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  • Multinuvem: Por que estar em uma nuvem não é suficiente para as empresas mais inovadoras

    Multinuvem: Por que estar em uma nuvem não é suficiente para as empresas mais inovadoras

    A nuvem (cloud) transformou a forma como as empresas trabalham com dados, oferecendo maior flexibilidade e escalabilidade. No entanto, a crescente demanda por soluções mais dinâmicas e inovadoras impulsionou o surgimento de outros modelos, dentre eles o multicloud, que permitem otimizar custos, melhorar a performance e garantir maior flexibilidade.

    Como o próprio nome indica, um ambiente multicloud é uma área de computação em nuvem que utiliza os serviços de múltiplos provedores de cloud, como Amazon Web Services (AWS), Microsoft Azure e Google Cloud Platform (GCP). Nele, ao invés de se vincular a um único provedor, as empresas distribuem suas cargas de trabalho entre diferentes plataformas, buscando otimizar custos, desempenho, segurança e flexibilidade.

    Não por acaso, a busca por soluções mais eficientes e personalizadas dentro da computação em nuvem segue em expansão, com 49% das organizações adotando uma estratégia de nuvem em primeiro lugar, de acordo com um relatório do Cloud Industry Forum 2024. Destas companhias, 98% usam ou planejam usar pelo menos dois provedores de infraestrutura de nuvem, enquanto outros 31% estão usando quatro ou mais.

    De tão estratégico na atualidade, o multicloud gerou um contrato nos Estados Unidos de US$ 9 bilhões de ninguém menos do que o Pentágono com a Amazon, Microsoft, Oracle e Google. O que as autoridades de segurança buscam com isso é o mesmo que as principais companhias do planeta: obter o melhor de cada provedor com eficiência, agilidade e custo-benefício superior aos modelos tradicionais de computação.

    Entretanto, a escolha dos provedores certos e a distribuição eficiente das cargas de trabalho são cruciais para o sucesso de um ambiente multicloud. É preciso ter ciência detalhada de cada aplicativo e serviço, considerando ainda a oferta de serviços por cada provedor que atendam às aplicações da companhia e a localização geográfica dos seus clientes.

    Essa adoção de um ou mais fornecedores dentro do multicloud ainda deve levar em conta serviços e funcionalidades, a precificação, o suporte técnico e a segurança. Uma vez definido isso, é importante construir uma boa distribuição das cargas de trabalho – considerando requisitos, custos, gerenciamento e backups –, o que permite ainda uma resiliência e observalidade qualitativas e eficientes, evitando problemas de maneira preditiva.

    Fica claro que é grande a complexidade do multicloud, já que gerenciar múltiplos ambientes de nuvem pode ser complexo, exigindo ferramentas e processos específicos. Além disso, é mandatório garantir a segurança dos dados em diferentes plataformas, especialmente quando se trata de conformidade com regulamentações, e integrar diferentes serviços de nuvem pode exigir o desenvolvimento de soluções personalizadas. Sem o devido cuidado, esse ambiente pode sofrer com problemas de gerenciamento e de custos.

    A procura por recursos que evitem bloqueios dentro das cadeias de fornecimento, com recursos de recuperação de desastres e que, neste pacote, tragam melhores custos e serviços seguirá em alta. E é por isso que saber trabalhar com as tecnologias de ponta é tão importante quanto ter o devido conhecimento para gerenciá-las – sejam elas públicas, privadas ou híbridas em sua origem. Até mesmo a Inteligência Artificial (IA) só pode evoluir em um ambiente múltiplo de nuvens, como corroboraram 92% de líderes em uma recente pesquisa.

    Para simplificar, pense no ambiente multicloud como administrar um restaurante, no qual cada prato vem de uma cozinha diferente, com seu próprio chef e receita única. Se você souber usar esse cardápio variado, ao mesmo tempo, em favor do seu público-alvo, você terá o que há de melhor em termos de desempenho e confiabilidade em suas operações. Importante reforçar que se trata de um processo contínuo de melhoria e ajustes estratégicos.

    Se bem “temperada”, essa refeição fará o cliente voltar para repetir a experiência, não tenho a menor dúvida disso.

  • Uma IA chamada “Mídia Programática”

    Uma IA chamada “Mídia Programática”

    É muito comum me perguntarem “afinal, o que é a mídia programática?” Embora cada vez menos frequente, essa questão volta e meia ainda surge em reuniões e encontros de negócios em que participo. Costumo começar a responder dizendo que, mais do que uma simples evolução da publicidade online, a mídia programática representa uma mudança de paradigma no modo como marcas alcançam seus consumidores.

    Nos primórdios da internet, a compra de mídia era feita diretamente com portais, o que limitava o alcance e a eficiência das campanhas. À medida que a internet e o inventário publicitário cresceram exponencialmente, tornou-se inviável gerenciar manualmente tantas possibilidades. Foi aí que a mídia programática surgiu como solução: automatizar processos, conectar inventários e oferecer compras em tempo real, garantindo que o anunciante falasse com as pessoas certas, no momento certo. Em linguagem técnica, é um método automatizado de compra de espaços publicitários digitais por meio de plataformas conhecidas como DSPs (Demand Side Platforms), onde profissionais de mídia têm acesso a 98% dos inventários digitais globais, que incluem sites, aplicativos, portais e até novos meios, como Connected TV (CTV) e áudio digital.

    Com o uso de algoritmos avançados, tecnologias como machine learning e deep learning possibilitam o gerenciamento de grandes volumes de dados, tornando viável compreender e prever o comportamento do consumidor em diferentes contextos. Isso não apenas enriquece a experiência do usuário, mas personaliza as interações de forma única, fortalecendo o vínculo entre a marca e o público. Todas essas funções utilizadas de maneira ampla e estratégica, nos remete a um campo da tecnologia que no último ano se popularizou, tornando-se o centro de muitos negócios e inovações. Você provavelmente lembrou da Inteligência Artificial. Ela mesma, a IA, que há mais de uma década está integrada à mídia programática, elevou as estratégias de mídia digital a um novo patamar de eficiência, personalização e assertividade. 

    A Inteligência Artificial potencializa ainda a tomada de decisões e otimiza os leilões de espaços publicitários em tempo real, garantindo maior precisão e resultados mais expressivos. Com o apoio da IA, marcas conseguem impactar o consumidor no momento certo, com a mensagem certa e no contexto mais apropriado, maximizando o potencial de conversão enquanto liberam os profissionais de marketing para se concentrarem em atividades mais estratégicas e criativas.

    Para entender como a mídia programática e sua inteligência artificial agregam em campanhas de marketing, abaixo listo algumas das principais vantagens que o método oferece:

    Capacidade de segmentação indiscutível

    Hoje, entender o comportamento do consumidor é mais importante do que simplesmente saber quem ele é. Mulheres da mesma faixa etária, por exemplo, podem ter comportamentos de consumo totalmente diferentes. A mídia programática com sua IA embarcada, permite não apenas identificar essas diferenças, mas também ajustar campanhas com base no momento de compra do público, reduzindo desperdício de verba e maximizando resultados.

    Segurança e garantia de entrega de anúncios para pessoas reais

    O Brasil é o segundo país com maior índice de fraudes na internet. DSPs modernas integram ferramentas que identificam cliques fraudulentos e ambientes suspeitos, garantindo que os anúncios sejam exibidos apenas para pessoas reais e em contextos adequados. Aqui na Publya levamos isso tão a sério que fomos um pouco além, desenvolvendo dashboards que permitem que nossos clientes e agências acompanhem a evolução das campanhas em tempo real, promovendo transparência e monitoramento dos resultados.

    Integração de estratégias para gerar consistência de marca

    A evolução da mídia programática transcende o digital, integrando meios tradicionalmente offline a um modelo de compra automatizado. Hoje, é possível anunciar em Connected TV (CTV), áudio digital em plataformas como Spotify e Deezer, rádios online e até em TV aberta, com formatos vendidos por CPM. No Out of Home (OOH), a tecnologia permite selecionar telas específicas, em horários estratégicos, sem a necessidade de negociar com múltiplos players. Essa versatilidade torna a mídia programática uma solução 360°, combinando o melhor do online e do offline. 

    Isso é sobre usar o melhor da tecnologia para conectar pessoas, otimizar recursos e garantir eficiência para agências e anunciantes, facilitando toda a gestão de campanha. É sobre entender as necessidades das marcas e entregar soluções que simplifiquem o processo, de maneira confiável e com domínio de toda a operação e diversidade de possibilidades. Isso é Mídia programática e IA.

  • A revolução do Pix: como inovar sem perder a segurança

    A revolução do Pix: como inovar sem perder a segurança

    Desde o seu lançamento em 2020, o Pix revolucionou o mercado financeiro brasileiro, tornando-se o meio de pagamento preferido por milhões de pessoas. Sua principal vantagem está na simplicidade e rapidez: permite transferências em tempo real, 24 horas por dia, sem a necessidade de uma maquininha ou dinheiro em espécie. Basta ter uma conta bancária e uma chave PIX, como CPF ou número de telefone, para começar a usar. Essa praticidade trouxe benefícios, especialmente, para quem recebe pagamentos, como pequenos comerciantes e autônomos, que podem operar sem custos adicionais ou complicações técnicas.

    Porém, apesar de sua popularidade, o Pix ainda enfrenta desafios para ser plenamente acessível. Para quem paga, é necessário um smartphone e acesso à internet, o que pode ser uma barreira para idosos, pessoas com baixa escolaridade ou moradores de áreas rurais. Embora o uso de smartphones e a cobertura de internet tenham crescido significativamente, a inclusão desses grupos ainda exige esforços, como campanhas de educação digital e melhorias na infraestrutura de conectividade. A implementação de soluções que permitam transações offline, utilizando tecnologias de criptografia e tokenização, pode ser um caminho para ampliar o acesso. Sistemas como Google Pay e Apple Pay já fazem isso, permitindo que pagamentos sejam iniciados sem conexão ativa do pagador, utilizando a conexão à internet do recebedor.

    A segurança também é uma preocupação constante. Desde os primeiros casos de sequestros-relâmpago e assaltos envolvendo transferências instantâneas, o Banco Central reagiu rapidamente, impondo limites para transações noturnas e neste mês introduziu um limite de R$ 200 para dispositivos novos ainda não cadastrados como autorizados no aplicativo do banco (isso só vai aplicar para dispositivos que não estavam em uso antes de 01/12/2024). Embora essas medidas tenham reduzido a ocorrência de crimes, elas também impuseram restrições que afetam a experiência dos usuários legítimos. A busca por soluções que mantenham a segurança sem sacrificar a usabilidade continua sendo um desafio.

    Outro ponto crítico são os golpes relacionados ao pré-pagamento, em que fraudadores recebem o valor e desaparecem sem entregar o produto ou serviço prometido. O Mecanismo Especial de Devolução (MED) foi criado para lidar com essas situações, permitindo o estorno em casos comprovados de fraude. Embora ainda pouco utilizado, o MED representa um avanço importante, inspirado no sistema de estorno de cartões de crédito, e precisa ser mais difundido para ganhar a confiança dos usuários.

    Uma solução que poderia transformar ainda mais o cenário é a adoção de pagamentos com intermediação, ou “escrow”. Nesse modelo, o valor só seria liberado ao vendedor após a confirmação da entrega pelo comprador. Isso traria mais segurança para ambas as partes e seria especialmente útil em transações online. Além disso, a expansão do uso de tokenização nas transações garantiria que dados sensíveis fossem protegidos, mesmo em ambientes offline, oferecendo uma camada extra de segurança.

    O equilíbrio entre acessibilidade e segurança é fundamental para o futuro do Pix. Soluções que integrem tecnologias como biometria, tokenização e intermediação podem ampliar o alcance do sistema sem comprometer a proteção dos usuários. A inclusão digital, por sua vez, é essencial para reduzir fraudes, aumentando a conscientização e capacitando mais pessoas a utilizarem o Pix de maneira segura.

    No horizonte, o Pix ainda tem muito a oferecer. Pagamentos por aproximação, parcelamento e débito automático já estão em desenvolvimento no Brasil, e já em operação em sistemas parecidos no exterior, como por sistemas como o UPI da Índia e o PayNow de Singapura. A integração internacional também é uma possibilidade, com o Projeto Nexus, do Bank for International Settlements (BIS) propondo um modelo de interface multinacional para facilitar remessas globais.

    O Pix já é um exemplo de inovação e eficiência, mas para continuar liderando, precisa evoluir constantemente. Investir em novas tecnologias, ampliar o acesso em áreas menos conectadas e fortalecer a segurança são passos essenciais para garantir que todos os brasileiros possam usufruir de seus benefícios com confiança e tranquilidade.

  • Tendências de ERP em 2025: transformando negócios na era digital

    Tendências de ERP em 2025: transformando negócios na era digital

    Os rápidos avanços tecnológicos e as mudanças nas práticas empresariais mudaram significativamente a forma como os sistemas de Planejamento de Recursos Empresariais (ERP), especialmente as soluções baseadas em nuvem, evoluíram. Pesquisas do setor estimam que o mercado global de ERP irá quase dobrar nos próximos cinco anos, de US$ 64,7 bilhões em 2022 para US$ 130 bilhões em 2027, impulsionado pela maior escalabilidade, flexibilidade e custo-benefício oferecidos pela plataforma e para acomodar a escassez de talentos, a Grande Renúncia e forças de trabalho remotas.

    A próxima década promete uma revolução tecnológica em ERP. Inteligência Artificial (IA) e Machine Learning (ML) serão centrais, automatizando tarefas de rotina, otimizando processos e prevendo resultados com precisão inédita. A tecnologia Blockchain, com sua segurança e transparência inerentes, revolucionará o gerenciamento da cadeia de suprimentos, garantindo visibilidade e rastreabilidade de ponta a ponta. Realidade Aumentada (RA) e Realidade Virtual (RV) transformarão treinamento, manutenção e colaboração remota, aumentando a eficiência operacional.

    O domínio da nuvem é inegável. Os sistemas ERP migrarão cada vez mais para a nuvem, oferecendo escalabilidade, flexibilidade e redução de sobrecarga de TI. Essa mudança acelerará a adoção de modelos de Software-as-a-Service (SaaS), capacitando as empresas a se concentrarem nas principais competências, deixando o gerenciamento da infraestrutura de TI para especialistas.

    Soluções personalizadas

    A abordagem de tamanho único para ERP está diminuindo. Indústrias, da manufatura à saúde, demandam soluções personalizadas que abordem seus desafios únicos. A personalização se tornará primordial, com os sistemas de ERP evoluindo para incorporar funcionalidades específicas da indústria e cumprir com regulamentações rigorosas.

    Por exemplo, na fabricação, os sistemas ERP se integrarão perfeitamente com dispositivos IoT para otimizar processos de produção e manutenção preditiva. No setor de saúde, o ERP desempenhará um papel fundamental no gerenciamento de dados de pacientes, garantindo a conformidade com os regulamentos da Regra de Privacidade e a Regra de Segurança (HIPAA) e simplificando o gerenciamento do ciclo de receita.

    Cenário dinâmico

    O futuro do ERP é estimulante, mas repleto de desafios. As empresas devem abraçar mudanças, investir no desenvolvimento de talentos e promover uma cultura de inovação. A colaboração entre os departamentos de TI e de negócios será crucial para implementações de ERP bem-sucedidas.

    Ao se manterem atualizadas sobre tendências emergentes e aproveitarem o poder da tecnologia, permitirá que as organizações descubram novas oportunidades, aumentem a eficiência operacional e obtenham uma vantagem competitiva.

    Principais oportunidades no setor

    Com base na análise das tendências atuais e projeções futuras, três principais oportunidades se destacam como neste cenário para empresas em ERP:

    – Tomada de decisão baseada em dados: aproveitar o poder da IA e do ML para extrair insights valiosos de dados de ERP permitirá a tomada de decisão baseada em dados, levando à melhoria da eficiência operacional e da vantagem estratégica.

    – Resiliência da cadeia de suprimentos: implementar a tecnologia blockchain e análises avançadas pode melhorar a visibilidade da cadeia de suprimentos, mitigar riscos e criar resiliência contra interrupções.

    – Experiência do cliente: aproveitar os dados do ERP para compreender melhor as preferências e comportamento dos clientes permitirá experiências personalizadas, aumentando a satisfação e a fidelidade do cliente.

    Tendências que impulsionam a inovação

    Olhando para os próximos anos, podemos destacar 10tendências principais que moldarão a adoção global de ERP em nuvem em diversos setores:

    1. ERP Componível

    O conceito de ERP componível vem ganhando destaque, permitindo às empresas selecionar e integrar componentes de diferentes fornecedores para maior flexibilidade.Segundo a Gartner, essa abordagem modular facilita a adaptação às mudanças e oferece personalização conforme as necessidades empresariais.

    2. Soluções em Nuvem

    A adoção de ERPs em nuvem está em ascensão devido às suas vantagens, como escalabilidade, acessibilidade e menor custo operacional. A EY destaca que a migração para a nuvem continuará a crescer à medida que as empresas buscam atualizações automáticas e maior segurança.

    3. Inteligência Artificial Integrada

    A incorporação de IA nos ERPs ajuda na automação de processos e na geração de insights estratégicos. Relatórios da Gartner indicam que a IA desempenhará um papel vital em 2025, melhorando a eficiência operacional e a tomada de decisões.

    4. Experiência Total (TX)

    A experiência total combina a experiência do cliente com a dos funcionários para melhorar a adoção de ERPs. Segundo a Gartner, essa abordagem busca criar interfaces intuitivas e processos mais eficientes, beneficiando toda a cadeia de usuários.

    5. Automação Robótica de Processos (RPA)

    O uso de RPA integrado aos ERPs será essencial para automatizar tarefas repetitivas. A Deloitte aponta que essa tecnologia reduzirá erros e aumentará a produtividade, ajudando as empresas a otimizar suas operações.

    6. Análise Preditiva Avançada

    A análise preditiva, potencializada por IA, permitirá que esses sistemas ofereçam previsões detalhadas sobre o mercado e operações internas. A Gartner prevê que essa capacidade ajudará as empresas a gerenciar melhor estoques e a cadeia de suprimentos.

    7. Integração com IoT

    A Internet das Coisas (IoT) será mais integrada aos ERPs, oferecendo dados em tempo real de dispositivos conectados para uma melhor tomada de decisão. A McKinsey relata que a IoT aplicada aos ERPs beneficiará principalmente os setores de manufatura e logística.

    8. Sustentabilidade e Responsabilidade Social

    Com a pressão crescente por práticas mais sustentáveis, em 2025 a tecnologia deve oferecer funcionalidades que permitam monitorar e reportar impactos ambientais. A EY destaca que isso ajudará as empresas a aderir a regulamentos e adotar práticas responsáveis.

    9. Governança de Dados e Segurança Reforçadas

    Com o aumento do volume de dados processados, a segurança será uma prioridade. A Gartner aponta que os ERPs precisarão de políticas de segurança robustas, garantindo conformidade com regulamentações como a LGPD e GDPR.

    10. Capacidades de Personalização e Low-Code/No-Code

    O uso de plataformas low-code/no-code permitirá que empresas customizem seus ERPs de forma mais ágil, sem a necessidade de programação profunda. A Forrester indica que essa tendência facilitará a inovação interna e a adaptação rápida às mudanças.

    Evolução dos ERPs

    A adoção acelerada de soluções em nuvem, integração de IA e ML, personalização aprimorada, foco na experiência do usuário, maior segurança cibernética, crescimento de soluções específicas do setor e integração perfeita com tecnologias emergentes estão definidas para transformar o cenário de ERP. 

    A evolução dos sistemas ERP reflete as mudanças dinâmicas no cenário global de negócios. À medida que nos aproximamos de uma nova década, é fundamental olhar para o futuro e antecipar as tendências de ERP que moldarão os próximos anos. As empresas que adotarem essas tendências estarão bem-posicionadas para prosperar na economia digital em constante evolução.

  • Agentes inteligentes impulsionam e remodelam o varejo no Brasil 

    Agentes inteligentes impulsionam e remodelam o varejo no Brasil 

    O relatório Perspectivas da Agenda CIO para a Indústria e o Varejo de 2024, produzido e divulgado pela Gartner, trouxe uma estimativa de que até 2026, mais de 75% das empresas varejistas irão adotar soluções de inteligência artificial a fim de gerar dados de clientes que simulem informações reais. Atualmente, apenas 5% das organizações brasileiras aplicam GenIA, ou seja, apenas uma a cada 20 concorrentes está investindo em tecnologia. Entretanto, dentro de um ano e meio, a previsão é de que três a cada quatro estarão com processos tecnológicos. Nesse sentido, a Yalo, plataforma inteligente de vendas, integrou a tecnologia aos processos, permitindo que a agilidade e a personalização valorizem uma experiência de qualidade e ofereçam aos clientes conexões mais profundas a respeito de suas necessidades e buscas. 

    No decorrer dos últimos anos, a IA generativa vem sendo desenvolvida e aprimorada a fim de se tornar uma grande aliada, de modo geral, dos empresários, lojistas, comerciantes e varejistas no país. A ferramenta apresenta benefícios significativos ao integrar sistemas e softwares como capacitação de agentes cada vez mais inteligentes, ágeis e qualificados de acordo com cada modelo de negócio, respeitando as diversas personas do público-alvo, aderindo estratégias personalizadas e conexões reais com os usuários.  

    “A revolução que estamos vivendo com a inteligência artificial está cada vez mais acelerada e onipresente. Acredito que ela vai se desenvolver ainda mais em uma magnitude grandiosa, talvez 100 vezes maior do que as mudanças que nos impactaram nos últimos 20 anos. É urgente a necessidade de estudarmos, acompanharmos a nos aliarmos às soluções que a IA revela para impulsionarmos nossas vendas, otimizarmos etapas e simplificarmos as jornadas pensando nos colaboradores, agentes, parceiros e clientes finais”, explica Manuel Centeno, General Manager da Yalo no Brasil. 

    Os agentes inteligentes são hoje uma realidade evolutiva dentro de pequenos, médios e até grandes negócios de todos os setores, que representam uma solução em potencial gerada pela inteligência artificial. A integração de uma plataforma inteligente de vendas, com assistentes altamente treinados, permite leituras de informações e análises de dados em velocidade infinita sobre qualquer tema. 

    Para João Bernartt, especialista em inteligência artificial, a capacitação dos agentes precisa fazer parte da rotina de trabalho nas empresas, visando adaptar o modelo de vendas com a realidade o mais rápido possível. “As pessoas precisam estar preparadas para começar a criar relacionamentos com esse tipo de tecnologia, visualizando a ferramenta como aliada em seu dia a dia. Entendo que exista um receio para muitas pessoas, é importante investigar e garantir a proteção dos dados, mas também precisamos nos adaptar com a necessidade de enviar e-mails, com o surgimento da internet e, desta forma, precisamos nos adaptar e enxergar a IA como uma extensão dos nossos serviços, uma vez que somos nós que treinamos ela a partir das interações e questionamentos”, explica. 

    Entre abril e junho deste ano, a pesquisa Inteligência Artificial no Varejo, realizada pela Central do Varejo, analisou 307 varejistas brasileiros a respeito de seus investimentos. As informações levantadas revelaram que a maior parte das aplicações das empresas está voltada para a área de marketing e vendas. O ranking segue com atendimento ao cliente por meio de chatbots (56%), criação de conteúdo de marketing (50%), personalização da experiência do cliente (36%) e análise de tendências (34%). Outras aplicações relevantes são a automação de relatórios (25%) e a prevenção de fraudes (22%). 

    Sendo a maior parte aplicada no atendimento ao cliente, o investimento em agentes inteligentes é uma oportunidade que deve ser priorizada. A automação dos processos de vendas no varejo segue sendo conversacional, mas o cenário atual da IA possibilita que o cliente converse e explique sua necessidade para um vendedor engajado e humanizado. A integração da plataforma inteligente dentro de um aspecto conversacional com agentes capacitados traduz um relacionamento mais natural para nós. Analisamos o momento que estamos vivendo como um renascimento com os super vendedores. Voltamos ao conversacional que já vivemos, só que agora estamos empoderados com nossa forte aliada, a tecnologia. 

    Para o futuro, a Yalo planeja lançar os agentes inteligentes de vendas que estão sendo treinados com capacitações técnicas para serem modelos de vendedores, a fim de fortalecer a implementação dessas novas tecnologias nas organizações. “Além de agilidade e otimização, a inovação promete transformar a jornada por meio de interações mais próximas e de qualidade, estreitando relacionamentos para impulsionar as vendas e promover a fidelização de clientes”, finaliza Manuel. 

  • Retail media cresce no Brasil e transforma a experiência de compra em lojas físicas e digitais

    Retail media cresce no Brasil e transforma a experiência de compra em lojas físicas e digitais

    retail media, estratégia de marketing que permite que marcas anunciem diretamente nos pontos de venda físicos e digitais, está em plena ascensão no Brasil. Presentes em supermercados, farmácias, shoppings e lojas de moda, essas telas e displays digitais oferecem uma comunicação direcionada ao consumidor no momento de compra, impulsionando o engajamento e a conversão de vendas.

    Grandes varejistas de diversos setores, como Grupo Carrefour, C&A e Panvel, já estão investindo na personalização de ofertas e experiências interativas, aproximando ainda mais as marcas de seus consumidores.

    Diferente das plataformas de anúncios convencionais, o retail media (ou mídia do varejo) utiliza dados exclusivos coletados pelos próprios varejistas, o que garante uma segmentação mais precisa e direcionada ao público que frequenta esses ambientes.

    Essa abordagem vem ganhando força globalmente. Segundo pesquisa do Boston Consulting Group (BCG) e do Google, o retail media deve gerar cerca de US$ 75 bilhões em receita mundial até 2026, com um crescimento anual de 22% no investimento de anunciantes em plataformas varejistas.

    “O retail media não só melhora a experiência do consumidor com mensagens relevantes no momento exato da compra, mas também oferece dados valiosos para as marcas sobre preferências e hábitos de consumo”, afirma Leonardo Koboldt Araujo, head de experiência do Gad, consultoria de marca e experiência com 40 anos de atuação no mercado.

    Vale ressaltar que, além de alcançar o consumidor no momento ideal, durante a jornada de compra, a estratégia possibilita às marcas um acesso legal e seguro aos dados dos consumidores, respeitando as normas da Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD). Com a personalização facilitada pelo uso dos dados do próprio varejista, as campanhas dispensam cookies e garantem uma segmentação precisa, respeitando a privacidade dos consumidores.

    “No Brasil, essa tendência ainda está em fase de crescimento, mas as empresas que já adotaram a estratégia estão colhendo resultados positivos, tanto em vendas quanto em fidelização de clientes, além da monetização das telas físicas ou espaços digitais, para os varejistas.”

    Experiência e Interatividade em tempo real

    retail media permite que marcas como a C&A, no Shopping Ibirapuera, na capital paulista, integrem a tecnologia para criar uma experiência envolvente para seus clientes. Recentemente, a instalação de painéis de LED na loja transformou o espaço com imagens vibrantes e ofertas personalizadas em tempo real, adaptadas aos interesses dos clientes que estão no local. Esse tipo de tecnologia chama a atenção e facilita o engajamento do consumidor, aumentando o potencial de conversão.

    Outro exemplo é a Panvel, com seu espaço no Aeroporto Internacional Salgado Filho, em Porto Alegre (RS), onde a rede promove seus produtos de marca própria em telas digitais estrategicamente posicionadas e em um grande telão de LED na entrada da farmácia. A iniciativa atrai a atenção dos consumidores que transitam pelo aeroporto, contribuindo para o aumento da visibilidade da marca e a conversão de vendas.

    Próximos avanços

    À medida que as tecnologias evoluem e o comportamento do consumidor se transforma, o retail media se consolida como uma poderosa ferramenta de marketing para varejistas e marcas no Brasil. Com a possibilidade de personalização em tempo real e integração com plataformas de inteligência artificial, espera-se que essa estratégia se expanda ainda mais nos próximos anos, transformando o cenário do varejo nacional

    “A tendência aponta para o fortalecimento de parcerias entre varejistas e anunciantes, trazendo ganhos de visibilidade, vendas e fidelização de clientes. Com o retail media, o Brasil caminha para uma nova era no varejo, onde o marketing é mais personalizado, eficiente e integrado às necessidades dos consumidores”, comenta Leonardo Koboldt Araujo.

  • Inteligência Artificial é para todos: confira como pequenas empresas podem começar a usar essa ferramenta poderosa

    Inteligência Artificial é para todos: confira como pequenas empresas podem começar a usar essa ferramenta poderosa

    A Inteligência Artificial (IA) não é mais um recurso exclusivo de grandes corporações. Hoje, até as pequenas empresas podem explorar essa poderosa tecnologia para otimizar processos, aumentar a eficiência e melhorar a experiência do cliente. Embora a IA possa parecer intimidadora no início, é possível integrá-la de forma gradual e estratégica. Este artigo aborda como as pequenas empresas podem começar a implementar a ferramenta de maneira acessível e eficiente.  

    A IA é uma tecnologia poderosa que pode transformar diversos aspectos de uma empresa, independentemente do seu porte. Automatização de tarefas rotineiras, análise de dados complexos e melhoria da tomada de decisão são apenas algumas das maneiras como as pequenas empresas podem se beneficiar. Diferentemente do que muitos pensam, não é necessário ter uma equipe de desenvolvedores ou investir grandes somas de dinheiro para começar a usar IA. Ferramentas de fácil implementação estão disponíveis e com pequenas ações as empresas podem colher grandes resultados.  

    Comece pequeno, definindo o primeiro projeto de IA  

    Ao iniciar a implementação da IA, é importante não tentar integrar a tecnologia em toda a empresa de uma só vez. O ideal é começar com um projeto específico, que resolva um problema ou melhore um processo essencial para o negócio. Um exemplo comum e altamente eficaz é a automação do atendimento ao cliente.   

    Ferramentas como chatbots e assistentes virtuais podem ser implementadas para atender às perguntas mais frequentes dos clientes, liberar tempo da equipe humana e melhorar a velocidade de resposta. Isso representa um ganho de eficiência significativo, e sem exigir grandes investimentos.  

    Outras áreas que podem ser alvo de um primeiro projeto de IA envolvem a personalização de ofertas para clientes e a análise preditiva de vendas. Esses projetos específicos podem ser facilmente mensuráveis, permitindo que o gestor identifique rapidamente os benefícios da IA e, se necessário, faça ajustes antes de expandir para outras demandas.  

    Ferramentas de IA prontas para uso  

    O mito de que a IA é acessível apenas para aqueles com profundo conhecimento técnico não é mais válido. Hoje, há diversas ferramentas de IA disponíveis no mercado que podem ser integradas aos negócios com pouca ou nenhuma customização. Alguns exemplos são:  

    • Chatbots e assistentes virtuais: Soluções como o ManyChat e o Tidio permitem automatizar o atendimento ao cliente com chatbots prontos para uso. Eles podem ser integrados a plataformas de e-commerce, redes sociais e sites, oferecendo suporte em tempo real aos clientes. 
    • Sistemas de recomendação: Ferramentas como a Recombee possibilitam personalizar a experiência do cliente, oferecendo recomendações de produtos ou serviços com base em comportamentos anteriores. Tais plataformas utilizam IA para analisar dados e sugerir produtos relevantes, o que pode aumentar a taxa de conversão de vendas. 
    • Automação de marketing: Ferramentas como o HubSpot e o Mailchimp usam IA para segmentar listas de e-mails e recomendar o conteúdo certo para os clientes certos e no momento certo. Isso ajuda a otimizar campanhas e melhorar o engajamento.  

    Capacite sua equipe: treinamento básico e incentivo ao uso de IA  

    A adoção de qualquer nova tecnologia exige a capacitação da equipe, e com a IA não é diferente. Não é necessário que todos os colaboradores se tornem especialistas em IA, mas é importante que entendam como as ferramentas funcionam e como podem ser usadas no dia a dia. Ofereça treinamentos básicos, que introduzam os conceitos fundamentais da IA e mostrem, na prática, como ela pode facilitar o trabalho de cada setor.  

    Além disso, incentive sua equipe a se familiarizar com as novas tecnologias. A integração da IA é mais fácil e eficaz quando os funcionários estão engajados no processo de adoção, entendendo como ela pode melhorar seus próprios fluxos de trabalho. A familiarização permitirá que a empresa tire o máximo proveito das ferramentas, além de criar uma cultura de inovação dentro do ambiente de trabalho.  

    Monitore  resultados e ajuste conforme necessário  

    A implementação de IA é um processo dinâmico. Embora a tecnologia seja poderosa, ela requer ajustes para se alinhar às necessidades específicas de cada negócio. Por isso, é fundamental monitorar os resultados obtidos a partir do uso da IA. Analise métricas-chave, como a satisfação do cliente, o tempo de resposta e os custos operacionais, para entender onde a IA está funcionando bem e onde há espaço para melhorias.  

    Com base nesses dados, ajustes podem ser feitos nas ferramentas ou processos para garantir que a IA esteja realmente contribuindo para o crescimento da empresa. A flexibilidade é uma das principais vantagens da IA, pois suas soluções podem ser personalizadas e adaptadas de acordo com os objetivos da empresa e as mudanças de mercado.  

    Assim, embora a implementação da IA possa parecer complexa, pequenas empresas podem usá-la em projetos simples e ferramentas acessíveis. O segredo está em adotar uma abordagem gradual, focada em áreas específicas do negócio, e garantir que a equipe esteja preparada para utilizar a tecnologia.   

    Com a escolha certa de ferramentas, o monitoramento constante dos resultados e ajustes adequados, a IA pode se tornar um grande diferencial competitivo, permitindo que as pequenas empresas se destaquem em um mercado cada vez mais dinâmico e tecnológico.

  • Machine Learning será cada vez mais decisivo para a competitividade e a sustentabilidade dos negócios

    Machine Learning será cada vez mais decisivo para a competitividade e a sustentabilidade dos negócios

    Não é de hoje que Machine Learning (ML) tem tido destaque como uma das tecnologias mais transformadoras do ambiente corporativo. A capacidade de aprendizado e de adaptação das máquinas, com base em novos dados, vem revolucionando a previsibilidade dos negócios. Com isso, empresas conseguem ajustar suas operações e estratégias em tempo real, reduzindo riscos. O impacto desse avanço vai além da simples automação; ele está redefinindo como as organizações interagem com consumidores, otimizam processos e identificam novas oportunidades de crescimento.

    Uma das principais vantagens do aprendizado de máquina é a capacidade de analisar grandes volumes de dados e identificar padrões com precisão. No cenário atual, no qual a alta competitividade e as tendências de mercado mudam rapidamente, manter insights atualizados sobre o comportamento do consumidor, a dinâmica competitiva e as tendências globais é fator essencial. Empresas que dominam o uso desses dados saem na frente da concorrência, pois conseguem prever demandas, identificar gargalos operacionais e responder de forma ágil às oscilações do mercado. Isso já era assim antes. Daqui para frente, será ainda mais.

    A integração do Machine Learning com a Inteligência Artificial (IA) proporciona diversas oportunidades para personalização e inovação contínua. Isso é particularmente importante em áreas críticas, como previsão de demanda e gestão da cadeia de suprimentos, nas quais pequenos erros podem resultar em grandes prejuízos financeiros. Os algoritmos estão mais sofisticados, tornando as máquinas mais autônomas, eficientes e capazes de tomar decisões complexas com mínima intervenção humana.

    A mudança significativa que o Machine Learning fomenta em diferentes setores da economia também impacta diretamente o desempenho financeiro das empresas, que observam uma diminuição dos riscos de fraudes e um aumento na capacidade de operar em alta escala. Engana-se quem pensa que essa vantagem é exclusiva para instituições financeiras. Com o apoio tecnológico, varejistas, indústrias e serviços estão criando cada vez mais ativos de segurança e eficiência, deixando concorrentes despreparados a muitos quilômetros de distância.

    Um dos desafios para a adoção massiva do aprendizado de máquina, no entanto, é a necessidade de investimentos em infraestrutura e capacitação. Como já era de se imaginar, as empresas precisam de pipelines de dados bem estruturados e de equipes qualificadas para programar algoritmos e interpretar os resultados. Além disso, é crucial garantir a qualidade dos dados e evitar vieses que possam comprometer a precisão dos modelos.

    Apesar da barreira financeira, um relatório da Fortune Business Insights demonstra que o mercado já vem se organizando para essa atualização tecnológica. Segundo o estudo, globalmente, as receitas relativas a Machine Learning, que em 2022 giravam em torno de US$ 19,20 bilhões, devem atingir US$ 225,91 bilhões até 2030, com taxa anual de crescimento próxima a 36,2%. Ou seja, as empresas que não se atualizarem terão muitas dificuldades em se manter competitivas. 

    O Machine Learning é um fator decisivo para a sobrevivência de muitos negócios. Para estar na vanguarda dessa transformação, as organizações precisam adotar uma abordagem estratégica, focada na coleta e no tratamento de dados em tempo real e na qualificação de talentos especializados. Aquelas que superarem esses desafios estarão mais bem qualificadas para se manter à frente do mercado, automatizando decisões complexas e impulsionando a inovação.

  • O fascínio pela novidade: uma reflexão sobre o que realmente é inovador no marketing B2B

    O fascínio pela novidade: uma reflexão sobre o que realmente é inovador no marketing B2B

    O fascínio pelo novo ou a segurança do conhecido? A gente tem essa dúvida o tempo todo. No marketing B2B, muitas vezes rotulamos o “novo” como a próxima grande verdade. Mas será que ele realmente é tão inovador quanto parece?  Você já parou para pensar se está buscando algo realmente novo ou apenas uma releitura bem embalada do que já conhece?

    A verdade é que nosso cérebro adora estabilidade e previsibilidade. Estudos mostram que ambientes previsíveis reduzem os níveis de cortisol (hormônio do estresse) e aumentam a sensação de bem-estar. Segundo uma pesquisa da Universidade de Cambridge (Reino Unido), a familiaridade de padrões previsíveis no ambiente de trabalho pode melhorar em até 27% a produtividade.

    No entanto, vivemos tempos em que a busca pelo “diferente” frequentemente suplanta o discernimento. E, como resultado, tendências já estabelecidas há anos ressurgem sob novos nomes, cativando o mercado como se fossem revoluções inéditas.

    Cito alguns exemplos práticos no marketing digital B2B:

    • Marketing de Influência – Ele é tratado como uma inovação digital de última geração. Mas, nos anos 40, Edward Bernays (o pai das Relações Públicas) já demonstrava o poder de influenciadores ao conectar marcas com celebridades para gerar impacto.
    • Experiência do Cliente (CX) – Apesar de ser um termo “quente”, o conceito de “colocar o cliente no centro” está nos manuais de marketing desde Philip Kotler, na década de 1960.
    • Comunidades Online – Tratadas como o futuro das interações B2B e B2C, as comunidades online não passam de uma evolução dos fóruns e dos primeiros grupos da internet nos anos 1990.

    Então, por que caímos nesse ciclo? Porque o novo, ou a ideia de novidade, ativa no cérebro o sistema de recompensa, liberando dopamina. Por isso, somos atraídos a levantar essas bandeiras de “verdade absoluta”. Como bem disse o futurista Seth Godin: “As ideias antigas podem ter valor novo quando aplicadas a um contexto novo.”

    Outro insight vem de Simon Sinek, que afirma: “As pessoas não compram o que você faz, elas compram o porquê você faz.” Isso nos leva de volta ao que realmente importa: propósito e impacto, ao invés de  rótulos.

    Em meio a tanta “novidade”, o que nos diferencia é o discernimento. Devemos parar, refletir e perguntar: isso realmente funciona ou apenas fascina porque parece diferente?

    Se você está no marketing digital B2B ou em qualquer outro setor, invista em observar tendências com um olhar crítico e pergunte-se: “O que é de fato novo aqui?” Pode ser que você descubra que não precisa de mais novidades, mas sim de mais clareza e intenção no que já funciona.

    E você? Busca algo novo ou algo que funciona? 

  • ESG norteia os negócios em meio a transformações globais

    ESG norteia os negócios em meio a transformações globais

    Ondas de calor que tornam cada vez mais frequentes as emissões de alerta pelos serviços de meteorologia, eventos climáticos extremos de graves consequências, conflito Ucrânia e Rússia e ofensivas no Oriente Médio, transformações no cenário geopolítico. Estes e tantos outros episódios que têm pautado os noticiários são realidade na vida cotidiana da população mundial, com reflexos também nos negócios, nas estratégias das empresas e na dinâmica do trabalho. Como tendência, há uma recomendação ostensiva para que as práticas ESG sejam aplicadas para consolidar nos próximos anos, em um contexto global, ações de sustentabilidade ambiental, social e de governança.

    As práticas ESG estabelecidas em empresas globais têm servido como referência para organizações brasileiras que estão em fase de implementação do conceito. “Hoje, 80% das corporações globais entendem que sustentabilidade é prioridade estratégica, e 75% buscam profissionais com habilidades ESG para ocupar cargos de liderança”, observa Aline Oliveira, diretora da IntelliGente Consult, empresa de consultoria e mentoria especializada em estratégias, programas e projetos empresariais. “Como tema transversal nas corporações, à medida que gera conectividade entre as equipes profissionais e interrelação nas metas, ESG tem ampliado negócios e oportunidades, desde portfólios, produtos sustentáveis, novos mercados de atuação e interessado cada vez mais às empresas nacionais.”

    Na visão de Fernanda Toledo, CEO da IntelliGente Consult, a ABNT PR 2030 é um primeiro passo importante para as organizações brasileiras que querem se adequar ao propósito ESG. “E há uma nova ISO, a IWA 48:2024, que trata especificamente sobre ESG”, destaca. Entre outros pontos, a ISO considera índices que garantam a participação feminina na alta administração e funcionários representativos de diversos grupos sociais.

    Segundo as executivas, a principal transformação imediata para as organizações nacionais, e que requer providências ainda em 2025, é a adaptação dos indicadores ESG da empresa para indicadores financeiros e, desta forma, conectar às metas ESG com os indicadores as normas IFRS S1 e IFRS S2, que definem “requisitos gerais para divulgação de informações financeiras relacionadas à sustentabilidade”. As regras foram desenvolvidas pelo International Sustainability Standards Board (ISSB) e fazem parte da estrutura do International Financial Reporting Standards (IFRS).

    “A norma S1 foi criada para fornecer um framework globalmente consistente e comparável para a divulgação de informações financeiras relacionadas à sustentabilidade”, explica Aline Oliveira. A norma S2 associa referências financeiras e mudanças climáticas. A partir de 2026, as empresas de capital aberto deverão, obrigatoriamente, incorporar as normas IFRS.

    Na Cadeia de Fornecimento, o escopo 3 (fornecedores), segundo Fernanda Toledo, será fundamental para a demonstração de resultados do IFRS S2. “Há um processo importante que diz respeito à pegada de carbono. Assim, é recomendável que as empresas incluam também avaliação de escopo 3 nesse processo, que será cada vez mais exigido. As empresas que já atentam para isso são organizações de capital aberto, listadas na Bolsa, e estão sujeitas às exigências do mercado financeiro.”

    No que se refere a Recursos Humanos, as executivas observam mudanças no modelo de trabalho, que passa por transformações e se configura como tendência importante para ESG em 2025.

    Segundo elas, é fundamental destacar a presença da Geração Z nas organizações. “Esta geração nascida entre 1997 e 2010 tem uma visão diferente sobre o modelo de negócio, vinculam o trabalho ao propósito, entendem que a empresa deve olhar mais para a saúde física e mental dos funcionários e priorizam a qualidade de vida. Como pontos relevantes, valorizam a flexibilidade de horários, do modelo de trabalho e o uso da inteligência artificial”, ressalta Aline Oliveira.

    Para além de 2025, na visão de Fernanda Toledo, as empresas precisam estar preparadas diante do “envelhecimento” da Geração Z e para o fato de o grupo, de forma predominante, assumir a opção de não ter filhos. “Em algum momento, essa ‘pirâmide’ vai se inverter. Por isso, é essencial que as organizações passem a trabalhar modelos diferentes daqui para frente, que contemplem também colaboradores mais velhos. Precisamos de profissionais mais velhos para trazer tranquilidade, planejamento e conhecimento do negócio.”

    Em que o propósito ESG afeta as pequenas e médias empresas brasileiras (PMEs)? Organizações maiores e mais estruturadas têm uma curva de dois a três anos para que as estratégias ESG comecem a se reverter em lucro e benefícios. “Em geral, as PMEs não têm fluxo de caixa para investir em algo que dará retorno no médio prazo”, observa Aline Oliveira.

    Mas para as especialistas, as PMEs já dão os primeiros passos, diante da relevância ESG, integrando, gradualmente, as iniciativas do propósito como estratégia competitiva para se diferenciarem. Por outro lado, organizações que precisam adequar sua cadeia também estão buscando empresas menores que querem se adaptar.

    Além de firmar parcerias, buscar acesso a incentivos governamentais e privados, de forma mais simplificada as PMEs começam a fazer relatórios transparentes sobre suas práticas, demonstrando em suas ações conceitos ESG que têm impacto interno e externo nas comunidades em que atuam. “Há, por exemplo, quem já faça gestão de resíduo e eficiência energética, com reaproveitamento de materiais, e utilização de economia verde”, diz Fernanda Toledo. “Mas o ideal é que intensifiquem suas iniciativas para que possam se estruturar daqui para frente”, reforça.

    Embora as práticas ESG não sejam obrigatórias em termos de regulamentação, as executivas argumentam que no contexto global há a tendência para que as empresas se adaptem às ações de sustentabilidade ambiental, social e de governança. “Na verdade, estamos internacionalizando algumas normas ESG. Tivemos recentemente o encontro do G20, destacando a Aliança Global Contra a Fome e a Pobreza, com países assumindo compromissos diante de metas de ODS (Objetivos de Desenvolvimento Sustentável). Neste cenário, as empresas devem, necessariamente, estar adequadas e adaptadas”, afirma Aline Oliveira.

    Até 2030, indicam estudos, cerca de 75% das empresas globais deverão implementar, formalmente, práticas ESG impulsionadas por regulamentações, demandas de mercado e consumidores e pressão de stakeholders. “Então, estamos diante de um caminho sem volta”, pondera Fernanda Toledo. “É urgente que as empresas se adaptem de forma organizada, dando um passo de cada vez e contando com um especialista para orientá-las em todas as etapas do processo”, conclui a executiva da IntelliGente Consult.