pessoas abertas a isso, o que exige destas empresas uma maior flexibilidade em suas operações a fim de contratar talentos qualificados sem barreiras geográficas.

    Ainda há uma forte resistência cultural em deixar as grandes metrópoles, no receio de perderem visibilidade no mercado, não serem chamados para entrevistas e deixarem de adquirir oportunidades que alavanquem suas carreiras. Essa é uma mentalidade que, por mais que atrapalhe a atração e retenção nas cidades menores, pode ser mudada, através de um maior destaque feito por essas empresas quanto aos benefícios que terão ao aceitarem entrar para suas equipes.

    Fora as tecnologias robustas que temos atualmente, as quais permitem estas operações remotamente, prezar pelo modelo híbrido é uma solução altamente vantajosa, podendo atrair uma maior quantidade de profissionais qualificados sem que precisem estar presencialmente a todo o momento. Estes encontros, dessa forma, podem ser organizados para fins de descontração, reuniões mais estratégicas e eventos relevantes para planejamento ou treinamento, como exemplo.

    Ao seguir essas dicas, as empresas localizadas fora dos grandes centros terão um poderoso diferencial competitivo para conquistarem talentos que elevem o patamar do negócio em seu segmento, sem barreiras geográficas que impeçam a vinda de mão de obra qualificada.

  • Os principais KPIs e métricas para maximizar o potencial dos chatbots nas empresas

    Os principais KPIs e métricas para maximizar o potencial dos chatbots nas empresas

    A implementação de chatbots está cada vez mais presente em empresas que buscam automatizar processos e melhorar a experiência do cliente. Contudo, para garantir que a adoção dessa tecnologia seja bem-sucedida, é essencial medir seu desempenho. Para isso, há uma série de métricas e indicadores-chave de desempenho (KPIs) que podem ser utilizados.

    Uma das métricas mais relevantes é a taxa de resolutividade, que avalia a capacidade do chatbot de resolver as solicitações dos usuários sem a necessidade de escalonamento para um atendente humano. Uma alta taxa de resolutividade indica que o chatbot é eficaz em responder às perguntas e solucionar problemas. Também é importante considerar a taxa de retenção do usuário, que mede o número de usuários que continuam utilizando o chatbot após a primeira interação. Um alto índice de retenção demonstra que o chatbot oferece valor ao usuário e promove engajamento.

    Outra métrica essencial é a satisfação do cliente, avaliada por meio do Customer Satisfaction Score (CSAT). Perguntar ao final de uma interação se o usuário ficou satisfeito é uma forma eficaz de coletar esse dado. A rapidez no atendimento também é um fator crítico, sendo medida pelo tempo médio de resposta, que reflete a eficiência do chatbot em atender às demandas de forma ágil.

    taxa de conclusão de tarefas é uma métrica que avalia se os usuários conseguem atingir seus objetivos, como agendar um serviço ou realizar uma compra, enquanto a taxa de escalonamento reflete o número de interações que precisaram ser transferidas para um atendente humano devido à incapacidade do chatbot de resolvê-las. O engajamento do usuário também pode ser analisado observando a quantidade de interações realizadas em um determinado período, indicando o nível de interesse e interatividade gerado pelo chatbot.

    Já o custo por atendimento é uma métrica que ajuda a avaliar o impacto financeiro da implementação de um chatbot. Essa métrica calcula o custo médio por atendimento realizado pelo chatbot em comparação com o atendimento humano, permitindo entender os benefícios em termos de redução de custos operacionais.

    Medir o sucesso de um chatbot envolve uma combinação de métricas quantitativas e qualitativas. A escolha dos KPIs mais relevantes dependerá dos objetivos da implementação, como melhorar a satisfação do cliente, reduzir custos ou aumentar a eficiência. Ao monitorar essas métricas de forma regular, as empresas podem identificar áreas de melhoria e garantir que o chatbot esteja alcançando os resultados esperados.

  • O sucesso de uma startup vai além de uma boa ideia

    O sucesso de uma startup vai além de uma boa ideia

    Ao contrário do que muitos imaginam, uma boa ideia não é suficiente para ter sucesso no mundo dos negócios. Empreender vai muito além disso. Por exemplo, muitas startups que estão começando, desenvolvem produtos e serviços geniais e demonstram uma grande lista de potenciais que essa inovação pode resolver. Porém, muitas vezes não fazem bem a lição de casa, como primeiro ponto, que é o que chamamos de definir um foco. Qualquer projeto, seja a área em que for implementado, necessita desse item e a recomendação é focalizar o problema ao invés da solução.

    A primeira pergunta a se fazer nesta etapa de ideação é: que problema importante e relevante economicamente pode-se resolver? Além disso, como é, qual é o tamanho desse mercado, quais são os concorrentes entrantes e já estabelecidos que terei que enfrentar. Aqui cabe destacar que a solução concorrente é qualquer “coisa” que utiliza o dinheiro que serviria para pagar pelo serviço, mas foi utilizado para pagar outro.  Assim pensando, o cinema concorre com o jantar ou com o teatro. Esse é o primeiro entendimento sobre este ponto de vista, antes de declarar que não tem concorrentes de mercado.

    No pé de jaca, nasce jaca!

    É muito difícil a inovação acontecer dentro do próprio negócio. Os programas de Venture Buider, por exemplo, que são organizações que desenvolvem projetos promissores, oferecendo recursos intelectuais e operacionais às startups de seus portfólios, ainda são um grande desafio metodológico. É preciso desconstruir tudo que se sabe e se tem certeza para inovar, e isso é difícil de realizar com os pés e mãos amarrados aos processos do dia-a-dia do negócio que já se tem em desenvolvimento. Portanto, sempre será mais fácil provocar a inovação em um ambiente protegido da relação com o dia-a-dia.

    Nesse aspecto, as aceleradoras e Hubs, como é o caso da CyKlo Agritech focada no agronegócio, têm cumprido esse papel de hospedar projetos inovadores para as empresas já existentes no mercado. Falar de inovação é questionar as verdades do negócio que já existe e que paga as contas, por isso um ambiente alternativo permite realizar esta dinâmica com menos desgaste dos times envolvidos.

    Exatamente nesse sentido de auxiliar é que o impacto da pandemia na área de aceleração de startups foi muito significativo. O interesse por rotinas que envolvam presença física passou a ser menor e então foi preciso se adaptar ao momento. Optando por espaços físicos menores ou criação de novos usos compartilhados para as áreas amplas, que outrora estavam repletos de pessoas.

    Também houve mudança nos processos de validação, no caso de biotecnologia e áreas correlatas, que exigem da equipe da aceleradora mais profissionais verticalizados nas teses suportadas pela mesma para fazer um trabalho complementar in loco ao invés da própria equipe da startup. Semelhante ao quando você contrata um despachante para fazer algo em seu nome, neste caso é essa equipe nova da aceleradora que assume algumas das tarefas no local da aceleração. Por exemplo, pode ser a execução de um protocolo de germinação num centro de pesquisa ou acompanhamento das áreas de teste na fazenda do cliente onde a solução está sendo testada.

    É por isso que se Maomé não vai a montanha, a montanha tem que vir a Maomé. Após pandemia então, o apelo pela qualidade de vida vem provocando um fenômeno com esse nome, Maomé. As aceleradoras estão abrindo escritórios complementares, próximos de geografias onde se encontram as Smart Cities (centros urbanos com foco em tecnologia). Aonde eles, os empreendedores estudam, moram e trabalham lá e são seduzidos pela possibilidade de desenvolver parcerias com estas aceleradoras que estão presentes em sua região geográfica.

    Entretanto, é importante salientar que no caso das aceleradoras 2.0, que são nichadas em acelerações de um mercado vertical específico, tem também que manter sede nos locais polo de sua atuação. Para as agtechs, que tem foco no agronegócio, a sede precisa ficar em cidades que estejam vivendo este segmento e atividades desta cadeia de negócio. No caso da Cyklo, esta está reduzindo o espaço no Matopiba (sede da empresa) e criando mais dois escritórios, um em São Paulo, direcionado às startups do interior do Estado e outro em Santa Catarina, de olho naquelas do oeste Catarinense.

    Por último e não menos importante, vale destacar que os recursos financeiros para as startups na fase preliminar de sua vida, estão se tornando escassos. Os bancos e agentes financeiros tradicionais que trabalham nesta etapa de aceleração que chamamos do início da jornada, vem reduzindo sua presença a nível mundial.

    Aqui no Brasil, começa a ocorrer um movimento de reestruturação destes atores, que passam, por exemplo, a unir aceleradoras e gestores de venture capital em novos modelos de financiamento (funding). Nos próximos anos, veremos diversas parcerias entre dinheiro semente, capital anjo, aceleradoras e hubs, reorganizando a oferta de funding + aceleração + smart money + funding pós aceleração + financiamento para fase operacional mais intensa, além de crescimento que estarão previamente combinados e ofertados como pacotes, diminuindo esforço e custo de venda e negociação.

  • O sucesso de uma startup vai além de uma boa ideia

    O sucesso de uma startup vai além de uma boa ideia

    Ao contrário do que muitos imaginam, uma boa ideia não é suficiente para ter sucesso no mundo dos negócios. Empreender vai muito além disso. Por exemplo, muitas startups que estão começando, desenvolvem produtos e serviços geniais e demonstram uma grande lista de potenciais que essa inovação pode resolver. Porém, muitas vezes não fazem bem a lição de casa, como primeiro ponto, que é o que chamamos de definir um foco. Qualquer projeto, seja a área em que for implementado, necessita desse item e a recomendação é focalizar o problema ao invés da solução.

    A primeira pergunta a se fazer nesta etapa de ideação é: que problema importante e relevante economicamente pode-se resolver? Além disso, como é, qual é o tamanho desse mercado, quais são os concorrentes entrantes e já estabelecidos que terei que enfrentar. Aqui cabe destacar que a solução concorrente é qualquer “coisa” que utiliza o dinheiro que serviria para pagar pelo serviço, mas foi utilizado para pagar outro.  Assim pensando, o cinema concorre com o jantar ou com o teatro. Esse é o primeiro entendimento sobre este ponto de vista, antes de declarar que não tem concorrentes de mercado.

    No pé de jaca, nasce jaca!

    É muito difícil a inovação acontecer dentro do próprio negócio. Os programas de Venture Buider, por exemplo, que são organizações que desenvolvem projetos promissores, oferecendo recursos intelectuais e operacionais às startups de seus portfólios, ainda são um grande desafio metodológico. É preciso desconstruir tudo que se sabe e se tem certeza para inovar, e isso é difícil de realizar com os pés e mãos amarrados aos processos do dia-a-dia do negócio que já se tem em desenvolvimento. Portanto, sempre será mais fácil provocar a inovação em um ambiente protegido da relação com o dia-a-dia.

    Nesse aspecto, as aceleradoras e Hubs, como é o caso da CyKlo Agritech focada no agronegócio, têm cumprido esse papel de hospedar projetos inovadores para as empresas já existentes no mercado. Falar de inovação é questionar as verdades do negócio que já existe e que paga as contas, por isso um ambiente alternativo permite realizar esta dinâmica com menos desgaste dos times envolvidos.

    Exatamente nesse sentido de auxiliar é que o impacto da pandemia na área de aceleração de startups foi muito significativo. O interesse por rotinas que envolvam presença física passou a ser menor e então foi preciso se adaptar ao momento. Optando por espaços físicos menores ou criação de novos usos compartilhados para as áreas amplas, que outrora estavam repletos de pessoas.

    Também houve mudança nos processos de validação, no caso de biotecnologia e áreas correlatas, que exigem da equipe da aceleradora mais profissionais verticalizados nas teses suportadas pela mesma para fazer um trabalho complementar in loco ao invés da própria equipe da startup. Semelhante ao quando você contrata um despachante para fazer algo em seu nome, neste caso é essa equipe nova da aceleradora que assume algumas das tarefas no local da aceleração. Por exemplo, pode ser a execução de um protocolo de germinação num centro de pesquisa ou acompanhamento das áreas de teste na fazenda do cliente onde a solução está sendo testada.

    É por isso que se Maomé não vai a montanha, a montanha tem que vir a Maomé. Após pandemia então, o apelo pela qualidade de vida vem provocando um fenômeno com esse nome, Maomé. As aceleradoras estão abrindo escritórios complementares, próximos de geografias onde se encontram as Smart Cities (centros urbanos com foco em tecnologia). Aonde eles, os empreendedores estudam, moram e trabalham lá e são seduzidos pela possibilidade de desenvolver parcerias com estas aceleradoras que estão presentes em sua região geográfica.

    Entretanto, é importante salientar que no caso das aceleradoras 2.0, que são nichadas em acelerações de um mercado vertical específico, tem também que manter sede nos locais polo de sua atuação. Para as agtechs, que tem foco no agronegócio, a sede precisa ficar em cidades que estejam vivendo este segmento e atividades desta cadeia de negócio. No caso da Cyklo, esta está reduzindo o espaço no Matopiba (sede da empresa) e criando mais dois escritórios, um em São Paulo, direcionado às startups do interior do Estado e outro em Santa Catarina, de olho naquelas do oeste Catarinense.

    Por último e não menos importante, vale destacar que os recursos financeiros para as startups na fase preliminar de sua vida, estão se tornando escassos. Os bancos e agentes financeiros tradicionais que trabalham nesta etapa de aceleração que chamamos do início da jornada, vem reduzindo sua presença a nível mundial.

    Aqui no Brasil, começa a ocorrer um movimento de reestruturação destes atores, que passam, por exemplo, a unir aceleradoras e gestores de venture capital em novos modelos de financiamento (funding). Nos próximos anos, veremos diversas parcerias entre dinheiro semente, capital anjo, aceleradoras e hubs, reorganizando a oferta de funding + aceleração + smart money + funding pós aceleração + financiamento para fase operacional mais intensa, além de crescimento que estarão previamente combinados e ofertados como pacotes, diminuindo esforço e custo de venda e negociação.

  • 5 formas de como a IA generativa está contribuindo no processo de cobrança e aumentando o ROI no setor

    5 formas de como a IA generativa está contribuindo no processo de cobrança e aumentando o ROI no setor

    A Inteligência Artificial Generativa tem se consolidado como uma aliada estratégica no setor de cobrança, permitindo que empresas alcancem escalabilidade sem comprometer a qualidade no atendimento. A tecnologia, que automatiza processos, analisa dados em tempo real e personaliza interações, está transformando a maneira como as organizações lidam com o relacionamento com clientes inadimplentes, ao mesmo tempo em que potencializa o retorno sobre o investimento (ROI).  

    “Empresas que conseguem escalar com eficiência, sem perder a proximidade com o cliente, saem na frente em um mercado cada vez mais competitivo. A IA generativa proporciona uma combinação poderosa de velocidade, assertividade e personalização, que se traduz em resultados mensuráveis tanto para as empresas quanto para os consumidores”, explica Thiago Oliveira, CEO e fundador da Monest, empresa de recuperação de ativos através da cobrança de débitos por uma agente virtual chamada Mia, conectada por inteligência artificial. Ele exemplifica que, na Monest, com o uso dessas tecnologias, além de aumentar a eficiência operacional, com o uso da IA também alcançam um ROI 124% superior em comparação a métodos tradicionais de cobrança. 

    Confira cinco maneiras benefícios do uso de GenIA neste setor:

    1. Escalabilidade com Qualidade Consistente  

    Com a IA generativa, empresas podem gerenciar volumes massivos de interações mantendo a qualidade em cada conversa. A tecnologia é capaz de conduzir centenas de atendimentos simultâneos, garantindo que os clientes recebam respostas rápidas e consistentes, algo impossível de alcançar apenas com operações humanas.  Um exemplo é o uso de agentes virtuais integrados ao WhatsApp, que conseguem alcançar índices de 60% no CPC (Contato com a Pessoa Certa), um resultado acima da média no setor.  

    1. Padronização e Assertividade nos Processos

    Tarefas que antes dependiam de processos manuais, como a tabulação de dados e a criação de acordos, agora podem ser realizadas de forma automatizada e com maior precisão. Erros que poderiam comprometer negociações, como descontos fora da política ou inconsistências no registro de informações, são praticamente eliminados.

    “A uniformidade proporcionada pela IA garante que todas as interações sigam um padrão de excelência, independentemente do volume ou da complexidade da operação”, acrescenta Oliveira.

    1. Personalização Estratégica no Relacionamento com Clientes

    A IA generativa permite categorizar perfis de clientes com base em dados, personalizando abordagens e estratégias de cobrança. Com isso, é possível adaptar a comunicação de acordo com as características de cada cliente, aumentando as chances de sucesso nas negociações e fortalecendo o relacionamento. Na Monest, com a utilização da IA, 59% dos acordos são fechados em até 10 minutos, graças à agilidade e ao tom personalizado proporcionado pelas ferramentas.

    1. Análise Avançada de Dados para Decisões Estratégicas

    Ao transformar dados qualitativos em quantitativos e estruturar informações dispersas, a IA oferece insights poderosos para gestores. A análise detalhada permite identificar padrões de inadimplência, ajustar estratégias em tempo real e garantir que decisões sejam tomadas com base em dados precisos. Essa capacidade analítica não apenas melhora a eficiência das operações, mas também reduz custos ao evitar erros que poderiam gerar retrabalhos ou falhas de conformidade.  

    1. Conformidade e Segurança Integradas 

    A automação baseada em IA também eleva o padrão de conformidade e segurança das operações. Processos computacionais reduzem significativamente os riscos associados a erros humanos, como falhas de digitação, ao mesmo tempo em que garantem a proteção de dados sensíveis.

    “A segurança é uma prioridade em qualquer operação que envolva dados financeiros. Ferramentas de IA bem implementadas garantem não apenas eficiência, mas também a confiança necessária para operar em grande escala,” ressalta Oliveira.

    O CEO da Monest explica ainda que, com a IA generativa, o papel dos profissionais no setor de cobrança também evolui. Operadores passam a focar em negociações mais estratégicas, enquanto gestores adotam uma abordagem mais analítica, utilizando as ferramentas para potencializar resultados.

    “Para as empresas que já implementaram a tecnologia, os benefícios são claros: maior agilidade, aumento nos índices de recuperação de crédito e redução de custos operacionais. À medida que o mercado amadurece, a tendência é que a IA continue a expandir suas aplicações, ajudando empresas a alinhar crescimento à excelência operacional”, finaliza Oliveira.

  • Mesmo com fiscalização do PIX revogada, essas 5 dicas podem salvar sua empresa da malha fina

    Mesmo com fiscalização do PIX revogada, essas 5 dicas podem salvar sua empresa da malha fina

    Após uma enxurrada de desinformações sobre falsas taxações do PIX e a queda histórica na utilização da modalidade, a Receita Federal revogou a instrução normativa RFB nº 2219/2024 que estabelecia regras para monitorar operações desse modelo e aquelas feitas com uso de cartão de crédito.

    Entretanto, o avanço e o recuo dessas exigências, combinados com o grande volume de dúvidas da população brasileira sobre saúde fiscal, acendem um alerta sobre cuidados que devem ser tomados de forma permanente na gestão tributária.

    A transparência e a cautela com controle da documentação financeira são medidas inadiáveis para evitar problemas com o Fisco, principalmente para pequenas empresas, profissionais liberais e escritórios de advocacia.

    Mesmo que, por ora, os bancos não precisem mais informar à Receita Federal dados sobre movimentações financeiras via PIX e cartão de crédito superiores a R$ 15 mil para a empresa e R$ 5 mil para pessoas, esse monitoramento já ocorria e continuará a ser feito no caso de TEDs, para DOCs, para SACs. Então, é importante que você mantenha o controle financeiro da sua empresa, guarde as notas fiscais emitidas de todos os honorários e os documentos fiscais recebidos de todos os fornecedores.

    A organização financeira é sempre um fator decisivo para o sucesso de um negócio Existem estratégias que livram empresários do sufoco caso a receita peça esclarecimento sobre suas operações e, principalmente, de problemas com a temida malha fina.

    1. Manter a emissão e recebimento de notas fiscais em dia

    A emissão de notas fiscais é uma exigência legal para escritórios de advocacia e empresas de qualquer segmento. Cada serviço prestado ou recebido deve ser acompanhado de um documento fiscal correspondente para evitar questionamentos da Receita Federal sobre valores movimentados sem comprovação.

    Entre erros comuns de advogados, profissionais liberais e pequenos empresários estão práticas como receber honorários ou pagamentos sem emitir nota fiscal, declarar valores menores do que os efetivamente recebidos ou não registrar reembolsos corretamente.

    Um equívoco administrativo simples traz riscos de autuações fiscais e multas elevadas. Por isso, o treinamento dos colaboradores para seguir boas práticas contábeis é essencial. Outras possibilidades são o uso de tecnologias que agilizem processos e a terceirização da gestão financeira de negócios.

    1. Separe sempre as contas pessoais das empresariais

    Misturar contas bancárias de pessoa física (PF) e pessoa jurídica (PJ) é uma falha grave capaz de resultar em problemas com a Receita Federal e prejudicar a organização financeira da empresa.

    Quando despesas pessoais e profissionais estão no mesmo extrato bancário, é mais complexo justificar movimentações financeiras. Além de manter contas bancárias separadas, registre todas as retiradas de pró-labore corretamente e evite usar recursos da empresa para despesas pessoais, como aluguel, compras pessoais e viagens particulares.

    1. Cuidado com o regime tributário

    A escolha errada do regime tributário pode resultar no pagamento excessivo ou insuficiente de impostos. Escritórios de advocacia e empresas podem optar entre:

    • Simples Nacional (para faturamento até R$ 4,8 milhões/ano, com alíquota reduzida, mas com algumas restrições).
    • Lucro Presumido (tributação sobre uma margem fixa de lucro, ideal para escritórios de médio porte).
    • Lucro Real (obrigatório para faturamentos altos. Nele, calcula-se os impostos sobre o lucro efetivo, o que pode ser vantajoso para empresas com margens reduzidas).

    As receitas de um negócio mudam com frequência e é até salutar que elas se expandam, por isso, reveja o regime tributário anualmente para garantir que a sua empresa pague sempre os tributos da forma mais eficiente e correta o possível.

    1. Fez uma movimentação financeira? Registre!

    A falta de documentação sobre transações financeiras é um dos principais motivos para empresas caírem na malha fina. O Fisco cruza dados bancários, fiscais e contábeis para identificar inconsistências. Ainda assim, por inexperiência ou desconhecimento, empreendedores fazem movimentação de altos valores sem justificativa, não emitem de recibos para pagamentos recebidos ou negligenciam os contratos para serviços prestados.

    Há quem também separe um pagamento grande em várias transações menores para fugir do monitoramento da Receita Federa, recorra a contas de terceiros para movimentar dinheiro, ou fazer depósitos frequentes sem justificativa fiscal. Todas essas posturas podem gerar prejuízos, sanções e perdas para a reputação do seu negócio. Sempre é melhor planejar as operações financeiras de forma estruturada e armazenar todos os documentos que comprovem a origem e o destino dos recursos movimentados.

    Além disso, mantenha um controle rigoroso de todos os recebimentos e pagamentos, guardando notas fiscais, contratos, comprovantes de depósitos e transferências bancárias.

    1. Atenção com os prazos para as obrigações fiscais

    O descumprimento dos prazos de entrega de declarações e pagamento de tributos pode gerar multas, juros e até sanções legais. Muitas empresas têm sua saúde financeira e fiscal ameaçada pelo atraso no pagamento do Simples Nacional, omissão de declarações obrigatórias (DCTF, ECF, DIRF) ou erros no preenchimento da declaração do Imposto de Renda da empresa. Uma solução é criar um calendário fiscal, contar com especialistas em contabilidade ou gestão tributária e utilize ferramentas de automação para agendar pagamentos e declarações, assim você não precisa se preocupar com esquecimentos.

    Se você tomar esses cuidados e mantiver tudo em ordem com seu controle fiscal, seu negócio terá sempre um crescimento sustentável, sem dores de cabeça com o Fisco e livre de sanções administrativas ou até judiciais. Aproveite o começo de ano para revisitar todas as suas estratégias e diagnosticar qual o grau de risco nas finanças de sua empresa ou escritório de advocacia.

  • Mesmo com fiscalização do PIX revogada, essas 5 dicas podem salvar sua empresa da malha fina

    Mesmo com fiscalização do PIX revogada, essas 5 dicas podem salvar sua empresa da malha fina

    Após uma enxurrada de desinformações sobre falsas taxações do PIX e a queda histórica na utilização da modalidade, a Receita Federal revogou a instrução normativa RFB nº 2219/2024 que estabelecia regras para monitorar operações desse modelo e aquelas feitas com uso de cartão de crédito.

    Entretanto, o avanço e o recuo dessas exigências, combinados com o grande volume de dúvidas da população brasileira sobre saúde fiscal, acendem um alerta sobre cuidados que devem ser tomados de forma permanente na gestão tributária.

    A transparência e a cautela com controle da documentação financeira são medidas inadiáveis para evitar problemas com o Fisco, principalmente para pequenas empresas, profissionais liberais e escritórios de advocacia.

    Mesmo que, por ora, os bancos não precisem mais informar à Receita Federal dados sobre movimentações financeiras via PIX e cartão de crédito superiores a R$ 15 mil para a empresa e R$ 5 mil para pessoas, esse monitoramento já ocorria e continuará a ser feito no caso de TEDs, para DOCs, para SACs. Então, é importante que você mantenha o controle financeiro da sua empresa, guarde as notas fiscais emitidas de todos os honorários e os documentos fiscais recebidos de todos os fornecedores.

    A organização financeira é sempre um fator decisivo para o sucesso de um negócio Existem estratégias que livram empresários do sufoco caso a receita peça esclarecimento sobre suas operações e, principalmente, de problemas com a temida malha fina.

    1. Manter a emissão e recebimento de notas fiscais em dia

    A emissão de notas fiscais é uma exigência legal para escritórios de advocacia e empresas de qualquer segmento. Cada serviço prestado ou recebido deve ser acompanhado de um documento fiscal correspondente para evitar questionamentos da Receita Federal sobre valores movimentados sem comprovação.

    Entre erros comuns de advogados, profissionais liberais e pequenos empresários estão práticas como receber honorários ou pagamentos sem emitir nota fiscal, declarar valores menores do que os efetivamente recebidos ou não registrar reembolsos corretamente.

    Um equívoco administrativo simples traz riscos de autuações fiscais e multas elevadas. Por isso, o treinamento dos colaboradores para seguir boas práticas contábeis é essencial. Outras possibilidades são o uso de tecnologias que agilizem processos e a terceirização da gestão financeira de negócios.

    1. Separe sempre as contas pessoais das empresariais

    Misturar contas bancárias de pessoa física (PF) e pessoa jurídica (PJ) é uma falha grave capaz de resultar em problemas com a Receita Federal e prejudicar a organização financeira da empresa.

    Quando despesas pessoais e profissionais estão no mesmo extrato bancário, é mais complexo justificar movimentações financeiras. Além de manter contas bancárias separadas, registre todas as retiradas de pró-labore corretamente e evite usar recursos da empresa para despesas pessoais, como aluguel, compras pessoais e viagens particulares.

    1. Cuidado com o regime tributário

    A escolha errada do regime tributário pode resultar no pagamento excessivo ou insuficiente de impostos. Escritórios de advocacia e empresas podem optar entre:

    • Simples Nacional (para faturamento até R$ 4,8 milhões/ano, com alíquota reduzida, mas com algumas restrições).
    • Lucro Presumido (tributação sobre uma margem fixa de lucro, ideal para escritórios de médio porte).
    • Lucro Real (obrigatório para faturamentos altos. Nele, calcula-se os impostos sobre o lucro efetivo, o que pode ser vantajoso para empresas com margens reduzidas).

    As receitas de um negócio mudam com frequência e é até salutar que elas se expandam, por isso, reveja o regime tributário anualmente para garantir que a sua empresa pague sempre os tributos da forma mais eficiente e correta o possível.

    1. Fez uma movimentação financeira? Registre!

    A falta de documentação sobre transações financeiras é um dos principais motivos para empresas caírem na malha fina. O Fisco cruza dados bancários, fiscais e contábeis para identificar inconsistências. Ainda assim, por inexperiência ou desconhecimento, empreendedores fazem movimentação de altos valores sem justificativa, não emitem de recibos para pagamentos recebidos ou negligenciam os contratos para serviços prestados.

    Há quem também separe um pagamento grande em várias transações menores para fugir do monitoramento da Receita Federa, recorra a contas de terceiros para movimentar dinheiro, ou fazer depósitos frequentes sem justificativa fiscal. Todas essas posturas podem gerar prejuízos, sanções e perdas para a reputação do seu negócio. Sempre é melhor planejar as operações financeiras de forma estruturada e armazenar todos os documentos que comprovem a origem e o destino dos recursos movimentados.

    Além disso, mantenha um controle rigoroso de todos os recebimentos e pagamentos, guardando notas fiscais, contratos, comprovantes de depósitos e transferências bancárias.

    1. Atenção com os prazos para as obrigações fiscais

    O descumprimento dos prazos de entrega de declarações e pagamento de tributos pode gerar multas, juros e até sanções legais. Muitas empresas têm sua saúde financeira e fiscal ameaçada pelo atraso no pagamento do Simples Nacional, omissão de declarações obrigatórias (DCTF, ECF, DIRF) ou erros no preenchimento da declaração do Imposto de Renda da empresa. Uma solução é criar um calendário fiscal, contar com especialistas em contabilidade ou gestão tributária e utilize ferramentas de automação para agendar pagamentos e declarações, assim você não precisa se preocupar com esquecimentos.

    Se você tomar esses cuidados e mantiver tudo em ordem com seu controle fiscal, seu negócio terá sempre um crescimento sustentável, sem dores de cabeça com o Fisco e livre de sanções administrativas ou até judiciais. Aproveite o começo de ano para revisitar todas as suas estratégias e diagnosticar qual o grau de risco nas finanças de sua empresa ou escritório de advocacia.

  • O impacto das Fake News no Processo de Comunicação

    O impacto das Fake News no Processo de Comunicação

    O governo federal anunciou e posteriormente abortou a criação de um monitoramento para transações via Pix acima de R$ 5.000 para pessoas físicas e R$ 15.000 para empresas, medida voltada ao combate à sonegação fiscal. A decisão gerou forte repercussão negativa, impulsionada por desinformação, como a veiculada em um vídeo do deputado Nikolas Ferreira (PL-MG), evidenciando o impacto das fake news na comunicação, no comportamento social e até em políticas públicas, como a queda no uso do Pix e o recuo da medida.

    Para abordar essas questões, é essencial destacar iniciativas e ferramentas para combater a desinformação e reforçar a importância de um consumo crítico de informações, tanto no âmbito individual quanto institucional.

    Para Antônio Rocha Filho, professor de Jornalismo da ESPM, não é a primeira vez que grandes acontecimentos são impactados pela desinformação. “Um dos episódios mais conhecidos ocorreu nas eleições americanas de 2016, quando chegou a circular a informação de que o papa Francisco supostamente estaria apoiando a candidatura de Donald Trump contra Hillary Clinton, o que foi posteriormente desmentido.”

    O avanço da tecnologia e o uso da inteligência artificial ampliam ainda mais as possibilidades de propagação de desinformação. Segundo Rocha Filho:
    “O avanço de ferramentas de inteligência artificial tem agravado a disseminação de desinformação, com conteúdos manipulados, como vozes e imagens falsas, superando a capacidade de checagem. Esse cenário é intensificado pela recente decisão da Meta de suspender a checagem de fatos nos EUA e pela falta de avanços na regulação no Brasil, como o projeto das fake news no Congresso. O combate exige educação midiática, promovendo senso crítico desde a educação básica, e regulação eficiente para mitigar os impactos, especialmente no campo político.”

    Ricardo Gandour, pesquisador e também professor de jornalismo da ESPM, complementa:
    “A fragmentação da comunicação se intensificou nos últimos 10 anos. Por um lado, temos a saudável universalização do acesso à informação. Por outro, o perigoso espraiamento de informações fabricadas para confundir, representando um risco às instituições e à democracia.”

    Os dados da 21ª edição da pesquisa Panorama Político, do Instituto DataSenado, reforçam a gravidade do problema. A pesquisa revelou que 72% dos usuários de redes sociais no Brasil já se depararam com notícias que consideram falsas nos últimos seis meses, um dado alarmante às vésperas das eleições municipais de 2024. Além disso, metade dos entrevistados declarou dificuldade em identificar conteúdos falsos, evidenciando a necessidade de maior educação midiática.